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Meirelles afirma que Receita refaz contas sobre alta de tributo de etanol | O governo está refazendo contas sobre o aumento dos tributos sobre o etanol. Entre representantes de produtores de cana-de-açúcar, surgiu a suspeita de que a tributação de PIS/Cofins sobre o combustível pudesse estar acima do limite legal. Nesta segunda (24), o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que a Receita Federal está recalculando o aumento de PIS/Cofins para ter certeza. "A avaliação da Receita Federal é que [o tributo] está no limite da lei. Eu recomendei à Receita Federal que fizesse mais uma vez os cálculos para ter certeza de que está no limite da lei", disse Meirelles. Se não estiver, o ministro afirmou que "a lei será obedecida", sugerindo que pode revisar o aumento do tributo sobre o etanol. "O pressuposto é que está no limite da lei, mas evidente que o refinamento de contas é sempre positivo", afirmou. Na quinta-feira (20), em busca de novas receitas, o governoanunciou aumento na tributação de gasolina, álcool e diesel. No caso do álcool, foi anunciado um reajuste de R$ 0,12 para R$ 0,13 no PIS/Cofins cobrado sobre o litro de álcool do produtor e de zero para R$ 0,20 para o distribuidor. | mercado | Meirelles afirma que Receita refaz contas sobre alta de tributo de etanolO governo está refazendo contas sobre o aumento dos tributos sobre o etanol. Entre representantes de produtores de cana-de-açúcar, surgiu a suspeita de que a tributação de PIS/Cofins sobre o combustível pudesse estar acima do limite legal. Nesta segunda (24), o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que a Receita Federal está recalculando o aumento de PIS/Cofins para ter certeza. "A avaliação da Receita Federal é que [o tributo] está no limite da lei. Eu recomendei à Receita Federal que fizesse mais uma vez os cálculos para ter certeza de que está no limite da lei", disse Meirelles. Se não estiver, o ministro afirmou que "a lei será obedecida", sugerindo que pode revisar o aumento do tributo sobre o etanol. "O pressuposto é que está no limite da lei, mas evidente que o refinamento de contas é sempre positivo", afirmou. Na quinta-feira (20), em busca de novas receitas, o governoanunciou aumento na tributação de gasolina, álcool e diesel. No caso do álcool, foi anunciado um reajuste de R$ 0,12 para R$ 0,13 no PIS/Cofins cobrado sobre o litro de álcool do produtor e de zero para R$ 0,20 para o distribuidor. | 2 |
Grupos usam Facebook para oferecer armas a milícias | Nos últimos anos, um terrorista que deseje comprar uma arma antiaérea, precisa apenas ir ao Facebook, que abriga diversos mercados on-line de material bélico, oferecendo armamento que varia de armas portáteis e granadas a metralhadoras pesadas e mísseis. Os posts de Facebook apontam para indícios de esforços em larga escala para a venda de armas militares cobiçadas por terroristas e militantes. As armas incluem muitas distribuídas pelos Estados Unidos a forças de segurança e grupos aliados no Oriente Médio. Esses mercados on-line, que violam a recente proibição à venda de armas imposta pelo Facebook, vem aparecendo nas regiões em que o Estado Islâmico tem presença mais forte. Esta semana, depois que o "New York Times" ofereceu ao Facebook sete exemplos de grupos suspeitos, a companhia fechou seis deles. As constatações se baseiam em estudo da consultoria privada Armament Research Services (ARES) sobre tráfico de armas via redes sociais na Líbia, bem como em reportagens do jornal sobre tráfico semelhante na Síria, Iraque e Iêmen. Muitas vendas são arranjadas depois que usuários do Facebook postam fotos em grupos fechados e secretos. Os posts funcionam mais ou menos como anúncios classificados digitais em fóruns específicos sobre armas. Entre as armas exibidas havia metralhadoras pesadas em suportes projetados para uso antiaéreo, e que podem ser afixados às caçambas de picapes, e sistemas mais sofisticados e ameaçadores, entre os quais mísseis antitanques e uma nova geração de mísseis antiaéreos disparados do ombro e dotados de sistemas infravermelhos de busca. O relatório documentou 97 tentativas não regulamentadas de transferência de mísseis, metralhadoras pesadas, lançadores de granadas, foguetes e rifles com efeito destrutivo pesado, usados para desabilitar equipamento militar, por diversos grupos líbios no Facebook, desde setembro de 2014. No ano passado, a ARES afirma ter documentado uma oferta de venda no Facebook de um suporte para o SA-7, a peça central reutilizável de um sistema portátil de defesa antiaérea, conhecido pela sigla Manpads em inglês, uma arma da mesma categoria do míssil norte-americano Stinger. Muitas dessas armas saíram da custódia do governo líbio em 2011, quando arsenais foram saqueados por rebeldes e ladrões. A ARES afirmou ter documentado vendedores líbios afirmando dispor de dois SA-7 prontos para venda, com dois mísseis adicionais e três peças de suporte central. O SA-7 é um sistema mais velho, e representa maior ameaça a helicópteros e aviões comerciais do que a modernos jatos militares. Metralhadoras e mísseis formam uma pequena fração do tráfico de armas aparente no Facebook e outros apps de mídia social, de acordo com Nic Jenzen-Jones, diretor da ARES e um dos autores do relatório. Um exame pelo "New York Times" sobre grupos do Facebook na Líbia dedicados à venda de armas demonstrou que os vendedores estavam em busca de clientes para um sortimento muito maior de armas portáteis e de infantaria. Os rifles vêm sendo predominantemente fuzis de assalto Kalashnikov, usados por muitos militantes da região, e fuzis FN FAL, que são de uso comum na Líbia. Todas essas solicitações violam as normas do Facebook, que desde janeiro proíbem a facilitação de vendas privadas de armas de fogo e outras, de acordo com Monica Bickert, antiga procuradora da Justiça federal norte-americana responsável por desenvolver e implementar os padrões de conteúdo da igreja. "Quando o Facebook começou, não havia maneira de se envolver em comércio por meio dele", ela disse. Mas Bickert acrescentou que nos últimos 12 meses a empresa permitiu que usuários processassem pagamentos por meio do seu serviço Messenger, e adicionou outros recursos para ajudar com vendas. "Porque estamos oferecendo recursos como esses, chegamos à conclusão de que seria bom deixar claro que este não é um site que facilite vendas privadas de armas de fogo". Não está claro até que ponto o tráfico de armas se difundiu pelo site, mas o ritmo de posts novos vem sendo inconfundivelmente rápido, com muitos grupos oferecendo diversas armas novas a cada dia. Jenzen-Jones disse que a ARES documentou 250 a 300 posts sobre vendas de armas a cada mês, só em sites da Líbia, e que as vendas pareciam estar em tendência de alta. No geral, usando dados sobre grupos de venda de armas via Facebook de todo o Oriente Médio, ele disse que "temos cerca de seis mil transações documentadas, mas o total é provavelmente muito maior que esse". Bickert disse que a parte mais importante do esforço do Facebook "para manter as pessoas seguras" era facilitar para os usuários a notificação à companhia de possíveis violações, o que pode ser feito clicando no botão "reportar" disponível em cada post do Facebook. A ARES documentou muitos tipos de compradores e vendedores. Eles incluem cidadãos privados em busca de armas de fogo bem como representantes de grupos armados adquirindo armas que requerem mais de um soldado para uso efetivo, e pessoas que parecem estar descartando armas que as milícias já não querem. Diferentes mercados têm diferentes características. Na Líbia, o medo do crime parece levar muita gente a desejar comprar pistolas, disse Jenzen-Jones. "As armas de mão têm representação desproporcional", ele disse. "São muitíssimo procuradas - primordialmente para autodefesa e especialmente para proteção contra roubo de carros –e muitos potenciais compradores postam anúncios de 'compra-se'". Elas também são caras, variando de cerca de US$ 2,2 mil a US$ 7 mil - um sinal de que a procura supera a oferta. No Iraque, os mercados de armas operados via Facebook podem funcionam como um raio-X dos fracassos dos programas de treinamento e equipamento norte-americanos, com vendedores exibindo um estoque aparentemente inesgotável de armas fornecidas a forças iraquianas pelo Pentágono, durante a longa ocupação do país pelos Estados Unidos. Elas incluem carabinas M4, fuzis M16, armas automáticas portáteis M249, submetralhadoras MP5 e pistolas semiautomáticas Glock. Muitas das armas exibidas ainda mostram rótulos de armazenagem e acessórios extraoficiais favorecidos pelas forças e pelos soldados dos Estados Unidos. Armas como essas estão há muito disponíveis nos mercados negros do Iraque, com ou sem publicidade na mídia social. Mas o Facebook e outras companhias de mídia social parecem prover novas oportunidades para que compradores e vendedores se localizem com facilidade; para que vendedores exibam itens a maior número de potenciais clientes; e para que os clientes observem e barganhem para compra de lotes maiores de armas do que aqueles que estão disponíveis em mercados físicos de menor porte. Da mesma maneira, armas idênticas às que os Estados Unidos forneceram a rebeldes sírios foram colocadas à venda no Facebook e outros sites de mídia social ou mensagens. Os itens oferecidos à venda via Facebook na Líbia incluem também boa parte dos demais equipamentos buscados por milícias ou terroristas para suas operações. Eles incluem munição, placas à prova de balas para coletes protetores, miras telescópicas para fuzis, granadas de mão, intercomunicadores táticos, ogivas de fragmentação antipessoal para lançadores de granadas a foguete, uniformes (incluindo uniformes policiais) e câmeras infravermelhas para observação noturna. Bickert disse que o uso do Facebook para a venda de itens que não são considerados armas, como as placas de blindagem, não viola as normas da empresa. Mas porque os mesmos grupos que vendiam as placas também vendiam armas, eles foram removidos esta semana. Tráfico online de armas dessa magnitude "é uma revelação", disse Nicolas Florquin, coordenador de pesquisa do Small Arms Survey, centro de pesquisa sediado em Genebra que comprovou o estudo da ARES, como parte de um esforço para suplementar as investigações do Painel de Especialista das Nações Unidas sobre o tráfico de armas. Sem mencionar diretamente o Facebook ou qualquer outra empresa de mídia social, ele acrescentou que "obviamente é preciso muito mais atenção à monitoração e controle dessas atividades". Tradução de PAULO MIGLIACCI | tec | Grupos usam Facebook para oferecer armas a milíciasNos últimos anos, um terrorista que deseje comprar uma arma antiaérea, precisa apenas ir ao Facebook, que abriga diversos mercados on-line de material bélico, oferecendo armamento que varia de armas portáteis e granadas a metralhadoras pesadas e mísseis. Os posts de Facebook apontam para indícios de esforços em larga escala para a venda de armas militares cobiçadas por terroristas e militantes. As armas incluem muitas distribuídas pelos Estados Unidos a forças de segurança e grupos aliados no Oriente Médio. Esses mercados on-line, que violam a recente proibição à venda de armas imposta pelo Facebook, vem aparecendo nas regiões em que o Estado Islâmico tem presença mais forte. Esta semana, depois que o "New York Times" ofereceu ao Facebook sete exemplos de grupos suspeitos, a companhia fechou seis deles. As constatações se baseiam em estudo da consultoria privada Armament Research Services (ARES) sobre tráfico de armas via redes sociais na Líbia, bem como em reportagens do jornal sobre tráfico semelhante na Síria, Iraque e Iêmen. Muitas vendas são arranjadas depois que usuários do Facebook postam fotos em grupos fechados e secretos. Os posts funcionam mais ou menos como anúncios classificados digitais em fóruns específicos sobre armas. Entre as armas exibidas havia metralhadoras pesadas em suportes projetados para uso antiaéreo, e que podem ser afixados às caçambas de picapes, e sistemas mais sofisticados e ameaçadores, entre os quais mísseis antitanques e uma nova geração de mísseis antiaéreos disparados do ombro e dotados de sistemas infravermelhos de busca. O relatório documentou 97 tentativas não regulamentadas de transferência de mísseis, metralhadoras pesadas, lançadores de granadas, foguetes e rifles com efeito destrutivo pesado, usados para desabilitar equipamento militar, por diversos grupos líbios no Facebook, desde setembro de 2014. No ano passado, a ARES afirma ter documentado uma oferta de venda no Facebook de um suporte para o SA-7, a peça central reutilizável de um sistema portátil de defesa antiaérea, conhecido pela sigla Manpads em inglês, uma arma da mesma categoria do míssil norte-americano Stinger. Muitas dessas armas saíram da custódia do governo líbio em 2011, quando arsenais foram saqueados por rebeldes e ladrões. A ARES afirmou ter documentado vendedores líbios afirmando dispor de dois SA-7 prontos para venda, com dois mísseis adicionais e três peças de suporte central. O SA-7 é um sistema mais velho, e representa maior ameaça a helicópteros e aviões comerciais do que a modernos jatos militares. Metralhadoras e mísseis formam uma pequena fração do tráfico de armas aparente no Facebook e outros apps de mídia social, de acordo com Nic Jenzen-Jones, diretor da ARES e um dos autores do relatório. Um exame pelo "New York Times" sobre grupos do Facebook na Líbia dedicados à venda de armas demonstrou que os vendedores estavam em busca de clientes para um sortimento muito maior de armas portáteis e de infantaria. Os rifles vêm sendo predominantemente fuzis de assalto Kalashnikov, usados por muitos militantes da região, e fuzis FN FAL, que são de uso comum na Líbia. Todas essas solicitações violam as normas do Facebook, que desde janeiro proíbem a facilitação de vendas privadas de armas de fogo e outras, de acordo com Monica Bickert, antiga procuradora da Justiça federal norte-americana responsável por desenvolver e implementar os padrões de conteúdo da igreja. "Quando o Facebook começou, não havia maneira de se envolver em comércio por meio dele", ela disse. Mas Bickert acrescentou que nos últimos 12 meses a empresa permitiu que usuários processassem pagamentos por meio do seu serviço Messenger, e adicionou outros recursos para ajudar com vendas. "Porque estamos oferecendo recursos como esses, chegamos à conclusão de que seria bom deixar claro que este não é um site que facilite vendas privadas de armas de fogo". Não está claro até que ponto o tráfico de armas se difundiu pelo site, mas o ritmo de posts novos vem sendo inconfundivelmente rápido, com muitos grupos oferecendo diversas armas novas a cada dia. Jenzen-Jones disse que a ARES documentou 250 a 300 posts sobre vendas de armas a cada mês, só em sites da Líbia, e que as vendas pareciam estar em tendência de alta. No geral, usando dados sobre grupos de venda de armas via Facebook de todo o Oriente Médio, ele disse que "temos cerca de seis mil transações documentadas, mas o total é provavelmente muito maior que esse". Bickert disse que a parte mais importante do esforço do Facebook "para manter as pessoas seguras" era facilitar para os usuários a notificação à companhia de possíveis violações, o que pode ser feito clicando no botão "reportar" disponível em cada post do Facebook. A ARES documentou muitos tipos de compradores e vendedores. Eles incluem cidadãos privados em busca de armas de fogo bem como representantes de grupos armados adquirindo armas que requerem mais de um soldado para uso efetivo, e pessoas que parecem estar descartando armas que as milícias já não querem. Diferentes mercados têm diferentes características. Na Líbia, o medo do crime parece levar muita gente a desejar comprar pistolas, disse Jenzen-Jones. "As armas de mão têm representação desproporcional", ele disse. "São muitíssimo procuradas - primordialmente para autodefesa e especialmente para proteção contra roubo de carros –e muitos potenciais compradores postam anúncios de 'compra-se'". Elas também são caras, variando de cerca de US$ 2,2 mil a US$ 7 mil - um sinal de que a procura supera a oferta. No Iraque, os mercados de armas operados via Facebook podem funcionam como um raio-X dos fracassos dos programas de treinamento e equipamento norte-americanos, com vendedores exibindo um estoque aparentemente inesgotável de armas fornecidas a forças iraquianas pelo Pentágono, durante a longa ocupação do país pelos Estados Unidos. Elas incluem carabinas M4, fuzis M16, armas automáticas portáteis M249, submetralhadoras MP5 e pistolas semiautomáticas Glock. Muitas das armas exibidas ainda mostram rótulos de armazenagem e acessórios extraoficiais favorecidos pelas forças e pelos soldados dos Estados Unidos. Armas como essas estão há muito disponíveis nos mercados negros do Iraque, com ou sem publicidade na mídia social. Mas o Facebook e outras companhias de mídia social parecem prover novas oportunidades para que compradores e vendedores se localizem com facilidade; para que vendedores exibam itens a maior número de potenciais clientes; e para que os clientes observem e barganhem para compra de lotes maiores de armas do que aqueles que estão disponíveis em mercados físicos de menor porte. Da mesma maneira, armas idênticas às que os Estados Unidos forneceram a rebeldes sírios foram colocadas à venda no Facebook e outros sites de mídia social ou mensagens. Os itens oferecidos à venda via Facebook na Líbia incluem também boa parte dos demais equipamentos buscados por milícias ou terroristas para suas operações. Eles incluem munição, placas à prova de balas para coletes protetores, miras telescópicas para fuzis, granadas de mão, intercomunicadores táticos, ogivas de fragmentação antipessoal para lançadores de granadas a foguete, uniformes (incluindo uniformes policiais) e câmeras infravermelhas para observação noturna. Bickert disse que o uso do Facebook para a venda de itens que não são considerados armas, como as placas de blindagem, não viola as normas da empresa. Mas porque os mesmos grupos que vendiam as placas também vendiam armas, eles foram removidos esta semana. Tráfico online de armas dessa magnitude "é uma revelação", disse Nicolas Florquin, coordenador de pesquisa do Small Arms Survey, centro de pesquisa sediado em Genebra que comprovou o estudo da ARES, como parte de um esforço para suplementar as investigações do Painel de Especialista das Nações Unidas sobre o tráfico de armas. Sem mencionar diretamente o Facebook ou qualquer outra empresa de mídia social, ele acrescentou que "obviamente é preciso muito mais atenção à monitoração e controle dessas atividades". Tradução de PAULO MIGLIACCI | 10 |
Caso raro na medicina, homem com 2 pênis lança biografia | DDD diz ter sofrido discriminação em algumas vezes em que sua condição foi descoberta ou revelada. Um americano que alega ter dois pênis como consequência de uma anomalia congênita diz que cresceu ouvindo de seus pais que era uma pessoa "única e especial". Em entrevista ao programa Newsbeat, da BBC, o homem, que se autoentitula DDD, diz que já manteve relações sexuais com cerca de mil pessoas, mas se recusa a revelar sua identidade por temer o assédio que sua condição pode provocar. DDD se tornou uma espécie de subcelebridade na internet após o lançamento recente de sua autobiografia. O Newsbeat teve acesso a fotos das partes íntimas de DDD, e os produtores do programa disseram que as imagens são bastante convincentes. A condição que afetaria o americano é a difalia, uma anomalia congênita identificada pela primeira vez em 1069. Ela é rara, afetando apenas um em cada 5,5 milhões de americanos, por exemplo. Fonte de embaraço Normalmente, a difalia é marcada por deformações, mas DDD afirma que seus dois membros funcionam normalmente. "Posso urinar e ejacular com ambos ao mesmo tempo", explicou o americano. Na infância e na adolescência a condição foi uma fonte de embaraço para o americano, que foi orientado pelos pais a jamais de despir em frente a colegas ou participar de brincadeiras de médico. Quando colegas de escola descobriram a "duplicidade", DDD disse ter sofrido bullying. "Eu não queria que os outros meninos tivessem ciúmes ou se sentissem mal por não terem dois pênis. Jamais pensei que eles fossem me odiar por me achar estranho", disse o americano. "Quando comecei a namorar, não tirei a roupa até que a menina que estava vendo dissesse que queria (fazer sexo). Nunca pensei que ela poderia simplesmente ter ficado assustada (com a minha condição)." Amputação cogitada DDD diz que aos 16 anos cogitou amputar um dos membros quando as pessoas começaram a perceber sua condição. "As meninas começaram a olhar para minha cintura muito mais", lembra o americano. "Eu gostaria que meus pais tivessem me falado que as pessoas fariam troça do que não entendem. Eu sempre tive dois pênis e, quando olho para baixo, para mim tudo parece normal." Quando questionado sobre a razão de falar abertamente de sua condição mas não se identificar, DDD disse que a atenção não seria benvinda. "Em todos os lugares as pessoas saberiam quem sou. Elas teriam expectativas." DDD admite ser bissexual e ter participado de relacionamentos poligâmicos. Seu mais longo namoro foi com um casal. Mas a condição trouxe inconveniências, como a compra de roupas de baixo. O americano diz que não pode usar cuecas, por exemplo. DDD também pensou em tentar a sorte na indústria pornográfica, mas a ideia foi abandonada porque o americano temeu ser visto como uma aberração. "Minha dignidade não tem preço", afirmou. | bbc | Caso raro na medicina, homem com 2 pênis lança biografiaDDD diz ter sofrido discriminação em algumas vezes em que sua condição foi descoberta ou revelada. Um americano que alega ter dois pênis como consequência de uma anomalia congênita diz que cresceu ouvindo de seus pais que era uma pessoa "única e especial". Em entrevista ao programa Newsbeat, da BBC, o homem, que se autoentitula DDD, diz que já manteve relações sexuais com cerca de mil pessoas, mas se recusa a revelar sua identidade por temer o assédio que sua condição pode provocar. DDD se tornou uma espécie de subcelebridade na internet após o lançamento recente de sua autobiografia. O Newsbeat teve acesso a fotos das partes íntimas de DDD, e os produtores do programa disseram que as imagens são bastante convincentes. A condição que afetaria o americano é a difalia, uma anomalia congênita identificada pela primeira vez em 1069. Ela é rara, afetando apenas um em cada 5,5 milhões de americanos, por exemplo. Fonte de embaraço Normalmente, a difalia é marcada por deformações, mas DDD afirma que seus dois membros funcionam normalmente. "Posso urinar e ejacular com ambos ao mesmo tempo", explicou o americano. Na infância e na adolescência a condição foi uma fonte de embaraço para o americano, que foi orientado pelos pais a jamais de despir em frente a colegas ou participar de brincadeiras de médico. Quando colegas de escola descobriram a "duplicidade", DDD disse ter sofrido bullying. "Eu não queria que os outros meninos tivessem ciúmes ou se sentissem mal por não terem dois pênis. Jamais pensei que eles fossem me odiar por me achar estranho", disse o americano. "Quando comecei a namorar, não tirei a roupa até que a menina que estava vendo dissesse que queria (fazer sexo). Nunca pensei que ela poderia simplesmente ter ficado assustada (com a minha condição)." Amputação cogitada DDD diz que aos 16 anos cogitou amputar um dos membros quando as pessoas começaram a perceber sua condição. "As meninas começaram a olhar para minha cintura muito mais", lembra o americano. "Eu gostaria que meus pais tivessem me falado que as pessoas fariam troça do que não entendem. Eu sempre tive dois pênis e, quando olho para baixo, para mim tudo parece normal." Quando questionado sobre a razão de falar abertamente de sua condição mas não se identificar, DDD disse que a atenção não seria benvinda. "Em todos os lugares as pessoas saberiam quem sou. Elas teriam expectativas." DDD admite ser bissexual e ter participado de relacionamentos poligâmicos. Seu mais longo namoro foi com um casal. Mas a condição trouxe inconveniências, como a compra de roupas de baixo. O americano diz que não pode usar cuecas, por exemplo. DDD também pensou em tentar a sorte na indústria pornográfica, mas a ideia foi abandonada porque o americano temeu ser visto como uma aberração. "Minha dignidade não tem preço", afirmou. | 18 |
Terça tem novo protesto contra a tarifa na Luz; trajeto não foi divulgado | O QUE AFETA A SUA VIDA O Movimento Passe-Livre marcou para a tarde desta terça (26) o sexto ato contra o aumento da tarifa na cidade. A concentração está marcada para as 17h, em frente à Estação da Luz, região central da cidade, e pode complicar o trânsito nas imediações. O MPL não divulgou o trajeto. Vale lembrar: Devido ao rodízio, não devem circular carros com placas terminadas em 3 e 4, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas. TEMPO Após as fortes chuvas que caíram na zona leste durante o feriado, no dia mais quente do ano, São Paulo deve ter uma terça-feira com céu parcialmente nublado, com possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas à tarde. Segundo o Inmet. As temperaturas mínima e máxima devem variar entre 19 e 29ºC. CULTURA E LAZER Se as comemorações do aniversário de São Paulo te deixaram com orgulho da terrinha, aproveite para provar o que ela tem de melhor com esta seleção do "Guia" de bares e botecos que servem petiscos com ingredientes típicos do Estado. Quem quiser trocar o happy hour por um cineminha pode aproveitar para conferir o longa "Joy", com Jennifer Lawrence e Robert De Niro, indicado ao Oscar deste ano, sobre a história de uma mulher enfrentando os preconceitos para inovar no mundo dos negócios. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h. | saopaulo | Terça tem novo protesto contra a tarifa na Luz; trajeto não foi divulgadoO QUE AFETA A SUA VIDA O Movimento Passe-Livre marcou para a tarde desta terça (26) o sexto ato contra o aumento da tarifa na cidade. A concentração está marcada para as 17h, em frente à Estação da Luz, região central da cidade, e pode complicar o trânsito nas imediações. O MPL não divulgou o trajeto. Vale lembrar: Devido ao rodízio, não devem circular carros com placas terminadas em 3 e 4, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas. TEMPO Após as fortes chuvas que caíram na zona leste durante o feriado, no dia mais quente do ano, São Paulo deve ter uma terça-feira com céu parcialmente nublado, com possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas à tarde. Segundo o Inmet. As temperaturas mínima e máxima devem variar entre 19 e 29ºC. CULTURA E LAZER Se as comemorações do aniversário de São Paulo te deixaram com orgulho da terrinha, aproveite para provar o que ela tem de melhor com esta seleção do "Guia" de bares e botecos que servem petiscos com ingredientes típicos do Estado. Quem quiser trocar o happy hour por um cineminha pode aproveitar para conferir o longa "Joy", com Jennifer Lawrence e Robert De Niro, indicado ao Oscar deste ano, sobre a história de uma mulher enfrentando os preconceitos para inovar no mundo dos negócios. AMANHÃ As notícias do dia seguinte são publicadas aqui e no nosso app, sempre às 21h. | 9 |
Morre Juli Soler, sócio do chef Ferran Adrià no premiado El Bulli | Morreu nesta segunda-feira (6) o sócio do chef Ferran Adrià no restaurante El Bulli, Juli Soler. Nascido em 1949, em Barcelona, o espanhol sofria de uma doença neurológica degenerativa. Em 2012, Soler teve que deixar a administração da Fundação El Bulli, criada depois do fechamento do restaurante. "Para quem não conheça a pessoa de Juli Soler, queremos explicar que, desde sua chegada em 1981 ao restaurante El Bulli, se tornou uma figura imprescindível naquele que se considera ter sido um dos restaurantes mais influentes da história. Foi ele quem contratou Ferran Adrià. Juntos, passaram por momentos difíceis, revolucionando a experiência do comensal em um restaurante de alta gastronomia e transformaram El Bulli em um espírito que transcendeu o próprio restaurante e se transformou em uma forma de entender essa profissão, inclusive depois de seu fechamento, em 30 de julho de 2011", foi desta forma que a família de Soler anunciou, em uma carta publicada em 2012, que ele estava doente. Segundo o jornal "El País", Adrià afirmou que "está vivendo um momento muito duro". "Juli e eu tínhamos algo como um casamento, 30 anos juntos, 14 horas por dia." "Era alguém generoso e ousado, que incentivou a equipe de cozinha a fazer vanguarda mais do que negócio", disse o chef. Em San Sebantián, chefs reunidos no Centro de Culinária Basca lamentaram a morte de Soler e fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem. | comida | Morre Juli Soler, sócio do chef Ferran Adrià no premiado El BulliMorreu nesta segunda-feira (6) o sócio do chef Ferran Adrià no restaurante El Bulli, Juli Soler. Nascido em 1949, em Barcelona, o espanhol sofria de uma doença neurológica degenerativa. Em 2012, Soler teve que deixar a administração da Fundação El Bulli, criada depois do fechamento do restaurante. "Para quem não conheça a pessoa de Juli Soler, queremos explicar que, desde sua chegada em 1981 ao restaurante El Bulli, se tornou uma figura imprescindível naquele que se considera ter sido um dos restaurantes mais influentes da história. Foi ele quem contratou Ferran Adrià. Juntos, passaram por momentos difíceis, revolucionando a experiência do comensal em um restaurante de alta gastronomia e transformaram El Bulli em um espírito que transcendeu o próprio restaurante e se transformou em uma forma de entender essa profissão, inclusive depois de seu fechamento, em 30 de julho de 2011", foi desta forma que a família de Soler anunciou, em uma carta publicada em 2012, que ele estava doente. Segundo o jornal "El País", Adrià afirmou que "está vivendo um momento muito duro". "Juli e eu tínhamos algo como um casamento, 30 anos juntos, 14 horas por dia." "Era alguém generoso e ousado, que incentivou a equipe de cozinha a fazer vanguarda mais do que negócio", disse o chef. Em San Sebantián, chefs reunidos no Centro de Culinária Basca lamentaram a morte de Soler e fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem. | 21 |
Veja 49 pacotes para viajar pelo Brasil na Páscoa a partir de R$ 675 | O "Turismo" selecionou pacotes de viagens no feriado de Páscoa, que começa no próximo dia 25, em destinos do RS ao CE. Veja abaixo a seleção, em destinos no Estado de São Paulo ou para outras regiões. * VIAGENS NO ESTADO DE SP R$ 740,52 Valor por pessoa para duas noites no resort Royal Thermas, em Olímpia, com meia pensão. Sem extras. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br R$ 901 Pacote de três noites em Santo Antônio do Pinhal. Preço para o casal, com café, sem extras. Reservas: (12) 3666-2260; pousada4estacoesdepinhal.com.br R$ 928 Pacote de três noites no hotel Bourbon, em Atibaia. Valor por pessoa, com cortesia para duas crianças de até oito anos. Com pensão completa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br Observação: A CVC informou à Folha nesta sexta (11) que o pacote para Atibaia já está esgotado. R$ 1.490 Valor por pessoa para três noites em São Luiz do Paraitinga. Inclui café, city tour e trilhas pela região. Na Pisa: (11) 5052-4085; pisa.tur.br R$ 1.650 Pacote para três noites no hotel Casa Grande, no Guarujá (SP). Sem extras, inclui café e jantar. Por pessoa. Na Stella Barros: (11) 2166-2250; stellabarros.com.br R$ 1.680 Valor por pessoa para três noites em São Bento do Sapucaí, com café, dois almoços e passeios. Na Freeway: (11) 5088-0999; freewayviagens.tur.br R$ 1.800 Valor para o casal para três noites na pousada da Fazenda, em Monte Alegre do Sul. Com pensão completa. Reservas: (19) 3899-1204; pousadadafazenda.com.br R$ 1.800 Valor por três noites, com pensão completa, para casal e criança de até cinco anos no hotel-fazenda Village Montana, em Socorro. Reservas: (19) 3895-1235; villagemontana.com.br R$ 1.958 Pacote duas noites, com pensão completa, para duas pessoas e duas crianças no resort Quality, em Itupeva. Inclui traslados para parques e outlet da região. Reservas: (11) 2136-5300; qualityresortitupeva.com.br R$ 1.977 Valor para o casal, com cortesia para duas crianças de até cinco anos, no hotel Mil Flores, em Bragança Paulista, com pensão completa. Reservas: (11) 99940-0333; hotelmilflores.com.br R$ 1.990 Valor por pessoa para três noites na região da serra da Bocaina. Inclui pensão completa, city tour e visita ao parque nacional. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br R$ 2.040 Pacote para casal para três noites em São José do Barreiro. Inclui todas as refeições e trekking pela região. Na MW: (12) 3117-1220; mwtrekking.com.br R$ 2.403 Pacote de três noites, para duas pessoas, no hotel-fazenda Salto Grande, em Araraquara, com pensão completa. Reservas: (16) 3301-2160; hotelfazendasaltogrande.com.br R$ 2.680 Três noites no Brotas Eco Resort. Valor para casal e criança de até nove anos, com pensão completa, tour e um ingresso por quarto para o planetário. Reservas: (14) 3653-9999; brotasecoresort.com.br R$ 3.450 Pacote para casal e duas crianças de até 12 anos para três noites no hotel Estância Atibainha, em Nazaré Paulista. Com pensão completa. Reservas: (11) 3331-3114; hotelestanciaatibainha.com.br R$ 3.656,55 Valor para três noites, para duas pessoas mais criança de até dez anos, no hotel Costa Verde Tabatinga, em Caraguatatuba. Inclui atividades de Páscoa e duas refeições diárias. Reservas: (12) 3884-9339; tabatingahotel.com.br R$ 3.960 Pacote de três noites para o casal e criança de até dois anos no hotel-fazenda Mazzaropi. Com pensão completa, sem extras. Reservas: 0800-117877; mazzaropi.com.br R$ 5.470 Valor para casal e criança de até cinco anos por três noites no hotel Toriba, em Campos do Jordão. Inclui café, passaporte para o centro de lazer Tarundu e oficinas para crianças. Reservas: 0800-178179; toriba.com.br R$ 6.540 Pacote para duas pessoas no hotel Nau Royal, em São Sebastião. Inclui café e chá da tarde. Reservas: (12) 3865-4486; nauroyal.com.br R$ 6.634,80 Valor para duas pessoas e duas crianças de até 12 anos no Mavsa Resort, em Cesário Lange, em regime all inclusive. Inclui oficinas e atividades de Páscoa. Reservas: (15) 3246-8200; mavsaresort.com * VIAGENS PARA OUTROS ESTADOS R$ 675 Pacote de duas noites em Gramado (RS), com café e aéreo. Valor por pessoa. Na Decolar: decolar.com R$ 832 Valor para três noites em Gramado, com café e aéreo. Sem extras, por pessoa. Na Addin: (11) 3129-8928; addin.com.br R$ 958,41 Valor para duas noites em Fortaleza (CE), com café e aéreo, sem extras. Preço por pessoa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 970 Valor por pessoa para pacote de sete noites em Porto Seguro (BA). Com aéreo, café e passeio. Na Flytour: (11) 4004-0088; flytour.com.br R$ 1.020 Pacote de três noites no hotel Vila Galé de Salvador (BA). Sem aéreo, com café. Valor para duas pessoas. Reservas: (71) 3263-8888; vilagale.com R$ 1.044,90 Pacote de três noites em Caldas Novas (GO), para casal e duas crianças de até 12 anos. Sem aéreo, em regime de meia pensão. Reservas: 0800-627575; hoteisprive.com.br R$ 1.176 Quatro noites em Gramado, com café e passeios. Sem aéreo, por pessoa. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 1220,90 Por pessoa, para três noites em Porto de Galinhas (PE). Inclui café e aéreo. Na Forma Family: (11) 5053-2810; formafamily.com.br R$ 1.380 Pacote de duas noites na pousada Vila Kalango, em Jericoacoara (CE). Sem aéreo, com traslados e café. Valor para casal. Reservas: (81) 3669-2289; vilakalango.com.br R$ 1.389 Três noites em Maceió (AL), com café e passeio pela cidade. Valor por pessoa, inclui aéreo. Na Visual: (11) 3235-2000; visualonline.com.br R$ 1.389 Valor por pessoa para três noites em Natal (RN). Inclui aéreo, traslados, city tour e café. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.563 Valor por pessoa para três noites na Serra do Cipó (MG). Sem aéreo, com café, traslados e passeios passeios. Na Cia Eco: (11) 5571-2525; ciaeco.tur.br R$ 1.740 Valor por pessoa para três noites na Chapada dos Veadeiros (GO). Sem aéreo, inclui café, traslados e passeios. Na Venturas: (11) 3879-9494; venturas.com.br R$ 1.788 Pacote para três noites no resort Wish Serrano, em Gramado (RS). Sem aéreo, por pessoa. Meia pensão, com atividades como degustação de vinhos e oficinas para crianças. Reservas: 0800-6008088; wishserrano.com.br R$ 1.965 Valor para duas noites no hotel PortoBay de Búzios (RJ). Com café, sem extras. Por pessoa. Reservas: (22) 2623-2823; portobay.com R$ 1.990 Valor para duas noites em Brumadinho (MG). Preço por pessoa, com aéreo, café e visita a Inhotim e à gruta do Maquiné. Na Sem Fronteiras: (11) 3853-4401; semfronteiras.tur.br R$ 2.014 Quatro noites em Foz do Iguaçu (PR). Valor por pessoa, com aéreo, café e passeios para as cataratas, compras e parques. Na Trip4u: (21) 3449-3545; trip4u.com.br R$ 2.200 Pacote para casal e criança de até cinco anos para três noites na pousada Porto Imperial, em Paraty (RJ). Com café, sem aéreo ou extras. Reservas: (24) 3371-2323; portoimperial.com.br R$ 2.270 Valor para duas pessoas por duas noites no resort Il Campanario, em Florianópolis (SC). Com café, sem extras. Reservas: (48) 3261-6000; ilcampanario.com.br R$ 2.329 Pacote de quatro noites na pousada Vovó Carolina, em Gramado, com café. Preço por pessoa, inclui aéreo, traslados e passeios. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.820 Valor para duas pessoas e duas crianças de até 12 anos no Grand Mercure Summerville, em Ipojuca (PE). Com pensão completa e programação de Páscoa. Reservas: (81) 3302-4446; grandmercure.com.br R$ 2.933 Valor por pessoa para três noites na pousada do complexo Rio Quente. Inclui café e almoço, acesso ao Hot Park e aéreo. Reservas: (64) 3512-8040; rioquenteresorts.com.br R$ 3.235,80 Pacote para duas pessoas por duas noites no Copacabana Palace, no Rio. Com café, garrafa de espumante, uma massagem e oficinas para crianças. Reservas: (21) 2545-8787; belmond.com R$ 3.330 Três noites no hotel Transamérica da ilha de Comandatuba (BA). Valor por pessoa, com meia pensão, sem aéreo. Na Teresa Perez: (11) 3799-4000; teresaperez.com.br R$ 3.399,60 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Transamérica na ilha de Comandatuba (BA), com meia pensão e aéreo. Na TAM Viagens: (11) 3274-1313; tamviagens.com.br R$ 3.660 Valor para duas pessoas, mais cortesia para criança de até 12 anos, para três noites no hotel Le Canton, em Teresópólis (RJ). Com pensão completa e atividades de Páscoa. Reservas: 4000-1150; lecanton.com.br R$ 4.338 Valor por pessoa para sete noites no hotel Beach Park Oceani, em Fortaleza. Inclui aéreo, café e jantar e acesso ao parque aquático. Reservas: (11) 3888-1114; beachpark.com.br R$ 4.784,70 Valor para duas pessoas por três noites no resort Infinity Blue, em Balneário Camboriú (SC). Sem aéreo, inclui todas as refeições (com almoço especial) e dá direito a cortesia para criança de até cinco anos. Reservas: (47) 3261-0300; infinityblue.com.br R$ 24.800 Pacote de quatro diárias no hotel Saint Andrews, em Gramado. Sem aéreo, com café, jantar e brunch de Páscoa e massagem. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br | turismo | Veja 49 pacotes para viajar pelo Brasil na Páscoa a partir de R$ 675O "Turismo" selecionou pacotes de viagens no feriado de Páscoa, que começa no próximo dia 25, em destinos do RS ao CE. Veja abaixo a seleção, em destinos no Estado de São Paulo ou para outras regiões. * VIAGENS NO ESTADO DE SP R$ 740,52 Valor por pessoa para duas noites no resort Royal Thermas, em Olímpia, com meia pensão. Sem extras. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br R$ 901 Pacote de três noites em Santo Antônio do Pinhal. Preço para o casal, com café, sem extras. Reservas: (12) 3666-2260; pousada4estacoesdepinhal.com.br R$ 928 Pacote de três noites no hotel Bourbon, em Atibaia. Valor por pessoa, com cortesia para duas crianças de até oito anos. Com pensão completa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br Observação: A CVC informou à Folha nesta sexta (11) que o pacote para Atibaia já está esgotado. R$ 1.490 Valor por pessoa para três noites em São Luiz do Paraitinga. Inclui café, city tour e trilhas pela região. Na Pisa: (11) 5052-4085; pisa.tur.br R$ 1.650 Pacote para três noites no hotel Casa Grande, no Guarujá (SP). Sem extras, inclui café e jantar. Por pessoa. Na Stella Barros: (11) 2166-2250; stellabarros.com.br R$ 1.680 Valor por pessoa para três noites em São Bento do Sapucaí, com café, dois almoços e passeios. Na Freeway: (11) 5088-0999; freewayviagens.tur.br R$ 1.800 Valor para o casal para três noites na pousada da Fazenda, em Monte Alegre do Sul. Com pensão completa. Reservas: (19) 3899-1204; pousadadafazenda.com.br R$ 1.800 Valor por três noites, com pensão completa, para casal e criança de até cinco anos no hotel-fazenda Village Montana, em Socorro. Reservas: (19) 3895-1235; villagemontana.com.br R$ 1.958 Pacote duas noites, com pensão completa, para duas pessoas e duas crianças no resort Quality, em Itupeva. Inclui traslados para parques e outlet da região. Reservas: (11) 2136-5300; qualityresortitupeva.com.br R$ 1.977 Valor para o casal, com cortesia para duas crianças de até cinco anos, no hotel Mil Flores, em Bragança Paulista, com pensão completa. Reservas: (11) 99940-0333; hotelmilflores.com.br R$ 1.990 Valor por pessoa para três noites na região da serra da Bocaina. Inclui pensão completa, city tour e visita ao parque nacional. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br R$ 2.040 Pacote para casal para três noites em São José do Barreiro. Inclui todas as refeições e trekking pela região. Na MW: (12) 3117-1220; mwtrekking.com.br R$ 2.403 Pacote de três noites, para duas pessoas, no hotel-fazenda Salto Grande, em Araraquara, com pensão completa. Reservas: (16) 3301-2160; hotelfazendasaltogrande.com.br R$ 2.680 Três noites no Brotas Eco Resort. Valor para casal e criança de até nove anos, com pensão completa, tour e um ingresso por quarto para o planetário. Reservas: (14) 3653-9999; brotasecoresort.com.br R$ 3.450 Pacote para casal e duas crianças de até 12 anos para três noites no hotel Estância Atibainha, em Nazaré Paulista. Com pensão completa. Reservas: (11) 3331-3114; hotelestanciaatibainha.com.br R$ 3.656,55 Valor para três noites, para duas pessoas mais criança de até dez anos, no hotel Costa Verde Tabatinga, em Caraguatatuba. Inclui atividades de Páscoa e duas refeições diárias. Reservas: (12) 3884-9339; tabatingahotel.com.br R$ 3.960 Pacote de três noites para o casal e criança de até dois anos no hotel-fazenda Mazzaropi. Com pensão completa, sem extras. Reservas: 0800-117877; mazzaropi.com.br R$ 5.470 Valor para casal e criança de até cinco anos por três noites no hotel Toriba, em Campos do Jordão. Inclui café, passaporte para o centro de lazer Tarundu e oficinas para crianças. Reservas: 0800-178179; toriba.com.br R$ 6.540 Pacote para duas pessoas no hotel Nau Royal, em São Sebastião. Inclui café e chá da tarde. Reservas: (12) 3865-4486; nauroyal.com.br R$ 6.634,80 Valor para duas pessoas e duas crianças de até 12 anos no Mavsa Resort, em Cesário Lange, em regime all inclusive. Inclui oficinas e atividades de Páscoa. Reservas: (15) 3246-8200; mavsaresort.com * VIAGENS PARA OUTROS ESTADOS R$ 675 Pacote de duas noites em Gramado (RS), com café e aéreo. Valor por pessoa. Na Decolar: decolar.com R$ 832 Valor para três noites em Gramado, com café e aéreo. Sem extras, por pessoa. Na Addin: (11) 3129-8928; addin.com.br R$ 958,41 Valor para duas noites em Fortaleza (CE), com café e aéreo, sem extras. Preço por pessoa. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br R$ 970 Valor por pessoa para pacote de sete noites em Porto Seguro (BA). Com aéreo, café e passeio. Na Flytour: (11) 4004-0088; flytour.com.br R$ 1.020 Pacote de três noites no hotel Vila Galé de Salvador (BA). Sem aéreo, com café. Valor para duas pessoas. Reservas: (71) 3263-8888; vilagale.com R$ 1.044,90 Pacote de três noites em Caldas Novas (GO), para casal e duas crianças de até 12 anos. Sem aéreo, em regime de meia pensão. Reservas: 0800-627575; hoteisprive.com.br R$ 1.176 Quatro noites em Gramado, com café e passeios. Sem aéreo, por pessoa. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br R$ 1220,90 Por pessoa, para três noites em Porto de Galinhas (PE). Inclui café e aéreo. Na Forma Family: (11) 5053-2810; formafamily.com.br R$ 1.380 Pacote de duas noites na pousada Vila Kalango, em Jericoacoara (CE). Sem aéreo, com traslados e café. Valor para casal. Reservas: (81) 3669-2289; vilakalango.com.br R$ 1.389 Três noites em Maceió (AL), com café e passeio pela cidade. Valor por pessoa, inclui aéreo. Na Visual: (11) 3235-2000; visualonline.com.br R$ 1.389 Valor por pessoa para três noites em Natal (RN). Inclui aéreo, traslados, city tour e café. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 1.563 Valor por pessoa para três noites na Serra do Cipó (MG). Sem aéreo, com café, traslados e passeios passeios. Na Cia Eco: (11) 5571-2525; ciaeco.tur.br R$ 1.740 Valor por pessoa para três noites na Chapada dos Veadeiros (GO). Sem aéreo, inclui café, traslados e passeios. Na Venturas: (11) 3879-9494; venturas.com.br R$ 1.788 Pacote para três noites no resort Wish Serrano, em Gramado (RS). Sem aéreo, por pessoa. Meia pensão, com atividades como degustação de vinhos e oficinas para crianças. Reservas: 0800-6008088; wishserrano.com.br R$ 1.965 Valor para duas noites no hotel PortoBay de Búzios (RJ). Com café, sem extras. Por pessoa. Reservas: (22) 2623-2823; portobay.com R$ 1.990 Valor para duas noites em Brumadinho (MG). Preço por pessoa, com aéreo, café e visita a Inhotim e à gruta do Maquiné. Na Sem Fronteiras: (11) 3853-4401; semfronteiras.tur.br R$ 2.014 Quatro noites em Foz do Iguaçu (PR). Valor por pessoa, com aéreo, café e passeios para as cataratas, compras e parques. Na Trip4u: (21) 3449-3545; trip4u.com.br R$ 2.200 Pacote para casal e criança de até cinco anos para três noites na pousada Porto Imperial, em Paraty (RJ). Com café, sem aéreo ou extras. Reservas: (24) 3371-2323; portoimperial.com.br R$ 2.270 Valor para duas pessoas por duas noites no resort Il Campanario, em Florianópolis (SC). Com café, sem extras. Reservas: (48) 3261-6000; ilcampanario.com.br R$ 2.329 Pacote de quatro noites na pousada Vovó Carolina, em Gramado, com café. Preço por pessoa, inclui aéreo, traslados e passeios. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 2.820 Valor para duas pessoas e duas crianças de até 12 anos no Grand Mercure Summerville, em Ipojuca (PE). Com pensão completa e programação de Páscoa. Reservas: (81) 3302-4446; grandmercure.com.br R$ 2.933 Valor por pessoa para três noites na pousada do complexo Rio Quente. Inclui café e almoço, acesso ao Hot Park e aéreo. Reservas: (64) 3512-8040; rioquenteresorts.com.br R$ 3.235,80 Pacote para duas pessoas por duas noites no Copacabana Palace, no Rio. Com café, garrafa de espumante, uma massagem e oficinas para crianças. Reservas: (21) 2545-8787; belmond.com R$ 3.330 Três noites no hotel Transamérica da ilha de Comandatuba (BA). Valor por pessoa, com meia pensão, sem aéreo. Na Teresa Perez: (11) 3799-4000; teresaperez.com.br R$ 3.399,60 Valor por pessoa para quatro noites no hotel Transamérica na ilha de Comandatuba (BA), com meia pensão e aéreo. Na TAM Viagens: (11) 3274-1313; tamviagens.com.br R$ 3.660 Valor para duas pessoas, mais cortesia para criança de até 12 anos, para três noites no hotel Le Canton, em Teresópólis (RJ). Com pensão completa e atividades de Páscoa. Reservas: 4000-1150; lecanton.com.br R$ 4.338 Valor por pessoa para sete noites no hotel Beach Park Oceani, em Fortaleza. Inclui aéreo, café e jantar e acesso ao parque aquático. Reservas: (11) 3888-1114; beachpark.com.br R$ 4.784,70 Valor para duas pessoas por três noites no resort Infinity Blue, em Balneário Camboriú (SC). Sem aéreo, inclui todas as refeições (com almoço especial) e dá direito a cortesia para criança de até cinco anos. Reservas: (47) 3261-0300; infinityblue.com.br R$ 24.800 Pacote de quatro diárias no hotel Saint Andrews, em Gramado. Sem aéreo, com café, jantar e brunch de Páscoa e massagem. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br | 13 |
Exposição no Masp resgata criticismo do argentino León Ferrari | Quase toda vez que se fala do argentino León Ferrari, morto em 2013, aos 92 anos, um aposto segue após seu nome –a informação de que ele foi considerado pelo "New York Times" um dos cinco artistas mais importantes e provocadores do mundo. Em entrevista concedida no último ano de sua vida, quando questionado sobre o título, Ferrari riu e fez que não deu bola: "Não acho que exista 'New York Times', nem 'Le Monde', nem ninguém que possa consagrar uma pessoa. O que talvez possa um pouco é a obra que ela faz", disse. E é parte dessa produção, que de fato o consagrou, que estará exposta até dia 21 de fevereiro de 2016 no Masp (Museu de Arte de São Paulo), preenchendo duas salas da galeria do primeiro subsolo. O argentino, por mais inusitado que pareça, é o artista contemporâneo que possui maior representatividade em número de obras no acervo da instituição, segundo os curadores Julieta González e Tomás Toledo. Antes de deixar o Brasil –onde se exilou por 15 anos, de 1976 a 1991, após ter um filho sequestrado e morto no regime ditatorial da Argentina–, Ferrari fez doações de trabalhos para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea e o Masp, para o qual cedeu 81 peças, que incluem impressões em xerox, gravuras e desenhos. À exceção de duas pinturas da década de 1990, um objeto, duas esculturas e uma série de xerox, todas podem ser vistas na exposição "León Ferarri: Entre Ditaduras", que possui o mérito de apresentar pela primeira vez os trabalhos em conjunto. "Quisemos concentrar no período em que León esteve no Brasil, porque ele fugiu de um regime ditatorial para um país que também estava vivendo sob ditadura", explica Julieta, curadora-adjunta no Masp e curadora chefe do Museu Jumex, na Cidade do México. O argentino, cujo pai era um artista italiano que pintava afrescos em igrejas, ajudando também a construi-las e restaurá-las, chegou a dizer que existem duas formas de se fazer arte: uma, completamente inofensiva; outra, contestatória, política, contra o poder e contra a religião. BLASFEMO As obras produzidas no período em que viveu no Brasil, certamente, fazem parte desse segundo time, dando continuidade à forma de pensamento do artista que tem como sua peça mais famosa "A Civilização Ocidental e Cristã", de 1965 –um avião de bombardeio americano com uma estátua de Cristo fixada nele. Em 2004, inclusive, Ferrari foi chamado de "blasfemo" pelo papa Francisco, na época ainda arcepisbo Jorge Mario Bergoglio. Entre os trabalhos exibidos no Masp, o artista critica nas séries "Parahereges" (1986) e "Parahereges II" (1988) o conservadorismo da Igreja Católica, justapondo imagens renascentistas a cenas eróticas e passagens apocalípticas ao sexo explícito. Já em algumas obras que pertencem a "Xerox" (1972-1986), Ferrari povoa edifícios e labirintos com a representação da figura humana repetida à exaustão, uma forma de discutir o controle da população e sua regulamentação pelo Estado. Os desenhos seduzem o espectador pelo nível de detalhes e exigem atenção, causando uma absorção quase religiosa. ENTRE DITADURAS QUANDO ter. a dom., das 10h às 18h; até 21/2/2016 ONDE Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3149-5959 QUANTO R$ 12 a R$ 25, grátis às terças, durante todo o dia, e às quintas, a partir das 17h | ilustrada | Exposição no Masp resgata criticismo do argentino León FerrariQuase toda vez que se fala do argentino León Ferrari, morto em 2013, aos 92 anos, um aposto segue após seu nome –a informação de que ele foi considerado pelo "New York Times" um dos cinco artistas mais importantes e provocadores do mundo. Em entrevista concedida no último ano de sua vida, quando questionado sobre o título, Ferrari riu e fez que não deu bola: "Não acho que exista 'New York Times', nem 'Le Monde', nem ninguém que possa consagrar uma pessoa. O que talvez possa um pouco é a obra que ela faz", disse. E é parte dessa produção, que de fato o consagrou, que estará exposta até dia 21 de fevereiro de 2016 no Masp (Museu de Arte de São Paulo), preenchendo duas salas da galeria do primeiro subsolo. O argentino, por mais inusitado que pareça, é o artista contemporâneo que possui maior representatividade em número de obras no acervo da instituição, segundo os curadores Julieta González e Tomás Toledo. Antes de deixar o Brasil –onde se exilou por 15 anos, de 1976 a 1991, após ter um filho sequestrado e morto no regime ditatorial da Argentina–, Ferrari fez doações de trabalhos para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea e o Masp, para o qual cedeu 81 peças, que incluem impressões em xerox, gravuras e desenhos. À exceção de duas pinturas da década de 1990, um objeto, duas esculturas e uma série de xerox, todas podem ser vistas na exposição "León Ferarri: Entre Ditaduras", que possui o mérito de apresentar pela primeira vez os trabalhos em conjunto. "Quisemos concentrar no período em que León esteve no Brasil, porque ele fugiu de um regime ditatorial para um país que também estava vivendo sob ditadura", explica Julieta, curadora-adjunta no Masp e curadora chefe do Museu Jumex, na Cidade do México. O argentino, cujo pai era um artista italiano que pintava afrescos em igrejas, ajudando também a construi-las e restaurá-las, chegou a dizer que existem duas formas de se fazer arte: uma, completamente inofensiva; outra, contestatória, política, contra o poder e contra a religião. BLASFEMO As obras produzidas no período em que viveu no Brasil, certamente, fazem parte desse segundo time, dando continuidade à forma de pensamento do artista que tem como sua peça mais famosa "A Civilização Ocidental e Cristã", de 1965 –um avião de bombardeio americano com uma estátua de Cristo fixada nele. Em 2004, inclusive, Ferrari foi chamado de "blasfemo" pelo papa Francisco, na época ainda arcepisbo Jorge Mario Bergoglio. Entre os trabalhos exibidos no Masp, o artista critica nas séries "Parahereges" (1986) e "Parahereges II" (1988) o conservadorismo da Igreja Católica, justapondo imagens renascentistas a cenas eróticas e passagens apocalípticas ao sexo explícito. Já em algumas obras que pertencem a "Xerox" (1972-1986), Ferrari povoa edifícios e labirintos com a representação da figura humana repetida à exaustão, uma forma de discutir o controle da população e sua regulamentação pelo Estado. Os desenhos seduzem o espectador pelo nível de detalhes e exigem atenção, causando uma absorção quase religiosa. ENTRE DITADURAS QUANDO ter. a dom., das 10h às 18h; até 21/2/2016 ONDE Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3149-5959 QUANTO R$ 12 a R$ 25, grátis às terças, durante todo o dia, e às quintas, a partir das 17h | 6 |
Cientistas encontram resquícios de um massacre de 6.000 anos atrás | Uma equipe de arqueólogos descobriu vestígios de um massacre ocorrido há mais de 6.000 anos no leste da França. Segundo os pesquisadores, o local teria presenciado um episódio de "fúria guerreira" contra invasores. Em Achenheim, a cerca de 10 km de Estrasburgo, uma equipe do Inrap (Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva da França) descobriu um conjunto de mais de 300 fossas cobertas que serviam principalmente para armazenar grãos e outros produtos durante o período neolítico. As fossas estão localizadas em um grande recinto em forma de "v", um esconderijo intrincado que provavelmente era usado para que as pessoas se protegessem em um período de grande insegurança durante o neolítico médio, entre 4400 e 4200. Na parte inferior de um dos depósitos foram encontrados restos de dez cadáveres, aparentemente de vítimas de uma chacina. Os arqueólogos encontraram seis esqueletos completos com várias fraturas, especialmente nas pernas, mãos e no crânio. Os pesquisadores acreditam que as ossadas sejam de guerreiros, uma vez que todos os mortos eram do sexo masculino. "Eles foram brutalmente torturados e receberam golpes violentos, com membros esmagados por machados de pedra", diz o pesquisador Philippe Lefranc, um dos responsáveis pela descoberta. A forma como os corpos foram encontrados, empilhados uns sobre os outros, sugere que tenham sido mortos no mesmo dia. Naquela época e região, os corpos costumavam ser enterrados em urnas circulares. Foram encontrados ainda quatro braços de três homens e de um jovem com idade entre 12 e 16 anos. Segundo Lefranc, os membros eram usados como "troféus de guerra" pelos vencedores do conflito. Os pesquisadores supõem que os mortos tenham sido invasores que chegaram àquela região. | ciencia | Cientistas encontram resquícios de um massacre de 6.000 anos atrásUma equipe de arqueólogos descobriu vestígios de um massacre ocorrido há mais de 6.000 anos no leste da França. Segundo os pesquisadores, o local teria presenciado um episódio de "fúria guerreira" contra invasores. Em Achenheim, a cerca de 10 km de Estrasburgo, uma equipe do Inrap (Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva da França) descobriu um conjunto de mais de 300 fossas cobertas que serviam principalmente para armazenar grãos e outros produtos durante o período neolítico. As fossas estão localizadas em um grande recinto em forma de "v", um esconderijo intrincado que provavelmente era usado para que as pessoas se protegessem em um período de grande insegurança durante o neolítico médio, entre 4400 e 4200. Na parte inferior de um dos depósitos foram encontrados restos de dez cadáveres, aparentemente de vítimas de uma chacina. Os arqueólogos encontraram seis esqueletos completos com várias fraturas, especialmente nas pernas, mãos e no crânio. Os pesquisadores acreditam que as ossadas sejam de guerreiros, uma vez que todos os mortos eram do sexo masculino. "Eles foram brutalmente torturados e receberam golpes violentos, com membros esmagados por machados de pedra", diz o pesquisador Philippe Lefranc, um dos responsáveis pela descoberta. A forma como os corpos foram encontrados, empilhados uns sobre os outros, sugere que tenham sido mortos no mesmo dia. Naquela época e região, os corpos costumavam ser enterrados em urnas circulares. Foram encontrados ainda quatro braços de três homens e de um jovem com idade entre 12 e 16 anos. Segundo Lefranc, os membros eram usados como "troféus de guerra" pelos vencedores do conflito. Os pesquisadores supõem que os mortos tenham sido invasores que chegaram àquela região. | 15 |
Tailândia abre a primeira clínica para a saúde de transgêneros da Ásia | Kanattsanan "Mukk" Dokput tinha 27 anos quando aplicou na coxa a primeira injeção de testosterona obtida no mercado negro. Ele escolheu uma dose recomendada por veteranos da terapia hormonal feita em casa. A agulha era curta demais para atingir os músculos; sua coxa toda inchou, dolorosamente. Aquela primeira injeção veio depois de nove anos de obsessão, deflagrada por um documentário sobre cirurgia de mudança de sexo. Ao final do programa, ele disse consigo mesmo que "é isso que vou fazer". A mãe de Mukk foi a primeira a ser informada do plano. "Você não poderia ser só uma menina moleque?", ela perguntou, usando a palavra inglesa "tomboy", que descreve meninas de comportamento e aparência masculinizados. Sim, respondeu Mukk. "Mas serei infeliz pelo resto da vida". Mukk nasceu mulher mas mostrava tendências masculinas desde muito cedo. Sua mãe precisava persegui-lo pela casa para fazê-lo vestir a saia usada pelas meninas no jardim da infância. Ele chorava o dia inteiro, até ser autorizado a tirá-la. Muito mais injeções viriam. Durante o primeiro ano, Mukk lutou com a mecânica de colocar hormônios masculinos em seu corpo. No segundo, terceiro e quarto, e já havia se tornado especialista. Mas ocasionalmente o tratamento feito em casa lhe causava tontura, entre outros efeitos colaterais. No final do ano passado, ele começou a sofrer de fadiga crônica. Embora o restante do mundo esteja apenas começando a compartilhar da consciência que a Tailândia tem quanto ao pleno espectro dos gêneros e identidades sexuais, a atenção, aqui e no resto do mundo, se concentra nas mulheres transgênero. Existe uma base ampla de conhecimento e apoio comunitário às mulheres transgênero, que na Tailândia muitas vezes começam seu tratamento hormonal assim que chegam à puberdade. Para os homens transgênero, não há muita assistência disponível. Eles compartilham das necessidades médicas das mulheres, mas colocam a saúde em risco ao realizarem sozinhos o tratamento que lhes permite concretizar plenamente sua identidade. Isso mudou no final do ano passado com a abertura da primeira clínica de saúde transgênero da Tailândia e de toda a Ásia. No Tangerine Health Community Center, Mukk descobriu com a ajuda dos médicos que seu fígado havia sofrido danos depois de anos de doses excessivas de testosterona, apresentando níveis duas vezes superiores aos naturais para os homens. A clínica Tangerine oferece serviços completos para clientes transgêneros, entre os quais aconselhamento psicossocial, vacinas, tratamento hormonal, exames papanicolau e exames quanto a doenças sexualmente transmissíveis. Como Mukk descobriu, doses excessivas de hormônios são comuns entre os homens transgênero, que ocasionalmente exageram por desejo de se tornarem mais "machos". "A forma de ministrar testosterona vem sendo difundida de pessoa a pessoa, de um homem transgênero ao próximo. Há muitos casos de doses excessivas de hormônio, teor elevado de gordura no sangue e diabetes em longo prazo", disse o Dr. Nittaya Phanuphak Pungpapong, diretor médico da clínica. Ele afirmou que a clínica não estava ciente da demanda por serviços aos homens transgêneros até que abriu as portas e encontrou uma fila cujos primeiros lugares estavam todos ocupados por mulheres transgênero em transição para serem homens. "Não esperamos ver tantos homens transgênero nos procurando", disse Nittaya, que também comanda os esforços de prevenção da Aids da Cruz Vermelha na Tailândia. "Isso demonstra que eles não tinham serviços como esse à sua disposição anteriormente, e que estavam esperando há muito tempo que algo assim surgisse". Um quarto dos cerca de 200 clientes da clínica são homens. Embora seja fácil encontrar hospitais que oferecem cirurgias de mudança de sexo, Nittaya afirma que a maioria deles não oferece o acompanhamento clínico disponível na Tangerine, como terapia hormonal, testes de equilíbrio hormonal, exames de sangue e exames papanicolau. Ainda que a Tailândia seja tolerante quanto à diversidade de identidades, isso não significa que as atitudes no país sejam progressistas. "Na Tailândia, as pessoas transgênero têm acesso limitado a serviços de saúde porque sofreram experiências desagradáveis de estigma e discriminação", disse Nittaya. "Portanto, queremos ser uma clínica que trata os transgênero amistosamente, a fim de eliminar o estigma e a discriminação aos trans". Com cabelos curtos, barba no queixo, peito liso e voz grossa, Mukk parece qualquer homem dos seus 30 e poucos anos. Mas basta conversar um pouco com ele que logo surge a revelação de que no passado ele estudou em uma escola para meninas. Mukk fez uma cirurgia de remoção de seios mais ou menos quando começou a tomar hormônios, Mas porque é provável que ele sempre tenha ovários, uma vagina e as necessidades médicas que estes acarretam, as coisas se complicam quando ele está na sala de espera de ginecologia de um hospital, em meio a dezenas de mulheres. Ele não gosta de mostrar seus documentos de identidade, que o descrevem como mulher. "Não acho certo, de jeito algum", ele disse. "Sinto-me desconfortável e embaraçado, e acredito que as mulheres que ficam me olhando feio sentiriam a mesma coisa". Como parte da primeira clínica anônima da Ásia, a Tangerine procura operar com delicadeza. Em lugar de nomes de pacientes serem gritados em alto-falantes, eles são chamados por meio de códigos. O custo era outra barreira. "Esse é o principal problema para tantos homens trans escolham se aplicar as injeções sozinhos e adquirir hormônios no mercado negro", disse Mukk. Na Tangerine, uma consulta custa 300 baht (U$ 8), cerca de um terço do preço dos hospitais privados. Cianan Russell, 33, um norte-americano que recorre à Tangerine para tratamento hormonal, disse que não é preciso muito tempo para perceber que o termo "transgênero" quase sempre é usado para descrever mulheres trans. Russell, ativista que fez a transição de mulher a homem em 2001, disse que enfrentou dificuldades para encontrar serviços em seus três primeiros anos em Bancoc. "Não encontrei lugar algum em que me sentisse confortável para realizar exames de sangue", ele disse. Mesmo ir a um médico que não esteja familiarizado com as questões transgênero pode ser traumático, ele disse. "Isso faz com que as pessoas simplesmente não vão. Elas não o fazem. Ou não o fazem com a frequência necessária. E de repente aparecem com câncer do colo do útero em estágio 4, e só descobrem tarde demais". Isso torna indispensáveis clínicas como a Tangerine. "É só o que eles fazem, garantir que as pessoas trans obtenham tratamento efetivo e respeitoso", ele afirmou. Financiada pela Usaid e pela Cruz Vermelha da Tailândia, a Tangerine Clinic tem parceiros em diversas organizações LGBT locais e regionais, como a Sisters, Asia Pacific Transgender Network e Thai Transgender Alliance. Colaborou SASIWAN MOKKHASEN Tradução de PAULO MIGLIACCI Widget - | ciencia | Tailândia abre a primeira clínica para a saúde de transgêneros da ÁsiaKanattsanan "Mukk" Dokput tinha 27 anos quando aplicou na coxa a primeira injeção de testosterona obtida no mercado negro. Ele escolheu uma dose recomendada por veteranos da terapia hormonal feita em casa. A agulha era curta demais para atingir os músculos; sua coxa toda inchou, dolorosamente. Aquela primeira injeção veio depois de nove anos de obsessão, deflagrada por um documentário sobre cirurgia de mudança de sexo. Ao final do programa, ele disse consigo mesmo que "é isso que vou fazer". A mãe de Mukk foi a primeira a ser informada do plano. "Você não poderia ser só uma menina moleque?", ela perguntou, usando a palavra inglesa "tomboy", que descreve meninas de comportamento e aparência masculinizados. Sim, respondeu Mukk. "Mas serei infeliz pelo resto da vida". Mukk nasceu mulher mas mostrava tendências masculinas desde muito cedo. Sua mãe precisava persegui-lo pela casa para fazê-lo vestir a saia usada pelas meninas no jardim da infância. Ele chorava o dia inteiro, até ser autorizado a tirá-la. Muito mais injeções viriam. Durante o primeiro ano, Mukk lutou com a mecânica de colocar hormônios masculinos em seu corpo. No segundo, terceiro e quarto, e já havia se tornado especialista. Mas ocasionalmente o tratamento feito em casa lhe causava tontura, entre outros efeitos colaterais. No final do ano passado, ele começou a sofrer de fadiga crônica. Embora o restante do mundo esteja apenas começando a compartilhar da consciência que a Tailândia tem quanto ao pleno espectro dos gêneros e identidades sexuais, a atenção, aqui e no resto do mundo, se concentra nas mulheres transgênero. Existe uma base ampla de conhecimento e apoio comunitário às mulheres transgênero, que na Tailândia muitas vezes começam seu tratamento hormonal assim que chegam à puberdade. Para os homens transgênero, não há muita assistência disponível. Eles compartilham das necessidades médicas das mulheres, mas colocam a saúde em risco ao realizarem sozinhos o tratamento que lhes permite concretizar plenamente sua identidade. Isso mudou no final do ano passado com a abertura da primeira clínica de saúde transgênero da Tailândia e de toda a Ásia. No Tangerine Health Community Center, Mukk descobriu com a ajuda dos médicos que seu fígado havia sofrido danos depois de anos de doses excessivas de testosterona, apresentando níveis duas vezes superiores aos naturais para os homens. A clínica Tangerine oferece serviços completos para clientes transgêneros, entre os quais aconselhamento psicossocial, vacinas, tratamento hormonal, exames papanicolau e exames quanto a doenças sexualmente transmissíveis. Como Mukk descobriu, doses excessivas de hormônios são comuns entre os homens transgênero, que ocasionalmente exageram por desejo de se tornarem mais "machos". "A forma de ministrar testosterona vem sendo difundida de pessoa a pessoa, de um homem transgênero ao próximo. Há muitos casos de doses excessivas de hormônio, teor elevado de gordura no sangue e diabetes em longo prazo", disse o Dr. Nittaya Phanuphak Pungpapong, diretor médico da clínica. Ele afirmou que a clínica não estava ciente da demanda por serviços aos homens transgêneros até que abriu as portas e encontrou uma fila cujos primeiros lugares estavam todos ocupados por mulheres transgênero em transição para serem homens. "Não esperamos ver tantos homens transgênero nos procurando", disse Nittaya, que também comanda os esforços de prevenção da Aids da Cruz Vermelha na Tailândia. "Isso demonstra que eles não tinham serviços como esse à sua disposição anteriormente, e que estavam esperando há muito tempo que algo assim surgisse". Um quarto dos cerca de 200 clientes da clínica são homens. Embora seja fácil encontrar hospitais que oferecem cirurgias de mudança de sexo, Nittaya afirma que a maioria deles não oferece o acompanhamento clínico disponível na Tangerine, como terapia hormonal, testes de equilíbrio hormonal, exames de sangue e exames papanicolau. Ainda que a Tailândia seja tolerante quanto à diversidade de identidades, isso não significa que as atitudes no país sejam progressistas. "Na Tailândia, as pessoas transgênero têm acesso limitado a serviços de saúde porque sofreram experiências desagradáveis de estigma e discriminação", disse Nittaya. "Portanto, queremos ser uma clínica que trata os transgênero amistosamente, a fim de eliminar o estigma e a discriminação aos trans". Com cabelos curtos, barba no queixo, peito liso e voz grossa, Mukk parece qualquer homem dos seus 30 e poucos anos. Mas basta conversar um pouco com ele que logo surge a revelação de que no passado ele estudou em uma escola para meninas. Mukk fez uma cirurgia de remoção de seios mais ou menos quando começou a tomar hormônios, Mas porque é provável que ele sempre tenha ovários, uma vagina e as necessidades médicas que estes acarretam, as coisas se complicam quando ele está na sala de espera de ginecologia de um hospital, em meio a dezenas de mulheres. Ele não gosta de mostrar seus documentos de identidade, que o descrevem como mulher. "Não acho certo, de jeito algum", ele disse. "Sinto-me desconfortável e embaraçado, e acredito que as mulheres que ficam me olhando feio sentiriam a mesma coisa". Como parte da primeira clínica anônima da Ásia, a Tangerine procura operar com delicadeza. Em lugar de nomes de pacientes serem gritados em alto-falantes, eles são chamados por meio de códigos. O custo era outra barreira. "Esse é o principal problema para tantos homens trans escolham se aplicar as injeções sozinhos e adquirir hormônios no mercado negro", disse Mukk. Na Tangerine, uma consulta custa 300 baht (U$ 8), cerca de um terço do preço dos hospitais privados. Cianan Russell, 33, um norte-americano que recorre à Tangerine para tratamento hormonal, disse que não é preciso muito tempo para perceber que o termo "transgênero" quase sempre é usado para descrever mulheres trans. Russell, ativista que fez a transição de mulher a homem em 2001, disse que enfrentou dificuldades para encontrar serviços em seus três primeiros anos em Bancoc. "Não encontrei lugar algum em que me sentisse confortável para realizar exames de sangue", ele disse. Mesmo ir a um médico que não esteja familiarizado com as questões transgênero pode ser traumático, ele disse. "Isso faz com que as pessoas simplesmente não vão. Elas não o fazem. Ou não o fazem com a frequência necessária. E de repente aparecem com câncer do colo do útero em estágio 4, e só descobrem tarde demais". Isso torna indispensáveis clínicas como a Tangerine. "É só o que eles fazem, garantir que as pessoas trans obtenham tratamento efetivo e respeitoso", ele afirmou. Financiada pela Usaid e pela Cruz Vermelha da Tailândia, a Tangerine Clinic tem parceiros em diversas organizações LGBT locais e regionais, como a Sisters, Asia Pacific Transgender Network e Thai Transgender Alliance. Colaborou SASIWAN MOKKHASEN Tradução de PAULO MIGLIACCI Widget - | 15 |
Economia e Lava Jato encolherão mercado de aço, dizem siderúrgicas | O fraco desempenho econômico, com a consequente crise na indústria, e os impactos da Operação Lava Jato, deverão fazer o consumo de aço no país cair 7,8% este ano, para 22,7 milhões de toneladas, levando-o ao mesmo patamar de oito anos atrás. A previsão é do Instituto Aço Brasil, que reúne as principais siderúrgicas do país. Com menor demanda interna, a ociosidade das usinas segue em alta. O uso da capacidade instalada este ano deve fechar em 69,4%, o pior índice desde 2009, durante a crise global desencadeada no ano anterior, quando atingiu 63%, prevê o instituto. A expectativa de uso das usinas, no mundo, é um pouco melhor, 71,9% da capacidade instalada. Desde 2004, o indicador brasileiro não supera a média mundial, efeito da menor competitividade do produto brasileiro. Atualmente, as siderúrgicas rodam com capacidade ainda menor - 65,9%. Nesta quarta-feira (1°), o IBGE divulgou que, em fevereiro, a produção industrial caiu 0,9% em relação a janeiro e 9,1% em relação a igual mês de 2014. Com demanda interna fraca, o crescimento do setor previsto para este ano, de 6,5%, vem basicamente da expansão das exportações, que devem avançar 38% em relação ao ano passado - sobretudo com o envio de placas de aço, matéria-prima para outras siderúrgicas. "A produção siderúrgica vai crescer, mas nossa preocupação não é só com a indústria do aço, mas com toda a indústria de transformação brasileira. Eles são nossos clientes. Um país precisa de uma indústria forte, e a participação da nossa no PIB caiu à metade. E, sem indústria, não temos clientes", disse Benjamin Baptista, presidente do conselho diretor do Aço Brasil. A agressividade comercial da China e o câmbio seguem entraves à maior entrada do aço brasileiro no mercado mundial. Segundo o Aço Brasil, no ano passado a China exportou 84 milhões de toneladas, e, este ano, considerando o ritmo dos primeiros meses, deverá exportar 120 milhões de toneladas de aço para o resto do mundo. "A China segue buscando mercado dramaticamente, de forma nem sempre legal", disse Baptista. Para o Brasil, a previsão é que as importações caiam 6,3% em volume, para 3,7 milhões de toneladas, devido à retração do consumo interno e da desvalorização do real (que torna mais caro o produto vindo de fora). Ainda assim, o grau de uso de aço importado no consumo interno está em 16%, considerado alto. Segundo o instituto, no passado era, no máximo, 7%. A variação câmbio e a queda no preço do minério de ferro (principal insumo na fabricação do aço) não são suficientes para melhorar a competitividade, no entanto. Perguntado sobre a cotação de câmbio " ideal" para a siderurgia, o Presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou não haver estudos a respeito, mas que "não ficaria envergonhado em falar em R$ 4", considerando que outros países, muitos dos quais concorrentes do aço brasileiro, tiveram desvalorização ainda maior. Lopes afirmou, ainda, que a Lava Jato traz impactos para o setor. "Não há grande obra no país. O setor de óleo e gás está parado. É claro que [a Operação Lava Jato] tem impacto". A previsão do instituto é que o consumo interno de aço caia de 135 quilos por habitante para 124 quilos por habitante em apenas um ano. Com tanta ociosidade, não há, no horizonte, investimentos previstos para o setor siderúrgico. "O setor siderúrgico não tinha grave obsolescência porque passou por investimentos não faz muito tempo. E não há nos próximos três anos qualquer previsão de ampliação de capacidade", disse Lopes. O presidente do Aço Brasil disse, ainda, que o ajuste fiscal era necessário, mas não esconde a preocupação com algumas medidas tomadas, como a redução da alíquota do Reintegra, mecanismo de geração de créditos de PIS/Cofins sobre os valores de bens exportados, de 3% para 1%, anunciada recentemente. "Se nada fosse feito, seria o pior cenário, mas o ajuste precisa eventualmente de algumas correções. O ajuste é condição para o crescimento, mas a indústria deve ser prioridade", disse Lopes. | mercado | Economia e Lava Jato encolherão mercado de aço, dizem siderúrgicasO fraco desempenho econômico, com a consequente crise na indústria, e os impactos da Operação Lava Jato, deverão fazer o consumo de aço no país cair 7,8% este ano, para 22,7 milhões de toneladas, levando-o ao mesmo patamar de oito anos atrás. A previsão é do Instituto Aço Brasil, que reúne as principais siderúrgicas do país. Com menor demanda interna, a ociosidade das usinas segue em alta. O uso da capacidade instalada este ano deve fechar em 69,4%, o pior índice desde 2009, durante a crise global desencadeada no ano anterior, quando atingiu 63%, prevê o instituto. A expectativa de uso das usinas, no mundo, é um pouco melhor, 71,9% da capacidade instalada. Desde 2004, o indicador brasileiro não supera a média mundial, efeito da menor competitividade do produto brasileiro. Atualmente, as siderúrgicas rodam com capacidade ainda menor - 65,9%. Nesta quarta-feira (1°), o IBGE divulgou que, em fevereiro, a produção industrial caiu 0,9% em relação a janeiro e 9,1% em relação a igual mês de 2014. Com demanda interna fraca, o crescimento do setor previsto para este ano, de 6,5%, vem basicamente da expansão das exportações, que devem avançar 38% em relação ao ano passado - sobretudo com o envio de placas de aço, matéria-prima para outras siderúrgicas. "A produção siderúrgica vai crescer, mas nossa preocupação não é só com a indústria do aço, mas com toda a indústria de transformação brasileira. Eles são nossos clientes. Um país precisa de uma indústria forte, e a participação da nossa no PIB caiu à metade. E, sem indústria, não temos clientes", disse Benjamin Baptista, presidente do conselho diretor do Aço Brasil. A agressividade comercial da China e o câmbio seguem entraves à maior entrada do aço brasileiro no mercado mundial. Segundo o Aço Brasil, no ano passado a China exportou 84 milhões de toneladas, e, este ano, considerando o ritmo dos primeiros meses, deverá exportar 120 milhões de toneladas de aço para o resto do mundo. "A China segue buscando mercado dramaticamente, de forma nem sempre legal", disse Baptista. Para o Brasil, a previsão é que as importações caiam 6,3% em volume, para 3,7 milhões de toneladas, devido à retração do consumo interno e da desvalorização do real (que torna mais caro o produto vindo de fora). Ainda assim, o grau de uso de aço importado no consumo interno está em 16%, considerado alto. Segundo o instituto, no passado era, no máximo, 7%. A variação câmbio e a queda no preço do minério de ferro (principal insumo na fabricação do aço) não são suficientes para melhorar a competitividade, no entanto. Perguntado sobre a cotação de câmbio " ideal" para a siderurgia, o Presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, afirmou não haver estudos a respeito, mas que "não ficaria envergonhado em falar em R$ 4", considerando que outros países, muitos dos quais concorrentes do aço brasileiro, tiveram desvalorização ainda maior. Lopes afirmou, ainda, que a Lava Jato traz impactos para o setor. "Não há grande obra no país. O setor de óleo e gás está parado. É claro que [a Operação Lava Jato] tem impacto". A previsão do instituto é que o consumo interno de aço caia de 135 quilos por habitante para 124 quilos por habitante em apenas um ano. Com tanta ociosidade, não há, no horizonte, investimentos previstos para o setor siderúrgico. "O setor siderúrgico não tinha grave obsolescência porque passou por investimentos não faz muito tempo. E não há nos próximos três anos qualquer previsão de ampliação de capacidade", disse Lopes. O presidente do Aço Brasil disse, ainda, que o ajuste fiscal era necessário, mas não esconde a preocupação com algumas medidas tomadas, como a redução da alíquota do Reintegra, mecanismo de geração de créditos de PIS/Cofins sobre os valores de bens exportados, de 3% para 1%, anunciada recentemente. "Se nada fosse feito, seria o pior cenário, mas o ajuste precisa eventualmente de algumas correções. O ajuste é condição para o crescimento, mas a indústria deve ser prioridade", disse Lopes. | 2 |
Suruba é tema de livro para colorir com desenho de Laerte | DE SÃO PAULO Suruba pode ser um tema polêmico e adulto, mas ganhou uma roupagem mais amena e lúdica, com o livro "Suruba para Colorir", da Bebel Books. Com mais de 30 desenhos, elaborados por ilustradores como Laerte e Adão Iturrusgarai, ambos da Folha, além de Rafael Coutinho, Zé Otavio, Samuel Rodrigues e outros, o livro é dividido em dois volumes. O lançamento da obra será na quarta (4), no Le Basquiat, em Cerqueira César (zona oeste), às 20h30. O bar, inaugurado no início de fevereiro, aposta em música, drinques e artes plásticas. Cada volume de "Suruba para Colorir" será vendido a R$ 30 no lançamento, mas também estará disponível um kit com a obra impressa em papel especial e um estojo com giz de cera de 15 cores, tudo por R$ 90. | saopaulo | Suruba é tema de livro para colorir com desenho de LaerteDE SÃO PAULO Suruba pode ser um tema polêmico e adulto, mas ganhou uma roupagem mais amena e lúdica, com o livro "Suruba para Colorir", da Bebel Books. Com mais de 30 desenhos, elaborados por ilustradores como Laerte e Adão Iturrusgarai, ambos da Folha, além de Rafael Coutinho, Zé Otavio, Samuel Rodrigues e outros, o livro é dividido em dois volumes. O lançamento da obra será na quarta (4), no Le Basquiat, em Cerqueira César (zona oeste), às 20h30. O bar, inaugurado no início de fevereiro, aposta em música, drinques e artes plásticas. Cada volume de "Suruba para Colorir" será vendido a R$ 30 no lançamento, mas também estará disponível um kit com a obra impressa em papel especial e um estojo com giz de cera de 15 cores, tudo por R$ 90. | 9 |
Estádio é começo, mas insuficiente para boom imobiliário em Itaquera
| SANDRO MACEDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA De um lado, a imponente Arena Corinthians, estádio construído em Itaquera para a abertura da Copa de 2014. Do outro, uma crise econômica que se expandiu para o setor imobiliário. O duelo tinha cara de 0 a 0, mas a crise venceu –talvez nos pênaltis. "O momento da entrega do estádio [em 2014] era o auge da queda do mercado. Estava afundando violentamente naquela época", lembra Eduardo Schaeffer, presidente do portal Zap Imóveis. Segundo dados do site, comparado o primeiro quadrimestre de 2014 ao deste ano, o valor médio do metro quadrado subiu de R$ 3.700 para R$ 4.280. "Em termos reais, se descontarmos a inflação, os imóveis estão mais baratos." Para Schaeffer, a mobilidade na área melhorou, "mas há uma questão de segurança e infraestrutura geral que não está bem resolvida." Schaffer lembra do fenômeno que aconteceu no passado com o bairro Anália Franco. "Começou um boom de lançamentos, shoppings e prédios. Em Itaquera pode acontecer, mas está um pouco longe. Você teria que ter outros centros comerciais", conta. Para ele, o estádio é um começo, mas há regiões mais próximas do centro que terão mais investimento imobiliário antes de Itaquera. O portal também mostra que existe uma tendência de queda no número de compradores na região. Em 2014, 90% da demanda era para ofertas de venda (os outros 10%, de aluguel); o número caiu para 72% em 2017. "Isso também tem a ver com a crise. O interessado não quer se comprometer com financiamento de longo prazo. Ele opta por aluguel." LUCRO Foi a segurança, ou a falta dela, que fez Eugênia Castilho Lima, 37, vender sua casa no bairro, em 2015, apenas um ano depois da Copa. Ela resolveu se mudar após o imóvel ser invadido duas vezes, a segunda, pouco depois da arena ficar pronta. Nascida e criada na Cidade Patriarca (também na zona leste), ela optou por Itaquera em 2008, após se casar -era o bairro do marido. A decisão teve motivação simples: "Não tinha dinheiro para a Cidade Patriarca." O imóvel de 92 metros quadrados custou R$ 90 mil. Oito anos depois, a casa foi vendida por R$ 300 mil, mais de 200% acima do investido. "A imobiliária queria que eu pedisse R$ 340 mil, mas eu tinha pressa e baixei." Dona de um restaurante na "sua" Cidade Patriarca, Lima diz acreditar que foram as obras de mobilidade e não necessariamente o estádio, que valorizaram seu terreno, ainda que os fatos estejam interligados. "Fizeram túnel e passarela. Teve ampliação do shopping e manutenção de limpeza do esgoto, o que, aliás, foi abandonado", diz ela, que hoje vive no Tatuapé. Quem também aposta no bairro é a construtora Cury, com empreendimentos para a classe C, como o Parque do Carmo, que fica a cerca de quatro quilômetros do estádio. "O lançamento da primeira fase teve venda de 100%; a segunda, iniciada em abril, já está em 40%", afirma Leonardo Mesquita, diretor de negócios. O apartamento, com 40 metros quadrados, está no Minha Casa Minha Vida e custa a partir de R$ 208 mil. | sobretudo |
Estádio é começo, mas insuficiente para boom imobiliário em Itaquera
SANDRO MACEDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA De um lado, a imponente Arena Corinthians, estádio construído em Itaquera para a abertura da Copa de 2014. Do outro, uma crise econômica que se expandiu para o setor imobiliário. O duelo tinha cara de 0 a 0, mas a crise venceu –talvez nos pênaltis. "O momento da entrega do estádio [em 2014] era o auge da queda do mercado. Estava afundando violentamente naquela época", lembra Eduardo Schaeffer, presidente do portal Zap Imóveis. Segundo dados do site, comparado o primeiro quadrimestre de 2014 ao deste ano, o valor médio do metro quadrado subiu de R$ 3.700 para R$ 4.280. "Em termos reais, se descontarmos a inflação, os imóveis estão mais baratos." Para Schaeffer, a mobilidade na área melhorou, "mas há uma questão de segurança e infraestrutura geral que não está bem resolvida." Schaffer lembra do fenômeno que aconteceu no passado com o bairro Anália Franco. "Começou um boom de lançamentos, shoppings e prédios. Em Itaquera pode acontecer, mas está um pouco longe. Você teria que ter outros centros comerciais", conta. Para ele, o estádio é um começo, mas há regiões mais próximas do centro que terão mais investimento imobiliário antes de Itaquera. O portal também mostra que existe uma tendência de queda no número de compradores na região. Em 2014, 90% da demanda era para ofertas de venda (os outros 10%, de aluguel); o número caiu para 72% em 2017. "Isso também tem a ver com a crise. O interessado não quer se comprometer com financiamento de longo prazo. Ele opta por aluguel." LUCRO Foi a segurança, ou a falta dela, que fez Eugênia Castilho Lima, 37, vender sua casa no bairro, em 2015, apenas um ano depois da Copa. Ela resolveu se mudar após o imóvel ser invadido duas vezes, a segunda, pouco depois da arena ficar pronta. Nascida e criada na Cidade Patriarca (também na zona leste), ela optou por Itaquera em 2008, após se casar -era o bairro do marido. A decisão teve motivação simples: "Não tinha dinheiro para a Cidade Patriarca." O imóvel de 92 metros quadrados custou R$ 90 mil. Oito anos depois, a casa foi vendida por R$ 300 mil, mais de 200% acima do investido. "A imobiliária queria que eu pedisse R$ 340 mil, mas eu tinha pressa e baixei." Dona de um restaurante na "sua" Cidade Patriarca, Lima diz acreditar que foram as obras de mobilidade e não necessariamente o estádio, que valorizaram seu terreno, ainda que os fatos estejam interligados. "Fizeram túnel e passarela. Teve ampliação do shopping e manutenção de limpeza do esgoto, o que, aliás, foi abandonado", diz ela, que hoje vive no Tatuapé. Quem também aposta no bairro é a construtora Cury, com empreendimentos para a classe C, como o Parque do Carmo, que fica a cerca de quatro quilômetros do estádio. "O lançamento da primeira fase teve venda de 100%; a segunda, iniciada em abril, já está em 40%", afirma Leonardo Mesquita, diretor de negócios. O apartamento, com 40 metros quadrados, está no Minha Casa Minha Vida e custa a partir de R$ 208 mil. | 17 |
Indústrias de alimentos criam regras de publicidade para crianças | Um grupo de 11 empresas de alimentos e bebidas não alcoólicas divulgaram nesta semana as bases de um acordo que visa a autorregulação de quais itens podem ser alvos de ações de publicidade direcionadas para crianças e quais características elas devem ter. Especialistas veem na iniciativa um avanço nas lutas contra o consumo exagerado e contra obesidade, mas apontam falhas que poderiam enfraquecer o pacto. Nele, as empresas se comprometeram a não fazer quaisquer anúncios de itens obviamente pouco saudáveis, como chocolate, refrigerantes ou manteigas para as crianças. Também unificaram os critérios nutricionais mínimos que um produto deve ter para poder ser anunciado para o público infantil. O problema é que uma maionese "apta" a ser anunciada para o público infantil deve ter até 85 kcal por porção (no caso, uma colher de 12 g) –não se trata de um grande desafio, já que essa é a mesma quantia energética em várias marcas dessas emulsões. O mesmo raciocínio da maionese vale para outros alimentos processados como salgadinhos à base de batata. Alguns podem ter 900 mg de sódio por 100 g de produto, quase metade da ingestão diária recomendada (2.000 mg). A dificuldade pode ser atender a outros requisitos como limitar a quantidade de gordura saturada na maionese e a um pouco mais ambiciosa meta (não obrigatória) de ter mais de 25% de gordura poli-insaturada, conhecida pelas propriedades benéficas para o sistema circulatório "Ninguém garante que a criança só vá comer a porção indicada na embalagem", diz Aline Ganen, professora do mestrado profissional em nutrição do nascimento à adolescência do Centro Universitário São Camilo. Segundo ela, outro problema além dessa "permissividade" seria a adequação de produtos para as diversas faixas etárias, que têm necessidades nutricionais diferentes. No compromisso também foi definido que, para fins de fiscalização, será considerado um programa infantil aquele que tiver audiência de 35% de crianças. Para Isabella Henriques, diretora do Instituo Alana, ONG que há dez anos atua na área que discute consumo entre crianças, uma questão difícil é que propagandas aparentemente não infantis também podem atingir crianças. Seria difícil determinar se o alcance de peças publicitárias "adultas" de refrigerante ou de chocolate, por exemplo, não é mais amplo do que aparenta. "Essa é a pergunta de um milhão de dólares." Água engarrafada, sucos e outros produtos 100% à base de fruta e castanhas e sementes sem adição de sal não sofrerão qualquer restrição –ou seja, pelos termos da autorregulação, mesmo que tenham temáticas e contextos infantis, poderão ser anunciados aos pequenos. "A autorregulação está aquém do ideal, mas considerando que a legislação atual não está sendo cumprida, é um avanço. Esse anúncio mostra que a indústria reconhece que a publicidade pode ser danosa para o público infantil, pelo menos em algumas circunstâncias", diz Isabella. A proposta é que uma auditoria independente (feita pela KPMG) cuide do monitoramento e alerte as empresas sobre eventuais deslizes no acordo de autorregulação. Os atuais signatários do Compromisso pela Publicidade Responsável para Crianças são estes: Coca-Cola Brasil, Ferrero, Kellogg's, McDonald's, Nestlé, Unilever, PepsiCo, Mondelez, Mars, General Mills e Grupo Bimbo. A razão do acordo é atender ao desejo da sociedade de ter um maior controle sobre a qualidade dos produtos ofertados a quem tem menos de 12 anos de idade. LEGISLAÇÃO Já existe uma resolução que põe limites na publicidade infantil, mas ela é frequentemente descumprida. Segundo a norma 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente), publicada no "Diário Oficial da União" em 2014, considera-se um anúncio direcionado para esse público aquele que utiliza "linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores", trilhas sonoras infantis, personagens ou apresentadores infantis ou ainda que distribua brindes colecionáveis, entre outros. O mesmo texto afirma que "considera-se abusiva [...] a prática do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança". O entendimento jurídico a esse respeito, no entanto, não é unânime, afirma Isabella. Essa divergência teria dado espaço para que, na prática, a resolução não "pegasse". DEBUTANTE Além do anúncio feito por 11 gigantes do setor de alimentação, a semana foi marcada pelos 15 anos de um projeto de lei da Câmara (5921/2001) que visa proibir qualquer publicidade para produtos infantis. A autoria é do deputado federal Luiz Hauly (PSDB/PR), e o texto está em espera para ser votado em plenário. Se aprovado, segue pera o Senado. "Existe um poder avassalador das publicidades, especialmente até os 12 anos, quando a área cognitiva ainda não está pronta", afirma o deputado. O texto propõe uma restrição muito maior do que gostaria a indústria alimentícia, que desde 2008 já se movimenta para administrar a situação, ainda que de forma não tão efetiva, segundo os representantes das companhias. De 2007 até agora, pelo menos outros 13 projetos de lei ou de decreto legislativo foram criados, mostrando que o interesse dos parlamentares no tema também cresceu. "Não é só aprovando PL que a gente vence", diz Hauly. | equilibrioesaude | Indústrias de alimentos criam regras de publicidade para criançasUm grupo de 11 empresas de alimentos e bebidas não alcoólicas divulgaram nesta semana as bases de um acordo que visa a autorregulação de quais itens podem ser alvos de ações de publicidade direcionadas para crianças e quais características elas devem ter. Especialistas veem na iniciativa um avanço nas lutas contra o consumo exagerado e contra obesidade, mas apontam falhas que poderiam enfraquecer o pacto. Nele, as empresas se comprometeram a não fazer quaisquer anúncios de itens obviamente pouco saudáveis, como chocolate, refrigerantes ou manteigas para as crianças. Também unificaram os critérios nutricionais mínimos que um produto deve ter para poder ser anunciado para o público infantil. O problema é que uma maionese "apta" a ser anunciada para o público infantil deve ter até 85 kcal por porção (no caso, uma colher de 12 g) –não se trata de um grande desafio, já que essa é a mesma quantia energética em várias marcas dessas emulsões. O mesmo raciocínio da maionese vale para outros alimentos processados como salgadinhos à base de batata. Alguns podem ter 900 mg de sódio por 100 g de produto, quase metade da ingestão diária recomendada (2.000 mg). A dificuldade pode ser atender a outros requisitos como limitar a quantidade de gordura saturada na maionese e a um pouco mais ambiciosa meta (não obrigatória) de ter mais de 25% de gordura poli-insaturada, conhecida pelas propriedades benéficas para o sistema circulatório "Ninguém garante que a criança só vá comer a porção indicada na embalagem", diz Aline Ganen, professora do mestrado profissional em nutrição do nascimento à adolescência do Centro Universitário São Camilo. Segundo ela, outro problema além dessa "permissividade" seria a adequação de produtos para as diversas faixas etárias, que têm necessidades nutricionais diferentes. No compromisso também foi definido que, para fins de fiscalização, será considerado um programa infantil aquele que tiver audiência de 35% de crianças. Para Isabella Henriques, diretora do Instituo Alana, ONG que há dez anos atua na área que discute consumo entre crianças, uma questão difícil é que propagandas aparentemente não infantis também podem atingir crianças. Seria difícil determinar se o alcance de peças publicitárias "adultas" de refrigerante ou de chocolate, por exemplo, não é mais amplo do que aparenta. "Essa é a pergunta de um milhão de dólares." Água engarrafada, sucos e outros produtos 100% à base de fruta e castanhas e sementes sem adição de sal não sofrerão qualquer restrição –ou seja, pelos termos da autorregulação, mesmo que tenham temáticas e contextos infantis, poderão ser anunciados aos pequenos. "A autorregulação está aquém do ideal, mas considerando que a legislação atual não está sendo cumprida, é um avanço. Esse anúncio mostra que a indústria reconhece que a publicidade pode ser danosa para o público infantil, pelo menos em algumas circunstâncias", diz Isabella. A proposta é que uma auditoria independente (feita pela KPMG) cuide do monitoramento e alerte as empresas sobre eventuais deslizes no acordo de autorregulação. Os atuais signatários do Compromisso pela Publicidade Responsável para Crianças são estes: Coca-Cola Brasil, Ferrero, Kellogg's, McDonald's, Nestlé, Unilever, PepsiCo, Mondelez, Mars, General Mills e Grupo Bimbo. A razão do acordo é atender ao desejo da sociedade de ter um maior controle sobre a qualidade dos produtos ofertados a quem tem menos de 12 anos de idade. LEGISLAÇÃO Já existe uma resolução que põe limites na publicidade infantil, mas ela é frequentemente descumprida. Segundo a norma 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente), publicada no "Diário Oficial da União" em 2014, considera-se um anúncio direcionado para esse público aquele que utiliza "linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores", trilhas sonoras infantis, personagens ou apresentadores infantis ou ainda que distribua brindes colecionáveis, entre outros. O mesmo texto afirma que "considera-se abusiva [...] a prática do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança". O entendimento jurídico a esse respeito, no entanto, não é unânime, afirma Isabella. Essa divergência teria dado espaço para que, na prática, a resolução não "pegasse". DEBUTANTE Além do anúncio feito por 11 gigantes do setor de alimentação, a semana foi marcada pelos 15 anos de um projeto de lei da Câmara (5921/2001) que visa proibir qualquer publicidade para produtos infantis. A autoria é do deputado federal Luiz Hauly (PSDB/PR), e o texto está em espera para ser votado em plenário. Se aprovado, segue pera o Senado. "Existe um poder avassalador das publicidades, especialmente até os 12 anos, quando a área cognitiva ainda não está pronta", afirma o deputado. O texto propõe uma restrição muito maior do que gostaria a indústria alimentícia, que desde 2008 já se movimenta para administrar a situação, ainda que de forma não tão efetiva, segundo os representantes das companhias. De 2007 até agora, pelo menos outros 13 projetos de lei ou de decreto legislativo foram criados, mostrando que o interesse dos parlamentares no tema também cresceu. "Não é só aprovando PL que a gente vence", diz Hauly. | 16 |
Entidades científicas lançam manifesto contra possível troca em ministério | Dez entidades ligadas à ciência e tecnologia divulgaram nesta quarta-feira (30) um "manifesto de vigília" diante de possível troca no comando do Ministério de Ciência e Tecnologia. A pasta, hoje comandada por Aldo Rebelo (PCdoB), deve ser oferecida ao PSB, como forma de garantir o retorno da legenda à base do governo. Na manhã de hoje, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os três governadores do partido e pediu apoio do PSB em votação de vetos presidenciais no Congresso Nacional. "O Sistema [Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação] não suporta mais alterações frequentes na gestão do Ministério, com repercussões em programas e políticas estratégicas", afirma a nota assinada por instituições como SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), ABC (Academia Brasileira de Ciências) e Andifes (associação de reitores das universidades federais). O texto afirma ser "imperativo" evitar a "instabilidade e descontinuidade das ações estruturantes" adotadas pela pasta. Ex-ministro do Esporte, Aldo Rebelo assumiu a pasta de Ciência e Tecnologia em janeiro deste ano. Ele substituiu Clelio Campolina Diniz, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que estava no cargo há nove meses. * Leia a a íntegra do documento: As instituições representativas do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação constituídas pelos setores acadêmico, tecnológico, empresarial, sociedade civil organizada, bem como secretarias estaduais de ciência e tecnologia e fundações de amparo à pesquisa, reunidas hoje, em Brasília, declaram-se em estado de vigília pela preservação da agenda de ciência, tecnologia e inovação, que possibilite o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, consistência, competitividade e capacidade de autodeterminação para toda a nação. É imperativo que seja evitada a instabilidade e a descontinuidade das ações estruturantes em andamento e aquelas pactuadas com o governo federal, por intermédio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Sistema não suporta mais alterações frequentes na gestão do Ministério, com repercussões em programas e políticas estratégicas. Brasília, 30 de setembro de 2015 Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Academia Brasileira de Ciências (ABC) Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) Associação Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC) Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI) | ciencia | Entidades científicas lançam manifesto contra possível troca em ministérioDez entidades ligadas à ciência e tecnologia divulgaram nesta quarta-feira (30) um "manifesto de vigília" diante de possível troca no comando do Ministério de Ciência e Tecnologia. A pasta, hoje comandada por Aldo Rebelo (PCdoB), deve ser oferecida ao PSB, como forma de garantir o retorno da legenda à base do governo. Na manhã de hoje, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os três governadores do partido e pediu apoio do PSB em votação de vetos presidenciais no Congresso Nacional. "O Sistema [Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação] não suporta mais alterações frequentes na gestão do Ministério, com repercussões em programas e políticas estratégicas", afirma a nota assinada por instituições como SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), ABC (Academia Brasileira de Ciências) e Andifes (associação de reitores das universidades federais). O texto afirma ser "imperativo" evitar a "instabilidade e descontinuidade das ações estruturantes" adotadas pela pasta. Ex-ministro do Esporte, Aldo Rebelo assumiu a pasta de Ciência e Tecnologia em janeiro deste ano. Ele substituiu Clelio Campolina Diniz, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, que estava no cargo há nove meses. * Leia a a íntegra do documento: As instituições representativas do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação constituídas pelos setores acadêmico, tecnológico, empresarial, sociedade civil organizada, bem como secretarias estaduais de ciência e tecnologia e fundações de amparo à pesquisa, reunidas hoje, em Brasília, declaram-se em estado de vigília pela preservação da agenda de ciência, tecnologia e inovação, que possibilite o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, consistência, competitividade e capacidade de autodeterminação para toda a nação. É imperativo que seja evitada a instabilidade e a descontinuidade das ações estruturantes em andamento e aquelas pactuadas com o governo federal, por intermédio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Sistema não suporta mais alterações frequentes na gestão do Ministério, com repercussões em programas e políticas estratégicas. Brasília, 30 de setembro de 2015 Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Academia Brasileira de Ciências (ABC) Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI) Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) Associação Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC) Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONSECTI) | 15 |
Você sabia que polvos tocam bem guitarra? Confira as tiras da 'Folhinha' | As tiras da "Folhinha" deste sábado trazem as curiosidades do mundo animal segundo o cartunista Adão, como a revelação de que polvos são grandes tocadores de guitarras. Confira abaixo as tirinhas dos cartunista Laerte, Adão e Pedro C. | folhinha | Você sabia que polvos tocam bem guitarra? Confira as tiras da 'Folhinha'As tiras da "Folhinha" deste sábado trazem as curiosidades do mundo animal segundo o cartunista Adão, como a revelação de que polvos são grandes tocadores de guitarras. Confira abaixo as tirinhas dos cartunista Laerte, Adão e Pedro C. | 19 |
Fabricantes de equipamentos de saúde negociam novo modelo de pagamento | Fabricantes de equipamentos médicos negociam com hospitais e laboratórios um novo modelo de operação e de cobrança. A Siemens Healthineers criou no Brasil um sistema para controlar, à distância, as máquinas usadas em exames, diz o diretor-executivo da empresa no país, Armando Lopes. O plano da companhia é que seus próprios funcionários passem a operar os equipamentos, tanto remotamente como dentro das unidades. "Os ativos ficariam com a indústria. O prestador só entrega o paciente e cabe a nós devolver os dados e resultados", afirma Lopes. A empresa já conversa com seus clientes, mas ainda há limitações, como o sigilo dos dados dos pacientes. "Além disso, o preço do novo sistema ainda não compensa", diz Conrado Cavalcanti, vice-presidente da Abramed (de hospitais e laboratórios). "Hoje, [os fornecedores] não têm risco. Eles vendem o equipamento e ganham uma margem. Esse novo modelo seria mais completo, mas ainda está na etapa de discussões." A Philips integra uma PPP na Bahia em que não vende as máquinas, mas é uma das responsáveis pelo serviço. "Na parceria, o entendimento foi que operar equipamentos não era o foco do sistema de saúde. É uma discussão que começa a aparecer no setor privado", afirma Renato Carvalho, diretor-executivo da companhia no Brasil. * Prioridade privada A Siemens Healthineers, divisão de saúde da fabricante de equipamentos, reduziu o peso dos contratos com o setor público, diz Armando Lopes, diretor-executivo da empresa no Brasil. "A crise econômica levou a uma diminuição em torno de 20% da fatia governamental nos últimos dois anos", afirma. O principal motivo foi o crescimento da inadimplência, segundo Lopes. As vendas da Siemens para o setor público em 2017 representam cerca de 11% dos negócios da companhia. A maior parte dos contratos é de equipamentos menores e mais baratos. A companhia também sentiu um aumento nos atrasos de pagamento de alguns clientes privados, afirma o executivo. "Principalmente entre aquelas empresas que prestam serviços de análises clínicas e testes para governos e prefeituras." € 10,1 BILHÕES (R$ 37,52 bi) foi global da Siemens Healthineers de out.2016 a jul.2017 700 são os funcionários no Brasil * Retorno aos acionistas A Kroton, de educação, foi a empresa brasileira que mais gerou valor a acionistas de 2012 a 2016, segundo o BCG. O retorno anual médio da companhia, medido pela variação do preço das ações e o rendimento de dividendos, foi de 45% no período. A média global entre as 2.350 empresas analisadas pela consultoria foi de 16%. As áreas de atuação das brasileiras no ranking é variada, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, onde as mais rentáveis estão ligadas a tecnologia ou mídia. "As empresas americanas listadas já têm certa independência em relação aos ciclos da economia de seu país", diz Jean Le Corre, sócio do BCG. "No Brasil, há uma dependência maior da economia local. As que mais deram retorno são companhias que sabem lidar com essa ciclicidade e que têm uma gestão focada na geração de valor." Geração de valor - Empresas brasileiras que deram maior retorno anual aos acionistas de 2012 a 2016, em % * Taça meio vazia Os vinhos e espumantes brasileiros perderam espaço para os estrangeiros no primeiro semestre, segundo o Ibravin (associação do setor). A venda de rótulos nacionais caiu 10% neste ano, em relação à primeira metade de 2016. No mesmo período, as importações avançaram 40%. A retração é reflexo da quebra de quase 60% da safra de uva no Brasil, em 2016, diz Diego Bertolini, da entidade. "Os vinhos processados pela safra de 2017, que foi recorde, chegaram ao varejo entre março e julho, então deverá haver uma recuperação no segundo semestre." * Eleições... Com sotaque carregado, o embaixador alemão Georg Witschel arrancou palmas ao brincar sobre uma possível candidatura de João Doria à presidência, em evento com o prefeito e empresários alemães, na quinta (24). ...de lá "Agora, vamos falar de eleições", disse Witschel em seu discurso. "Não se preocupe, senhor prefeito. Como bom diplomata, falo da Alemanha, não daqui. Mas, se quiser fazer um anúncio maior, não tem problema." Paga... O prefeito de São Paulo, que elogiou a disciplina e o rigor alemães, deu uma bronca bem-humorada no secretário Daniel Annenberg, que chegou atrasado ao evento -bem no meio da fala de Doria. ...a conta "Chegou na hora nosso secretário de Inovação e Tecnologia. Vai sentar na cabeceira e pagar a conta", disse o prefeito, que aproveitou o encontro para pedir aos empresários que ofereçam vagas para moradores de rua. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI | colunas | Fabricantes de equipamentos de saúde negociam novo modelo de pagamentoFabricantes de equipamentos médicos negociam com hospitais e laboratórios um novo modelo de operação e de cobrança. A Siemens Healthineers criou no Brasil um sistema para controlar, à distância, as máquinas usadas em exames, diz o diretor-executivo da empresa no país, Armando Lopes. O plano da companhia é que seus próprios funcionários passem a operar os equipamentos, tanto remotamente como dentro das unidades. "Os ativos ficariam com a indústria. O prestador só entrega o paciente e cabe a nós devolver os dados e resultados", afirma Lopes. A empresa já conversa com seus clientes, mas ainda há limitações, como o sigilo dos dados dos pacientes. "Além disso, o preço do novo sistema ainda não compensa", diz Conrado Cavalcanti, vice-presidente da Abramed (de hospitais e laboratórios). "Hoje, [os fornecedores] não têm risco. Eles vendem o equipamento e ganham uma margem. Esse novo modelo seria mais completo, mas ainda está na etapa de discussões." A Philips integra uma PPP na Bahia em que não vende as máquinas, mas é uma das responsáveis pelo serviço. "Na parceria, o entendimento foi que operar equipamentos não era o foco do sistema de saúde. É uma discussão que começa a aparecer no setor privado", afirma Renato Carvalho, diretor-executivo da companhia no Brasil. * Prioridade privada A Siemens Healthineers, divisão de saúde da fabricante de equipamentos, reduziu o peso dos contratos com o setor público, diz Armando Lopes, diretor-executivo da empresa no Brasil. "A crise econômica levou a uma diminuição em torno de 20% da fatia governamental nos últimos dois anos", afirma. O principal motivo foi o crescimento da inadimplência, segundo Lopes. As vendas da Siemens para o setor público em 2017 representam cerca de 11% dos negócios da companhia. A maior parte dos contratos é de equipamentos menores e mais baratos. A companhia também sentiu um aumento nos atrasos de pagamento de alguns clientes privados, afirma o executivo. "Principalmente entre aquelas empresas que prestam serviços de análises clínicas e testes para governos e prefeituras." € 10,1 BILHÕES (R$ 37,52 bi) foi global da Siemens Healthineers de out.2016 a jul.2017 700 são os funcionários no Brasil * Retorno aos acionistas A Kroton, de educação, foi a empresa brasileira que mais gerou valor a acionistas de 2012 a 2016, segundo o BCG. O retorno anual médio da companhia, medido pela variação do preço das ações e o rendimento de dividendos, foi de 45% no período. A média global entre as 2.350 empresas analisadas pela consultoria foi de 16%. As áreas de atuação das brasileiras no ranking é variada, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, onde as mais rentáveis estão ligadas a tecnologia ou mídia. "As empresas americanas listadas já têm certa independência em relação aos ciclos da economia de seu país", diz Jean Le Corre, sócio do BCG. "No Brasil, há uma dependência maior da economia local. As que mais deram retorno são companhias que sabem lidar com essa ciclicidade e que têm uma gestão focada na geração de valor." Geração de valor - Empresas brasileiras que deram maior retorno anual aos acionistas de 2012 a 2016, em % * Taça meio vazia Os vinhos e espumantes brasileiros perderam espaço para os estrangeiros no primeiro semestre, segundo o Ibravin (associação do setor). A venda de rótulos nacionais caiu 10% neste ano, em relação à primeira metade de 2016. No mesmo período, as importações avançaram 40%. A retração é reflexo da quebra de quase 60% da safra de uva no Brasil, em 2016, diz Diego Bertolini, da entidade. "Os vinhos processados pela safra de 2017, que foi recorde, chegaram ao varejo entre março e julho, então deverá haver uma recuperação no segundo semestre." * Eleições... Com sotaque carregado, o embaixador alemão Georg Witschel arrancou palmas ao brincar sobre uma possível candidatura de João Doria à presidência, em evento com o prefeito e empresários alemães, na quinta (24). ...de lá "Agora, vamos falar de eleições", disse Witschel em seu discurso. "Não se preocupe, senhor prefeito. Como bom diplomata, falo da Alemanha, não daqui. Mas, se quiser fazer um anúncio maior, não tem problema." Paga... O prefeito de São Paulo, que elogiou a disciplina e o rigor alemães, deu uma bronca bem-humorada no secretário Daniel Annenberg, que chegou atrasado ao evento -bem no meio da fala de Doria. ...a conta "Chegou na hora nosso secretário de Inovação e Tecnologia. Vai sentar na cabeceira e pagar a conta", disse o prefeito, que aproveitou o encontro para pedir aos empresários que ofereçam vagas para moradores de rua. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI | 1 |
Fenapef diz que nota que cita revolta contra o PT foi 'equívoco insanável' | Presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Luís Antônio Boudens afirma ter havido um erro no comunicado em que a entidade sustenta que a resistência do governo em conceder reajuste à categoria poderia influenciar nas investigações de corrupção a líderes do PT. Conforme a Folha revelou nesta segunda (2), a nota oficial divulgada pela federação relacionava o sucesso da campanha salarial dos policiais com a atuação da corporação na Olimpíada do Rio de Janeiro e com apurações envolvendo quadros da legenda da presidente Dilma Rousseff. Nesta terça-feira, Boudens entrou em contato com a reportagem para argumentar que o texto divulgado no dia anterior era apenas uma versão do comunicado oficial, enviado à imprensa sem revisão de parte dos dirigentes da entidade. "Faltou conversa entre nós para aquilo ter saído. Quando a reportagem me procurou, fui surpreendido por um texto que eu desconhecia. Não temos escolha partidária. Foi um equívoco insanável", reconhece o presidente da Fenapef. Um dos trechos do documento veiculado na segunda dizia que, se a decisão do Executivo federal descontentar os policiais, "analistas da PF" preveem "uma onda de revolta da categoria em relação ao PT, o que poderá repercutir até nas investigações de corrupção envolvendo lideranças do partido". Alertava também para eventuais impactos na segurança da Olimpíada, em agosto. "Um resultado desfavorável (à Fenapef) poderá levar os policiais a manifestações nacionais, com pedido de apoio à população, bem como estabelecerá um ambiente de descontentamento tão grande que poderá comprometer a segurança dos Jogos Olímpicos". | poder | Fenapef diz que nota que cita revolta contra o PT foi 'equívoco insanável'Presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Luís Antônio Boudens afirma ter havido um erro no comunicado em que a entidade sustenta que a resistência do governo em conceder reajuste à categoria poderia influenciar nas investigações de corrupção a líderes do PT. Conforme a Folha revelou nesta segunda (2), a nota oficial divulgada pela federação relacionava o sucesso da campanha salarial dos policiais com a atuação da corporação na Olimpíada do Rio de Janeiro e com apurações envolvendo quadros da legenda da presidente Dilma Rousseff. Nesta terça-feira, Boudens entrou em contato com a reportagem para argumentar que o texto divulgado no dia anterior era apenas uma versão do comunicado oficial, enviado à imprensa sem revisão de parte dos dirigentes da entidade. "Faltou conversa entre nós para aquilo ter saído. Quando a reportagem me procurou, fui surpreendido por um texto que eu desconhecia. Não temos escolha partidária. Foi um equívoco insanável", reconhece o presidente da Fenapef. Um dos trechos do documento veiculado na segunda dizia que, se a decisão do Executivo federal descontentar os policiais, "analistas da PF" preveem "uma onda de revolta da categoria em relação ao PT, o que poderá repercutir até nas investigações de corrupção envolvendo lideranças do partido". Alertava também para eventuais impactos na segurança da Olimpíada, em agosto. "Um resultado desfavorável (à Fenapef) poderá levar os policiais a manifestações nacionais, com pedido de apoio à população, bem como estabelecerá um ambiente de descontentamento tão grande que poderá comprometer a segurança dos Jogos Olímpicos". | 0 |
Walmart não entrega produto, mas cobra por compra, reclama leitor | O leitor Marcelo Sergio reclama que comprou um notebook em abril na loja online do Walmart, mas nunca recebeu o produto. Apesar disso, a compra é debitada em seu cartão todos os meses, relata o cliente. Sergio afirma que fez uma série de contatos com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa e ouviu por quatro vezes promessas de que o produto finalmente chegaria em sua residência, o que não aconteceu. Em nenhuma das vezes que a entrega foi prometida e não realizada, reclama Sergio, a empresa tentou entrar em contato para prestar algum tipo de esclarecimento. Resposta do Walmart: diz que cancelou a compra, conforme acordado com o cliente, e que o valor debitado será creditado em sua fatura. - Queixa de Fernanda de Souza: cobrança indevida A Tim cobrou um serviço de internet móvel que a leitora nunca utilizou. Não é a primeira que ela tem o mesmo problema, diz. Ao reclamar, atendentes dizem não saber o que houve e desligam a ligação, segundo ela. Resposta da Tim: diz que o valor da cobrança indevida foi ressarcido em dobro como crédito à leitora. - Queixa de Patrícia Andreolli: atendimento técnico Após uma visita técnica, um funcionário da Net se esqueceu de trocar o modem e o problema de internet da leitora não foi resolvido. Ela agendou outros atendimentos, mas os técnicos não aparecem em sua casa. Resposta da Net: diz que o atendimento técnico foi feito, mas que não conseguiu contatar a leitora para sanar dúvidas. - Queixa de Rafael Sanches Simone: sem televisão A Sky bloqueou os canais abertos do leitor e pediu que ele fizesse um recadastramento. O sinal não voltou, conforme havia sido prometido, e funcionários da empresa cobraram dele uma taxa de R$ 49. Resposta da Sky: pede desculpas pelo transtorno e diz que o sinal do cliente já foi normalizado. - Queixa de Izamar Hernandes Nardin: débito de pontos A Azul debitou pontos do programa de fidelidade da leitora mesmo após uma compra ter sido recusada pelo cartão de crédito. Ao reclamar, atendentes disseram que ela deveria pagar uma multa de R$ 1.400. Resposta da Azul: afirma que devolveu à leitora os pontos debitados no programa de milhas da empresa. | paineldoleitor | Walmart não entrega produto, mas cobra por compra, reclama leitorO leitor Marcelo Sergio reclama que comprou um notebook em abril na loja online do Walmart, mas nunca recebeu o produto. Apesar disso, a compra é debitada em seu cartão todos os meses, relata o cliente. Sergio afirma que fez uma série de contatos com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa e ouviu por quatro vezes promessas de que o produto finalmente chegaria em sua residência, o que não aconteceu. Em nenhuma das vezes que a entrega foi prometida e não realizada, reclama Sergio, a empresa tentou entrar em contato para prestar algum tipo de esclarecimento. Resposta do Walmart: diz que cancelou a compra, conforme acordado com o cliente, e que o valor debitado será creditado em sua fatura. - Queixa de Fernanda de Souza: cobrança indevida A Tim cobrou um serviço de internet móvel que a leitora nunca utilizou. Não é a primeira que ela tem o mesmo problema, diz. Ao reclamar, atendentes dizem não saber o que houve e desligam a ligação, segundo ela. Resposta da Tim: diz que o valor da cobrança indevida foi ressarcido em dobro como crédito à leitora. - Queixa de Patrícia Andreolli: atendimento técnico Após uma visita técnica, um funcionário da Net se esqueceu de trocar o modem e o problema de internet da leitora não foi resolvido. Ela agendou outros atendimentos, mas os técnicos não aparecem em sua casa. Resposta da Net: diz que o atendimento técnico foi feito, mas que não conseguiu contatar a leitora para sanar dúvidas. - Queixa de Rafael Sanches Simone: sem televisão A Sky bloqueou os canais abertos do leitor e pediu que ele fizesse um recadastramento. O sinal não voltou, conforme havia sido prometido, e funcionários da empresa cobraram dele uma taxa de R$ 49. Resposta da Sky: pede desculpas pelo transtorno e diz que o sinal do cliente já foi normalizado. - Queixa de Izamar Hernandes Nardin: débito de pontos A Azul debitou pontos do programa de fidelidade da leitora mesmo após uma compra ter sido recusada pelo cartão de crédito. Ao reclamar, atendentes disseram que ela deveria pagar uma multa de R$ 1.400. Resposta da Azul: afirma que devolveu à leitora os pontos debitados no programa de milhas da empresa. | 8 |
Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento | Vivemos tempos difíceis: recessão de 4% ano passado e chances altas de piora esse ano, inflação altíssima e resistente, dívida pública crescendo de forma acelerada, desemprego caminhando para dois dígitos, incertezas políticas e uma profunda falta de esperança de que poderemos sair dessa situação no médio prazo. Não há mais horizonte no Brasil, não sabemos quando a economia vai parar de piorar e muito menos quando será possível retomarmos ao padrão de vida de cinco ou dez anos atrás. Com exceção das empresas exportadoras e dos indivíduos que optaram por estar dolarizados pós-eleições, o brasileiro está mais pobre. Mesmo que o governo venha a implementar novamente uma política de estímulo ao crédito, o resultado será inócuo. Não há mais dinheiro que possa ser criado artificialmente na crise fiscal atual e não há mais uma China crescendo a taxas exorbitantes, capaz de fazer as commodities que exportamos voltarem aos patamares passados. Não precisava ser assim. Se tivéssemos poupado nos tempos de bonança, poderíamos estar amenizando o mal-estar atual. Confiamos na permanência do boom de commodities, investimos pouco e estimulamos o consumo via política fiscal e parafiscal de forma desenfreada. O Fundo Soberano do Brasil é um exemplo clássico da falta de vontade de poupar. Criado em 2008, sua função era formar uma poupança pública, que poderia ser usada para combater os efeitos de eventuais crises econômicas. Mesmo tendo patrimônio modesto em comparação com os demais fundos soberanos, o nosso fundo nunca teve estratégia clara de gestão. Investiu em ações de estatais e bancos públicos e acabou sendo usado em 2015 para ajudar a tornar menos pior o déficit primário. Ou seja, a ideia de se formar uma poupança foi na verdade transvertida em "investimentos" que sustentaram a política de expansão fiscal e o intervencionismo do governo. O que sobrou do fundo foi gasto para amenizar uma conta furada. O resultado da falta de poupança e do crescimento excessivo dos gastos se reflete na dívida pública. Não é difícil argumentar que com uma dívida bruta caminhando para 80%, com um PIB potencial indo para menos de 1%, e com a taxa de juro real próxima a 8%, estamos numa trajetória insustentável. Qualquer cidadão sabe que o governo perdeu completamente a capacidade de cortar gastos e aumentar impostos a fim de gerar superávits primários de 4%. É muito sacrifício para um país cujo déficit está em 2% e o desemprego perto de 10%. Para piorar, temos pela frente a capitalização da Petrobras, implicitamente já admitida pelo governo, que pode adicionar cerca de 2,5 pontos percentuais à dívida pública e com a Caixa Econômica também à espera da capitalização. Crises são sempre momentos propícios para arroubos criativos e busca por soluções fáceis. Há diversas sugestões como, por exemplo, usar reservas para incentivar o investimento em infraestrutura, controlar o câmbio e baixar os juros, afrouxar as metas fiscais para horizontes mais longos, entre outras. Todas seguem a cartilha da "Velha Matriz Econômica": estimulando o crescimento, poderemos alcançar o ajuste fiscal. A criatividade é tanta que o governo insiste em afirmar que política de crédito não tem relação com política fiscal. Difícil entender como a taxa de juros a longo prazo não implicaria em subsídio e como não deveria de forma alguma fazer o Banco Central apertar a política monetária. Mas e a inflação? Um dia cairá, já que o mundo é deflacionário. O mundo, aliás, sempre surpreende o governo e as autoridades monetárias com recessão, políticas expansionistas e juros negativos. Conseguiremos literalmente inserir o Brasil no mundo, em breve, quando os juros ficarem negativos. Perdemos o bonde da história: desperdiçamos o maná que a China nos deu, jogamos no lixo o tripé macroeconômico que por algum tempo nos permitiu ter o selo de bom pagador e agora corremos o risco de vender nossas joias para nos endividarmos mais. A história de sair da era do ajuste fiscal para entrar na era do crescimento com responsabilidade é simplesmente uma história. Não existe crescimento com desajustes, nem responsabilidade fiscal que ignore o tamanho do rombo. Enquanto isso, o estoque da dívida e a inflação continuam crescendo. A triste verdade é que somos gastadores, não investimos e não queremos controlar nada além do mínimo para sustentar ao máximo uma governabilidade precária. SOLANGE SROUR é economista-chefe da ARX Investimentos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documentoVivemos tempos difíceis: recessão de 4% ano passado e chances altas de piora esse ano, inflação altíssima e resistente, dívida pública crescendo de forma acelerada, desemprego caminhando para dois dígitos, incertezas políticas e uma profunda falta de esperança de que poderemos sair dessa situação no médio prazo. Não há mais horizonte no Brasil, não sabemos quando a economia vai parar de piorar e muito menos quando será possível retomarmos ao padrão de vida de cinco ou dez anos atrás. Com exceção das empresas exportadoras e dos indivíduos que optaram por estar dolarizados pós-eleições, o brasileiro está mais pobre. Mesmo que o governo venha a implementar novamente uma política de estímulo ao crédito, o resultado será inócuo. Não há mais dinheiro que possa ser criado artificialmente na crise fiscal atual e não há mais uma China crescendo a taxas exorbitantes, capaz de fazer as commodities que exportamos voltarem aos patamares passados. Não precisava ser assim. Se tivéssemos poupado nos tempos de bonança, poderíamos estar amenizando o mal-estar atual. Confiamos na permanência do boom de commodities, investimos pouco e estimulamos o consumo via política fiscal e parafiscal de forma desenfreada. O Fundo Soberano do Brasil é um exemplo clássico da falta de vontade de poupar. Criado em 2008, sua função era formar uma poupança pública, que poderia ser usada para combater os efeitos de eventuais crises econômicas. Mesmo tendo patrimônio modesto em comparação com os demais fundos soberanos, o nosso fundo nunca teve estratégia clara de gestão. Investiu em ações de estatais e bancos públicos e acabou sendo usado em 2015 para ajudar a tornar menos pior o déficit primário. Ou seja, a ideia de se formar uma poupança foi na verdade transvertida em "investimentos" que sustentaram a política de expansão fiscal e o intervencionismo do governo. O que sobrou do fundo foi gasto para amenizar uma conta furada. O resultado da falta de poupança e do crescimento excessivo dos gastos se reflete na dívida pública. Não é difícil argumentar que com uma dívida bruta caminhando para 80%, com um PIB potencial indo para menos de 1%, e com a taxa de juro real próxima a 8%, estamos numa trajetória insustentável. Qualquer cidadão sabe que o governo perdeu completamente a capacidade de cortar gastos e aumentar impostos a fim de gerar superávits primários de 4%. É muito sacrifício para um país cujo déficit está em 2% e o desemprego perto de 10%. Para piorar, temos pela frente a capitalização da Petrobras, implicitamente já admitida pelo governo, que pode adicionar cerca de 2,5 pontos percentuais à dívida pública e com a Caixa Econômica também à espera da capitalização. Crises são sempre momentos propícios para arroubos criativos e busca por soluções fáceis. Há diversas sugestões como, por exemplo, usar reservas para incentivar o investimento em infraestrutura, controlar o câmbio e baixar os juros, afrouxar as metas fiscais para horizontes mais longos, entre outras. Todas seguem a cartilha da "Velha Matriz Econômica": estimulando o crescimento, poderemos alcançar o ajuste fiscal. A criatividade é tanta que o governo insiste em afirmar que política de crédito não tem relação com política fiscal. Difícil entender como a taxa de juros a longo prazo não implicaria em subsídio e como não deveria de forma alguma fazer o Banco Central apertar a política monetária. Mas e a inflação? Um dia cairá, já que o mundo é deflacionário. O mundo, aliás, sempre surpreende o governo e as autoridades monetárias com recessão, políticas expansionistas e juros negativos. Conseguiremos literalmente inserir o Brasil no mundo, em breve, quando os juros ficarem negativos. Perdemos o bonde da história: desperdiçamos o maná que a China nos deu, jogamos no lixo o tripé macroeconômico que por algum tempo nos permitiu ter o selo de bom pagador e agora corremos o risco de vender nossas joias para nos endividarmos mais. A história de sair da era do ajuste fiscal para entrar na era do crescimento com responsabilidade é simplesmente uma história. Não existe crescimento com desajustes, nem responsabilidade fiscal que ignore o tamanho do rombo. Enquanto isso, o estoque da dívida e a inflação continuam crescendo. A triste verdade é que somos gastadores, não investimos e não queremos controlar nada além do mínimo para sustentar ao máximo uma governabilidade precária. SOLANGE SROUR é economista-chefe da ARX Investimentos * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
PSB pode lançar vice-governador Márcio França a prefeito de SP | O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB-SP), está mudando o seu endereço eleitoral da cidade de São Vicente, onde já foi prefeito, para a capital paulista. A sugestão da mudança foi feita por Carlos Siqueira, presidente do partido do vice, o PSB. A legenda pretende lançar candidato a prefeito em todas as grandes cidades do país. França já mostrou densidade eleitoral. Em 2000, ele foi reeleito na cidade litorânea com 93% dos votos. Antes de se mudar para a capital paulista, França consultou o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), de São Paulo, que deu aval à iniciativa. O PSB era até agora uma das principais legendas que poderia fazer aliança com o PSDB para apoiar o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo em 2016. Mas França pode explodir o acordo caso decida ser mesmo candidato. Ele pode ainda arrastar para uma aliança o PPS, o DEM e o PV, todos da esfera de influência de Alckmin. O governador, por seu lado, se mostra cada vez mais insatisfeito com lideranças do partido, inclusive com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele considera que a legenda pretende lançar candidato à sucessão de Fernando Haddad (PT-SP) sem levar em consideração as suas preferências, criando um fato consumado e obrigando o governador a eventualmente apoiar um candidato que não teve o seu aval. | colunas | PSB pode lançar vice-governador Márcio França a prefeito de SPO vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB-SP), está mudando o seu endereço eleitoral da cidade de São Vicente, onde já foi prefeito, para a capital paulista. A sugestão da mudança foi feita por Carlos Siqueira, presidente do partido do vice, o PSB. A legenda pretende lançar candidato a prefeito em todas as grandes cidades do país. França já mostrou densidade eleitoral. Em 2000, ele foi reeleito na cidade litorânea com 93% dos votos. Antes de se mudar para a capital paulista, França consultou o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), de São Paulo, que deu aval à iniciativa. O PSB era até agora uma das principais legendas que poderia fazer aliança com o PSDB para apoiar o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo em 2016. Mas França pode explodir o acordo caso decida ser mesmo candidato. Ele pode ainda arrastar para uma aliança o PPS, o DEM e o PV, todos da esfera de influência de Alckmin. O governador, por seu lado, se mostra cada vez mais insatisfeito com lideranças do partido, inclusive com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele considera que a legenda pretende lançar candidato à sucessão de Fernando Haddad (PT-SP) sem levar em consideração as suas preferências, criando um fato consumado e obrigando o governador a eventualmente apoiar um candidato que não teve o seu aval. | 1 |
Lula e a simulação | Difícil imaginar como aquele senhor crispado, irritadiço, poderia se dirigir ao eleitorado na disputa de 2018 ao Palácio do Planalto. Nos vídeos do depoimento de duas horas ao juiz Sergio Moro, nesta quarta-feira (13), viu-se Luiz Inácio Lula da Silva em posição defensiva rara na impressionante carreira do cacique petista. Ali estava um ex-presidente já condenado, em julho, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro —Moro o considerou culpado de receber propina da construtora OAS, na forma do célebre apartamento tríplex no litoral paulista. Respondendo desta feita à acusação de ter sido beneficiado de modo ilícito com outros mimos imobiliários, pela Odebrecht, Lula teve de contestar, pela primeira vez, um relato feito à Justiça por um nome da cúpula do partido. Abriu-se, dessa forma, fissura de dimensões até então nunca vistas no PT, sempre fiel a seu líder máximo e ao discurso de que as alegações de corrupção não passam de conspirata das elites nacionais. O ex-ministro Antonio Palocci, segundo o qual Lula e Odebrecht pactuaram em 2010 propinas de R$ 300 milhões, foi descrito como "um simulador": "Ele é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade". Na réplica da defesa de Palocci, "dissimulado" seria o ex-presidente. Ambos têm boa dose de razão. Cada um a seu modo, os dois personagens já deram fartas demonstrações de habilidade no manejo das afirmativas ambíguas, enganosas ou contraditórias. Exemplo clássico é o da "Carta ao Povo Brasileiro", publicada sob influência de Palocci na primeira campanha presidencial vitoriosa de Lula —o documento prometia preservar a política econômica tucana, sem desautorizar de forma explícita as teses de oposição. A parceria entre o simulador e o dissimulado permitiu ao primeiro governo lulista conciliar retórica de ruptura e prática ortodoxa, vital em um momento de crise. Trata-se de feito de reprodução muito improvável nos dias de hoje. Por falta de alternativas, os petistas retornaram à pregação sectária contra as reformas e os inadiáveis ajustes no Orçamento. Rejeitam a responsabilidade não só pelos desvios bilionários mas também pela recessão brutal, decorrente de seus erros clamorosos na administração do país. Com ou sem Lula, que corre o risco de ficar inelegível se condenado em segunda instância, o caminho para o centro —quase inevitável em um pleito de dois turnos— estreitou-se sobremaneira. Há tempo até 2018, mas hoje o partido parece refém de uma candidatura de negação e enfrentamento. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Lula e a simulaçãoDifícil imaginar como aquele senhor crispado, irritadiço, poderia se dirigir ao eleitorado na disputa de 2018 ao Palácio do Planalto. Nos vídeos do depoimento de duas horas ao juiz Sergio Moro, nesta quarta-feira (13), viu-se Luiz Inácio Lula da Silva em posição defensiva rara na impressionante carreira do cacique petista. Ali estava um ex-presidente já condenado, em julho, a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro —Moro o considerou culpado de receber propina da construtora OAS, na forma do célebre apartamento tríplex no litoral paulista. Respondendo desta feita à acusação de ter sido beneficiado de modo ilícito com outros mimos imobiliários, pela Odebrecht, Lula teve de contestar, pela primeira vez, um relato feito à Justiça por um nome da cúpula do partido. Abriu-se, dessa forma, fissura de dimensões até então nunca vistas no PT, sempre fiel a seu líder máximo e ao discurso de que as alegações de corrupção não passam de conspirata das elites nacionais. O ex-ministro Antonio Palocci, segundo o qual Lula e Odebrecht pactuaram em 2010 propinas de R$ 300 milhões, foi descrito como "um simulador": "Ele é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade". Na réplica da defesa de Palocci, "dissimulado" seria o ex-presidente. Ambos têm boa dose de razão. Cada um a seu modo, os dois personagens já deram fartas demonstrações de habilidade no manejo das afirmativas ambíguas, enganosas ou contraditórias. Exemplo clássico é o da "Carta ao Povo Brasileiro", publicada sob influência de Palocci na primeira campanha presidencial vitoriosa de Lula —o documento prometia preservar a política econômica tucana, sem desautorizar de forma explícita as teses de oposição. A parceria entre o simulador e o dissimulado permitiu ao primeiro governo lulista conciliar retórica de ruptura e prática ortodoxa, vital em um momento de crise. Trata-se de feito de reprodução muito improvável nos dias de hoje. Por falta de alternativas, os petistas retornaram à pregação sectária contra as reformas e os inadiáveis ajustes no Orçamento. Rejeitam a responsabilidade não só pelos desvios bilionários mas também pela recessão brutal, decorrente de seus erros clamorosos na administração do país. Com ou sem Lula, que corre o risco de ficar inelegível se condenado em segunda instância, o caminho para o centro —quase inevitável em um pleito de dois turnos— estreitou-se sobremaneira. Há tempo até 2018, mas hoje o partido parece refém de uma candidatura de negação e enfrentamento. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Leitor critica espaço dado a Xuxa na capa da Folha | Com tantos assuntos mais relevantes, lamento que um jornal da importância da Folha publique na "Primeira Página" (6/3) foto da Xuxa, uma apresentadora inexpressiva e ultimamente preocupada somente com a sua autopromoção e a de sua filha. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitor critica espaço dado a Xuxa na capa da FolhaCom tantos assuntos mais relevantes, lamento que um jornal da importância da Folha publique na "Primeira Página" (6/3) foto da Xuxa, uma apresentadora inexpressiva e ultimamente preocupada somente com a sua autopromoção e a de sua filha. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
Chuvas fazem reservatórios subir; nível do Cantareira chega a 15% | Ainda em situação crítica e com pouco fôlego para abastecer parte da Grande SP no próximo período seco (abril a outubro), o Cantareira voltou a subir nesta segunda-feira (16) e opera agora com 15% de sua capacidade –no domingo (15), estava com 14,6%. O índice atual do reservatório já inclui a água do volume morto (aquela localizada no fundo do reservatório). Para recuperar toda essa "reserva técnica" e voltar a operar apenas com seu volume útil, o manancial precisa chegar aos 29,2% de sua capacidade –o que somente pode ocorrer, numa visão otimista, no verão 2015/2016. A chuva de março têm contribuído para a melhoria do reservatório. Até agora, choveu 147,9 mm nas represas do sistema, quando a média histórica para o mês é de 178 mm. O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (12), ao atingir 14% já é praticamente descartada a possibilidade de rodízio de água neste ano. Para escapar do rodízio, o governo aposta na interligação da água do sistema Rio Grande (um braço da represa Billings que abastece o ABC paulista) até o sistema Alto Tietê, que fornece água principalmente à região leste da região metropolitana. Com isso, seria possível tirar água de um reservatório que está com um bom volume de água (Rio Grande) e levá-lo até outro sistema, com pouca água (20,4%) mas com grande capacidade de tratamento (Alto Tietê). Essa e outras obras têm como objetivo diminuir cada vez mais a área atendida pelo Cantareira e evitar o colapso do sistema que abastece hoje 5,2 milhões de pessoas (ele já chegou a atender 8,8 milhões). Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS De acordo com dados da Sabesp, o nível do reservatório Alto Tietê opera com 21,8% de sua capacidade, registrando alta de 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 75,8%. No domingo, o índice era de 74,7%. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu para 98,1% após subir 0,3 ponto percentual. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, ficou estável e opera com 40,4%. O sistema Alto Cotia subiu para de 54,7% para 54,9%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h. Veja as imagens | cotidiano | Chuvas fazem reservatórios subir; nível do Cantareira chega a 15%Ainda em situação crítica e com pouco fôlego para abastecer parte da Grande SP no próximo período seco (abril a outubro), o Cantareira voltou a subir nesta segunda-feira (16) e opera agora com 15% de sua capacidade –no domingo (15), estava com 14,6%. O índice atual do reservatório já inclui a água do volume morto (aquela localizada no fundo do reservatório). Para recuperar toda essa "reserva técnica" e voltar a operar apenas com seu volume útil, o manancial precisa chegar aos 29,2% de sua capacidade –o que somente pode ocorrer, numa visão otimista, no verão 2015/2016. A chuva de março têm contribuído para a melhoria do reservatório. Até agora, choveu 147,9 mm nas represas do sistema, quando a média histórica para o mês é de 178 mm. O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas. Conforme a Folha mostrou na quinta-feira (12), ao atingir 14% já é praticamente descartada a possibilidade de rodízio de água neste ano. Para escapar do rodízio, o governo aposta na interligação da água do sistema Rio Grande (um braço da represa Billings que abastece o ABC paulista) até o sistema Alto Tietê, que fornece água principalmente à região leste da região metropolitana. Com isso, seria possível tirar água de um reservatório que está com um bom volume de água (Rio Grande) e levá-lo até outro sistema, com pouca água (20,4%) mas com grande capacidade de tratamento (Alto Tietê). Essa e outras obras têm como objetivo diminuir cada vez mais a área atendida pelo Cantareira e evitar o colapso do sistema que abastece hoje 5,2 milhões de pessoas (ele já chegou a atender 8,8 milhões). Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress OUTROS RESERVATÓRIOS De acordo com dados da Sabesp, o nível do reservatório Alto Tietê opera com 21,8% de sua capacidade, registrando alta de 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 75,8%. No domingo, o índice era de 74,7%. O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, subiu para 98,1% após subir 0,3 ponto percentual. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, ficou estável e opera com 40,4%. O sistema Alto Cotia subiu para de 54,7% para 54,9%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h. Veja as imagens | 5 |
Camicado é onde paulistanos preferem comprar presentes de casamento, aponta Datafolha | GISELLE HIRATA DE SÃO PAULO Faz parte da tradição do casamento sonhar com o vestido de noiva, com a festa e por que não com todos os itens da casa nova? Com mais de 35 anos no mercado, a Camicado desponta como a preferida no quesito loja de presentes de casamento, com 22%, segundo pesquisa Datafolha. A rede se destaca, principalmente, no centro e na zona norte paulistana, com 29% das menções nas duas regiões, e entre os que recebem entre 10 e 20 salários mínimos (32%). Também obteve alto índice entre os que têm curso superior (29%). O diferencial da marca, de acordo com André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado, são as coleções exclusivas criadas pela rede e voltadas para diferentes perfis. "No momento, estamos com a linha de inverno, que aposta em sete coleções baseadas em três 'lifestyles'. Elas visam contemplar os diferentes gostos e estilos dos clientes e são baseadas em tendências", explica o executivo. A loja nasceu na década de 1980, quando os irmãos japoneses Minolu, Maria e Mariê Camicado, feirantes, decidiram abrir uma loja na rua 25 de Março. Em 1981, começaram a vender brinquedos, utensílios domésticos e artigos de festa. O primeiro empreendimento só com produtos para casa foi aberta em 1987, no Lar Center. Em 2011, a rede foi comprada pelo grupo Renner. Tendo o serviço de lista de presentes como um de seus principais negócios, a Camicado oferece duas possibilidades aos noivos: a personalizada, com produtos selecionados, e a crédito, que permite que o casal converta os valores de todos os itens recebidos em um montante em dinheiro que pode ser utilizado em qualquer loja da rede —os noivos não precisam levar todos os presentes que ganharam e podem, por exemplo, juntar os preços de vários presentes mais baratos e trocar por um mais caro. A loja, no entanto, não está voltada apenas para o grande momento do casamento. Diversos outros eventos que marcam o antes e o depois do "sim" fazem parte o cardápio de produtos oferecidos, como listas de chá de cozinha, chá-bar, bodas e "open house". Atualmente, a rede tem 90 lojas espalhadas pelo Brasil e planos para crescer: pretende fechar o ano com 98 pontos. "A cidade receberá uma nova unidade no segundo semestre, no shopping Jardim Pamplona. Com a nova loja do shopping Iguatemi Alphaville, completamos 25 lojas em São Paulo e na Grande São Paulo", diz Oliveira. * Camicado Fundação: 1981 (1987, primeira loja só com artigos para casa) Unidades: 90 no país (16 delas na capital paulista) camicado.com.br * André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado "Estamos investindo muito na melhora de coleções e na relação com os clientes. Também apostamos em um novo layout de lojas, mudamos o mix de produtos e partimos para linhas exclusivas", diz André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado. | o-melhor-de-sao-paulo | Camicado é onde paulistanos preferem comprar presentes de casamento, aponta DatafolhaGISELLE HIRATA DE SÃO PAULO Faz parte da tradição do casamento sonhar com o vestido de noiva, com a festa e por que não com todos os itens da casa nova? Com mais de 35 anos no mercado, a Camicado desponta como a preferida no quesito loja de presentes de casamento, com 22%, segundo pesquisa Datafolha. A rede se destaca, principalmente, no centro e na zona norte paulistana, com 29% das menções nas duas regiões, e entre os que recebem entre 10 e 20 salários mínimos (32%). Também obteve alto índice entre os que têm curso superior (29%). O diferencial da marca, de acordo com André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado, são as coleções exclusivas criadas pela rede e voltadas para diferentes perfis. "No momento, estamos com a linha de inverno, que aposta em sete coleções baseadas em três 'lifestyles'. Elas visam contemplar os diferentes gostos e estilos dos clientes e são baseadas em tendências", explica o executivo. A loja nasceu na década de 1980, quando os irmãos japoneses Minolu, Maria e Mariê Camicado, feirantes, decidiram abrir uma loja na rua 25 de Março. Em 1981, começaram a vender brinquedos, utensílios domésticos e artigos de festa. O primeiro empreendimento só com produtos para casa foi aberta em 1987, no Lar Center. Em 2011, a rede foi comprada pelo grupo Renner. Tendo o serviço de lista de presentes como um de seus principais negócios, a Camicado oferece duas possibilidades aos noivos: a personalizada, com produtos selecionados, e a crédito, que permite que o casal converta os valores de todos os itens recebidos em um montante em dinheiro que pode ser utilizado em qualquer loja da rede —os noivos não precisam levar todos os presentes que ganharam e podem, por exemplo, juntar os preços de vários presentes mais baratos e trocar por um mais caro. A loja, no entanto, não está voltada apenas para o grande momento do casamento. Diversos outros eventos que marcam o antes e o depois do "sim" fazem parte o cardápio de produtos oferecidos, como listas de chá de cozinha, chá-bar, bodas e "open house". Atualmente, a rede tem 90 lojas espalhadas pelo Brasil e planos para crescer: pretende fechar o ano com 98 pontos. "A cidade receberá uma nova unidade no segundo semestre, no shopping Jardim Pamplona. Com a nova loja do shopping Iguatemi Alphaville, completamos 25 lojas em São Paulo e na Grande São Paulo", diz Oliveira. * Camicado Fundação: 1981 (1987, primeira loja só com artigos para casa) Unidades: 90 no país (16 delas na capital paulista) camicado.com.br * André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado "Estamos investindo muito na melhora de coleções e na relação com os clientes. Também apostamos em um novo layout de lojas, mudamos o mix de produtos e partimos para linhas exclusivas", diz André Oliveira, gerente-geral de novos negócios da Camicado. | 26 |
Cameron pedirá que Obama pressione empresas a rastrear terroristas | O primeiro-ministro britânico, David Cameron, deverá pedir ao presidente americano, Barack Obama, que pressione empresas como o Twitter e o Facebook a cooperarem mais no rastreamento de atividades de extremistas islâmicos, durante visita a Washington que se inicia nesta quinta-feira (15). A informação foi dada ao jornal britânico "Guardian" por uma fonte do governo Cameron. "O objetivo do premiê é fazer com que as empresas americanas cooperem mais, assegurando que nossas agências de inteligência tenham a informação que precisam para nos manter seguros", disse a autoridade britânica ao jornal. Primeiro líder europeu a se encontrar com Obama após os atentados em Paris, que deixaram 17 mortos, Cameron vai buscar o apoio do presidente americano para não permitir que haja "espaços seguros" para a ação de terroristas. Segundo o jornal "Wall Street Journal", Cameron pedirá ainda que Obama critique o uso, por essas empresas de informação criptografada que não pode ser decodificada nem com ordem judicial. Nos últimos dias, funcionários de inteligência britânicos têm citado justamente o aumento no uso de informação criptografada como um dos obstáculos no combate ao terrorismo. Obama oferece um jantar a Cameron na noite desta quinta-feira (15) e os dois terão encontros na Casa Branca na sexta-feira (16). Durante a visita, o premiê ainda deve reforçar o pedido para que Shaker Aamer, o último britânico detido em Guantánamo, seja libertado e enviado ao Reino Unido. O governo britânico teme que Aamer, que nasceu na Arábia Saudita e está na prisão de Guantánamo desde 2002, não fique em segurança se for deportado para o outro país, como foi planejado por Washington. | mundo | Cameron pedirá que Obama pressione empresas a rastrear terroristasO primeiro-ministro britânico, David Cameron, deverá pedir ao presidente americano, Barack Obama, que pressione empresas como o Twitter e o Facebook a cooperarem mais no rastreamento de atividades de extremistas islâmicos, durante visita a Washington que se inicia nesta quinta-feira (15). A informação foi dada ao jornal britânico "Guardian" por uma fonte do governo Cameron. "O objetivo do premiê é fazer com que as empresas americanas cooperem mais, assegurando que nossas agências de inteligência tenham a informação que precisam para nos manter seguros", disse a autoridade britânica ao jornal. Primeiro líder europeu a se encontrar com Obama após os atentados em Paris, que deixaram 17 mortos, Cameron vai buscar o apoio do presidente americano para não permitir que haja "espaços seguros" para a ação de terroristas. Segundo o jornal "Wall Street Journal", Cameron pedirá ainda que Obama critique o uso, por essas empresas de informação criptografada que não pode ser decodificada nem com ordem judicial. Nos últimos dias, funcionários de inteligência britânicos têm citado justamente o aumento no uso de informação criptografada como um dos obstáculos no combate ao terrorismo. Obama oferece um jantar a Cameron na noite desta quinta-feira (15) e os dois terão encontros na Casa Branca na sexta-feira (16). Durante a visita, o premiê ainda deve reforçar o pedido para que Shaker Aamer, o último britânico detido em Guantánamo, seja libertado e enviado ao Reino Unido. O governo britânico teme que Aamer, que nasceu na Arábia Saudita e está na prisão de Guantánamo desde 2002, não fique em segurança se for deportado para o outro país, como foi planejado por Washington. | 4 |
Câmara adia votação de aumento de mandatos para cinco anos | A Câmara dos Deputados, em acordo entre os líderes partidários, decidiu adiar a votação do aumento do tempo dos mandatos dos atuais quatro para cinco anos e da coincidência das eleições, prevista para ocorrer na tarde desta quinta-feira (28). Não há ainda data para a próxima sessão que irá apreciar esses temas, os quais fazem parte da reforma política que a Casa está votando nesta semana. Na quarta (27), a Câmara aprovou o fim da reeleição, o que pode vir acompanhado do aumento de um ano nos mandatos. A decisão do adiamento ocorreu por falta de acordo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a discussão estava "muito confusa", ao anunciar a retirada de pauta. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), porém, reclamou que já havia maioria para aprovar o aumento dos mandatos para cinco anos. Com o adiamento, os deputados apreciarão nesta quinta a possibilidade de fim das coligações nas eleições proporcionais (para deputados e vereadores), cláusula de desempenho, voto obrigatório e dia da posse do Presidente da República. Pelas discussões até o momento, a tendência é que as coligações proporcionais sejam mantidas. | poder | Câmara adia votação de aumento de mandatos para cinco anosA Câmara dos Deputados, em acordo entre os líderes partidários, decidiu adiar a votação do aumento do tempo dos mandatos dos atuais quatro para cinco anos e da coincidência das eleições, prevista para ocorrer na tarde desta quinta-feira (28). Não há ainda data para a próxima sessão que irá apreciar esses temas, os quais fazem parte da reforma política que a Casa está votando nesta semana. Na quarta (27), a Câmara aprovou o fim da reeleição, o que pode vir acompanhado do aumento de um ano nos mandatos. A decisão do adiamento ocorreu por falta de acordo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a discussão estava "muito confusa", ao anunciar a retirada de pauta. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), porém, reclamou que já havia maioria para aprovar o aumento dos mandatos para cinco anos. Com o adiamento, os deputados apreciarão nesta quinta a possibilidade de fim das coligações nas eleições proporcionais (para deputados e vereadores), cláusula de desempenho, voto obrigatório e dia da posse do Presidente da República. Pelas discussões até o momento, a tendência é que as coligações proporcionais sejam mantidas. | 0 |
Anular sessão do impeachment vai 'gerar tumulto', diz Gilmar Mendes | O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (9) que a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) de anular a sessão do impeachment serve para "gerar tumulto" em um cenário de "anomalia completa" que o país vive. "O Brasil está vivendo uma grande confusão e um quadro de enorme desinteligência. Já não há mais possibilidade de fazer essa anulação. Imagine um presidente da Câmara dos Deputados anular uma decisão em colegiado. Isso não faz sentido, gera tumulto e é uma anomalia completa", disse o ministro em visita a Cuiabá (MT) para receber uma homenagem da Assembleia Legislativa. Segundo Mendes, o plenário da Câmara dos Deputados não poderia revogar neste momento a sessão do impeachment, pois o processo já foi remetido ao Senado. "O presidente da Câmara não dispõe desse poder unilateral e a matéria não poderia ser arquivada ou anulada pelo plenário, que é soberano, pois já está confiada ao Senado", disse Mendes. De acordo com o ministro, não deve prosperar a tese da AGU (Advocacia Geral da União) de que os partidos não poderiam ter fechado questão e motivado os votos sobre a denúncia de crime de responsabilidade fiscal. "O STF já se pronunciou a respeito desta questão. Foi entendido que o relatório tratava exclusivamente sobre fatos ligados à denúncia, que são crimes orçamentários. Não nos esqueçamos que o STF balizou todo o rito do impeachment", disse. A situação política do Brasil ainda foi criticada por Mendes, que evitou citar nominalmente a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). "Nesse momento, no Brasil, quase que a gente pode falar que já não tem governo. Nós não temos o novo e o velho já desapareceu. É um quadro de acefalia." Dois ministros do STF ouvidos pela Folha sob condição de anonimato também disseram que o ato de Maranhão anulando uma sessão do plenário não teria previsão legal. Outro ministro diz que o principal debate neste caso é se o presidente da Câmara tem competência para derrubar uma votação do plenário. | poder | Anular sessão do impeachment vai 'gerar tumulto', diz Gilmar MendesO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (9) que a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) de anular a sessão do impeachment serve para "gerar tumulto" em um cenário de "anomalia completa" que o país vive. "O Brasil está vivendo uma grande confusão e um quadro de enorme desinteligência. Já não há mais possibilidade de fazer essa anulação. Imagine um presidente da Câmara dos Deputados anular uma decisão em colegiado. Isso não faz sentido, gera tumulto e é uma anomalia completa", disse o ministro em visita a Cuiabá (MT) para receber uma homenagem da Assembleia Legislativa. Segundo Mendes, o plenário da Câmara dos Deputados não poderia revogar neste momento a sessão do impeachment, pois o processo já foi remetido ao Senado. "O presidente da Câmara não dispõe desse poder unilateral e a matéria não poderia ser arquivada ou anulada pelo plenário, que é soberano, pois já está confiada ao Senado", disse Mendes. De acordo com o ministro, não deve prosperar a tese da AGU (Advocacia Geral da União) de que os partidos não poderiam ter fechado questão e motivado os votos sobre a denúncia de crime de responsabilidade fiscal. "O STF já se pronunciou a respeito desta questão. Foi entendido que o relatório tratava exclusivamente sobre fatos ligados à denúncia, que são crimes orçamentários. Não nos esqueçamos que o STF balizou todo o rito do impeachment", disse. A situação política do Brasil ainda foi criticada por Mendes, que evitou citar nominalmente a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). "Nesse momento, no Brasil, quase que a gente pode falar que já não tem governo. Nós não temos o novo e o velho já desapareceu. É um quadro de acefalia." Dois ministros do STF ouvidos pela Folha sob condição de anonimato também disseram que o ato de Maranhão anulando uma sessão do plenário não teria previsão legal. Outro ministro diz que o principal debate neste caso é se o presidente da Câmara tem competência para derrubar uma votação do plenário. | 0 |
MEC cria grupo sobre inclusão de estudantes negros em pós-graduação | O MEC (Ministério da Educação) criou um grupo de trabalho para propor "mecanismos de inclusão" de estudantes pretos e pardos em cursos de mestrado e doutorado no país. A análise deve se estender ainda a indígenas, estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, de acordo com portaria publicada nesta terça-feira (15) no "Diário Oficial da União". Farão parte do grupo servidores do MEC, Capes e CNPq –agências federais de fomento à pesquisa– e integrantes de entidades como ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros) e ABC (Academia Brasileira de Ciências). Ronaldo Barros, secretário de ações afirmativas da Secretaria da Igualdade Racial, defende a adoção de cotas na pós-graduação, a exemplo do que foi feito no processo seletivo das universidades federais e de concursos públicos da União. "As políticas afirmativas não se opõem à qualidade. Hoje você tem uma demanda, um público em condições de acessar essas vagas", diz. Ele elogia o modelo adotado neste ano pela UFG (Universidade Federal de Goiás). A instituição definiu reserva de 20% das vagas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) para pretos, pardos e indígenas. Esses candidatos também disputam as vagas da ampla concorrência –se classificados nessa seleção, não são computados nas vagas reservadas. Ao contrário das cotas na graduação, Barros não vê necessidade de que o candidato tenha feito ensino médio ou superior em instituição pública. "Seria injusto impedir que alunos do Prouni tivessem acesso", afirma, em referência ao programa de concessão de bolsas para alunos de baixa renda cursarem ensino superior em escolas privadas. Assinada pelo ministro Renato Janine (Educação), a portaria define prazo de quatro meses para conclusão dos estudos do grupo. | educacao | MEC cria grupo sobre inclusão de estudantes negros em pós-graduaçãoO MEC (Ministério da Educação) criou um grupo de trabalho para propor "mecanismos de inclusão" de estudantes pretos e pardos em cursos de mestrado e doutorado no país. A análise deve se estender ainda a indígenas, estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, de acordo com portaria publicada nesta terça-feira (15) no "Diário Oficial da União". Farão parte do grupo servidores do MEC, Capes e CNPq –agências federais de fomento à pesquisa– e integrantes de entidades como ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros) e ABC (Academia Brasileira de Ciências). Ronaldo Barros, secretário de ações afirmativas da Secretaria da Igualdade Racial, defende a adoção de cotas na pós-graduação, a exemplo do que foi feito no processo seletivo das universidades federais e de concursos públicos da União. "As políticas afirmativas não se opõem à qualidade. Hoje você tem uma demanda, um público em condições de acessar essas vagas", diz. Ele elogia o modelo adotado neste ano pela UFG (Universidade Federal de Goiás). A instituição definiu reserva de 20% das vagas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) para pretos, pardos e indígenas. Esses candidatos também disputam as vagas da ampla concorrência –se classificados nessa seleção, não são computados nas vagas reservadas. Ao contrário das cotas na graduação, Barros não vê necessidade de que o candidato tenha feito ensino médio ou superior em instituição pública. "Seria injusto impedir que alunos do Prouni tivessem acesso", afirma, em referência ao programa de concessão de bolsas para alunos de baixa renda cursarem ensino superior em escolas privadas. Assinada pelo ministro Renato Janine (Educação), a portaria define prazo de quatro meses para conclusão dos estudos do grupo. | 12 |
Evento reúne gerações de músicos do jazz que tocam tábuas de lavar roupa | A primeira edição do evento, promovido no Pequeno Teatro das Delicadezas do Olga 17, na Barra Funda, contou com a presença dos jazzistas Tito Martino e Billy Ponzio, dos grupos Fizz Jazz e Mustache e os Apaches, além de dezenas de músicos que se aventuram a tocar o washboard, uma tábua de lavar roupa convertida em instrumento musical.Leia mais na Ilustrada. | tv | Evento reúne gerações de músicos do jazz que tocam tábuas de lavar roupaA primeira edição do evento, promovido no Pequeno Teatro das Delicadezas do Olga 17, na Barra Funda, contou com a presença dos jazzistas Tito Martino e Billy Ponzio, dos grupos Fizz Jazz e Mustache e os Apaches, além de dezenas de músicos que se aventuram a tocar o washboard, uma tábua de lavar roupa convertida em instrumento musical.Leia mais na Ilustrada. | 11 |
Twitter pode fechar conta de usuários que transmitiram 'Game of Thrones' | Usuários do Periscope – aplicativo do Twitter que permite que usuários façam transmissões de vídeo ao vivo– usaram a ferramenta para transmitir o episódio de estreia da quinta temporada do seriado "Game of Thrones", da HBO, no domingo (12). Mesmo que em baixa qualidade, o episódio foi transmitido por dúzias de usuários, segundo o jornal australiano "Mumbrella". De acordo com a Bloomberg, o Twitter disse que o aplicativo não deve ser usado para pirataria. De acordo com os termos de serviço do Periscope, a companhia respeita os direitos de propriedade intelectual e espera que seus usuários façam o mesmo. Em resposta à pirataria, a companhia pode remover o conteúdo divulgado ou mesmo fechar as contas de usuários que fizeram a transmissão. "Nós reservamos o direito de remover conteúdo alegado como infrator sem aviso prévio e com nossa descrição. Em circunstâncias apropriadas, Periscope vai fechar a conta de um usuário que esteja determinado em realizar infrações mais vezes", estabelece o termo. "Game of Thrones" já vem enfrentando problemas com a pirataria, sendo a série mais baixada no mundo. Só no Brasil, de 5 de fevereiro de 2015 até 6 de abril, foram mais de 935 mil downloads em computadores brasileiro. No último sábado (11), vazaram quatro episódios da nova temporada da série, antes da estreia oficial no dia seguinte. Mesmo assim, o seriado bateu recordes de audiência nos EUA. | tec | Twitter pode fechar conta de usuários que transmitiram 'Game of Thrones'Usuários do Periscope – aplicativo do Twitter que permite que usuários façam transmissões de vídeo ao vivo– usaram a ferramenta para transmitir o episódio de estreia da quinta temporada do seriado "Game of Thrones", da HBO, no domingo (12). Mesmo que em baixa qualidade, o episódio foi transmitido por dúzias de usuários, segundo o jornal australiano "Mumbrella". De acordo com a Bloomberg, o Twitter disse que o aplicativo não deve ser usado para pirataria. De acordo com os termos de serviço do Periscope, a companhia respeita os direitos de propriedade intelectual e espera que seus usuários façam o mesmo. Em resposta à pirataria, a companhia pode remover o conteúdo divulgado ou mesmo fechar as contas de usuários que fizeram a transmissão. "Nós reservamos o direito de remover conteúdo alegado como infrator sem aviso prévio e com nossa descrição. Em circunstâncias apropriadas, Periscope vai fechar a conta de um usuário que esteja determinado em realizar infrações mais vezes", estabelece o termo. "Game of Thrones" já vem enfrentando problemas com a pirataria, sendo a série mais baixada no mundo. Só no Brasil, de 5 de fevereiro de 2015 até 6 de abril, foram mais de 935 mil downloads em computadores brasileiro. No último sábado (11), vazaram quatro episódios da nova temporada da série, antes da estreia oficial no dia seguinte. Mesmo assim, o seriado bateu recordes de audiência nos EUA. | 10 |
Resgatar a imagem | O futebol mundial conhece um momento de mudanças dentro e fora dos gramados. No último sábado (5), poucos dias após a eleição do novo presidente da Fifa e a adoção de uma série de regras moralizadoras pela entidade, aprovou-se a realização de testes com imagens de vídeo para auxiliar os árbitros em lances duvidosos. A decisão tomada pela Ifab (International Football Association Board), órgão que regulamenta as regras do jogo, pode representar a queda de um tabu futebolístico. De modo anacrônico, o esporte resiste há anos a implementar um recurso já utilizado com sucesso no basquete, no tênis, no vôlei e no hóquei, por exemplo. O uso do vídeo será permitido apenas em lances capitais, como nos casos em que houver dúvida sobre gol ou marcação de um pênalti, além de situações envolvendo atitudes violentas. Os testes deverão começar até a metade do ano que vem. Se a medida for implementada em definitivo, deverá aumentar a lisura dos jogos e diminuir os equívocos que prejudicam o futebol como espetáculo e empreendimento. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), uma das entidades mais atuantes na defesa da iniciativa modernizadora, almeja pô-la em prática já no Campeonato Brasileiro deste ano, em agosto. Pretende, com isso, dar resposta a dirigentes insatisfeitos com os recorrentes erros de arbitragem no torneio do ano passado. Procura, ademais, atingir outro objetivo: resgatar um pouco da própria imagem, combalida pelos recentes escândalos de corrupção. Com esse intuito, a CBF criou no mês passado um comitê de reformas. Seus 17 integrantes têm a missão de propor alterações em temas que vão de seu Código de Ética ao calendário, passando pelo estatuto da entidade e pelo desenvolvimento do futebol feminino. As propostas devem ser apresentadas até o final de 2016. Tendo seus três últimos presidentes acusados pela Justiça americana de participação em um esquema de propinas e lavagem de dinheiro, à CBF só resta se mexer. Há, entretanto, justificadas dúvidas sobre a independência de um comitê de reformas composto majoritariamente de cartolas, presidentes de federações estaduais e pessoas ligadas à própria CBF. Diante da necessidade de modernizar o futebol brasileiro e aumentar a transparência de clubes e entidades desportivas, será uma pena se a iniciativa for somente, como se diz, para inglês ver. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Resgatar a imagemO futebol mundial conhece um momento de mudanças dentro e fora dos gramados. No último sábado (5), poucos dias após a eleição do novo presidente da Fifa e a adoção de uma série de regras moralizadoras pela entidade, aprovou-se a realização de testes com imagens de vídeo para auxiliar os árbitros em lances duvidosos. A decisão tomada pela Ifab (International Football Association Board), órgão que regulamenta as regras do jogo, pode representar a queda de um tabu futebolístico. De modo anacrônico, o esporte resiste há anos a implementar um recurso já utilizado com sucesso no basquete, no tênis, no vôlei e no hóquei, por exemplo. O uso do vídeo será permitido apenas em lances capitais, como nos casos em que houver dúvida sobre gol ou marcação de um pênalti, além de situações envolvendo atitudes violentas. Os testes deverão começar até a metade do ano que vem. Se a medida for implementada em definitivo, deverá aumentar a lisura dos jogos e diminuir os equívocos que prejudicam o futebol como espetáculo e empreendimento. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), uma das entidades mais atuantes na defesa da iniciativa modernizadora, almeja pô-la em prática já no Campeonato Brasileiro deste ano, em agosto. Pretende, com isso, dar resposta a dirigentes insatisfeitos com os recorrentes erros de arbitragem no torneio do ano passado. Procura, ademais, atingir outro objetivo: resgatar um pouco da própria imagem, combalida pelos recentes escândalos de corrupção. Com esse intuito, a CBF criou no mês passado um comitê de reformas. Seus 17 integrantes têm a missão de propor alterações em temas que vão de seu Código de Ética ao calendário, passando pelo estatuto da entidade e pelo desenvolvimento do futebol feminino. As propostas devem ser apresentadas até o final de 2016. Tendo seus três últimos presidentes acusados pela Justiça americana de participação em um esquema de propinas e lavagem de dinheiro, à CBF só resta se mexer. Há, entretanto, justificadas dúvidas sobre a independência de um comitê de reformas composto majoritariamente de cartolas, presidentes de federações estaduais e pessoas ligadas à própria CBF. Diante da necessidade de modernizar o futebol brasileiro e aumentar a transparência de clubes e entidades desportivas, será uma pena se a iniciativa for somente, como se diz, para inglês ver. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Leitores lamentam desabamento de ciclovia no Rio e pedem providências | O desabamento parcial da ciclovia Tim Maia no Rio de Janeiro é a nota trágica para mais um equipamento urbano concebido de maneira incompleta e rudimentar. Nossas cidades merecem obras públicas bem solucionadas e eficientes, cuja tecnologia e beleza plástica justificassem os milhões de reais investidos e nas quais, sobretudo, não fosse possível morrer em um prosaico passeio de final de semana. MARCOS BERTOLDI, arquiteto (Curitiba, PR) * Como eram fixadas as placas do piso da ciclovia Tim Maia? Quem projetou essa fixação? Esse é o real evento novo, sr. Pedro Paulo Teixeira, que precisa ser muito bem esclarecido. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO (São Paulo, SP) * À mesa para o café da manhã, eu me deparo com duas fotos chocantes. A primeira mostra o desabamento de uma ciclovia de R$ 45 milhões recém-inaugurada no Rio de Janeiro. A outra, pasmem, mostra um jogo de futebol na praia ao lado de dois corpos de vitimas do desabamento. A minha mulher acha que o jogo continuou porque já nos acostumamos com essa rotina. Será? ROBERTO MAURO BATISTA GOMES (São Paulo, SP) * Sou leitora assídua da Folha e nunca vi uma foto de capa de tamanho mau gosto. Os dois corpos na areia descobertos, rodeados pela indiferença de jovens jogando bola, pessoas passando e adolescentes brincando, contribuíram para trazer ao leitor um ingrediente revoltante a respeito da tragédia. Hoje compreendo o real significado da banalização da morte. SUELI GOMES GONCALVES (Santos, SP) * A foto da primeira página mostrando os corpos de dois indivíduos prostrados na areia foi estarrecedora para mim. Quanto descaso, quanta indiferença, quanto desrespeito! Mas podemos dizer que esse é o retrato do nosso país, em que dois cidadãos saem numa manhã para dar umas pedaladas e são surpreendidos pela incompetência criminosa de nossos gestores. Como se não bastasse, são tratados como um monte de carne. MARCELO ROSA DE REZENDE (São Paulo, SP) * Inaugurada festivamente em janeiro e com o custo de R$ 44,7 milhões, caiu a ciclovia Tim Maia. Mais uma tragédia para a extensa lista de obras mal feitas que, em vez de beneficiarem a população, a afetam da pior maneira. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * Historicamente, o mar em ressaca assola o paredão rochoso. Uma estrutura no local deveria ser muito ponderada pelas autoridades e pela engenharia. Já vimos esse filme. Dizem que vão criar uma comissão para apurar os fatos e punir os responsáveis. Acho perda de tempo. Claro que o culpado é o rei dos mares, Poseidon. MÁRCIO MOURÃO (Rio de Janeiro, RJ) * A queda da ciclovia no Rio mostra os problemas básicos do país. Há falta de informação, de planejamento e de gestão pública. A estrutura da ciclovia foi projetada sem levar em consideração a força das ondas do mar. LUIZ ROBERTO JR. (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Leitores lamentam desabamento de ciclovia no Rio e pedem providênciasO desabamento parcial da ciclovia Tim Maia no Rio de Janeiro é a nota trágica para mais um equipamento urbano concebido de maneira incompleta e rudimentar. Nossas cidades merecem obras públicas bem solucionadas e eficientes, cuja tecnologia e beleza plástica justificassem os milhões de reais investidos e nas quais, sobretudo, não fosse possível morrer em um prosaico passeio de final de semana. MARCOS BERTOLDI, arquiteto (Curitiba, PR) * Como eram fixadas as placas do piso da ciclovia Tim Maia? Quem projetou essa fixação? Esse é o real evento novo, sr. Pedro Paulo Teixeira, que precisa ser muito bem esclarecido. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO (São Paulo, SP) * À mesa para o café da manhã, eu me deparo com duas fotos chocantes. A primeira mostra o desabamento de uma ciclovia de R$ 45 milhões recém-inaugurada no Rio de Janeiro. A outra, pasmem, mostra um jogo de futebol na praia ao lado de dois corpos de vitimas do desabamento. A minha mulher acha que o jogo continuou porque já nos acostumamos com essa rotina. Será? ROBERTO MAURO BATISTA GOMES (São Paulo, SP) * Sou leitora assídua da Folha e nunca vi uma foto de capa de tamanho mau gosto. Os dois corpos na areia descobertos, rodeados pela indiferença de jovens jogando bola, pessoas passando e adolescentes brincando, contribuíram para trazer ao leitor um ingrediente revoltante a respeito da tragédia. Hoje compreendo o real significado da banalização da morte. SUELI GOMES GONCALVES (Santos, SP) * A foto da primeira página mostrando os corpos de dois indivíduos prostrados na areia foi estarrecedora para mim. Quanto descaso, quanta indiferença, quanto desrespeito! Mas podemos dizer que esse é o retrato do nosso país, em que dois cidadãos saem numa manhã para dar umas pedaladas e são surpreendidos pela incompetência criminosa de nossos gestores. Como se não bastasse, são tratados como um monte de carne. MARCELO ROSA DE REZENDE (São Paulo, SP) * Inaugurada festivamente em janeiro e com o custo de R$ 44,7 milhões, caiu a ciclovia Tim Maia. Mais uma tragédia para a extensa lista de obras mal feitas que, em vez de beneficiarem a população, a afetam da pior maneira. RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ) * Historicamente, o mar em ressaca assola o paredão rochoso. Uma estrutura no local deveria ser muito ponderada pelas autoridades e pela engenharia. Já vimos esse filme. Dizem que vão criar uma comissão para apurar os fatos e punir os responsáveis. Acho perda de tempo. Claro que o culpado é o rei dos mares, Poseidon. MÁRCIO MOURÃO (Rio de Janeiro, RJ) * A queda da ciclovia no Rio mostra os problemas básicos do país. Há falta de informação, de planejamento e de gestão pública. A estrutura da ciclovia foi projetada sem levar em consideração a força das ondas do mar. LUIZ ROBERTO JR. (Campinas, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Imigrantes brasileiros fogem de crise e voltam ao Reino Unido | O brasileiro Hiany Dipapidis, 27, morou no Reino Unido há seis anos e voltou para o Brasil durante a crise financeira internacional. Há dois meses, regressou a Londres. Os motivos são os mesmos que estão levando muitos brasileiros ao exílio voluntário em outro destino comum, Miami, nos Estados Unidos: crise econômica, desvalorização do real e insatisfação com o governo. "A situação no Brasil está muito ruim. O PT governa para os pobres. O Aécio ia governar para a classe média. Isso sem falar na corrupção", diz Dipapidis, que é entregador de pizza. Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado e com a deterioração da economia, o Reino Unido vive uma nova onda de imigração de brasileiros, de acordo com associações de brasileiros e advogados especializados em imigração ouvidos pela BBC Brasil. Eles destacam que os motivos não são apenas políticos: a crise econômica se acentuou desde então e a libra se valorizou no período. "Desde novembro é absurda a quantidade de gente vindo para cá. O número de associados aumentou cinco vezes", diz Carlos Mellinger, da Casa do Brasil - associação que auxilia brasileiros no Reino Unido. "A libra está valendo quase R$ 5, o que beneficia quem manda dinheiro para o Brasil", diz Carlos. "E muita gente é antigoverno, diz que não aguenta mais a 'roubalheira'", afirma. É difícil precisar quantos brasileiros moram no Reino Unido porque parte deles é ilegal ou tem passaporte europeu –caso de Hiany Dipapidis, que tem cidadania grega. Até o ano passado, Carlos estimava que houvesse 300 mil brasileiros no Reino Unido. Hoje, aumentou a estimativa para 350 mil –a maioria dos "novos" imigrantes, segundo ele, são brasileiros que já moraram no Reino Unido e retornaram. O consulado do Brasil em Londres acredita que 135 mil brasileiros vivam no Reino Unido - a estimativa, no entanto, foi feita no final do ano passado e não foi atualizada desde então. VISTOS O diretor da Abras (Associação Brasileira no Reino Unido), Laércio da Silva, atribui o aumento do número de imigrantes principalmente à situação econômica do Brasil –mas diz que também há fatores políticos. Ele destaca que a crise fez com que aumentasse também o número de brasileiros querendo fazer pós-graduação no Reino Unido. Com o mercado de trabalho mais concorrido, elas buscam melhorar sua qualificação para conseguir um emprego no Brasil. "Depois da eleição, principalmente as pessoas com nível melhor de educação se decepcionaram porque acreditaram que algo ia mudar. Estão cansados, há um grande número de pessoas que começou a ficar descrente", diz Laércio da Silva. Ele diz que, além dos estudantes de pós-graduação, também houve um aumento no número de brasileiros vindos de outros países europeus, onde a economia está demorando mais a se recuperar do que no Reino Unido. Brasileiros não precisam de visto para entrar no país como turistas. Mas precisam de visto para poderem trabalhar, estudar ou ter os mesmos direitos de seus cônjuges –no caso destes serem cidadãos da União Europeia. Segundo dados do Departamento de Imigração do Reino Unido, o número de vistos concedidos a brasileiros em 2014 foi de 6.712, comparável a níveis pré-crise. Foi o ano em que foram concedidos mais vistos de trabalho no Reino Unido para brasileiros em pelo menos dez anos. Foram 1.163 no ano passado, ante 1.084 no ano anterior e 850 em 2012. Em números gerais, o aumento na concessão de vistos teve início em 2012. Mas esse crescimento foi provocado principalmente pelos vistos de estudantes, impulsionado pelo programa Ciência sem Fronteiras. 'MUITO RICO' Os especialistas dizem que a nova onda de imigração brasileira, no entanto, ainda não é tão intensa quanto a que ocorreu há cerca de uma década –e que foi interrompida pela crise e o endurecimento da fiscalização de trabalhadores ilegais. A advogada Victoria Nabas, especialista na área, afirma que o grande pico da imigração brasileira para o Reino Unido ocorreu após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando tornou-se mais difícil ir para os Estados Unidos. Segundo ela, com o endurecimento das regras também no Reino Unido por volta de 2005, a comunidade brasileira passou a crescer mais lentamente, mas só veio a diminuir com a crise de 2008, quando muitos brasileiros retornaram. "Esses brasileiros ficaram alguns anos por lá (no Brasil) e agora estão voltando. Mas eles contaram para os amigos como era aqui, e por isso também tem muita gente nova chegando", afirma. "E depois da eleição foi uma loucura. Degringolou, porque muita gente não queria que a presidente fosse eleita e votou contra, e muitas dessas pessoas vieram porque não acham que vai melhorar. Reclamam da corrupção, economia, essas coisas", completa. Nabas diz ainda que há um novo perfil de imigrantes brasileiros no Reino Unido: os milionários. Segundo ela, eles estão requisitando vistos de investidor no país –é preciso ter 2 milhões de libras (cerca de R$ 10 milhões) para isso. Em Miami, afirma, um visto semelhante custa US$ 500 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão). "Quem vai para Miami é pouco rico. Quem vem para Londres é muito rico", diz. ECONOMIA Mas Carlos Mellinger afirma que a maioria dos imigrantes brasileiros continua atuando nos mesmo setores tradicionalmente ocupados pelo grupo: limpeza, restaurantes, construção civil e o de motoboys. Em situação ilegal no país, o pedreiro João (nome fictício) se mudou para Londres por causa da crise econômica –mas não culpa o governo pela situação. "Aqui é mais fácil juntar dinheiro, mas sempre foi. Sou PT, votei na Dilma no primeiro e no segundo turno, mas as coisas no Brasil estão muito caras. E aqui, com a libra mais cara, consigo mandar mais dinheiro para o Brasil", disse. No Brasil, João ganhava cerca de R$ 3.000 por mês como jardineiro. Em Londres, ganha cerca de 1.500 libras por mês (o que atualmente equivale a cerca de R$ 7.500). O caso dele, que vive em situação ilegal, já não é mais tão comum como era na primeira grande onda de imigração para o Reino Unido, segundo especialistas. Todos os entrevistados dizem que, apesar de ainda chegarem brasileiros ilegais, hoje há mais gente com documentação - principalmente passaportes europeus - do que havia há cerca de dez anos. Eder Spacki, 32, ilustra bem esta situação. Entre 2004 e 2009, trabalhou ilegalmente em Londres. Foi descoberto pela fiscalização e passou 14 dias na prisão antes de ser deportado para o Brasil. Depois disso, passou a reunir documentos para comprovar sua ascendência italiana, assegurando nacionalidade de um país europeu. Conseguiu o documento e, há dois meses, voltou para Londres, onde trabalha como pizzaiolo. "Não dá para ficar no Brasil. A situação é horrível, o governo é uma vergonha. Vai virar uma Cuba ou uma Venezuela", afirma. Com cidadania espanhola, Debora do Carmo, 45, percorreu um caminho parecido com o de Eder. Após viver em Londres por anos, voltou ao Brasil por sentir saudades. Mas "foi impossível ficar", segundo ela. Há quatro meses na capital inglesa, Debora trabalha como babá. Em Poços de Caldas, era professora em uma escola de idiomas. Mas diz que o dinheiro não dava, por causa da inflação. "Os preços sobem todos no Natal. Como o governo deixa?", afirma. "O governo nunca foi tão mal administrado. E o Bolsa Família é uma ilusão, eles pagam muito pouco, então tem muito assalto, muita violência", afirma ela –que diz que também não votaria em Aécio. ENDURECIMENTO O crescimento no número de brasileiros segue a tendência verificada na entrada no Reino Unido de imigrantes de outras nacionalidades. No mês passado, o governo britânico divulgou que 641 mil imigrantes entraram no país em 2014 e 323 mil deixaram o Reino Unido no mesmo período –ou seja, houve 318 mil "novos imigrantes", bem acima da meta de 100 mil estipulada pelo primeiro-ministro David Cameron durante a recente campanha eleitoral. Cameron anunciou que irá aumentar a repressão aos ilegais. A polícia, inclusive, deve passar a confiscar os salários dos ilegais e deportar na hora quem for pego nessa condição. | bbc | Imigrantes brasileiros fogem de crise e voltam ao Reino UnidoO brasileiro Hiany Dipapidis, 27, morou no Reino Unido há seis anos e voltou para o Brasil durante a crise financeira internacional. Há dois meses, regressou a Londres. Os motivos são os mesmos que estão levando muitos brasileiros ao exílio voluntário em outro destino comum, Miami, nos Estados Unidos: crise econômica, desvalorização do real e insatisfação com o governo. "A situação no Brasil está muito ruim. O PT governa para os pobres. O Aécio ia governar para a classe média. Isso sem falar na corrupção", diz Dipapidis, que é entregador de pizza. Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado e com a deterioração da economia, o Reino Unido vive uma nova onda de imigração de brasileiros, de acordo com associações de brasileiros e advogados especializados em imigração ouvidos pela BBC Brasil. Eles destacam que os motivos não são apenas políticos: a crise econômica se acentuou desde então e a libra se valorizou no período. "Desde novembro é absurda a quantidade de gente vindo para cá. O número de associados aumentou cinco vezes", diz Carlos Mellinger, da Casa do Brasil - associação que auxilia brasileiros no Reino Unido. "A libra está valendo quase R$ 5, o que beneficia quem manda dinheiro para o Brasil", diz Carlos. "E muita gente é antigoverno, diz que não aguenta mais a 'roubalheira'", afirma. É difícil precisar quantos brasileiros moram no Reino Unido porque parte deles é ilegal ou tem passaporte europeu –caso de Hiany Dipapidis, que tem cidadania grega. Até o ano passado, Carlos estimava que houvesse 300 mil brasileiros no Reino Unido. Hoje, aumentou a estimativa para 350 mil –a maioria dos "novos" imigrantes, segundo ele, são brasileiros que já moraram no Reino Unido e retornaram. O consulado do Brasil em Londres acredita que 135 mil brasileiros vivam no Reino Unido - a estimativa, no entanto, foi feita no final do ano passado e não foi atualizada desde então. VISTOS O diretor da Abras (Associação Brasileira no Reino Unido), Laércio da Silva, atribui o aumento do número de imigrantes principalmente à situação econômica do Brasil –mas diz que também há fatores políticos. Ele destaca que a crise fez com que aumentasse também o número de brasileiros querendo fazer pós-graduação no Reino Unido. Com o mercado de trabalho mais concorrido, elas buscam melhorar sua qualificação para conseguir um emprego no Brasil. "Depois da eleição, principalmente as pessoas com nível melhor de educação se decepcionaram porque acreditaram que algo ia mudar. Estão cansados, há um grande número de pessoas que começou a ficar descrente", diz Laércio da Silva. Ele diz que, além dos estudantes de pós-graduação, também houve um aumento no número de brasileiros vindos de outros países europeus, onde a economia está demorando mais a se recuperar do que no Reino Unido. Brasileiros não precisam de visto para entrar no país como turistas. Mas precisam de visto para poderem trabalhar, estudar ou ter os mesmos direitos de seus cônjuges –no caso destes serem cidadãos da União Europeia. Segundo dados do Departamento de Imigração do Reino Unido, o número de vistos concedidos a brasileiros em 2014 foi de 6.712, comparável a níveis pré-crise. Foi o ano em que foram concedidos mais vistos de trabalho no Reino Unido para brasileiros em pelo menos dez anos. Foram 1.163 no ano passado, ante 1.084 no ano anterior e 850 em 2012. Em números gerais, o aumento na concessão de vistos teve início em 2012. Mas esse crescimento foi provocado principalmente pelos vistos de estudantes, impulsionado pelo programa Ciência sem Fronteiras. 'MUITO RICO' Os especialistas dizem que a nova onda de imigração brasileira, no entanto, ainda não é tão intensa quanto a que ocorreu há cerca de uma década –e que foi interrompida pela crise e o endurecimento da fiscalização de trabalhadores ilegais. A advogada Victoria Nabas, especialista na área, afirma que o grande pico da imigração brasileira para o Reino Unido ocorreu após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando tornou-se mais difícil ir para os Estados Unidos. Segundo ela, com o endurecimento das regras também no Reino Unido por volta de 2005, a comunidade brasileira passou a crescer mais lentamente, mas só veio a diminuir com a crise de 2008, quando muitos brasileiros retornaram. "Esses brasileiros ficaram alguns anos por lá (no Brasil) e agora estão voltando. Mas eles contaram para os amigos como era aqui, e por isso também tem muita gente nova chegando", afirma. "E depois da eleição foi uma loucura. Degringolou, porque muita gente não queria que a presidente fosse eleita e votou contra, e muitas dessas pessoas vieram porque não acham que vai melhorar. Reclamam da corrupção, economia, essas coisas", completa. Nabas diz ainda que há um novo perfil de imigrantes brasileiros no Reino Unido: os milionários. Segundo ela, eles estão requisitando vistos de investidor no país –é preciso ter 2 milhões de libras (cerca de R$ 10 milhões) para isso. Em Miami, afirma, um visto semelhante custa US$ 500 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão). "Quem vai para Miami é pouco rico. Quem vem para Londres é muito rico", diz. ECONOMIA Mas Carlos Mellinger afirma que a maioria dos imigrantes brasileiros continua atuando nos mesmo setores tradicionalmente ocupados pelo grupo: limpeza, restaurantes, construção civil e o de motoboys. Em situação ilegal no país, o pedreiro João (nome fictício) se mudou para Londres por causa da crise econômica –mas não culpa o governo pela situação. "Aqui é mais fácil juntar dinheiro, mas sempre foi. Sou PT, votei na Dilma no primeiro e no segundo turno, mas as coisas no Brasil estão muito caras. E aqui, com a libra mais cara, consigo mandar mais dinheiro para o Brasil", disse. No Brasil, João ganhava cerca de R$ 3.000 por mês como jardineiro. Em Londres, ganha cerca de 1.500 libras por mês (o que atualmente equivale a cerca de R$ 7.500). O caso dele, que vive em situação ilegal, já não é mais tão comum como era na primeira grande onda de imigração para o Reino Unido, segundo especialistas. Todos os entrevistados dizem que, apesar de ainda chegarem brasileiros ilegais, hoje há mais gente com documentação - principalmente passaportes europeus - do que havia há cerca de dez anos. Eder Spacki, 32, ilustra bem esta situação. Entre 2004 e 2009, trabalhou ilegalmente em Londres. Foi descoberto pela fiscalização e passou 14 dias na prisão antes de ser deportado para o Brasil. Depois disso, passou a reunir documentos para comprovar sua ascendência italiana, assegurando nacionalidade de um país europeu. Conseguiu o documento e, há dois meses, voltou para Londres, onde trabalha como pizzaiolo. "Não dá para ficar no Brasil. A situação é horrível, o governo é uma vergonha. Vai virar uma Cuba ou uma Venezuela", afirma. Com cidadania espanhola, Debora do Carmo, 45, percorreu um caminho parecido com o de Eder. Após viver em Londres por anos, voltou ao Brasil por sentir saudades. Mas "foi impossível ficar", segundo ela. Há quatro meses na capital inglesa, Debora trabalha como babá. Em Poços de Caldas, era professora em uma escola de idiomas. Mas diz que o dinheiro não dava, por causa da inflação. "Os preços sobem todos no Natal. Como o governo deixa?", afirma. "O governo nunca foi tão mal administrado. E o Bolsa Família é uma ilusão, eles pagam muito pouco, então tem muito assalto, muita violência", afirma ela –que diz que também não votaria em Aécio. ENDURECIMENTO O crescimento no número de brasileiros segue a tendência verificada na entrada no Reino Unido de imigrantes de outras nacionalidades. No mês passado, o governo britânico divulgou que 641 mil imigrantes entraram no país em 2014 e 323 mil deixaram o Reino Unido no mesmo período –ou seja, houve 318 mil "novos imigrantes", bem acima da meta de 100 mil estipulada pelo primeiro-ministro David Cameron durante a recente campanha eleitoral. Cameron anunciou que irá aumentar a repressão aos ilegais. A polícia, inclusive, deve passar a confiscar os salários dos ilegais e deportar na hora quem for pego nessa condição. | 18 |
Jornada no sofá: filmes e séries para viajar nas férias sem sair de casa | BEATRIZ IZUMINO DE SÃO PAULO Não vai viajar? Pegue carona em filmes e séries para animar o seu verão. Confira algumas indicações: Quando a Vida Acontece no Cairo (Cairo Time, Ruba Nadda, 2009) Cairo Time Onde ver: Netflix Juliette (Patricia Clarkson) vai ao Cairo esperando encontrar seu marido que, por causa de um imprevisto no trabalho, envia o amigo Tareq (Alexander Siddig) em seu lugar para acompanhá-la. Charmoso e educado, o novo conhecido lhe apresenta o país e a cultura locais enquanto uma forte conexão surge entre os dois. * Acima das Nuvens (Clouds of Sils Maria, Olivier Assayas, 2014) Acima das Nuvens Onde ver: Net Now Quem nunca precisou de uma temporada em uma cabana no alto de uma montanha suíça para processar a relação psicossexual que tem com a assistente 20 anos mais nova? Com Juliette Binoche, Kristen Stewart e paisagens maravilhosas * Outlander (2015) Outlander Onde ver: Netflix e Net Now Além de viajar no espaço –da Inglaterra à Escócia–, a enfermeira de guerra Claire Beauchamp (Caitriona Balfe) viaja também no tempo, de 1945 a 1743, onde conhece antepassados, guerreiros highlanders e tenta não se meter em encrencas (sem sucesso). * O Verão da Minha Vida (The Way Way Back, Jim Rash e Nat Faxon, 2013) O Verão da Minha Vida Onde ver: Netflix Condenado a passar as férias de verão numa casa de praia com a mãe e o padrasto desagradável, Duncan (Liam James) encontra em seu chefe no parque aquático da cidade um protetor e mentor (Sam Rockwell). Melancólico, mas vai dar saudades de assistir à "Sessão da Tarde". * Procurando Dory (Finding Dory, Andrew Stanton e Angus McLane, 2016) Procurando Dory Onde ver: Net Now Em busca da família que a peixinha esquecida Dory deixou para trás, Marlin e Nemo partem com a amiga em uma aventura até o outro lado do oceano, da Austrália à Califórnia, onde fazem novas amizades. * Secrets of Great British Castles (2015) Secrets of Great British Castles Onde ver: Netflix Série documental de seis episódios que leva o espectador para dentro de grandes castelos ingleses. Pega pesado nas lindas paisagens ao redor das imponentes construções, que guardam em si marcas da ocupação romana da ilha, das batalhas medievais, dos esforços contra Napoleão e da ameaça de Hitler. Tudo isso narrado por um historiador de melódico sotaque britânico, acompanhado de reconstituições que abraçam o lado "breguinha" de uma série sobre castelos. * Vicky Cristina Barcelona (Woody Allen, 2008) Vicky Cristina Barcelona Onde ver: Net Now Primeira parada na turnê de Woody Allen por cidades européias. As amigas Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) passam uma temporada na Catalunha, onde se envolvem em um polígono amoroso com um pintor (Javier Bardem) e a ex-mulher dele (Penelope Cruz). * Top of the Lake (Jane Campion, 2013) Top of the Lake Onde ver: Netflix As mais lindas paisagens neozelandesas que não contêm hobbits escondem, nesta série de sete episódios dirigida pela ganhadora do Oscar Jane Campion ("O Piano"), graves segredos. A detetive Robin Griffin (Elisabeth Moss) volta à sua cidade natal, em uma área rural, para visitar mãe e investigar o desaparecimento de uma menina de 13 anos. Talvez não dê vontade de conhecer os recônditos da Nova Zelândia. | saopaulo | Jornada no sofá: filmes e séries para viajar nas férias sem sair de casaBEATRIZ IZUMINO DE SÃO PAULO Não vai viajar? Pegue carona em filmes e séries para animar o seu verão. Confira algumas indicações: Quando a Vida Acontece no Cairo (Cairo Time, Ruba Nadda, 2009) Cairo Time Onde ver: Netflix Juliette (Patricia Clarkson) vai ao Cairo esperando encontrar seu marido que, por causa de um imprevisto no trabalho, envia o amigo Tareq (Alexander Siddig) em seu lugar para acompanhá-la. Charmoso e educado, o novo conhecido lhe apresenta o país e a cultura locais enquanto uma forte conexão surge entre os dois. * Acima das Nuvens (Clouds of Sils Maria, Olivier Assayas, 2014) Acima das Nuvens Onde ver: Net Now Quem nunca precisou de uma temporada em uma cabana no alto de uma montanha suíça para processar a relação psicossexual que tem com a assistente 20 anos mais nova? Com Juliette Binoche, Kristen Stewart e paisagens maravilhosas * Outlander (2015) Outlander Onde ver: Netflix e Net Now Além de viajar no espaço –da Inglaterra à Escócia–, a enfermeira de guerra Claire Beauchamp (Caitriona Balfe) viaja também no tempo, de 1945 a 1743, onde conhece antepassados, guerreiros highlanders e tenta não se meter em encrencas (sem sucesso). * O Verão da Minha Vida (The Way Way Back, Jim Rash e Nat Faxon, 2013) O Verão da Minha Vida Onde ver: Netflix Condenado a passar as férias de verão numa casa de praia com a mãe e o padrasto desagradável, Duncan (Liam James) encontra em seu chefe no parque aquático da cidade um protetor e mentor (Sam Rockwell). Melancólico, mas vai dar saudades de assistir à "Sessão da Tarde". * Procurando Dory (Finding Dory, Andrew Stanton e Angus McLane, 2016) Procurando Dory Onde ver: Net Now Em busca da família que a peixinha esquecida Dory deixou para trás, Marlin e Nemo partem com a amiga em uma aventura até o outro lado do oceano, da Austrália à Califórnia, onde fazem novas amizades. * Secrets of Great British Castles (2015) Secrets of Great British Castles Onde ver: Netflix Série documental de seis episódios que leva o espectador para dentro de grandes castelos ingleses. Pega pesado nas lindas paisagens ao redor das imponentes construções, que guardam em si marcas da ocupação romana da ilha, das batalhas medievais, dos esforços contra Napoleão e da ameaça de Hitler. Tudo isso narrado por um historiador de melódico sotaque britânico, acompanhado de reconstituições que abraçam o lado "breguinha" de uma série sobre castelos. * Vicky Cristina Barcelona (Woody Allen, 2008) Vicky Cristina Barcelona Onde ver: Net Now Primeira parada na turnê de Woody Allen por cidades européias. As amigas Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) passam uma temporada na Catalunha, onde se envolvem em um polígono amoroso com um pintor (Javier Bardem) e a ex-mulher dele (Penelope Cruz). * Top of the Lake (Jane Campion, 2013) Top of the Lake Onde ver: Netflix As mais lindas paisagens neozelandesas que não contêm hobbits escondem, nesta série de sete episódios dirigida pela ganhadora do Oscar Jane Campion ("O Piano"), graves segredos. A detetive Robin Griffin (Elisabeth Moss) volta à sua cidade natal, em uma área rural, para visitar mãe e investigar o desaparecimento de uma menina de 13 anos. Talvez não dê vontade de conhecer os recônditos da Nova Zelândia. | 9 |
Por 2018, Alckmin reforça ofensiva em evento com prefeitos | Nome do PSDB para a disputa presidencial de 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai participar nesta terça-feira (29) de um encontro com prefeitos eleitos que deve tratar de temas incômodos para o governo Michel Temer. A tendência é que o tom do evento seja duro com o presidente da República visto que os prefeitos se sentem "marginalizados" pela União, que recentemente negociou um pacote de socorro financeiro aos Estados, mas ainda não se comprometeu com os municípios. Entre as medidas para ajudar os governadores está a liberação de R$ 5,3 bilhões provenientes de parte das multas arrecadadas com o programa de repatriação. Alckmin, que disputa o posto de presidenciável tucano com o senador Aécio Neves (MG), deve discursar como protagonista do encontro desta terça, que vai tratar de temas como verba da multa da repatriação para municípios, pagamento de precatórios e as tarifas do transporte coletivo. Organizado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o evento em Campinas (SP) deve receber cerca de 100 políticos que assumirão mandatos em capitais e cidades médias a partir de janeiro de 2017, entre eles João Doria (PSDB), de São Paulo, e Marcelo Crivella (PRB), do Rio. O PSDB é o principal fiador do ajuste fiscal do governo Temer e o maior partido aliado ao presidente. Apesar da aliança, os tucanos têm tratado o governo do peemedebista como "de transição" e disseminado o discurso de que o PSDB é "o melhor caminho" para 2018. A aparição no evento em Campinas será a terceira de Alckmin em atividades voltadas a prefeitos em menos de uma semana. Na sexta-feira (25), o governador esteve em Brasília com os prefeitos eleitos pelo PSDB e, no sábado (26), com os novos gestores municipais da Bahia, em evento em Salvador. | poder | Por 2018, Alckmin reforça ofensiva em evento com prefeitosNome do PSDB para a disputa presidencial de 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai participar nesta terça-feira (29) de um encontro com prefeitos eleitos que deve tratar de temas incômodos para o governo Michel Temer. A tendência é que o tom do evento seja duro com o presidente da República visto que os prefeitos se sentem "marginalizados" pela União, que recentemente negociou um pacote de socorro financeiro aos Estados, mas ainda não se comprometeu com os municípios. Entre as medidas para ajudar os governadores está a liberação de R$ 5,3 bilhões provenientes de parte das multas arrecadadas com o programa de repatriação. Alckmin, que disputa o posto de presidenciável tucano com o senador Aécio Neves (MG), deve discursar como protagonista do encontro desta terça, que vai tratar de temas como verba da multa da repatriação para municípios, pagamento de precatórios e as tarifas do transporte coletivo. Organizado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), o evento em Campinas (SP) deve receber cerca de 100 políticos que assumirão mandatos em capitais e cidades médias a partir de janeiro de 2017, entre eles João Doria (PSDB), de São Paulo, e Marcelo Crivella (PRB), do Rio. O PSDB é o principal fiador do ajuste fiscal do governo Temer e o maior partido aliado ao presidente. Apesar da aliança, os tucanos têm tratado o governo do peemedebista como "de transição" e disseminado o discurso de que o PSDB é "o melhor caminho" para 2018. A aparição no evento em Campinas será a terceira de Alckmin em atividades voltadas a prefeitos em menos de uma semana. Na sexta-feira (25), o governador esteve em Brasília com os prefeitos eleitos pelo PSDB e, no sábado (26), com os novos gestores municipais da Bahia, em evento em Salvador. | 0 |
Presidente do TJ é o favorito para assumir a Educação na gestão Alckmin | O atual presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 70, é o favorito para ser o novo secretário estadual de Educação de São Paulo. Segundo a Folha apurou, as conversas entre Nalini e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) estão avançadas. O cargo está vago desde a última sexta-feira (4), quando Herman Voorwald deixou o posto. O presidente do TJ conta com o apoio do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB). Apesar de Chalita estar na gestão do petista Fernando Haddad (PT), ele é ouvido pelo governador. Próximo a Nalini, Chalita foi secretário de Educação na primeira passagem de Alckmin no governo estadual. O mandato do presidente do TJ acaba no início de janeiro. Uma possibilidade analisada pelo governo é esperar até o mês que vem para Nalini tomar posse. Até lá, a expectativa é que a crise da reorganização da rede de ensino esteja totalmente superada. Voorwald deixou o posto devido aos protestos contra a reorganização, que previa fechar 92 escolas e transferir 311 mil alunos de colégio. A ideia era aumentar o número de unidades com apenas um ciclo e fechar as ociosas. Estudantes, pais, sindicatos e movimentos sociais ocuparam escolas e fizeram manifestações contra a medida. O Ministério Público, universidades e ONGs também foram contrários à reorganização. Alckmin, então, suspendeu a reorganização. Ainda que enfraquecidos, os protestos seguem –alunos querem o cancelamento da medida. Nesses momentos de tensão, o Tribunal de Justiça teve papel atuante. Convocou reuniões de conciliação e decidiu não conceder a reintegração de posse das escolas, pedidas pelo governo. Esse histórico pode fazer com que Nalini não enfrente grandes resistências dos manifestantes, ainda que não tenha experiência com educação. Ele é visto por integrantes do governo como uma pessoa de diálogo. Nalini é formado em direito pela Universidade Católica de Campinas. | educacao | Presidente do TJ é o favorito para assumir a Educação na gestão AlckminO atual presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, 70, é o favorito para ser o novo secretário estadual de Educação de São Paulo. Segundo a Folha apurou, as conversas entre Nalini e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) estão avançadas. O cargo está vago desde a última sexta-feira (4), quando Herman Voorwald deixou o posto. O presidente do TJ conta com o apoio do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB). Apesar de Chalita estar na gestão do petista Fernando Haddad (PT), ele é ouvido pelo governador. Próximo a Nalini, Chalita foi secretário de Educação na primeira passagem de Alckmin no governo estadual. O mandato do presidente do TJ acaba no início de janeiro. Uma possibilidade analisada pelo governo é esperar até o mês que vem para Nalini tomar posse. Até lá, a expectativa é que a crise da reorganização da rede de ensino esteja totalmente superada. Voorwald deixou o posto devido aos protestos contra a reorganização, que previa fechar 92 escolas e transferir 311 mil alunos de colégio. A ideia era aumentar o número de unidades com apenas um ciclo e fechar as ociosas. Estudantes, pais, sindicatos e movimentos sociais ocuparam escolas e fizeram manifestações contra a medida. O Ministério Público, universidades e ONGs também foram contrários à reorganização. Alckmin, então, suspendeu a reorganização. Ainda que enfraquecidos, os protestos seguem –alunos querem o cancelamento da medida. Nesses momentos de tensão, o Tribunal de Justiça teve papel atuante. Convocou reuniões de conciliação e decidiu não conceder a reintegração de posse das escolas, pedidas pelo governo. Esse histórico pode fazer com que Nalini não enfrente grandes resistências dos manifestantes, ainda que não tenha experiência com educação. Ele é visto por integrantes do governo como uma pessoa de diálogo. Nalini é formado em direito pela Universidade Católica de Campinas. | 12 |
Líder da CNBB pede mais apoio dos governos para refugiados no Brasil | O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, pediu nesta quarta-feira (25) apoio dos governos para dar mais assistência aos refugiados que chegam ao país. Em entrevista à Folha durante reunião do Comitê Executivo do Conselho Latino-Americano e do Caribe de Líderes Religiosos pela Paz, o arcebispo de Aparecida defendeu a criação de abrigos e acelerar o processo de documentação. "É importante que o governo facilite também a documentação desses imigrantes e que ajude eles em tudo o que precisam, como permitir que aprendam a língua, ajudar a encontrar uma profissão e encaminhá-los para um emprego", disse. Damasceno considera o apoio do governo como fundamental para descongestionar a assistência prestada pela Cáritas brasileira e por ordens como os scalabrinianos, que acolhem os refugiados em São Paulo. Não há uma prerrogativa legal para que o governo brasileiro tenha que destinar verbas para cuidar dos refugiados, mas recursos já foram enviados para Estados como Acre e São Paulo para dar conta da chegada em massa de haitianos. A abertura das fronteiras para os caribenhos deixou em colapso as entidades católicas, que são as principais receptoras dos recursos destinados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil. Isso prejudicou a assistência a outras nacionalidades, como os sírios, que passaram a ser acolhidos por comunidades islâmicas de todo o país. ESTADO ISLÂMICO No evento, que aponta as diretrizes para a convivência religiosa no país e na América Latina, Damasceno e outros líderes religiosos debateram também a influência do Estado Islâmico no mundo. Durante entrevista à Folha, tanto Damasceno quanto o presidente da Organização Islâmica para a América Latina e o Caribe, Muhammad Hallar, disseram não ter informação de grupos radicais na região pelo momento. Para o cardeal, o crescimento da milícia radical é uma consequência de diversos fatores, incluídos a desigualdade social, que são alheios à religião. "As causas desse radicalismo, dessa violência extremada, não são uma característica do islamismo ou de todos os muçulmanos. São pequenos grupos radicais que estão instrumentalizando a religião para a violência e as vítimas dessa violência são os próprios muçulmanos moderados. As causas são múltiplas, inclusive a desigualdade social", disse. | cotidiano | Líder da CNBB pede mais apoio dos governos para refugiados no BrasilO presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, pediu nesta quarta-feira (25) apoio dos governos para dar mais assistência aos refugiados que chegam ao país. Em entrevista à Folha durante reunião do Comitê Executivo do Conselho Latino-Americano e do Caribe de Líderes Religiosos pela Paz, o arcebispo de Aparecida defendeu a criação de abrigos e acelerar o processo de documentação. "É importante que o governo facilite também a documentação desses imigrantes e que ajude eles em tudo o que precisam, como permitir que aprendam a língua, ajudar a encontrar uma profissão e encaminhá-los para um emprego", disse. Damasceno considera o apoio do governo como fundamental para descongestionar a assistência prestada pela Cáritas brasileira e por ordens como os scalabrinianos, que acolhem os refugiados em São Paulo. Não há uma prerrogativa legal para que o governo brasileiro tenha que destinar verbas para cuidar dos refugiados, mas recursos já foram enviados para Estados como Acre e São Paulo para dar conta da chegada em massa de haitianos. A abertura das fronteiras para os caribenhos deixou em colapso as entidades católicas, que são as principais receptoras dos recursos destinados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil. Isso prejudicou a assistência a outras nacionalidades, como os sírios, que passaram a ser acolhidos por comunidades islâmicas de todo o país. ESTADO ISLÂMICO No evento, que aponta as diretrizes para a convivência religiosa no país e na América Latina, Damasceno e outros líderes religiosos debateram também a influência do Estado Islâmico no mundo. Durante entrevista à Folha, tanto Damasceno quanto o presidente da Organização Islâmica para a América Latina e o Caribe, Muhammad Hallar, disseram não ter informação de grupos radicais na região pelo momento. Para o cardeal, o crescimento da milícia radical é uma consequência de diversos fatores, incluídos a desigualdade social, que são alheios à religião. "As causas desse radicalismo, dessa violência extremada, não são uma característica do islamismo ou de todos os muçulmanos. São pequenos grupos radicais que estão instrumentalizando a religião para a violência e as vítimas dessa violência são os próprios muçulmanos moderados. As causas são múltiplas, inclusive a desigualdade social", disse. | 5 |
Leitores defendem serviço obrigatório a ex-aluno de universidade pública | A maioria dos leitores da Folha considera que ex-alunos de universidades públicas devem prestar serviços obrigatórios à sociedade. O dado consta de enquete do Painel do Leitor encerrada nesta semana. De acordo com o levantamento, 70% dos leitores consideram a medida correta. A proposta ganhou destaque após reportagem da Folha mostrar que o reitor da USP, Marco Antonio Zago, apresentou ao Conselho Universitário da instituição a imposição de um "serviço à sociedade" aos formados na USP como contrapartida pelo ensino recebido em instituição pública. Na enquete, a maioria dos leitores da Folha considerou justo que o ex-aluno retribua à sociedade o gasto com sua formação e auxilie a combater a escassez de mão de obra em áreas importantes para o desenvolvimento do país, como saúde, educação e infraestrutura. Já 30% dos que participaram da enquete rechaçaram a proposta. Para esse grupo de leitores, a instituição de um serviço social obrigatório viola o direito ao livre exercício profissional e o preceito da gratuidade. Além de ilegal, avaliam que esse tipo de medida afastaria das universidades públicas os melhores alunos, que encontrariam condições mais vantajosas nas faculdades privadas. CRISE DA ÁGUA Na enquete anterior, o Painel do Leitor perguntou se deve ser cobrada sobretaxa de quem aumentar o consumo de água no Estado de São Paulo. A medida foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro do ano passado em meio ao risco de colapso dos reservatórios devido à estiagem. Para 59%, a sobretaxa deve ser cobrada. Para esses leitores, a cobrança extra é o meio mais eficaz de evitar desperdício e fazer com que a população colabore para a economia de água. Já 41% consideram que não deve haver sobretaxa. Para eles, a população não pode ser punida por causa da falta de planejamento do governo. Em vez de multa, deveria haver campanha pelo uso racional da água, ou outras medidas, como rodízio e racionamento, mas sem a cobrança extra, avaliaram. | paineldoleitor | Leitores defendem serviço obrigatório a ex-aluno de universidade públicaA maioria dos leitores da Folha considera que ex-alunos de universidades públicas devem prestar serviços obrigatórios à sociedade. O dado consta de enquete do Painel do Leitor encerrada nesta semana. De acordo com o levantamento, 70% dos leitores consideram a medida correta. A proposta ganhou destaque após reportagem da Folha mostrar que o reitor da USP, Marco Antonio Zago, apresentou ao Conselho Universitário da instituição a imposição de um "serviço à sociedade" aos formados na USP como contrapartida pelo ensino recebido em instituição pública. Na enquete, a maioria dos leitores da Folha considerou justo que o ex-aluno retribua à sociedade o gasto com sua formação e auxilie a combater a escassez de mão de obra em áreas importantes para o desenvolvimento do país, como saúde, educação e infraestrutura. Já 30% dos que participaram da enquete rechaçaram a proposta. Para esse grupo de leitores, a instituição de um serviço social obrigatório viola o direito ao livre exercício profissional e o preceito da gratuidade. Além de ilegal, avaliam que esse tipo de medida afastaria das universidades públicas os melhores alunos, que encontrariam condições mais vantajosas nas faculdades privadas. CRISE DA ÁGUA Na enquete anterior, o Painel do Leitor perguntou se deve ser cobrada sobretaxa de quem aumentar o consumo de água no Estado de São Paulo. A medida foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro do ano passado em meio ao risco de colapso dos reservatórios devido à estiagem. Para 59%, a sobretaxa deve ser cobrada. Para esses leitores, a cobrança extra é o meio mais eficaz de evitar desperdício e fazer com que a população colabore para a economia de água. Já 41% consideram que não deve haver sobretaxa. Para eles, a população não pode ser punida por causa da falta de planejamento do governo. Em vez de multa, deveria haver campanha pelo uso racional da água, ou outras medidas, como rodízio e racionamento, mas sem a cobrança extra, avaliaram. | 8 |
Receita de marmelada | RIO DE JANEIRO - O STF entrou em recesso na sexta-feira (30) e só voltará no próximo dia 1º/8. Serão 30 dias difíceis para quem se habituou à transmissão de suas sessões pela TV com a duração de, às vezes, 6 horas —em que o destino do Brasil parece por um fio, até que um ministro "pede vista", a decisão crucial vai para as calendas e o Brasil é obrigado a seguir seu destino por conta própria. Diante da naturalidade com que aprendemos a acompanhar essas maratonas televisivas com Gilmar Mendes e grande elenco –sempre generosos diante de criminosos inocentes–, pergunto-me se conseguiríamos resistir a debates tão longos protagonizados por outras categorias. Seria tolerável, por exemplo, uma sessão de 6 horas entre juízes de futebol discutindo as regras do jogo para dirimir um lance mal explicado ou uma acusação a um jogador? De repente, um juiz invoca a regra de que, numa cobrança de pênalti, o goleiro deve estar com os pés em cima da linha —mas, e se ele estiver com um dos pés dentro do gol e defender o chute? Vale a defesa ou manda repetir? E se outro juiz, citando parágrafos e incisos, remeter ao peso original da bola que, em 1900, se media em onças —mas, se uma onça está entre 0,02 kg e 0,03 kg, como estabelecer uma jurisprudência? Assim são as sessões do STF. Será que suportaríamos 6 horas de médicos discutindo a cirurgia de próstata de um paciente, com referências à possibilidade de incontinência e sugestões de próteses para mitigar a de impotência? E se for uma sessão de economistas dizendo que o mercado "está nervoso", a Bolsa "despencou", o dólar "disparou" e o Estado precisa "enxugar os gastos"? Acho que não aguentaríamos nem 6 horas de chefs de cozinha falando de molhos, temperos e sobremesas. A não ser que o assunto fosse receita de marmelada. | colunas | Receita de marmeladaRIO DE JANEIRO - O STF entrou em recesso na sexta-feira (30) e só voltará no próximo dia 1º/8. Serão 30 dias difíceis para quem se habituou à transmissão de suas sessões pela TV com a duração de, às vezes, 6 horas —em que o destino do Brasil parece por um fio, até que um ministro "pede vista", a decisão crucial vai para as calendas e o Brasil é obrigado a seguir seu destino por conta própria. Diante da naturalidade com que aprendemos a acompanhar essas maratonas televisivas com Gilmar Mendes e grande elenco –sempre generosos diante de criminosos inocentes–, pergunto-me se conseguiríamos resistir a debates tão longos protagonizados por outras categorias. Seria tolerável, por exemplo, uma sessão de 6 horas entre juízes de futebol discutindo as regras do jogo para dirimir um lance mal explicado ou uma acusação a um jogador? De repente, um juiz invoca a regra de que, numa cobrança de pênalti, o goleiro deve estar com os pés em cima da linha —mas, e se ele estiver com um dos pés dentro do gol e defender o chute? Vale a defesa ou manda repetir? E se outro juiz, citando parágrafos e incisos, remeter ao peso original da bola que, em 1900, se media em onças —mas, se uma onça está entre 0,02 kg e 0,03 kg, como estabelecer uma jurisprudência? Assim são as sessões do STF. Será que suportaríamos 6 horas de médicos discutindo a cirurgia de próstata de um paciente, com referências à possibilidade de incontinência e sugestões de próteses para mitigar a de impotência? E se for uma sessão de economistas dizendo que o mercado "está nervoso", a Bolsa "despencou", o dólar "disparou" e o Estado precisa "enxugar os gastos"? Acho que não aguentaríamos nem 6 horas de chefs de cozinha falando de molhos, temperos e sobremesas. A não ser que o assunto fosse receita de marmelada. | 1 |
Casal hospitaleiro serve cozinha árabe bem-feita a bons preços no Al Árabe | LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Jorge Asiuni Kuri, um mexicano de família síria de 55 anos, exerce amável hospitalidade em seu restaurante Al Árabe. Diante de pratos ainda cheios sobre a mesa —e pessoas já satisfeitas ao redor— convida a todos a dar uma voltinha no quarteirão, com humor, e depois retornar para acabar de comer. Aproveita para anunciar uma sobremesa atraente, ultrasedosa, difícil de resistir. Servida quente, combina camadas de semolina, nata, queijo, amêndoas regadas com uma calda de rosas não muito doce. Os pratos ali, em sintonia com as fartas mesas árabes, são abastados e têm bons preços. Em ambiente simples e familiar, Jorge trabalha ao lado de sua mulher Hala Haddad, a síria que largou a escola e aprendeu a cozinhar observando a mãe, e apenas mais duas funcionárias. Servido somente aos sábados, o fatte é uma preciosidade —dos que eu já provei em São Paulo, está entre os melhores, divide atenção com o da Tenda do Nilo, cujas proprietárias, as irmãs Isper, olha só que ironia, são primas do casal do Al Árabe. Hala mantém a tradição ao usar músculo e costela de cordeiro no preparo —uma das adaptações mais salientes dessa cozinha no Brasil foi a substituição da carne desse animal, abundante nas regiões montanhosas, pela carne bovina. Cubos macios são embebidos em um creme aveludado, brilhante, lácteo e leve à base de coalhada, com intensa presença de alho. Grão-de-bico cozido, amêndoas, nobres pinoli e pão sírio torrado completam a obra. Nota-se que os pedaços de pão são acrescentados só antes de ir à mesa e, portanto, conservam a crocância, uma beleza (R$ 52, com arroz sírio, serve até três pessoas). Também se sai muito bem o faláfel, bolinho de grão-de-bico dourado, de fritura sequinha e interior úmido, delicadamente temperado com coentro e especiarias sírias (R$ 31,50, seis unidades mais homus, salada e pão). Diferente do quibe que se popularizou aqui, um bolinho denso, pesado e compacto, o quitute resulta oco, com borda fina e recheio solto e molhadinho no interior (R$ 7). A delicadeza não se repete na esfirra fechada, com massa espessa e um pouco seca (R$ 4,50), mas predominam outros acertos. O baba ghanoush é feito à mão, com berinjelas tostadas diretamente no fogo —eis aquele gostoso defumado—, a kafta, suculenta, é bem temperada com especiarias sírias (R$ 23,50). Uma orgia. * AL ÁRABE Onde: r. Artur de Azevedo, 1.919, Pinheiros; tel. 2533-0474. Quando: de seg. a sex., das 9h às 18h; sáb., das 9h30 às 17h. Avaliação: muito bom | saopaulo | Casal hospitaleiro serve cozinha árabe bem-feita a bons preços no Al ÁrabeLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA Jorge Asiuni Kuri, um mexicano de família síria de 55 anos, exerce amável hospitalidade em seu restaurante Al Árabe. Diante de pratos ainda cheios sobre a mesa —e pessoas já satisfeitas ao redor— convida a todos a dar uma voltinha no quarteirão, com humor, e depois retornar para acabar de comer. Aproveita para anunciar uma sobremesa atraente, ultrasedosa, difícil de resistir. Servida quente, combina camadas de semolina, nata, queijo, amêndoas regadas com uma calda de rosas não muito doce. Os pratos ali, em sintonia com as fartas mesas árabes, são abastados e têm bons preços. Em ambiente simples e familiar, Jorge trabalha ao lado de sua mulher Hala Haddad, a síria que largou a escola e aprendeu a cozinhar observando a mãe, e apenas mais duas funcionárias. Servido somente aos sábados, o fatte é uma preciosidade —dos que eu já provei em São Paulo, está entre os melhores, divide atenção com o da Tenda do Nilo, cujas proprietárias, as irmãs Isper, olha só que ironia, são primas do casal do Al Árabe. Hala mantém a tradição ao usar músculo e costela de cordeiro no preparo —uma das adaptações mais salientes dessa cozinha no Brasil foi a substituição da carne desse animal, abundante nas regiões montanhosas, pela carne bovina. Cubos macios são embebidos em um creme aveludado, brilhante, lácteo e leve à base de coalhada, com intensa presença de alho. Grão-de-bico cozido, amêndoas, nobres pinoli e pão sírio torrado completam a obra. Nota-se que os pedaços de pão são acrescentados só antes de ir à mesa e, portanto, conservam a crocância, uma beleza (R$ 52, com arroz sírio, serve até três pessoas). Também se sai muito bem o faláfel, bolinho de grão-de-bico dourado, de fritura sequinha e interior úmido, delicadamente temperado com coentro e especiarias sírias (R$ 31,50, seis unidades mais homus, salada e pão). Diferente do quibe que se popularizou aqui, um bolinho denso, pesado e compacto, o quitute resulta oco, com borda fina e recheio solto e molhadinho no interior (R$ 7). A delicadeza não se repete na esfirra fechada, com massa espessa e um pouco seca (R$ 4,50), mas predominam outros acertos. O baba ghanoush é feito à mão, com berinjelas tostadas diretamente no fogo —eis aquele gostoso defumado—, a kafta, suculenta, é bem temperada com especiarias sírias (R$ 23,50). Uma orgia. * AL ÁRABE Onde: r. Artur de Azevedo, 1.919, Pinheiros; tel. 2533-0474. Quando: de seg. a sex., das 9h às 18h; sáb., das 9h30 às 17h. Avaliação: muito bom | 9 |
Polícia apreende 15,9 toneladas de maconha no interior de SP | A Polícia Civil apreendeu 15,9 toneladas de maconha na região de Piracicaba, no interior de São Paulo. O flagrante aconteceu durante uma operação policial na tarde desta segunda-feira (15). A droga foi apreendida dentro de um caminhão que transitava na rodovia SP 308, próximo ao km 99. A maconha estava escondida dentro de sacas com grãos de milho. O motorista, que transportava a carga, foi preso. Segundo a polícia, a operação é fruto de uma investigação sobre tráfico iniciada em maio deste ano. Durante as investigações, agentes do 10º Distrito Policial, na Penha, descobriram que o carregamento de drogas estava em direção a São Paulo. Os policiais então montaram um esquema de monitoramento das rodovias para apreender o veículo antes que a maconha chegasse a cidade. Segundo os investigadores, o entorpecente tinha como destino pontos de distribuição na zona leste da capital paulista. A droga será encaminhada ao Instituto de Criminalística. | cotidiano | Polícia apreende 15,9 toneladas de maconha no interior de SPA Polícia Civil apreendeu 15,9 toneladas de maconha na região de Piracicaba, no interior de São Paulo. O flagrante aconteceu durante uma operação policial na tarde desta segunda-feira (15). A droga foi apreendida dentro de um caminhão que transitava na rodovia SP 308, próximo ao km 99. A maconha estava escondida dentro de sacas com grãos de milho. O motorista, que transportava a carga, foi preso. Segundo a polícia, a operação é fruto de uma investigação sobre tráfico iniciada em maio deste ano. Durante as investigações, agentes do 10º Distrito Policial, na Penha, descobriram que o carregamento de drogas estava em direção a São Paulo. Os policiais então montaram um esquema de monitoramento das rodovias para apreender o veículo antes que a maconha chegasse a cidade. Segundo os investigadores, o entorpecente tinha como destino pontos de distribuição na zona leste da capital paulista. A droga será encaminhada ao Instituto de Criminalística. | 5 |
Marcelo Navarro chega ao STJ e deve integrar Turma que trata da Lava Jato | O novo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Alexandre Navarro tomou posse na tarde desta quanta-feira(30) . Ele ocupará a cadeira deixada pelo desembargador convocado Newton Trisotto. Assim como seu antecessor, Navarro deverá integrar a 5ª Turma do tribunal, onde tramitam os processos relacionados à Operação Lava Jato, e assumir a relatoria desses casos. De acordo com o presidente do STJ, ministro Francisco Falcão, porém, Navarro ainda não oficializou, em requerimento, qual turma pretende compor. Há vaga aberta também na 6ª Turma. O novo ministro chegou ao STJ com apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação no esquema investigado pela Lava Jato. Navarro é considerado garantista em matéria penal e politicamente articulado. Segundo colocado da lista tríplice, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff. Além do apoio de Calheiros, ele contou com o patrocínio do presidente do STJ. Peemedebistas de peso compareceram à cerimônia de posse, como os senadores Eunício Oliveira (CE), Garibaldi Alves (RN) e o ministro to Turismo, Henrique Eduardo Alves, além de Renan Calheiros (AL). Também estiveram presentes o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. | poder | Marcelo Navarro chega ao STJ e deve integrar Turma que trata da Lava JatoO novo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Alexandre Navarro tomou posse na tarde desta quanta-feira(30) . Ele ocupará a cadeira deixada pelo desembargador convocado Newton Trisotto. Assim como seu antecessor, Navarro deverá integrar a 5ª Turma do tribunal, onde tramitam os processos relacionados à Operação Lava Jato, e assumir a relatoria desses casos. De acordo com o presidente do STJ, ministro Francisco Falcão, porém, Navarro ainda não oficializou, em requerimento, qual turma pretende compor. Há vaga aberta também na 6ª Turma. O novo ministro chegou ao STJ com apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação no esquema investigado pela Lava Jato. Navarro é considerado garantista em matéria penal e politicamente articulado. Segundo colocado da lista tríplice, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff. Além do apoio de Calheiros, ele contou com o patrocínio do presidente do STJ. Peemedebistas de peso compareceram à cerimônia de posse, como os senadores Eunício Oliveira (CE), Garibaldi Alves (RN) e o ministro to Turismo, Henrique Eduardo Alves, além de Renan Calheiros (AL). Também estiveram presentes o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. | 0 |
Santa Joana e São Luiz empatam como as maternidades mais citadas em SP | INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Passar pelas mudanças na sociedade paulistana, que incluem a entrada da mulher no mercado de trabalho, partos tardios e mais complicações na gravidez, se adaptando às exigências. Os gestores das maternidades Santa Joana e São Luiz apontam a compreensão dessas transformações como ponto-chave para serem eleitos os melhores de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, 16% dos paulistanos de classe A e B citaram a primeira marca como a melhor, enquanto 15%, mencionaram a segunda. Apesar do ponto em comum, traçam caminhos diferentes ao falar dos principais atributos das instituições. O diretor-geral do Grupo Santa Joana, Marco Antônio Zaccarelli, destaca a estrutura para tratar de casos complexos, com UTI e equipe especializados em problemas na gravidez, o que o tornou referência no país. A maternidade, que começou em uma casa no Paraíso, tem a preferência de 19% dos entrevistados acima de 41 anos. Infográfico/Arte Folha Para o diretor regional da Rede D'Or São Luiz, José de Arruda Pinto, o tratamento humanizado é o ponto forte de sua maternidade, que oferece cursos de preparação para a gravidez e tem como políticas o incentivo ao aleitamento materno e ao parto normal. CRITÉRIOS As características citadas por ambos são classificados pelo ginecologista e professor da PUC-Sorocaba Luiz Sampaio Neto como critérios técnicos indispensáveis para manter o alto nível de qualquer instituição. Para o professor, qualidade da equipe, infraestrutura e segurança nos partos humanizados –com menos intervenções– são essenciais. "Será cada vez maior a necessidade de assistir às pacientes desses tipos de parto." As instituições dizem perceber uma demanda maior pelo parto normal, à medida que a discussão sobre as formas de nascer avança. Pensando nisso, o São Luiz está construindo uma maternidade com mais salas de parto humanizado, voltadas para a classe A, em que tem 17% da preferência. Serviço: Maternidades com UTIs para mães e recém-nascidos O que oferece: Santa Joana possibilita acompanhar o bebê por uma câmera no berço; o São Luiz tem um curso preparatório para pais Criação: 1948 (Santa Joana); 1938 (São Luiz) Contato: hmsj.com.br; saoluiz.com.br Mapa/Folha Mapa/Folha | saopaulo | Santa Joana e São Luiz empatam como as maternidades mais citadas em SPINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Passar pelas mudanças na sociedade paulistana, que incluem a entrada da mulher no mercado de trabalho, partos tardios e mais complicações na gravidez, se adaptando às exigências. Os gestores das maternidades Santa Joana e São Luiz apontam a compreensão dessas transformações como ponto-chave para serem eleitos os melhores de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, 16% dos paulistanos de classe A e B citaram a primeira marca como a melhor, enquanto 15%, mencionaram a segunda. Apesar do ponto em comum, traçam caminhos diferentes ao falar dos principais atributos das instituições. O diretor-geral do Grupo Santa Joana, Marco Antônio Zaccarelli, destaca a estrutura para tratar de casos complexos, com UTI e equipe especializados em problemas na gravidez, o que o tornou referência no país. A maternidade, que começou em uma casa no Paraíso, tem a preferência de 19% dos entrevistados acima de 41 anos. Infográfico/Arte Folha Para o diretor regional da Rede D'Or São Luiz, José de Arruda Pinto, o tratamento humanizado é o ponto forte de sua maternidade, que oferece cursos de preparação para a gravidez e tem como políticas o incentivo ao aleitamento materno e ao parto normal. CRITÉRIOS As características citadas por ambos são classificados pelo ginecologista e professor da PUC-Sorocaba Luiz Sampaio Neto como critérios técnicos indispensáveis para manter o alto nível de qualquer instituição. Para o professor, qualidade da equipe, infraestrutura e segurança nos partos humanizados –com menos intervenções– são essenciais. "Será cada vez maior a necessidade de assistir às pacientes desses tipos de parto." As instituições dizem perceber uma demanda maior pelo parto normal, à medida que a discussão sobre as formas de nascer avança. Pensando nisso, o São Luiz está construindo uma maternidade com mais salas de parto humanizado, voltadas para a classe A, em que tem 17% da preferência. Serviço: Maternidades com UTIs para mães e recém-nascidos O que oferece: Santa Joana possibilita acompanhar o bebê por uma câmera no berço; o São Luiz tem um curso preparatório para pais Criação: 1948 (Santa Joana); 1938 (São Luiz) Contato: hmsj.com.br; saoluiz.com.br Mapa/Folha Mapa/Folha | 9 |
Editorial: Desastres em série | A sequência de infortúnios que se abateu sobre a Petrobras nos últimos meses não se interrompe com a nomeação do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o posto que vinha sendo ocupado por Graça Foster. Embora exista o risco de cometer injustiças, é difícil escapar à impressão de que o nome de Bendine consegue a proeza de suscitar reservas tanto entre investidores do mercado como entre membros do aparelho petista. Desgastado por denúncias relativas a sua atuação no BB, Bendine não teria "perfil para gerenciar uma crise dessa dimensão", confidenciou um alto dirigente do PT à reportagem da Folha. Afinal, ele chegou a ser investigado pela Receita Federal, intrigada por variações em seu patrimônio e pela aquisição, em dinheiro vivo, de um apartamento –bastante inusitado, aliás, que o responsável pela mais importante instituição financeira do país prefira guardar economias debaixo do colchão. Ainda nessa área, causa estranheza o empréstimo de R$ 2,7 milhões, com juros subsidiados, autorizado por Bendine à apresentadora de TV Val Marchiori, a quem faltavam qualificações para a obtenção de tão volumoso aporte creditício. Enquanto no PT –que é o PT–há quem se assuste com as implicações da nomeação, o mercado se comporta de forma semelhante, embora mais precisa e imediata. Caíram fortemente as ações da Petrobras, tão logo veio à tona a decisão de Dilma Rousseff (PT). Mais uma vez, a presidente da República se vê assoberbada por uma crise à qual, por falta de inteligência política e talvez de simples contato com a realidade, só tem contribuído para intensificar. Em tese, ao Planalto caberia transmitir uma imagem de inflexível disposição para passar a limpo todo o escândalo da Petrobras. Dilma poderia ter tomado a iniciativa de realizar demissões fulminantes; viu-se, ao contrário, na situação de pedir a Graça Foster que continuasse por algum tempo até conseguir nome mais adequado. A contemporização não deu certo, uma nova urgência se impôs à pauta da chefe de governo. Ironicamente, o nome do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, era visto como uma possibilidade. Leme, que já havia sugerido a privatização da estatal, atestaria a vontade de emancipar a empresa das conhecidas pressões que sofre do petismo. Mas a alternativa ultraliberal desaparece do horizonte, e Bendine é o nomeado. A oscilação diz mais sobre Dilma Rousseff, seu isolamento, sua visão da política, do que sobre o que significa, ou deixa de significar, a presença desta ou daquela figura menor nos quadros da Petrobras. | opiniao | Editorial: Desastres em sérieA sequência de infortúnios que se abateu sobre a Petrobras nos últimos meses não se interrompe com a nomeação do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o posto que vinha sendo ocupado por Graça Foster. Embora exista o risco de cometer injustiças, é difícil escapar à impressão de que o nome de Bendine consegue a proeza de suscitar reservas tanto entre investidores do mercado como entre membros do aparelho petista. Desgastado por denúncias relativas a sua atuação no BB, Bendine não teria "perfil para gerenciar uma crise dessa dimensão", confidenciou um alto dirigente do PT à reportagem da Folha. Afinal, ele chegou a ser investigado pela Receita Federal, intrigada por variações em seu patrimônio e pela aquisição, em dinheiro vivo, de um apartamento –bastante inusitado, aliás, que o responsável pela mais importante instituição financeira do país prefira guardar economias debaixo do colchão. Ainda nessa área, causa estranheza o empréstimo de R$ 2,7 milhões, com juros subsidiados, autorizado por Bendine à apresentadora de TV Val Marchiori, a quem faltavam qualificações para a obtenção de tão volumoso aporte creditício. Enquanto no PT –que é o PT–há quem se assuste com as implicações da nomeação, o mercado se comporta de forma semelhante, embora mais precisa e imediata. Caíram fortemente as ações da Petrobras, tão logo veio à tona a decisão de Dilma Rousseff (PT). Mais uma vez, a presidente da República se vê assoberbada por uma crise à qual, por falta de inteligência política e talvez de simples contato com a realidade, só tem contribuído para intensificar. Em tese, ao Planalto caberia transmitir uma imagem de inflexível disposição para passar a limpo todo o escândalo da Petrobras. Dilma poderia ter tomado a iniciativa de realizar demissões fulminantes; viu-se, ao contrário, na situação de pedir a Graça Foster que continuasse por algum tempo até conseguir nome mais adequado. A contemporização não deu certo, uma nova urgência se impôs à pauta da chefe de governo. Ironicamente, o nome do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs, era visto como uma possibilidade. Leme, que já havia sugerido a privatização da estatal, atestaria a vontade de emancipar a empresa das conhecidas pressões que sofre do petismo. Mas a alternativa ultraliberal desaparece do horizonte, e Bendine é o nomeado. A oscilação diz mais sobre Dilma Rousseff, seu isolamento, sua visão da política, do que sobre o que significa, ou deixa de significar, a presença desta ou daquela figura menor nos quadros da Petrobras. | 7 |
Com 'selfie', manifestantes comemoram impeachment em Brasília | Quando o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) declarou o 342º voto a favor do impeachment, milhares de pessoas levantaram seus celulares. Era o selfie da comemoração da vitória das 53 mil pessoas que se concentraram do lado sul do muro que separou a Esplanada de Ministério entre os grupos contrários e favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. No lado sul, grupos favoráveis ao impeachment acompanharam os discursos dos deputados ao vivo em quatro telões de LED. No lado norte, os grupos favoráveis à continuidade da gestão petista, que chegaram a reunir 26 mil pessoas, não conseguiram acompanhar o início da votação devido ao reflexo do sol nos telões durante a tarde. As estimativas do número de participantes são da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Cada voto chamado alimentava os climas opostos cuja distância de mais de 100 metros entre um grupo e outro praticamente impedia hostilidades, mesmo verbais. Quem assistia do lado sul vibrou, por exemplo, com as falas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ali, o deputado Jean Willys (PSOL-RJ) foi o mais vaiado. Ao norte, as reações foram inversas. O voto do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) quase não foi ouvido em meio às vaias da multidão. Nos momentos próximos à definição, os manifestantes do lado sul já comemoravam cantando músicas como "tá chegando a hora". Mas o grito que mais era ouvido foi "tchau, querida", uma sátira à forma como o ex-presidente Lula se despediu de Dilma na gravação divulgada pela Justiça como parte da Operação Lava Jato. O temor que os grupos pudessem se confrontar na saída não se concretizou. Enquanto os contrários ao governo deixavam a Esplanada aplaudindo parte dos 4.000 homens das forças de segurança que trabalharam na região, os favoráveis cantavam músicas de protesto e prometiam manter a luta nas ruas. Como já era mais de meia-noite, para uma parte considerável o retorno à realidade seria duro. A comerciante Santana Oliveira, 51 anos, se preparava para voltar de ônibus para Vicente Pires, bairro a 20 quilômetros da Esplanada. Não sabia a que horas chegaria, mas estava feliz pelo afastamento da presidente. Ela conta que o movimento de sua loja de roupas caiu pela metade desde o ano passado e que a esperança agora é que a vida das pessoas melhore. "A Dilma é igual ao empregado ruim. Não trabalha direito, tem que ir embora. Ela não se importa com a situação das pessoas", afirmou a comerciante. MORO Cada lado tinha uma relação diferente com o juiz Sergio Moro, responsável por julgamentos de primeira instância do esquema de corrupção na Petrobras, desbaratado pela Operação Lava Jato. Homenageado no sul com camisetas, faixas e bonecos, o juiz foi alvo de ataques do outro lado do muro. Abundantes no sul, os bonecos "pixulecos", que retratam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com roupa de presidiário, ganharam um análogo no norte da Esplanada: infláveis em que é o senador Aécio Neves (PSDB-MG) quem veste a típica estampa listrada de branco e preto. Enquanto senadores petistas, entre eles Gleisi Hoffmann (PR), foram recebidos com entusiasmo nos carros de som dos grupos pró-governo, autoridades políticas não tiveram recepção calorosa na manifestação oposta. A mulher do deputado João Paulo Papa (PSDB-SP), por exemplo, foi barrada ao pedir para subir em um caminhão de som. Ela e seus assessores pretendiam tirar uma foto de cima do caminhão. A professora Célia Rocha, que foi de Uberlândia (MG) a Brasília, afirma que os movimentos a favor da presidente vão continuar a pressionar o Congresso para evitar o impeachment. "Vamos ter de ocupar cada vez mais os espaços nas ruas. Agora, a mobilização é permanente", disse. | poder | Com 'selfie', manifestantes comemoram impeachment em BrasíliaQuando o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) declarou o 342º voto a favor do impeachment, milhares de pessoas levantaram seus celulares. Era o selfie da comemoração da vitória das 53 mil pessoas que se concentraram do lado sul do muro que separou a Esplanada de Ministério entre os grupos contrários e favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. No lado sul, grupos favoráveis ao impeachment acompanharam os discursos dos deputados ao vivo em quatro telões de LED. No lado norte, os grupos favoráveis à continuidade da gestão petista, que chegaram a reunir 26 mil pessoas, não conseguiram acompanhar o início da votação devido ao reflexo do sol nos telões durante a tarde. As estimativas do número de participantes são da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Cada voto chamado alimentava os climas opostos cuja distância de mais de 100 metros entre um grupo e outro praticamente impedia hostilidades, mesmo verbais. Quem assistia do lado sul vibrou, por exemplo, com as falas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ali, o deputado Jean Willys (PSOL-RJ) foi o mais vaiado. Ao norte, as reações foram inversas. O voto do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) quase não foi ouvido em meio às vaias da multidão. Nos momentos próximos à definição, os manifestantes do lado sul já comemoravam cantando músicas como "tá chegando a hora". Mas o grito que mais era ouvido foi "tchau, querida", uma sátira à forma como o ex-presidente Lula se despediu de Dilma na gravação divulgada pela Justiça como parte da Operação Lava Jato. O temor que os grupos pudessem se confrontar na saída não se concretizou. Enquanto os contrários ao governo deixavam a Esplanada aplaudindo parte dos 4.000 homens das forças de segurança que trabalharam na região, os favoráveis cantavam músicas de protesto e prometiam manter a luta nas ruas. Como já era mais de meia-noite, para uma parte considerável o retorno à realidade seria duro. A comerciante Santana Oliveira, 51 anos, se preparava para voltar de ônibus para Vicente Pires, bairro a 20 quilômetros da Esplanada. Não sabia a que horas chegaria, mas estava feliz pelo afastamento da presidente. Ela conta que o movimento de sua loja de roupas caiu pela metade desde o ano passado e que a esperança agora é que a vida das pessoas melhore. "A Dilma é igual ao empregado ruim. Não trabalha direito, tem que ir embora. Ela não se importa com a situação das pessoas", afirmou a comerciante. MORO Cada lado tinha uma relação diferente com o juiz Sergio Moro, responsável por julgamentos de primeira instância do esquema de corrupção na Petrobras, desbaratado pela Operação Lava Jato. Homenageado no sul com camisetas, faixas e bonecos, o juiz foi alvo de ataques do outro lado do muro. Abundantes no sul, os bonecos "pixulecos", que retratam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com roupa de presidiário, ganharam um análogo no norte da Esplanada: infláveis em que é o senador Aécio Neves (PSDB-MG) quem veste a típica estampa listrada de branco e preto. Enquanto senadores petistas, entre eles Gleisi Hoffmann (PR), foram recebidos com entusiasmo nos carros de som dos grupos pró-governo, autoridades políticas não tiveram recepção calorosa na manifestação oposta. A mulher do deputado João Paulo Papa (PSDB-SP), por exemplo, foi barrada ao pedir para subir em um caminhão de som. Ela e seus assessores pretendiam tirar uma foto de cima do caminhão. A professora Célia Rocha, que foi de Uberlândia (MG) a Brasília, afirma que os movimentos a favor da presidente vão continuar a pressionar o Congresso para evitar o impeachment. "Vamos ter de ocupar cada vez mais os espaços nas ruas. Agora, a mobilização é permanente", disse. | 0 |
Café português é marcado por bom preço, variedade e primor no preparo | Preço, variedade e primor no modo de preparação transformam o café servido em Portugal é um dos produtos mais atrativos, e menos conhecidos, de sua gastronomia, à altura do famoso bacalhau e o tradicional pastel de Belém. Apreciada pelos portugueses e cada vez mais pelos estrangeiros, a típica xícara de café portuguesa se distingue da do resto da Europa por suas especiais características, da extração à torrefação, e sua maneira de servi-la. "O expresso português se submete a um processo de torrefação mais lento que o italiano, seu tempo de extração é maior, seu volume de xícara também é maior. E a mistura de cafés é especial", explicou Cláudia Pimentel, secretária-geral da Associação Industrial e Comercial de Café (AICC) de Portugal. Em Lisboa, o café é um produto onipresente nos estabelecimentos da cidade, onde a cada dia milhares de portugueses tomam, a maioria de pé nos balcões, esta consistente e aromática bebida. A xícara de café foi apreciada também por alguns dos principais escritores portugueses, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Manuel Maria Bocage, que assumiram uma postura artística de quase veneração, e simboliza ainda o crisol de culturas que é Portugal. Seu histórico de produção se entrelaça com a metrópole e antigas colônias como Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, das quais extrai o grão. Além do preço convidativo, pois dificilmente custa mais de 1 euro, outro fator que transforma o café português em uma "delicatessen" gastronômica atrativa para todos os públicos é a quantidade de maneiras de servi-lo. Em termos gerais, o expresso português se caracteriza por uma camada de creme de cor avelã, é denso, de acidez suave e consistente, e tem, quase como o bacalhau, várias formas de chegar ao balcão. A "bica", ou expresso normal, que se pede nas famosas tascas e também nos restaurantes mais sofisticados, é a vertente mais popular. Mas se destacam também modalidades com leite como o "galão", o "meia-de-Leite", o café "cheio" ou "pingado", assim como o "café com cheirinho" (com aguardente), "duplo", "abatanado" ou o simples descafeinado. Todas estas variações dão uma ideia da dimensão do consumo nacional. Segundo um estudo da European Coffee Federation, 80% dos portugueses bebem café diariamente e cada um deles consome, em média, 2,5 xícaras de café diárias, a maioria fora de casa (60%), contra apenas 20% da média dos moradores da maioria dos países europeus. De férias em Lisboa, a antropóloga brasileira Laís Duarte escolheu o tradicional "galão" - o nosso tradicional café com leite - por ser seu "recurso favorito de energia para subir as ladeiras do Bairro Alto". "Adorei a possibilidade de degustar uma cidade inteira a partir de uma xícara de café", comentou. Em termos de mercado, a paixão por este produto se traduz na visão para investir em modelos inovadores. Esse é o caso de uma inovadora cafeteria, a Bettina & Niccolò Corallo, cuja especialidade combina café e chocolate frescos. Situada junto ao Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, a cafeteria recebe muitos locais e estrangeiros, que encontram o local em guias gastronômicos. No estabelecimento, o café - importado de Brasil, Indonésia, Panamá, Ruanda e Índia - é submetido a uma torrefação leve, para depois ser processado em uma máquina ou extraído em filtros especiais. "Nós torramos de manhã e, por isso, já se sente o aroma de bom café na rua", contou a dona do estabelecimento, Bettina. Para o degustador de cafés, Adelino Cardoso, há três períodos imprescindíveis para chegar à fórmula do que ele denomina de "o expresso perfeito". É preciso levar em conta, em primeiro lugar, a origem - aspectos específicos de produção ou espécies -, mas também são fundamentais o processamento e a distribuição ao cliente. | comida | Café português é marcado por bom preço, variedade e primor no preparoPreço, variedade e primor no modo de preparação transformam o café servido em Portugal é um dos produtos mais atrativos, e menos conhecidos, de sua gastronomia, à altura do famoso bacalhau e o tradicional pastel de Belém. Apreciada pelos portugueses e cada vez mais pelos estrangeiros, a típica xícara de café portuguesa se distingue da do resto da Europa por suas especiais características, da extração à torrefação, e sua maneira de servi-la. "O expresso português se submete a um processo de torrefação mais lento que o italiano, seu tempo de extração é maior, seu volume de xícara também é maior. E a mistura de cafés é especial", explicou Cláudia Pimentel, secretária-geral da Associação Industrial e Comercial de Café (AICC) de Portugal. Em Lisboa, o café é um produto onipresente nos estabelecimentos da cidade, onde a cada dia milhares de portugueses tomam, a maioria de pé nos balcões, esta consistente e aromática bebida. A xícara de café foi apreciada também por alguns dos principais escritores portugueses, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Manuel Maria Bocage, que assumiram uma postura artística de quase veneração, e simboliza ainda o crisol de culturas que é Portugal. Seu histórico de produção se entrelaça com a metrópole e antigas colônias como Brasil, Angola e São Tomé e Príncipe, das quais extrai o grão. Além do preço convidativo, pois dificilmente custa mais de 1 euro, outro fator que transforma o café português em uma "delicatessen" gastronômica atrativa para todos os públicos é a quantidade de maneiras de servi-lo. Em termos gerais, o expresso português se caracteriza por uma camada de creme de cor avelã, é denso, de acidez suave e consistente, e tem, quase como o bacalhau, várias formas de chegar ao balcão. A "bica", ou expresso normal, que se pede nas famosas tascas e também nos restaurantes mais sofisticados, é a vertente mais popular. Mas se destacam também modalidades com leite como o "galão", o "meia-de-Leite", o café "cheio" ou "pingado", assim como o "café com cheirinho" (com aguardente), "duplo", "abatanado" ou o simples descafeinado. Todas estas variações dão uma ideia da dimensão do consumo nacional. Segundo um estudo da European Coffee Federation, 80% dos portugueses bebem café diariamente e cada um deles consome, em média, 2,5 xícaras de café diárias, a maioria fora de casa (60%), contra apenas 20% da média dos moradores da maioria dos países europeus. De férias em Lisboa, a antropóloga brasileira Laís Duarte escolheu o tradicional "galão" - o nosso tradicional café com leite - por ser seu "recurso favorito de energia para subir as ladeiras do Bairro Alto". "Adorei a possibilidade de degustar uma cidade inteira a partir de uma xícara de café", comentou. Em termos de mercado, a paixão por este produto se traduz na visão para investir em modelos inovadores. Esse é o caso de uma inovadora cafeteria, a Bettina & Niccolò Corallo, cuja especialidade combina café e chocolate frescos. Situada junto ao Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, a cafeteria recebe muitos locais e estrangeiros, que encontram o local em guias gastronômicos. No estabelecimento, o café - importado de Brasil, Indonésia, Panamá, Ruanda e Índia - é submetido a uma torrefação leve, para depois ser processado em uma máquina ou extraído em filtros especiais. "Nós torramos de manhã e, por isso, já se sente o aroma de bom café na rua", contou a dona do estabelecimento, Bettina. Para o degustador de cafés, Adelino Cardoso, há três períodos imprescindíveis para chegar à fórmula do que ele denomina de "o expresso perfeito". É preciso levar em conta, em primeiro lugar, a origem - aspectos específicos de produção ou espécies -, mas também são fundamentais o processamento e a distribuição ao cliente. | 21 |
Agora é pra valer | A Superterça, dia em que mais de uma dezena de Estados americanos realiza prévias para escolher quais candidatos disputarão a Presidência pelos dois principais partidos dos EUA, é um divisor de águas na corrida eleitoral. Postulantes que se saiam bem nessa ocasião precisam ser levados a sério, mesmo que seu perfil sugira o contrário. Entre os democratas, Hillary Clinton assume a dianteira. Ela triunfou em 7 Estados, contra 4 de Bernie Sanders. A ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama acumula 1.052 delegados, contra 427 do adversário. Precisa de 2.382 para assegurar a indicação. Rivalidades à parte, a sigla não terá dificuldade de sair unida. Os dois candidatos não chegaram a trocar golpes baixos em público, e a presença de Sanders dá a Clinton a oportunidade de levar seu discurso um pouco para a esquerda nesta fase inicial –o que tende a envolver a militância na campanha. Em contraste, o quadro é de caos no lado republicano. Como indicavam as pesquisas, Donald Trump saiu-se vencedor na Superterça. Conquistou 7 Estados, contra 3 de Ted Cruz e 1 de Marco Rubio. O magnata tem 319 dos 1.237 delegados necessários para garantir a vaga. Trump, porém, não será capaz de unir o partido. Analistas apostam em cenários que vão da cristianização, para usar o vocabulário político brasileiro, à ruptura formal. Com seu discurso belicoso, politicamente incorreto e radical, o empresário galvaniza o eleitorado republicano, mas é visto como um irresponsável não só pela cúpula da agremiação mas também pelos conservadores mais ideológicos. Ocorre que, a esta altura, talvez seja tarde demais para impedir que Trump leve a indicação. Não surgiu nenhuma alternativa moderada ao polêmico pré-candidato. No plano nacional, a situação mostra-se ainda pior para os republicanos. Quase todas as pesquisas indicam que Trump, que não hesita em xingar minorias das quais precisa para ser eleito, perderia para qualquer postulante democrata. Ainda que, uma vez garantido no pleito, ele venha a medir melhor suas palavras, a mudança brusca soaria pouco convincente, reforçando sua imagem de oportunista. A confirmar-se uma disputa entre o milionário e a ex-secretária, ela sairia com alguma vantagem. Em princípio, bastaria não cometer nenhum grande erro na campanha para chegar à Casa Branca. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Agora é pra valerA Superterça, dia em que mais de uma dezena de Estados americanos realiza prévias para escolher quais candidatos disputarão a Presidência pelos dois principais partidos dos EUA, é um divisor de águas na corrida eleitoral. Postulantes que se saiam bem nessa ocasião precisam ser levados a sério, mesmo que seu perfil sugira o contrário. Entre os democratas, Hillary Clinton assume a dianteira. Ela triunfou em 7 Estados, contra 4 de Bernie Sanders. A ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama acumula 1.052 delegados, contra 427 do adversário. Precisa de 2.382 para assegurar a indicação. Rivalidades à parte, a sigla não terá dificuldade de sair unida. Os dois candidatos não chegaram a trocar golpes baixos em público, e a presença de Sanders dá a Clinton a oportunidade de levar seu discurso um pouco para a esquerda nesta fase inicial –o que tende a envolver a militância na campanha. Em contraste, o quadro é de caos no lado republicano. Como indicavam as pesquisas, Donald Trump saiu-se vencedor na Superterça. Conquistou 7 Estados, contra 3 de Ted Cruz e 1 de Marco Rubio. O magnata tem 319 dos 1.237 delegados necessários para garantir a vaga. Trump, porém, não será capaz de unir o partido. Analistas apostam em cenários que vão da cristianização, para usar o vocabulário político brasileiro, à ruptura formal. Com seu discurso belicoso, politicamente incorreto e radical, o empresário galvaniza o eleitorado republicano, mas é visto como um irresponsável não só pela cúpula da agremiação mas também pelos conservadores mais ideológicos. Ocorre que, a esta altura, talvez seja tarde demais para impedir que Trump leve a indicação. Não surgiu nenhuma alternativa moderada ao polêmico pré-candidato. No plano nacional, a situação mostra-se ainda pior para os republicanos. Quase todas as pesquisas indicam que Trump, que não hesita em xingar minorias das quais precisa para ser eleito, perderia para qualquer postulante democrata. Ainda que, uma vez garantido no pleito, ele venha a medir melhor suas palavras, a mudança brusca soaria pouco convincente, reforçando sua imagem de oportunista. A confirmar-se uma disputa entre o milionário e a ex-secretária, ela sairia com alguma vantagem. Em princípio, bastaria não cometer nenhum grande erro na campanha para chegar à Casa Branca. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Ópera cômica 'Falstaff', de Verdi, retorna aos palcos em São Paulo | Autor de blockbusters do repertório operístico, como "Aída" e "Otello", Giuseppe Verdi (1813-1901) sempre quis criar uma obra cômica de sucesso. Até tentou, com "Um Dia de Reinado", de 1840, mas o reconhecimento mesmo veio com "Falstaff" (1893). A mais divertida ópera de Verdi poderá ser vista a partir desta quarta (10), às 20h, no Theatro São Pedro. Serão seis récitas da remontagem assinada pelo italiano Pierluigi Vanelli a partir da criação de Stefano Vizioli, já exibida na casa mesma em 2013. A ópera volta com elenco diferente, que inclui os barítonos Rodolfo Giugliani (como John Falstaff) e Douglas Hahn (Ford) e as irmãs Edna D'Oliveira (soprano, interpretando Alice Ford) e Ednéia de Oliveira (mezzo-soprano, Mistress Quickly). Como "Otello", "Falstaff" é inspirada em Shakespeare (1564-1616). Já o libreto de Arrigo Boito (1842-1918) baseia-se na peça "As Alegres Comadres de Windsor" e em duas partes de "Henrique IV". Falstaff, na ópera, é um velho que se lança em malfadadas investidas amorosas, demite empregados e vira alvo de vingança por causa de suas atitudes. "Pretendendo ser ao mesmo tempo heroico, galanteador ou espertalhão, o personagem falha em todos seus atos, o que o torna muito próximo de alguém de carne e osso, como todos nós", diz o pianista e compositor Leandro Oliveira, que fará palestras sobre a ópera uma hora antes de cada récita. MILAGRE Para Silvio Viegas, que vai reger a orquestra da casa em cinco récitas, a forma como Verdi escreve a partitura "é quase inacreditável, um verdadeiro milagre". "Todo desenho dramático está ali escrito, nas linhas de canto, na magistral orquestração, nas suas incríveis harmonias, na escolha dos andamentos, em tudo." A trama originalmente ambientada em Windsor, no século 16, migra, nesta remontagem, para a Inglaterra provinciana dos anos 1970. Vanelli acredita que, dessa forma, serão ressaltadas as questões sociais da obra. "Verdi antecipa, com sagacidade e sabedoria, muitas das ansiedades e crises do século 20", afirma. FALSTAFF QUANDO qua. (10 e 17), sex. (12 e 19), às 20h; dom. (14 e 21), às 17h ONDE Theatro São Pedro - r. Doutor Albuquerque Lins, 207; tel. (11) 3661-6600 QUANTO de R$ 20 a R$ 70 CLASSIFICAÇÃO 8 anos | ilustrada | Ópera cômica 'Falstaff', de Verdi, retorna aos palcos em São PauloAutor de blockbusters do repertório operístico, como "Aída" e "Otello", Giuseppe Verdi (1813-1901) sempre quis criar uma obra cômica de sucesso. Até tentou, com "Um Dia de Reinado", de 1840, mas o reconhecimento mesmo veio com "Falstaff" (1893). A mais divertida ópera de Verdi poderá ser vista a partir desta quarta (10), às 20h, no Theatro São Pedro. Serão seis récitas da remontagem assinada pelo italiano Pierluigi Vanelli a partir da criação de Stefano Vizioli, já exibida na casa mesma em 2013. A ópera volta com elenco diferente, que inclui os barítonos Rodolfo Giugliani (como John Falstaff) e Douglas Hahn (Ford) e as irmãs Edna D'Oliveira (soprano, interpretando Alice Ford) e Ednéia de Oliveira (mezzo-soprano, Mistress Quickly). Como "Otello", "Falstaff" é inspirada em Shakespeare (1564-1616). Já o libreto de Arrigo Boito (1842-1918) baseia-se na peça "As Alegres Comadres de Windsor" e em duas partes de "Henrique IV". Falstaff, na ópera, é um velho que se lança em malfadadas investidas amorosas, demite empregados e vira alvo de vingança por causa de suas atitudes. "Pretendendo ser ao mesmo tempo heroico, galanteador ou espertalhão, o personagem falha em todos seus atos, o que o torna muito próximo de alguém de carne e osso, como todos nós", diz o pianista e compositor Leandro Oliveira, que fará palestras sobre a ópera uma hora antes de cada récita. MILAGRE Para Silvio Viegas, que vai reger a orquestra da casa em cinco récitas, a forma como Verdi escreve a partitura "é quase inacreditável, um verdadeiro milagre". "Todo desenho dramático está ali escrito, nas linhas de canto, na magistral orquestração, nas suas incríveis harmonias, na escolha dos andamentos, em tudo." A trama originalmente ambientada em Windsor, no século 16, migra, nesta remontagem, para a Inglaterra provinciana dos anos 1970. Vanelli acredita que, dessa forma, serão ressaltadas as questões sociais da obra. "Verdi antecipa, com sagacidade e sabedoria, muitas das ansiedades e crises do século 20", afirma. FALSTAFF QUANDO qua. (10 e 17), sex. (12 e 19), às 20h; dom. (14 e 21), às 17h ONDE Theatro São Pedro - r. Doutor Albuquerque Lins, 207; tel. (11) 3661-6600 QUANTO de R$ 20 a R$ 70 CLASSIFICAÇÃO 8 anos | 6 |
'Sem Filhos' prova que Argentina faz comédias ruins como as nossas | Quando o filme "Relatos Selvagens" chegou ao Brasil, muito se falou sobre a suposta superioridade do cinema argentino sobre o nosso. Mas depois de ver "Sem Filhos", não temos com o que nos preocupar: nossos vizinhos são capazes de fazer comédias tão ruins quantos as nossas. Dirigida por Ariel Winograd, é mais um desses filmes românticos feitos em piloto automático e de encomenda para o público que adora novelas de TV e abomina qualquer vestígio de ousadia. Gabriel (Diego Peretti) é um quarentão divorciado e pai de uma menina de nove anos, Sofia (Guadalupe Manent). O sujeito só pensa na filha e só fala sobre a garota, o que afasta pretendentes e acaba com sua vida amorosa. Até que surge Vicky (Maribel Verdú), uma gata sexy e antigo amor platônico de Gabriel na adolescência, que começa a flertar com ele. Em pouco tempo, os dois estão perdidamente apaixonados. Só há um problema: Vicky odeia crianças. Gabriel só tem uma saída se quiser continuar dividindo a cama com ela: esconder a filha. É sobre esse tema instigante que "Sem Filhos" desfila uma insuportável bateria de piadas manjadas e cenas que você já viu 357 vezes na "Sessão da Tarde", incluindo encontros inesperados entre personagens que não poderiam se ver e até –socorro!– um número musical. Dá vontade de cometer suicídio. Não dá para culpar o tema pela ruindade do filme. É só lembrar "Enquanto Somos Jovens", recente e ótima comédia de Noah Baumbach sobre um casal de quarentões que não quer ter filhos e não entende por que seus amigos e amigas babam por bebês. SEM FILHOS (Sin Hijos) DIREÇÃO Ariel Winograd ELENCO Diego Peretti, Maribel Verdú PRODUÇÃO Argentina/Espanha, 2015, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (29) ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas) | ilustrada | 'Sem Filhos' prova que Argentina faz comédias ruins como as nossasQuando o filme "Relatos Selvagens" chegou ao Brasil, muito se falou sobre a suposta superioridade do cinema argentino sobre o nosso. Mas depois de ver "Sem Filhos", não temos com o que nos preocupar: nossos vizinhos são capazes de fazer comédias tão ruins quantos as nossas. Dirigida por Ariel Winograd, é mais um desses filmes românticos feitos em piloto automático e de encomenda para o público que adora novelas de TV e abomina qualquer vestígio de ousadia. Gabriel (Diego Peretti) é um quarentão divorciado e pai de uma menina de nove anos, Sofia (Guadalupe Manent). O sujeito só pensa na filha e só fala sobre a garota, o que afasta pretendentes e acaba com sua vida amorosa. Até que surge Vicky (Maribel Verdú), uma gata sexy e antigo amor platônico de Gabriel na adolescência, que começa a flertar com ele. Em pouco tempo, os dois estão perdidamente apaixonados. Só há um problema: Vicky odeia crianças. Gabriel só tem uma saída se quiser continuar dividindo a cama com ela: esconder a filha. É sobre esse tema instigante que "Sem Filhos" desfila uma insuportável bateria de piadas manjadas e cenas que você já viu 357 vezes na "Sessão da Tarde", incluindo encontros inesperados entre personagens que não poderiam se ver e até –socorro!– um número musical. Dá vontade de cometer suicídio. Não dá para culpar o tema pela ruindade do filme. É só lembrar "Enquanto Somos Jovens", recente e ótima comédia de Noah Baumbach sobre um casal de quarentões que não quer ter filhos e não entende por que seus amigos e amigas babam por bebês. SEM FILHOS (Sin Hijos) DIREÇÃO Ariel Winograd ELENCO Diego Peretti, Maribel Verdú PRODUÇÃO Argentina/Espanha, 2015, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (29) ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas) | 6 |
Novo livro da Coleção Folha O Mundo da Arte aborda Secessão vienense | "Arte total". Foi assim que se definiu a Secessão de Viena, movimento criado em 1897 que representou a inquietação ideológica de artesãos, arquitetos, artistas plásticos e gráficos e designers. Em seu 12º exemplar, nas bancas no domingo (3), a Coleção Folha O Mundo da Arte é dedicado à essa revolução artística cujo lema era "toda era precisa da sua arte e toda arte precisa da sua liberdade". Influenciado pelo art nouveau, a Secessão de Viena propôs que a arte se libertasse de restrições políticas e comerciais e se afastasse de modelos preconcebidos. As formas deveriam ser orgânicas, voluptuosas e decorativas. Seus artistas se abriram a uma estética erótica que, embora abraçada por parte da população, ofendia a rígida moral da burguesia vienense. Não que os secessionistas se importassem muito, já que uma de suas propostas era criar arte para todos e para todas as camadas sociais. Mesmo sem agradar a todos, o movimento encontrou patronos ricos, e a cidade viveu intensa atividade intelectual na virada do século 19 para o 20. Novatos era bem-vindos nas muitas exposições, assim como notáveis estrangeiros, como o alemão Max Klinger e o suíço Ferdinand Hodler. Os "membros da casa" eram 40 pintores renomados como o líder da Secessão, Gustav Klimt, Egon Schiele, Alfred Roller e Koloman Moser, um dos pioneiros da modernidade. | ilustrada | Novo livro da Coleção Folha O Mundo da Arte aborda Secessão vienense"Arte total". Foi assim que se definiu a Secessão de Viena, movimento criado em 1897 que representou a inquietação ideológica de artesãos, arquitetos, artistas plásticos e gráficos e designers. Em seu 12º exemplar, nas bancas no domingo (3), a Coleção Folha O Mundo da Arte é dedicado à essa revolução artística cujo lema era "toda era precisa da sua arte e toda arte precisa da sua liberdade". Influenciado pelo art nouveau, a Secessão de Viena propôs que a arte se libertasse de restrições políticas e comerciais e se afastasse de modelos preconcebidos. As formas deveriam ser orgânicas, voluptuosas e decorativas. Seus artistas se abriram a uma estética erótica que, embora abraçada por parte da população, ofendia a rígida moral da burguesia vienense. Não que os secessionistas se importassem muito, já que uma de suas propostas era criar arte para todos e para todas as camadas sociais. Mesmo sem agradar a todos, o movimento encontrou patronos ricos, e a cidade viveu intensa atividade intelectual na virada do século 19 para o 20. Novatos era bem-vindos nas muitas exposições, assim como notáveis estrangeiros, como o alemão Max Klinger e o suíço Ferdinand Hodler. Os "membros da casa" eram 40 pintores renomados como o líder da Secessão, Gustav Klimt, Egon Schiele, Alfred Roller e Koloman Moser, um dos pioneiros da modernidade. | 6 |
Derretimento de geleiras está levando ao ressurgimento de doenças | Seres humanos, bactérias e vírus têm coexistido ao longo da história. Da peste bubônica à varíola, nós evoluímos para resistir a eles, e em resposta eles desenvolveram novas maneiras de nos infectar. Já faz mais de um século que temos os antibióticos, desde que Alexander Fleming descobriu a penicilina. Mas as bactérias não deixaram por menos: elas responderam evoluindo sua resistência aos antibióticos. A batalha parece sem fim: nós passamos tanto tempo com patógenos, que, às vezes, desenvolvemos um tipo de impasse natural. No entanto, o que aconteceria se nós, de repente, ficássemos expostos a bactérias e vírus mortais que ficaram ausentes por milhares de anos –ou então que nunca vimos antes? É possível que estejamos perto de descobrir que aconteceria. As mudanças climáticas estão derretendo o solo da região do ártico que existiram ali por milhares de anos e, conforme o solo derrete, ele vai liberando antigos vírus e bactérias que, depois de ficarem tanto tempo "dormentes", voltam à vida. Em agosto de 2016, em uma região remota da tundra da Sibéria chamada Península Iamal no Círculo Ártico, um garoto de 12 anos morreu e pelo menos 20 pessoas foram hospitalizadas após terem sido infectadas por antraz. A teoria é que, há mais de 75 anos, uma rena infectada com antraz morreu e sua carcaça congelada ficou presa sob uma camada de solo também congelado, chamado de permafrost. Lá ela ficou até a onda de calor que invadiu a região no verão de 2016 –e derreteu o permafrost. Isso expôs a carcaça da rena infectada e liberou o vírus para a água e para o solo do local –e, consequentemente, para os alimentos que as pessoas que viviam lá comiam. Mais de 2 mil renas nasceram infectadas ali, e houve um número menor de casos em humanos. O medo agora é que esse não tenha sido um caso isolado. Conforme a Terra vai aquecendo, mais camadas do permafrost vão derretendo. Sob circunstâncias normais, cerca de 50 cm das camadas de permafrost mais superficiais derretem no verão. Mas com o aquecimento global, camadas mais profundas e antigas têm derretido também. O permafrost congelado é o lugar perfeito para as bactérias se manterem vivas por um longo período de tempo, talvez até um milhão de anos. Isso significa que o derretimento das geleiras pode abrir a caixa de pandora das doenças. A temperatura no círculo ártico está aumentando rapidamente, cerca de 3 vezes mais rápido do que no resto do mundo. Conforme o permafrost derrete, outros agentes infecciosos podem ser liberados. "O permafrost é um bom lugar para preservar micróbios e vírus, porque ele é frio, não tem oxigênio e é escuro", explica o biólogo evolucionista Jean-Michel Claverie da Universidade Aix-Marseille, na França. "Vírus patogênicos que podem infectar humanos ou animais podem ser preservados em camadas antigas de permafrost, inclusive alguns que podem ter causado epidemias globais no passado." Só no início do século 20, mais de um milhão de renas morreram por causa de infecção por antraz. Não é fácil cavar tumbas muito profundas, então a maioria das carcaças dos animais são enterrados perto da superfície, espalhados pelos 7 mil cemitérios no norte da Rússia. No entanto, o maior medo é o que mais pode estar escondido sob o solo congelado. Pessoas e animais têm sido enterrados em permafrost por séculos, então é plausível dizer que outros agentes patogênicos e doenças infecciosas podem ser desencadeados se o derretimento do solo continuar. Por exemplo, cientistas descobriram fragmentos de RNA da gripe espanhola de 1918 em corpos enterrados em valas comuns na tundra do Alasca. A varíola e a peste bulbônica também podem estar enterradas na Sibéria. Em um estudo em 2011, Boris Revich e Marina Podolnaya escreveram: "Como consequência do derretimento do permafrost, vetores de doenças infecciosas mortais dos séculos 18 e 19 podem voltar, especialmente próximo aos cemitérios onde as vítimas dessas infecções foram enterradas." Por exemplo, na década de 1890, houve uma epidemia grande de varíola na Sibéria. Uma cidade perdeu praticamente 40% de sua população. Seus corpos foram enterrados sob o permafrost nas margens do rio Kolyma. Cerca de 120 anos depois, a enchente do rio começou a erodir as margens e o derretimento do permafrost acelerou o processo de erosão. Em um projeto que começou nos anos 1990, cientistas do Centro Estadual de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia em Novosibirsk analisaram os restos de pessoas da Idade da Pedra que foram encontrados no sul da Sibéria, na região de Gorny Altai. Eles também testaram amostras de cadáveres de homens que haviam morrido durante epidemias virais no século 19 e foram enterrados no permafrost russo. Os pesquisadores dizem que eles encontraram corpos com feridas características das marcas deixadas pela varíola. Eles não chegaram a encontrar o vírus da varíola em si, mas detectaram fragmentos de seu DNA. Certamente não é a primeira vez que uma bactéria congelada voltou à vida. Em um estudo de 2005, cientistas da Nasa ressuscitaram com sucesso bactérias que haviam ficado "guardadas" em um lago congelado no Alasca por 32 mil anos. Os micróbios, chamados Carnobacterium pleistocenium, estavam congelados desde o período Pleistoceno, quando mamutes lanosos ainda vagavam pela Terra. Quando o gelo derretia, eles começavam a nadar ao redor, sem parecer afetados. Dois anos depois, cientistas conseguiram ressuscitar bactérias de 8 milhões de anos que havia ficado adormecidas no gelo, sob a superfície glacial nos vales Beacon e Mullins na Antártica. No mesmo estudo, bactérias de 100 mil anos foram ressuscitadas. No entanto, nem todas as bactérias podem voltar à vida depois de terem sido congeladas em permafrost. A bactéria do antraz consegue porque ela têm esporos, que são muito resistentes e podem sobreviver por mais de um século. Outra bactéria que pode formar esporos e, consequentemente, sobreviver no permafrost, é a do tétano e a Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo –uma doença rara que pode causar paralisia e até mesmo se tornar fatal. Alguns fungos e vírus também podem sobreviver nesse tipo de ambiente por mais tempo. Em um estudo de 2014, uma equipe conseguiu ressuscitar dois vírus que estavam no permafrost da Sibéria por 30 mil anos. Conhecidos como Pithovirus sibericum e Mollivirus sibericum, eles são dois vírus gigantes, porque ao contrário da maioria, eles conseguem ser vistos sem microscópios. Eles foram encontrados a 30 m de profundidade na tundra costal. Uma vez "vivos" de novo, esses vírus se tornaram rapidamente infecciosos. Para a nossa sorte, esses vírus em particular somente infectam seres monocelulares, como amebas. No entanto, o mesmo estudo sugere que outros vírus –que podem infectar humanos– podem ser ressuscitados da mesma forma. E não é só o aquecimento global que pode derreter diretamente o permafrost para termos uma ameaça. Isso porque o gelo do Mar Ártico está derretendo, então a costa norte da Sibéria se tornou mais acessível pelo oceano. Como resultado disso, a exploração industrial, incluindo a exploração de minas por ouro e minerais, e a própria exploração de petróleo e gás natural estão se tornando agora mais lucrativas. "Neste momento, essas regiões estão desertas e as camadas mais profundas de permafrost são deixadas em paz", explicou Claverie. "No entanto, essas camadas mais antigas podem ser expostas por escavações de minas ou por perfurações de petróleo. Se vírus ou bactérias ainda estiverem lá, isso poderia abrir as portas para um desastre." Vírus gigantes podem ser os principais culpados por uma grande epidemia. "A maioria dos vírus são rapidamente desativados fora de células hospedeiras por conta da luz, dessecação ou degradação bioquímica espontânea", diz Claverie. "Por exemplo: se o DNA dele sofre danos impossíveis de serem reparados, o vírus não será mais infeccioso. No entanto, entre os vírus conhecidos, o vírus gigante tende a ser mais resistente e quase impossível de quebrar." Claverie afirma que vírus dos primeiros humanos a habitarem o Ártico podem ressurgir. Poderíamos até mesmo ver vírus de espécies humanas há muito tempo extintas, como o Neanderthal e Denisovan, que se estabeleceram na Sibéria e foram infectados com várias doenças virais. Restos do homem de Neanderthal de 30-40 mil anos atrás foram encontrados na Rússia. Populações humanas viveram ali por milhares de anos –adoeceram ali e morreram ali. "A possibilidade de nós pegarmos um vírus de um Neanderthal há muito tempo extinto sugere que a ideia de que um vírus pode ser erradicado do planeta é errada, e nos dá um falso senso de segurança", pontua Claverie. "E é por isso que deveríamos manter estoques de vacina, para caso voltemos a precisar delas um dia." Desde 2014, Claverie analisa os DNAs de camadas de permafrost, buscando características genéticas de vírus e bactérias que poderiam infectar humanos. Ele encontrou evidências de muitas bactérias que provavelmente são perigosas para humanos. As bactérias têm um DNA que codifica fatores de virulência: moléculas que produzem bactérias e vírus patogênicos, o que aumenta sua capacidade de infectar um hospedeiro. A equipe de Claverie também encontrou algumas sequências de DNA que pareciam vir de vírus, inclusive da herpes. No entanto, eles ainda não encontraram nenhum traço de varíola. Por razões óbvias, eles não tentaram reavivar nenhum dos patógenos. ALÉM DO SOLO DO ÁRTICO Os patógenos que foram isolados dos humanos por muito tempo podem voltar não apenas pelo gelo ou pelo permafrost –cientistas da Nasa descobriram em fevereiro deste ano micróbios de 10-50 mil anos atrás dentro de cristais em uma mina do México. A bactéria foi encontrada na Caverna dos Cristais, parte de uma mina em Naica, no norte do México. Lá, há vários cristais brancos do mineral selenito, que foram formados ao longo de centenas e milhares de anos. A bactéria ficou presa dentro de pequenos bolsos de fluidos dentro dos cristais, mas uma vez que eles foram removidos, ela reviveu e começou a se multiplicar. Os micróbios são geneticamente únicos e podem ser novas espécies, mas os pesquisadores ainda vão divulgar um estudo completo sobre eles. Até mesmo bactérias mais velhas foram encontradas na Caverna Lechuguilla, no Novo México, a 300 metros sob o solo. Esses micróbios não tinham visto a superfície nos últimos 4 milhões de anos. A caverna nunca vê a luz do dia, e é tão isolada que leva cerca de 10 mil anos para a água da superfície entrar na caverna. Apesar disso, a bactéria de alguma forma se tornou resistente aos 18 tipos de antibióticos, incluindo remédios considerados o "último recurso" para combater infecções . Em um estudo publicado em dezembro do ano passado, pesquisadores descobriram que a bactéria, conhecida como Paenibacillus sp. LC231, era resistente a 70% dos antibióticos e conseguia desativar boa parte deles. Conforme as bactérias ficaram completamente isoladas na caverna por quatro milhões de anos, elas não tiveram contato com as pessoas ou com antibióticos usados para tratar as infecções humanas. O que significa que sua resistência aos antibióticos deve ter surgido de outra forma. Os cientistas envolvidos acreditam que a bactéria, que não prejudica os seres humanos, é um dos muitos que naturalmente evoluíram e criaram a resistência aos antibióticos. Isso sugere que a resistência aos antibióticos tem existido há milhões e até bilhões de anos. Obviamente, uma resistência a antibiótico tão antiga não pode ter se desenvolvido como resultado do uso de um antibiótico. O motivo para isso é que muitos tipos de fungos, ou até de outras bactérias, produzem naturalmente antibióticos para ganhar vantagem competitiva com outros micróbios. Foi assim que Fleming descobriu a penicilina: bactérias em uma placa de Petri morreram depois de uma terem sido contaminadas com uma excreção de mofo. Em cavernas, onde há pouca comida, organismos precisam ser implacáveis para sobreviver. Bactérias como a Paenibacillus podem ter precisado desenvolver resistência a antibióticos para evitarem ser mortas por organismos rivais. Isso explicaria por que essas bactérias são resistentes apenas a antibióticos naturais, que vêm de outras bactérias ou fungos, e compõem cerca de 99,9% de todos os antibióticos que usamos. Essas bactérias nunca encontraram antibióticos criados pelo homem, então não têm resistência a eles. "Nosso trabalho, e o trabalho de outros, sugere que a resistência a antibióticos não é um conceito novo", disse o microbiólogo Hazel Barton, da Universidade de Akron, Ohio, que liderou o estudo. "Nossos organismos foram isolados de espécies da superfície por 4 a 7 milhões de anos, mas a resistência que eles têm é geneticamente idêntica a de espécies encontradas na superfície. Isso significa que esses genes são pelo menos antigos, e não foram originados pelo uso humano dos antibióticos para tratamento". Apesar de a _Paenibacillus_não infectar humanos, ela poderia, em teoria, passar sua resistência a antibióticos para outros patógenos. No entanto, por ela estar isolada abaixo de 400 metros de rocha, isso parece improvável de acontecer. No entanto, a resistência a antibióticos naturais é provavelmente tão predominante, que muitas bactérias que emergem de permafrost devem já tê-la desenvolvido. Em um estudo de 2011 os cientistas extraíram DNA de bactérias de 30.000 anos de idade encontradas em permafrost na região de Beringian entre a Rússia e o Canadá. Eles encontraram genes que codificam a resistência a antibióticos beta-lactâmicos, tetraciclina e antibióticos glicopeptídicos. QUANTO NÓS DEVERÍAMOS NOS PREOCUPAR COM ISSO? Uma questão a ser levada em consideração é que o risco dos patógenos de permafrost ainda é desconhecido, então isso não pode nos preocupar demais. Em vez disso, nós deveríamos focar em ameaças mais concretas, como o aquecimento global e as mudanças climáticas. Por exemplo, conforme a Terra vai aquecendo, os países do Norte vão se tornando mais suscetíveis a epidemias de doenças "do Sul", como malária, cólera, dengue, já que esses patógenos sobrevivem em temperaturas mais quentes. Mas há outra perspectiva também, que seria a de nós não ignorarmos os riscos apenas porque nós não podemos estimá-los. "Seguindo nosso trabalho e o de outros, existe agora uma possibilidade que não é zero de micróbios patogênicos reviverem e nos infectarem", afirmou Claverie. "Quão provável isso é, ainda não sabemos, mas é uma possibilidade. Poderiam ser bactérias que são curáveis com antibióticos, ou bactérias resistentes, ou um vírus. Se o patógeno não ficou em contato com humanos por muito tempo, então o nosso sistema imunológico não está preparado para ele. Sendo assim, pode ser perigoso." | ambiente | Derretimento de geleiras está levando ao ressurgimento de doençasSeres humanos, bactérias e vírus têm coexistido ao longo da história. Da peste bubônica à varíola, nós evoluímos para resistir a eles, e em resposta eles desenvolveram novas maneiras de nos infectar. Já faz mais de um século que temos os antibióticos, desde que Alexander Fleming descobriu a penicilina. Mas as bactérias não deixaram por menos: elas responderam evoluindo sua resistência aos antibióticos. A batalha parece sem fim: nós passamos tanto tempo com patógenos, que, às vezes, desenvolvemos um tipo de impasse natural. No entanto, o que aconteceria se nós, de repente, ficássemos expostos a bactérias e vírus mortais que ficaram ausentes por milhares de anos –ou então que nunca vimos antes? É possível que estejamos perto de descobrir que aconteceria. As mudanças climáticas estão derretendo o solo da região do ártico que existiram ali por milhares de anos e, conforme o solo derrete, ele vai liberando antigos vírus e bactérias que, depois de ficarem tanto tempo "dormentes", voltam à vida. Em agosto de 2016, em uma região remota da tundra da Sibéria chamada Península Iamal no Círculo Ártico, um garoto de 12 anos morreu e pelo menos 20 pessoas foram hospitalizadas após terem sido infectadas por antraz. A teoria é que, há mais de 75 anos, uma rena infectada com antraz morreu e sua carcaça congelada ficou presa sob uma camada de solo também congelado, chamado de permafrost. Lá ela ficou até a onda de calor que invadiu a região no verão de 2016 –e derreteu o permafrost. Isso expôs a carcaça da rena infectada e liberou o vírus para a água e para o solo do local –e, consequentemente, para os alimentos que as pessoas que viviam lá comiam. Mais de 2 mil renas nasceram infectadas ali, e houve um número menor de casos em humanos. O medo agora é que esse não tenha sido um caso isolado. Conforme a Terra vai aquecendo, mais camadas do permafrost vão derretendo. Sob circunstâncias normais, cerca de 50 cm das camadas de permafrost mais superficiais derretem no verão. Mas com o aquecimento global, camadas mais profundas e antigas têm derretido também. O permafrost congelado é o lugar perfeito para as bactérias se manterem vivas por um longo período de tempo, talvez até um milhão de anos. Isso significa que o derretimento das geleiras pode abrir a caixa de pandora das doenças. A temperatura no círculo ártico está aumentando rapidamente, cerca de 3 vezes mais rápido do que no resto do mundo. Conforme o permafrost derrete, outros agentes infecciosos podem ser liberados. "O permafrost é um bom lugar para preservar micróbios e vírus, porque ele é frio, não tem oxigênio e é escuro", explica o biólogo evolucionista Jean-Michel Claverie da Universidade Aix-Marseille, na França. "Vírus patogênicos que podem infectar humanos ou animais podem ser preservados em camadas antigas de permafrost, inclusive alguns que podem ter causado epidemias globais no passado." Só no início do século 20, mais de um milhão de renas morreram por causa de infecção por antraz. Não é fácil cavar tumbas muito profundas, então a maioria das carcaças dos animais são enterrados perto da superfície, espalhados pelos 7 mil cemitérios no norte da Rússia. No entanto, o maior medo é o que mais pode estar escondido sob o solo congelado. Pessoas e animais têm sido enterrados em permafrost por séculos, então é plausível dizer que outros agentes patogênicos e doenças infecciosas podem ser desencadeados se o derretimento do solo continuar. Por exemplo, cientistas descobriram fragmentos de RNA da gripe espanhola de 1918 em corpos enterrados em valas comuns na tundra do Alasca. A varíola e a peste bulbônica também podem estar enterradas na Sibéria. Em um estudo em 2011, Boris Revich e Marina Podolnaya escreveram: "Como consequência do derretimento do permafrost, vetores de doenças infecciosas mortais dos séculos 18 e 19 podem voltar, especialmente próximo aos cemitérios onde as vítimas dessas infecções foram enterradas." Por exemplo, na década de 1890, houve uma epidemia grande de varíola na Sibéria. Uma cidade perdeu praticamente 40% de sua população. Seus corpos foram enterrados sob o permafrost nas margens do rio Kolyma. Cerca de 120 anos depois, a enchente do rio começou a erodir as margens e o derretimento do permafrost acelerou o processo de erosão. Em um projeto que começou nos anos 1990, cientistas do Centro Estadual de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia em Novosibirsk analisaram os restos de pessoas da Idade da Pedra que foram encontrados no sul da Sibéria, na região de Gorny Altai. Eles também testaram amostras de cadáveres de homens que haviam morrido durante epidemias virais no século 19 e foram enterrados no permafrost russo. Os pesquisadores dizem que eles encontraram corpos com feridas características das marcas deixadas pela varíola. Eles não chegaram a encontrar o vírus da varíola em si, mas detectaram fragmentos de seu DNA. Certamente não é a primeira vez que uma bactéria congelada voltou à vida. Em um estudo de 2005, cientistas da Nasa ressuscitaram com sucesso bactérias que haviam ficado "guardadas" em um lago congelado no Alasca por 32 mil anos. Os micróbios, chamados Carnobacterium pleistocenium, estavam congelados desde o período Pleistoceno, quando mamutes lanosos ainda vagavam pela Terra. Quando o gelo derretia, eles começavam a nadar ao redor, sem parecer afetados. Dois anos depois, cientistas conseguiram ressuscitar bactérias de 8 milhões de anos que havia ficado adormecidas no gelo, sob a superfície glacial nos vales Beacon e Mullins na Antártica. No mesmo estudo, bactérias de 100 mil anos foram ressuscitadas. No entanto, nem todas as bactérias podem voltar à vida depois de terem sido congeladas em permafrost. A bactéria do antraz consegue porque ela têm esporos, que são muito resistentes e podem sobreviver por mais de um século. Outra bactéria que pode formar esporos e, consequentemente, sobreviver no permafrost, é a do tétano e a Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo –uma doença rara que pode causar paralisia e até mesmo se tornar fatal. Alguns fungos e vírus também podem sobreviver nesse tipo de ambiente por mais tempo. Em um estudo de 2014, uma equipe conseguiu ressuscitar dois vírus que estavam no permafrost da Sibéria por 30 mil anos. Conhecidos como Pithovirus sibericum e Mollivirus sibericum, eles são dois vírus gigantes, porque ao contrário da maioria, eles conseguem ser vistos sem microscópios. Eles foram encontrados a 30 m de profundidade na tundra costal. Uma vez "vivos" de novo, esses vírus se tornaram rapidamente infecciosos. Para a nossa sorte, esses vírus em particular somente infectam seres monocelulares, como amebas. No entanto, o mesmo estudo sugere que outros vírus –que podem infectar humanos– podem ser ressuscitados da mesma forma. E não é só o aquecimento global que pode derreter diretamente o permafrost para termos uma ameaça. Isso porque o gelo do Mar Ártico está derretendo, então a costa norte da Sibéria se tornou mais acessível pelo oceano. Como resultado disso, a exploração industrial, incluindo a exploração de minas por ouro e minerais, e a própria exploração de petróleo e gás natural estão se tornando agora mais lucrativas. "Neste momento, essas regiões estão desertas e as camadas mais profundas de permafrost são deixadas em paz", explicou Claverie. "No entanto, essas camadas mais antigas podem ser expostas por escavações de minas ou por perfurações de petróleo. Se vírus ou bactérias ainda estiverem lá, isso poderia abrir as portas para um desastre." Vírus gigantes podem ser os principais culpados por uma grande epidemia. "A maioria dos vírus são rapidamente desativados fora de células hospedeiras por conta da luz, dessecação ou degradação bioquímica espontânea", diz Claverie. "Por exemplo: se o DNA dele sofre danos impossíveis de serem reparados, o vírus não será mais infeccioso. No entanto, entre os vírus conhecidos, o vírus gigante tende a ser mais resistente e quase impossível de quebrar." Claverie afirma que vírus dos primeiros humanos a habitarem o Ártico podem ressurgir. Poderíamos até mesmo ver vírus de espécies humanas há muito tempo extintas, como o Neanderthal e Denisovan, que se estabeleceram na Sibéria e foram infectados com várias doenças virais. Restos do homem de Neanderthal de 30-40 mil anos atrás foram encontrados na Rússia. Populações humanas viveram ali por milhares de anos –adoeceram ali e morreram ali. "A possibilidade de nós pegarmos um vírus de um Neanderthal há muito tempo extinto sugere que a ideia de que um vírus pode ser erradicado do planeta é errada, e nos dá um falso senso de segurança", pontua Claverie. "E é por isso que deveríamos manter estoques de vacina, para caso voltemos a precisar delas um dia." Desde 2014, Claverie analisa os DNAs de camadas de permafrost, buscando características genéticas de vírus e bactérias que poderiam infectar humanos. Ele encontrou evidências de muitas bactérias que provavelmente são perigosas para humanos. As bactérias têm um DNA que codifica fatores de virulência: moléculas que produzem bactérias e vírus patogênicos, o que aumenta sua capacidade de infectar um hospedeiro. A equipe de Claverie também encontrou algumas sequências de DNA que pareciam vir de vírus, inclusive da herpes. No entanto, eles ainda não encontraram nenhum traço de varíola. Por razões óbvias, eles não tentaram reavivar nenhum dos patógenos. ALÉM DO SOLO DO ÁRTICO Os patógenos que foram isolados dos humanos por muito tempo podem voltar não apenas pelo gelo ou pelo permafrost –cientistas da Nasa descobriram em fevereiro deste ano micróbios de 10-50 mil anos atrás dentro de cristais em uma mina do México. A bactéria foi encontrada na Caverna dos Cristais, parte de uma mina em Naica, no norte do México. Lá, há vários cristais brancos do mineral selenito, que foram formados ao longo de centenas e milhares de anos. A bactéria ficou presa dentro de pequenos bolsos de fluidos dentro dos cristais, mas uma vez que eles foram removidos, ela reviveu e começou a se multiplicar. Os micróbios são geneticamente únicos e podem ser novas espécies, mas os pesquisadores ainda vão divulgar um estudo completo sobre eles. Até mesmo bactérias mais velhas foram encontradas na Caverna Lechuguilla, no Novo México, a 300 metros sob o solo. Esses micróbios não tinham visto a superfície nos últimos 4 milhões de anos. A caverna nunca vê a luz do dia, e é tão isolada que leva cerca de 10 mil anos para a água da superfície entrar na caverna. Apesar disso, a bactéria de alguma forma se tornou resistente aos 18 tipos de antibióticos, incluindo remédios considerados o "último recurso" para combater infecções . Em um estudo publicado em dezembro do ano passado, pesquisadores descobriram que a bactéria, conhecida como Paenibacillus sp. LC231, era resistente a 70% dos antibióticos e conseguia desativar boa parte deles. Conforme as bactérias ficaram completamente isoladas na caverna por quatro milhões de anos, elas não tiveram contato com as pessoas ou com antibióticos usados para tratar as infecções humanas. O que significa que sua resistência aos antibióticos deve ter surgido de outra forma. Os cientistas envolvidos acreditam que a bactéria, que não prejudica os seres humanos, é um dos muitos que naturalmente evoluíram e criaram a resistência aos antibióticos. Isso sugere que a resistência aos antibióticos tem existido há milhões e até bilhões de anos. Obviamente, uma resistência a antibiótico tão antiga não pode ter se desenvolvido como resultado do uso de um antibiótico. O motivo para isso é que muitos tipos de fungos, ou até de outras bactérias, produzem naturalmente antibióticos para ganhar vantagem competitiva com outros micróbios. Foi assim que Fleming descobriu a penicilina: bactérias em uma placa de Petri morreram depois de uma terem sido contaminadas com uma excreção de mofo. Em cavernas, onde há pouca comida, organismos precisam ser implacáveis para sobreviver. Bactérias como a Paenibacillus podem ter precisado desenvolver resistência a antibióticos para evitarem ser mortas por organismos rivais. Isso explicaria por que essas bactérias são resistentes apenas a antibióticos naturais, que vêm de outras bactérias ou fungos, e compõem cerca de 99,9% de todos os antibióticos que usamos. Essas bactérias nunca encontraram antibióticos criados pelo homem, então não têm resistência a eles. "Nosso trabalho, e o trabalho de outros, sugere que a resistência a antibióticos não é um conceito novo", disse o microbiólogo Hazel Barton, da Universidade de Akron, Ohio, que liderou o estudo. "Nossos organismos foram isolados de espécies da superfície por 4 a 7 milhões de anos, mas a resistência que eles têm é geneticamente idêntica a de espécies encontradas na superfície. Isso significa que esses genes são pelo menos antigos, e não foram originados pelo uso humano dos antibióticos para tratamento". Apesar de a _Paenibacillus_não infectar humanos, ela poderia, em teoria, passar sua resistência a antibióticos para outros patógenos. No entanto, por ela estar isolada abaixo de 400 metros de rocha, isso parece improvável de acontecer. No entanto, a resistência a antibióticos naturais é provavelmente tão predominante, que muitas bactérias que emergem de permafrost devem já tê-la desenvolvido. Em um estudo de 2011 os cientistas extraíram DNA de bactérias de 30.000 anos de idade encontradas em permafrost na região de Beringian entre a Rússia e o Canadá. Eles encontraram genes que codificam a resistência a antibióticos beta-lactâmicos, tetraciclina e antibióticos glicopeptídicos. QUANTO NÓS DEVERÍAMOS NOS PREOCUPAR COM ISSO? Uma questão a ser levada em consideração é que o risco dos patógenos de permafrost ainda é desconhecido, então isso não pode nos preocupar demais. Em vez disso, nós deveríamos focar em ameaças mais concretas, como o aquecimento global e as mudanças climáticas. Por exemplo, conforme a Terra vai aquecendo, os países do Norte vão se tornando mais suscetíveis a epidemias de doenças "do Sul", como malária, cólera, dengue, já que esses patógenos sobrevivem em temperaturas mais quentes. Mas há outra perspectiva também, que seria a de nós não ignorarmos os riscos apenas porque nós não podemos estimá-los. "Seguindo nosso trabalho e o de outros, existe agora uma possibilidade que não é zero de micróbios patogênicos reviverem e nos infectarem", afirmou Claverie. "Quão provável isso é, ainda não sabemos, mas é uma possibilidade. Poderiam ser bactérias que são curáveis com antibióticos, ou bactérias resistentes, ou um vírus. Se o patógeno não ficou em contato com humanos por muito tempo, então o nosso sistema imunológico não está preparado para ele. Sendo assim, pode ser perigoso." | 23 |
ASTROLOGIA | Sol e Urano anunciam reviravoltas em dia de astral acidentado. Lua em Câncer: 4/10 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Com um cenário astral que traz esfriamento das relações, não cultive expectativas grandiosas no assunto romance. Hoje, você está mais permeável, se sentirá inseguro e inadequado se for mal recebido. Paciência, dias melhores virão. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Astral delicado para a vida social e romântica, exigindo mais paciência do que nunca. Vá devagar e não force nada. Um pouco de arte e poesia caem bem, cultive o espírito com temas de conteúdo e que ensinem. Até seu amor! GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Senso de dever bate de frente com a inércia e torna o domingo aquém das expectativas mais frugais. Uma perda, a dificuldade de encontrar pessoas queridas, a relação fria com um irmão, uma viagem que não acontece. Reaja! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Dia de ser sabido e não cutucar aqueles pontos nevrálgicos dos outros. Caso contrário, corre o risco de ser posto numa geladeira emocional. Aplique sua energia em esportes, vida ao ar livre, meditação. Tudo bem leve é melhor. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Segure a onda do desânimo! E escute antes de criticar. Por hoje, é importante se cuidar e se proteger. Como Vênus e Saturno bombardeiam a Lua com raios problemáticos, preserve sua vida privada e evite se envolver em conflitos com mulheres. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Você preocupado com outros, cheio de dedos, tenso por causa de compromissos e estressado. É difícil equilibrar tantos pratos hoje. Algum vai cair, porque tudo tem limite. Domingo bom para repensar rotinas absurdas. LIBRA (23 set. a 22 out.) Apesar da sua pressa e impaciência, a dinâmica de hoje pede que você puxe o breque. Mesmo as ideias mais sensatas podem ser recebidas com descaso. É que as pessoas estão mais temerosas e acanhadas. Definições à vista. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Altos e baixos num domingo de temores, dúvidas e pouca espontaneidade. No amor, pegue leve, sem exigir demais; tenha dois programas engatados, porque um deles vai furar. Suas expectativas estão muito altas quanto à família. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Cuidado para não esbarrar em limites do parceiro; deixe programação em aberto. A mente não acompanha o passo das emoções, o descompasso astral pega os sagitarianos em cheio. Saúde um tanto oscilante, cuide da alimentação. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Envolvimento direto num assunto delicado e sério ligado a familiar ou amigo. De muitas maneiras, você saberá ser justo. Quanto mais acreditar em suas opções e escolhas, mais fácil será aguentar críticas e mal humor alheio. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Programe algo que possa fazer independentemente de qualquer pessoa, assista aos filmes que não viu ainda, caminhe para melhorar sua circulação, seu ponto nevrálgico. Movimento é essencial hoje para se sentir bem. No amor, menos teimosia e mais elasticidade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Feriado prolongado à vista, sob tensão astral. Ânsia e preocupação com o que tem de fazer no futuro atrapalha disposição com familiares. Desentendimentos com parceiro ou pessoa íntima; neutralize, prestando mais atenção aos outros. | ilustrada | ASTROLOGIASol e Urano anunciam reviravoltas em dia de astral acidentado. Lua em Câncer: 4/10 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Com um cenário astral que traz esfriamento das relações, não cultive expectativas grandiosas no assunto romance. Hoje, você está mais permeável, se sentirá inseguro e inadequado se for mal recebido. Paciência, dias melhores virão. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Astral delicado para a vida social e romântica, exigindo mais paciência do que nunca. Vá devagar e não force nada. Um pouco de arte e poesia caem bem, cultive o espírito com temas de conteúdo e que ensinem. Até seu amor! GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Senso de dever bate de frente com a inércia e torna o domingo aquém das expectativas mais frugais. Uma perda, a dificuldade de encontrar pessoas queridas, a relação fria com um irmão, uma viagem que não acontece. Reaja! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Dia de ser sabido e não cutucar aqueles pontos nevrálgicos dos outros. Caso contrário, corre o risco de ser posto numa geladeira emocional. Aplique sua energia em esportes, vida ao ar livre, meditação. Tudo bem leve é melhor. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Segure a onda do desânimo! E escute antes de criticar. Por hoje, é importante se cuidar e se proteger. Como Vênus e Saturno bombardeiam a Lua com raios problemáticos, preserve sua vida privada e evite se envolver em conflitos com mulheres. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Você preocupado com outros, cheio de dedos, tenso por causa de compromissos e estressado. É difícil equilibrar tantos pratos hoje. Algum vai cair, porque tudo tem limite. Domingo bom para repensar rotinas absurdas. LIBRA (23 set. a 22 out.) Apesar da sua pressa e impaciência, a dinâmica de hoje pede que você puxe o breque. Mesmo as ideias mais sensatas podem ser recebidas com descaso. É que as pessoas estão mais temerosas e acanhadas. Definições à vista. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Altos e baixos num domingo de temores, dúvidas e pouca espontaneidade. No amor, pegue leve, sem exigir demais; tenha dois programas engatados, porque um deles vai furar. Suas expectativas estão muito altas quanto à família. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Cuidado para não esbarrar em limites do parceiro; deixe programação em aberto. A mente não acompanha o passo das emoções, o descompasso astral pega os sagitarianos em cheio. Saúde um tanto oscilante, cuide da alimentação. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Envolvimento direto num assunto delicado e sério ligado a familiar ou amigo. De muitas maneiras, você saberá ser justo. Quanto mais acreditar em suas opções e escolhas, mais fácil será aguentar críticas e mal humor alheio. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Programe algo que possa fazer independentemente de qualquer pessoa, assista aos filmes que não viu ainda, caminhe para melhorar sua circulação, seu ponto nevrálgico. Movimento é essencial hoje para se sentir bem. No amor, menos teimosia e mais elasticidade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Feriado prolongado à vista, sob tensão astral. Ânsia e preocupação com o que tem de fazer no futuro atrapalha disposição com familiares. Desentendimentos com parceiro ou pessoa íntima; neutralize, prestando mais atenção aos outros. | 6 |
Famoso pelo frio, Campos do Jordão é eleito o melhor destino de inverno no Brasil | VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO A atual temporada de inverno em Campos do Jordão é, até o momento, a mais fria dos últimos seis anos, com média de 16,7ºC. É tudo que os fãs da cidade, escondida entre os mar de montanhas da serra da Mantiqueira, queriam ouvir —e principalmente sentir. O frio e o que fez e faz a fama do município, a 181 km da capital paulista e tido como o mais alto do Brasil. Na estância climática, são as baixas temperaturas que alimentam os festivais de cultura —sendo o mais famoso deles o de música erudita, o de Inverno—, e o movimento em restaurantes, bares e fábricas de chocolate. O ponto de partida do roteiro do frio são as ruas do centro. Lá estão os restaurantes, docerias e bares tradicionais, como a choperia Baden Baden, parada obrigatória dos cervejeiros. Próximo dali, o Morro do Elefante, a 1.800 metros de altitude, proporciona uma das vistas mais bonitas da cidade —opte por subir pelo teleférico. Agora, para quem quiser se aquecer, há opções como as trilhas do Horto Florestal, a 13 quilômetros do centro, os passeios à cavalo pela cidade e as atividades mais radicais, como tirolesas —a "Thunder", do centro de lazer Tarandu, por exemplo, tem 430 m de extensão. Destino invernal, Campos consegue acalentar o corpo e a alma de qualquer um: dá para comer bem, admirar a exuberância da paisagem, relaxar e aproveitar as atividades culturais e de lazer. * ONDE FICAR HOTEL LE RENARD Inclui café da manhã e, à noite, caldos e sopas. Há transfer de até 1 km. Diárias a partir de R$ 540. lerenard.com.br; tel. (12) 3669-2220. HOTEL VILA INGLESA A cinco minutos do centro, com pensão completa, passeios a cavalo e de charrete. Diárias a partir de R$ 823. hotelvilainglesa.com.br; tel. (12) 3669-5000. | saopaulo | Famoso pelo frio, Campos do Jordão é eleito o melhor destino de inverno no BrasilVICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO A atual temporada de inverno em Campos do Jordão é, até o momento, a mais fria dos últimos seis anos, com média de 16,7ºC. É tudo que os fãs da cidade, escondida entre os mar de montanhas da serra da Mantiqueira, queriam ouvir —e principalmente sentir. O frio e o que fez e faz a fama do município, a 181 km da capital paulista e tido como o mais alto do Brasil. Na estância climática, são as baixas temperaturas que alimentam os festivais de cultura —sendo o mais famoso deles o de música erudita, o de Inverno—, e o movimento em restaurantes, bares e fábricas de chocolate. O ponto de partida do roteiro do frio são as ruas do centro. Lá estão os restaurantes, docerias e bares tradicionais, como a choperia Baden Baden, parada obrigatória dos cervejeiros. Próximo dali, o Morro do Elefante, a 1.800 metros de altitude, proporciona uma das vistas mais bonitas da cidade —opte por subir pelo teleférico. Agora, para quem quiser se aquecer, há opções como as trilhas do Horto Florestal, a 13 quilômetros do centro, os passeios à cavalo pela cidade e as atividades mais radicais, como tirolesas —a "Thunder", do centro de lazer Tarandu, por exemplo, tem 430 m de extensão. Destino invernal, Campos consegue acalentar o corpo e a alma de qualquer um: dá para comer bem, admirar a exuberância da paisagem, relaxar e aproveitar as atividades culturais e de lazer. * ONDE FICAR HOTEL LE RENARD Inclui café da manhã e, à noite, caldos e sopas. Há transfer de até 1 km. Diárias a partir de R$ 540. lerenard.com.br; tel. (12) 3669-2220. HOTEL VILA INGLESA A cinco minutos do centro, com pensão completa, passeios a cavalo e de charrete. Diárias a partir de R$ 823. hotelvilainglesa.com.br; tel. (12) 3669-5000. | 9 |
Avião espacial dos EUA volta de missão secreta após quase dois anos em órbita | O avião experimental americano X-37B pousou nesta segunda-feira (8) no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA), depois de uma missão secreta de quase dois anos. Ninguém sabe o que exatamente a nave estava fazendo durante os 718 dias que passou em órbita. A missão é mantida completamente em sigilo, não se sabe nem mesmo o custo do projeto. Especula-se na mídia americana que o X-37B será usado para missões de inteligência. A Força Aérea americana apenas diz que o avião estava "fazendo avaliação de riscos, experimentos e desenvolvendo modelos de operações para naves espaciais reutilizáveis". O avião X-37B foi lançado em maio de 2015. Foi a quarta e até agora mais longa missão do programa secreto, que teve início em 2010. O avião tem nove metros de comprimento e uma envergadura de 4,57 metros, ou seja, um quarto do tamanho de um dos ônibus espaciais que a Nasa utilizou entre 1981 e 2011. | ciencia | Avião espacial dos EUA volta de missão secreta após quase dois anos em órbitaO avião experimental americano X-37B pousou nesta segunda-feira (8) no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA), depois de uma missão secreta de quase dois anos. Ninguém sabe o que exatamente a nave estava fazendo durante os 718 dias que passou em órbita. A missão é mantida completamente em sigilo, não se sabe nem mesmo o custo do projeto. Especula-se na mídia americana que o X-37B será usado para missões de inteligência. A Força Aérea americana apenas diz que o avião estava "fazendo avaliação de riscos, experimentos e desenvolvendo modelos de operações para naves espaciais reutilizáveis". O avião X-37B foi lançado em maio de 2015. Foi a quarta e até agora mais longa missão do programa secreto, que teve início em 2010. O avião tem nove metros de comprimento e uma envergadura de 4,57 metros, ou seja, um quarto do tamanho de um dos ônibus espaciais que a Nasa utilizou entre 1981 e 2011. | 15 |
Vereadores citam 'governo pífio' e 'voo de galinha' para criticar gestão Haddad | ELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO A gestão Fernando Haddad (PT) ainda não levantou voo, na opinião de vereadores da oposição ou que se declaram independentes. "Na cidade real, onde decolou? A cidade nunca esteve tão abandonada como hoje", critica Andrea Matarazzo, líder do PSDB na Câmara. "Ele dá exemplos imaginando que está em Amsterdã ou em Paris." "É um governo pífio", diz Gilberto Natalini (PV). "Pinta faixa de ônibus e cria ciclovias que são discutíveis. Qual é a outra marca? Não existe." "Não decolou e infelizmente não tem mais tempo para decolar", afirma Ricardo Young (PPS). "O prefeito está em dificuldades e a crise do governo federal só piora a situação dele." "O Haddad faz umas coisas positivas, mas é aquele voo de galinha", diz Toninho Vespoli (PSOL). "É preciso fazer enfrentamentos com o setor imobiliário e claramente se percebe que não há essa disposição do governo." Questionados sobre quais são os pontos positivos da gestão, Matarazzo citou a criação da Controladoria-Geral e Natalini, o combate à máfia do ISS. Young e Vespoli mencionaram a criação de faixas exclusivas para ônibus e as ciclovias. | saopaulo | Vereadores citam 'governo pífio' e 'voo de galinha' para criticar gestão HaddadELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO A gestão Fernando Haddad (PT) ainda não levantou voo, na opinião de vereadores da oposição ou que se declaram independentes. "Na cidade real, onde decolou? A cidade nunca esteve tão abandonada como hoje", critica Andrea Matarazzo, líder do PSDB na Câmara. "Ele dá exemplos imaginando que está em Amsterdã ou em Paris." "É um governo pífio", diz Gilberto Natalini (PV). "Pinta faixa de ônibus e cria ciclovias que são discutíveis. Qual é a outra marca? Não existe." "Não decolou e infelizmente não tem mais tempo para decolar", afirma Ricardo Young (PPS). "O prefeito está em dificuldades e a crise do governo federal só piora a situação dele." "O Haddad faz umas coisas positivas, mas é aquele voo de galinha", diz Toninho Vespoli (PSOL). "É preciso fazer enfrentamentos com o setor imobiliário e claramente se percebe que não há essa disposição do governo." Questionados sobre quais são os pontos positivos da gestão, Matarazzo citou a criação da Controladoria-Geral e Natalini, o combate à máfia do ISS. Young e Vespoli mencionaram a criação de faixas exclusivas para ônibus e as ciclovias. | 9 |
Leitor elogia Joss Stone e outras cantoras britânicas | Não é só Joss Stone que é bonita e canta bem, como escreveu Thales de Menezes. Várias conterrâneas britânicas como Tracey Thorn, Lisa Stansfield, Lily Allen, Paloma Faith, Adele, Florence Welch, Annie Lennox, Sade e Leona Lewis apresentam a mesma qualidade de Joss Stone. Sou apaixonado tanto pela Grã-Bretanha quanto pelas cantoras citadas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Leitor elogia Joss Stone e outras cantoras britânicasNão é só Joss Stone que é bonita e canta bem, como escreveu Thales de Menezes. Várias conterrâneas britânicas como Tracey Thorn, Lisa Stansfield, Lily Allen, Paloma Faith, Adele, Florence Welch, Annie Lennox, Sade e Leona Lewis apresentam a mesma qualidade de Joss Stone. Sou apaixonado tanto pela Grã-Bretanha quanto pelas cantoras citadas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
Prender petistas não basta, diz leitor | OPERAÇÃO LAVA JATO A sociedade brasileira está apostando na Lava Jato. As prisões do pessoal do PT são bem-vindas, mas não bastam. Espera-se que o STF acorde e pare de se acovardar, mandando a gangue dos outros partidos para a prisão. JOSÉ CARLOS DE O. FERREIRA (Salvador, BA) * Gleisi Hoffmann, assim como Lula, não sabia de nada? ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) * Se as leis são as mesmas e todos são iguais, a pergunta que não pode calar é a seguinte: por que têm ocorrido prisões determinadas pela Justiça Federal e nenhuma pelo STF? OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * A comparação entre a Inquisição e a Lava Jato, feita por Alberto Toron, é exagerada. Enquanto na primeira se confessava para não ir para a fogueira, na segunda delata-se para obter o benefício da prisão domiciliar, geralmente em belas mansões adquiridas com dinheiro ilícito. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Na mesma ocasião em que Janio de Freitas aponta com precisão os equívocos da Lava Jato, somos lembrados da impunidade de Eduardo Cunha e da falta de esclarecimentos e empenho na investigação das mortes de PC Farias e Eduardo Campos, além de sermos informados da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Esses fatos ampliam a razão do articulista em relação às arbitrariedades no Paraná. ALFREDO STERNHEIM, cineasta (São Paulo, SP) * Grande coisa Eduardo Cunha se tornar réu no STF pela segunda vez. Seu colega Renan Calheiros tem nove inquéritos em andamento e os ministros nada decidem. MÁRCIO M. LEONEL (São Paulo, SP) * Honesta ou alheia: qual seria o adjetivo correto para uma presidente que não percebia a corrupção ao seu redor? E o que pensar das testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, todas com seus papéis bem decorados, mostrando ser impossível que algum ato presidencial pudesse contrariar a lei? ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) - IMPUNIDADE Livianu nos avisa que, caso o STF restabeleça o direito à impunidade, devemos exercer o nosso direito à indignação, talvez um dos poucos que ainda nos restam para constranger os ministros a fazer a coisa certa. Roubar e matar viraram coisas triviais, ninguém vai para a cadeia. Isso gera um clima de fragilidade, insegurança e revolta, que põe em xeque o próprio conceito de Estado democrático de Direito. PATRICIA NOGUEIRA (Brasília, DF) - CRISE ECONÔMICA Em "Feijão ostentação", faltou abordar o fato de o Brasil ser o país do agronegócio. Os grandes proprietários de terras não estão preocupados com o abastecimento do mercado interno e não existe responsabilidade alguma com a questão da fome. A função social da terra não está sendo cumprida. A reforma agrária é urgente. Falta financiamento aos pequenos agricultores e à agricultura familiar. A bancada ruralista continua criando leis que privilegiam a elite rural conservadora. ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor da USP (São Paulo, SP) * Lendo a coluna de Aécio Neves, achei patente a falta de compromisso com a verdade do articulista ao apresentar a proposta de instituir um teto para os gastos públicos como se fosse um debate inédito. O "remédio" da austeridade — que põe nas costas dos mais pobres o peso da crise econômica — é conhecido no Brasil e no exterior, haja vista o exemplo da Grécia. Fato é que, por trás de uma linguagem rebuscada, está um programa inviável de implementar democraticamente, seja por sua ineficiência, seja por sua impopularidade. GABRIEL BERÉ MOTTA, estudante (São Paulo, SP) - MORTE DA ONÇA JUMA Revoltado com o sacrifício cruel e injustificado da onça Juma, que acompanhou a festa de revezamento da tocha olímpica no Amazonas, proponho que o animal, um dos símbolos do Brasil, seja homenageado na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. ARSONVAL M. MUNIZ, advogado (São Paulo, SP) - GONZAGUINHA Após reportagem da Folha, acompanhei no canal Brasil programa da MPB sobre o astro Gonzaguinha. Com tanta chatice nas TVs aberta e fechada, até que enfim um programa de encher os olhos de alegria. VALTER REIS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente ilustração de Mariza Dias Costa sobre estupro. A grande maioria vai direito ao texto, ainda mais sendo de Contardo Calligaris, mas Mariza está de parabéns. Grande artista plástica! JOSÉ ANTONIO GARBINO, médico (Bauru, SP) * Francisco Daudt, na sua coluna "Independência e autonomia", oferece-nos um texto maravilhoso. É claro e didático e, a meu ver, confirma a colocação do neurocientista Ivan Izquierdo de que a psicanálise é um exercício estético, o que em filosofia significa a busca do conhecimento sensível. Para ler e guardar. JUSSARA HELENA BELTRESCHI (Ribeirão Preto, SP) - CADERNOS REGIONAIS Não gostei de terem tirado os cadernos regionais. Neles eu me informava sobre a minha região, cultura, cinemas etc. Gostaria imensamente que voltassem a publicá-los. JANETE PAULA CHIARI (Sertãozinho, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | paineldoleitor | Prender petistas não basta, diz leitorOPERAÇÃO LAVA JATO A sociedade brasileira está apostando na Lava Jato. As prisões do pessoal do PT são bem-vindas, mas não bastam. Espera-se que o STF acorde e pare de se acovardar, mandando a gangue dos outros partidos para a prisão. JOSÉ CARLOS DE O. FERREIRA (Salvador, BA) * Gleisi Hoffmann, assim como Lula, não sabia de nada? ARTHUR MONDIN (Guarapuava, PR) * Se as leis são as mesmas e todos são iguais, a pergunta que não pode calar é a seguinte: por que têm ocorrido prisões determinadas pela Justiça Federal e nenhuma pelo STF? OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP) * A comparação entre a Inquisição e a Lava Jato, feita por Alberto Toron, é exagerada. Enquanto na primeira se confessava para não ir para a fogueira, na segunda delata-se para obter o benefício da prisão domiciliar, geralmente em belas mansões adquiridas com dinheiro ilícito. JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP) * Na mesma ocasião em que Janio de Freitas aponta com precisão os equívocos da Lava Jato, somos lembrados da impunidade de Eduardo Cunha e da falta de esclarecimentos e empenho na investigação das mortes de PC Farias e Eduardo Campos, além de sermos informados da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Esses fatos ampliam a razão do articulista em relação às arbitrariedades no Paraná. ALFREDO STERNHEIM, cineasta (São Paulo, SP) * Grande coisa Eduardo Cunha se tornar réu no STF pela segunda vez. Seu colega Renan Calheiros tem nove inquéritos em andamento e os ministros nada decidem. MÁRCIO M. LEONEL (São Paulo, SP) * Honesta ou alheia: qual seria o adjetivo correto para uma presidente que não percebia a corrupção ao seu redor? E o que pensar das testemunhas de defesa de Dilma Rousseff, todas com seus papéis bem decorados, mostrando ser impossível que algum ato presidencial pudesse contrariar a lei? ENI MARIA MARTIN DE CARVALHO (Botucatu, SP) - IMPUNIDADE Livianu nos avisa que, caso o STF restabeleça o direito à impunidade, devemos exercer o nosso direito à indignação, talvez um dos poucos que ainda nos restam para constranger os ministros a fazer a coisa certa. Roubar e matar viraram coisas triviais, ninguém vai para a cadeia. Isso gera um clima de fragilidade, insegurança e revolta, que põe em xeque o próprio conceito de Estado democrático de Direito. PATRICIA NOGUEIRA (Brasília, DF) - CRISE ECONÔMICA Em "Feijão ostentação", faltou abordar o fato de o Brasil ser o país do agronegócio. Os grandes proprietários de terras não estão preocupados com o abastecimento do mercado interno e não existe responsabilidade alguma com a questão da fome. A função social da terra não está sendo cumprida. A reforma agrária é urgente. Falta financiamento aos pequenos agricultores e à agricultura familiar. A bancada ruralista continua criando leis que privilegiam a elite rural conservadora. ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor da USP (São Paulo, SP) * Lendo a coluna de Aécio Neves, achei patente a falta de compromisso com a verdade do articulista ao apresentar a proposta de instituir um teto para os gastos públicos como se fosse um debate inédito. O "remédio" da austeridade — que põe nas costas dos mais pobres o peso da crise econômica — é conhecido no Brasil e no exterior, haja vista o exemplo da Grécia. Fato é que, por trás de uma linguagem rebuscada, está um programa inviável de implementar democraticamente, seja por sua ineficiência, seja por sua impopularidade. GABRIEL BERÉ MOTTA, estudante (São Paulo, SP) - MORTE DA ONÇA JUMA Revoltado com o sacrifício cruel e injustificado da onça Juma, que acompanhou a festa de revezamento da tocha olímpica no Amazonas, proponho que o animal, um dos símbolos do Brasil, seja homenageado na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio. ARSONVAL M. MUNIZ, advogado (São Paulo, SP) - GONZAGUINHA Após reportagem da Folha, acompanhei no canal Brasil programa da MPB sobre o astro Gonzaguinha. Com tanta chatice nas TVs aberta e fechada, até que enfim um programa de encher os olhos de alegria. VALTER REIS (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Excelente ilustração de Mariza Dias Costa sobre estupro. A grande maioria vai direito ao texto, ainda mais sendo de Contardo Calligaris, mas Mariza está de parabéns. Grande artista plástica! JOSÉ ANTONIO GARBINO, médico (Bauru, SP) * Francisco Daudt, na sua coluna "Independência e autonomia", oferece-nos um texto maravilhoso. É claro e didático e, a meu ver, confirma a colocação do neurocientista Ivan Izquierdo de que a psicanálise é um exercício estético, o que em filosofia significa a busca do conhecimento sensível. Para ler e guardar. JUSSARA HELENA BELTRESCHI (Ribeirão Preto, SP) - CADERNOS REGIONAIS Não gostei de terem tirado os cadernos regionais. Neles eu me informava sobre a minha região, cultura, cinemas etc. Gostaria imensamente que voltassem a publicá-los. JANETE PAULA CHIARI (Sertãozinho, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br | 8 |
Colombiano Mateo López coloca esculturas em movimento em SP | É uma questão de tempo e espaço, em especial da forma como o corpo se encaixa neles. Em sua mostra agora na galeria Luisa Strina, o artista colombiano Mateo López desconstrói a ideia de escultura ao mergulhar seus objetos na escuridão, brilhando sob uma luz fraca, quase sombra. Mesmo estáticas, as coisas ali parecem vibrar com uma energia incomum. Uma máscara dourada, tal qual uma joia, um jarro de argila envolto por uma fita métrica ou desenhos atravessados por hastes de madeira flutuam pendurados do teto ou se equilibram sobre suportes sutis. Vídeos criados pelo artista mostram muitos desses mesmos objetos nas mãos de bailarinos ou como peças num cenário atravessado por danças mais ou menos espontâneas. "Imaginei que esses objetos estivessem se desenvolvendo ainda, por isso eles se movem no espaço, como um elemento de performance", diz López. "É uma coreografia íntima que se reflete neles." No caso, a coreografia de seu ateliê em Nova York, onde vive. López, que sempre aludiu à matriz geométrica das vanguardas latino-americanas, aqui dá um passo além, na tentativa de enquadrar também a dimensão carnal da presença do corpo nessas abstrações de ângulos e medidas. Daí os compassos, fitas métricas, réguas e instrumentos de desenho que surgem com frequência em sua obra. "Minha maneira de desenhar é muito estrutural, racional", diz López. "Mas tento romper com a racionalidade da forma e vincular as obras a elementos orgânicos." Mais rígido dos instrumentos de medida, o relógio também é desconstruído no terraço da galeria, com ponteiros e números metálicos espalhados pelo chão. No fundo, López se esforça para tornar mais elástica –talvez dócil– a fúria do tempo e da vida. MATEO LÓPEZ QUANDO de seg. a sex., 10h às 19h; sáb., 10h às 17h; até 21/5 ONDE Luisa Strina, r. Pe. João Manuel, 755, tel. (11) 3088-2471 QUANTO grátis | ilustrada | Colombiano Mateo López coloca esculturas em movimento em SPÉ uma questão de tempo e espaço, em especial da forma como o corpo se encaixa neles. Em sua mostra agora na galeria Luisa Strina, o artista colombiano Mateo López desconstrói a ideia de escultura ao mergulhar seus objetos na escuridão, brilhando sob uma luz fraca, quase sombra. Mesmo estáticas, as coisas ali parecem vibrar com uma energia incomum. Uma máscara dourada, tal qual uma joia, um jarro de argila envolto por uma fita métrica ou desenhos atravessados por hastes de madeira flutuam pendurados do teto ou se equilibram sobre suportes sutis. Vídeos criados pelo artista mostram muitos desses mesmos objetos nas mãos de bailarinos ou como peças num cenário atravessado por danças mais ou menos espontâneas. "Imaginei que esses objetos estivessem se desenvolvendo ainda, por isso eles se movem no espaço, como um elemento de performance", diz López. "É uma coreografia íntima que se reflete neles." No caso, a coreografia de seu ateliê em Nova York, onde vive. López, que sempre aludiu à matriz geométrica das vanguardas latino-americanas, aqui dá um passo além, na tentativa de enquadrar também a dimensão carnal da presença do corpo nessas abstrações de ângulos e medidas. Daí os compassos, fitas métricas, réguas e instrumentos de desenho que surgem com frequência em sua obra. "Minha maneira de desenhar é muito estrutural, racional", diz López. "Mas tento romper com a racionalidade da forma e vincular as obras a elementos orgânicos." Mais rígido dos instrumentos de medida, o relógio também é desconstruído no terraço da galeria, com ponteiros e números metálicos espalhados pelo chão. No fundo, López se esforça para tornar mais elástica –talvez dócil– a fúria do tempo e da vida. MATEO LÓPEZ QUANDO de seg. a sex., 10h às 19h; sáb., 10h às 17h; até 21/5 ONDE Luisa Strina, r. Pe. João Manuel, 755, tel. (11) 3088-2471 QUANTO grátis | 6 |
Ator britânico Colin Firth recebe cidadania italiana após 'brexit' | O ator britânico Colin Firth, que muitas vezes interpretou a figura do inglês quintessencial, se tornou um cidadão italiano, informou o Ministério do Interior da Itália. A mídia britânica relatou no ano passado que Firth havia se candidatado a se tornar italiano após o referendo britânico para deixar a União Europeia. "O ator muito famoso, que ganhou um Oscar pelo filme 'O Discurso do Rei', é casado com uma cidadã de nosso país e muitas vezes declarou seu amor por nossa terra", informou o Ministério do Interior em comunicado. Firth é casado com a produtora de cinema italiana Livia Giuggioli desde 1997 e o casal vive com seus dois filhos no Reino Unido. Diferentemente de outros países da União Europeia, a Itália permite dupla cidadania, então Firth pode manter seu passaporte britânico. Diversos países da UE, incluindo Alemanha, França e Irlanda, relataram um crescimento de cidadãos britânicos que buscam uma nova nacionalidade após a votação do "brexit". O anúncio italiano sobre o novo passaporte de Firth ocorreu apenas horas depois de a primeira-ministra britânica, Theresa May, voar a Florença para dar um discurso para tentar reviver as paralisadas negociações do "brexit" e tranquilizar líderes comerciais. | ilustrada | Ator britânico Colin Firth recebe cidadania italiana após 'brexit'O ator britânico Colin Firth, que muitas vezes interpretou a figura do inglês quintessencial, se tornou um cidadão italiano, informou o Ministério do Interior da Itália. A mídia britânica relatou no ano passado que Firth havia se candidatado a se tornar italiano após o referendo britânico para deixar a União Europeia. "O ator muito famoso, que ganhou um Oscar pelo filme 'O Discurso do Rei', é casado com uma cidadã de nosso país e muitas vezes declarou seu amor por nossa terra", informou o Ministério do Interior em comunicado. Firth é casado com a produtora de cinema italiana Livia Giuggioli desde 1997 e o casal vive com seus dois filhos no Reino Unido. Diferentemente de outros países da União Europeia, a Itália permite dupla cidadania, então Firth pode manter seu passaporte britânico. Diversos países da UE, incluindo Alemanha, França e Irlanda, relataram um crescimento de cidadãos britânicos que buscam uma nova nacionalidade após a votação do "brexit". O anúncio italiano sobre o novo passaporte de Firth ocorreu apenas horas depois de a primeira-ministra britânica, Theresa May, voar a Florença para dar um discurso para tentar reviver as paralisadas negociações do "brexit" e tranquilizar líderes comerciais. | 6 |
Corinthians, inacreditável | GANHAR DO GALO parecia mais que improvável para um time que vinha de vitórias apertadas e pouco convincentes. Pois novo triunfo veio contra o time mineiro, apertado e inconvincente. Veio e deixou o Corinthians no topo da tábua de classificação deste Brasileirão que tem o equilíbrio como sua principal marca registrada. É o que importa para os pragmáticos, certo? Tite sempre foi um deles, mas não está satisfeito. Disse que seu time ainda está desequilibrado e que ninguém é campeão só com uma defesa eficaz. Defesa que, de fato, tem brilhado mesmo que contra o Galo tenha deixado o goleiro Walter como último recurso por pelo menos cinco vezes, ele que foi o nome do jogo. "É claro", dirá o pragmático adepto do futebol de resultados, "o goleiro faz parte da defesa e é pago para evitar gols". Tão injusto como não reconhecer a exuberância do futebol de Gil, a maturidade de Felipe e o equilíbrio dos dois laterais, méritos que devem ser atribuídos ao treinador com exceção do desempenho de Gil, seria omitir a desenvoltura do meio de campo, que sofreu com a ausência de Jadson. Mas os atacantes corintianos, exceção feita ao menino Malcom, somados, não dão um Lucas Pratto, apesar de ser inegável, e até comovente, o esforço de Vágner Love, responsável, aliás, pelo gol da vitória na Arena Corinthians tomada por mais de 36 mil torcedores. Se o técnico Tite tinha um time equilibrado em 2012 e chegou onde chegou, agora sua vida está bem mais difícil, seu desafio é ainda maior e seus méritos voltam a ser admiráveis, principalmente se conseguir traduzir sua insatisfação em futebol de qualidade. Inegável a surpresa em ver o time entre os líderes porque o que se temia, pouco tempo atrás, era que estivesse brigando para não cair. SÃO PAULO DE SEMPRE O São Paulo jogava de igual para igual com o Sport na Arena Pernambuco com mais de 41 mil torcedores. Aí, tomou o 1 a 0 e desapareceu de campo, como tem sido frequente sempre que fica inferiorizado. Mesmo ajudado pelo assoprador de apito que não deu um pênalti em André (jogando como jogava no Santos), conseguiu ter expulsos Ganso e Luís Fabiano, além de seu treinador. Tomou o 2 a 0 e merecia tomar de quatro. A falta de comando na presidência digna dos Trapalhões parece refletir em campo. PALMEIRAS DE SEMPRE Parecia que seria fácil vencer o Santos, mas não foi. Sorte que, como virou moda, mais de 38 mil torcedores sustentaram a vitória por apenas 1 a 0, graças, novamente, a Leandro Pereira. O Santos, por mais aflitiva que seja sua situação neste momento, tem tudo para sair dela. EM TEMPO Para que não reste dúvida: a crítica ao expediente da naturalização de atletas com a finalidade de trazer medalhas artificiais não se aplica à importação de técnicos estrangeiros. Ao contrário. São mais que bem-vindos e tomara que fiquem para mais um e mais outro ciclo olímpico porque têm muito a ensinar e acrescentar. | colunas | Corinthians, inacreditávelGANHAR DO GALO parecia mais que improvável para um time que vinha de vitórias apertadas e pouco convincentes. Pois novo triunfo veio contra o time mineiro, apertado e inconvincente. Veio e deixou o Corinthians no topo da tábua de classificação deste Brasileirão que tem o equilíbrio como sua principal marca registrada. É o que importa para os pragmáticos, certo? Tite sempre foi um deles, mas não está satisfeito. Disse que seu time ainda está desequilibrado e que ninguém é campeão só com uma defesa eficaz. Defesa que, de fato, tem brilhado mesmo que contra o Galo tenha deixado o goleiro Walter como último recurso por pelo menos cinco vezes, ele que foi o nome do jogo. "É claro", dirá o pragmático adepto do futebol de resultados, "o goleiro faz parte da defesa e é pago para evitar gols". Tão injusto como não reconhecer a exuberância do futebol de Gil, a maturidade de Felipe e o equilíbrio dos dois laterais, méritos que devem ser atribuídos ao treinador com exceção do desempenho de Gil, seria omitir a desenvoltura do meio de campo, que sofreu com a ausência de Jadson. Mas os atacantes corintianos, exceção feita ao menino Malcom, somados, não dão um Lucas Pratto, apesar de ser inegável, e até comovente, o esforço de Vágner Love, responsável, aliás, pelo gol da vitória na Arena Corinthians tomada por mais de 36 mil torcedores. Se o técnico Tite tinha um time equilibrado em 2012 e chegou onde chegou, agora sua vida está bem mais difícil, seu desafio é ainda maior e seus méritos voltam a ser admiráveis, principalmente se conseguir traduzir sua insatisfação em futebol de qualidade. Inegável a surpresa em ver o time entre os líderes porque o que se temia, pouco tempo atrás, era que estivesse brigando para não cair. SÃO PAULO DE SEMPRE O São Paulo jogava de igual para igual com o Sport na Arena Pernambuco com mais de 41 mil torcedores. Aí, tomou o 1 a 0 e desapareceu de campo, como tem sido frequente sempre que fica inferiorizado. Mesmo ajudado pelo assoprador de apito que não deu um pênalti em André (jogando como jogava no Santos), conseguiu ter expulsos Ganso e Luís Fabiano, além de seu treinador. Tomou o 2 a 0 e merecia tomar de quatro. A falta de comando na presidência digna dos Trapalhões parece refletir em campo. PALMEIRAS DE SEMPRE Parecia que seria fácil vencer o Santos, mas não foi. Sorte que, como virou moda, mais de 38 mil torcedores sustentaram a vitória por apenas 1 a 0, graças, novamente, a Leandro Pereira. O Santos, por mais aflitiva que seja sua situação neste momento, tem tudo para sair dela. EM TEMPO Para que não reste dúvida: a crítica ao expediente da naturalização de atletas com a finalidade de trazer medalhas artificiais não se aplica à importação de técnicos estrangeiros. Ao contrário. São mais que bem-vindos e tomara que fiquem para mais um e mais outro ciclo olímpico porque têm muito a ensinar e acrescentar. | 1 |
Liberar porte de drogas levará tráfico a criar 'tropas', diz Janot | No primeiro dia do julgamento que discute se é crime portar drogas para uso pessoal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez forte defesa da manutenção da criminalização da prática. Segundo ele, a liberação tem potencial para institucionalizar o que chamou de "exército das formigas". Hoje, adquirir, guardar ou portar drogas para consumo próprio é considerado crime. O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a discutir nesta quarta (19) se essa lei é inconstitucional. O julgamento foi suspenso após manifestação do Ministério Público e de 11 representantes de entidades. O caso será retomado nesta quinta com o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, que deve defender a liberação do porte. Há a expectativa no tribunal de que o ministro Luiz Edson Fachin peça vista do processo para análise, o que interromperia a discussão. Ele já indicou resistência à flexibilização da Lei Antidrogas. Na sessão desta quarta, Janot afirmou que uma mudança na lei pode gerar a adaptação do tráfico, que passaria a portar pequenas quantidades para evitar punições. "Teremos a institucionalização do exército das formigas. [...] Essas pessoas altamente organizadas não terão muito trabalho para organizar o exército das formigas." Ministros do STF já sinalizaram dificuldades para adoção de critérios que diferenciem usuário e traficante, como a quantidade que qualifique o consumo próprio. O ministro Luís Roberto Barroso disse a jornalistas que "ninguém acha que o consumo de drogas é uma coisa boa", mas afirmou que o usuário "não é sequer a minha primeira preocupação", em referência a outros fatores como redução do consumo e medidas de combate ao tráfico. Para ele, independentemente do resultado final, o julgamento vai motivar ações do Executivo e do Legislativo. "Será que é uma política pública que vem dando certo? Se o Supremo entender que não é, é preciso saber o que se vai colocar no lugar. Quem deve fazer isso é o poder Legislativo. É uma questão essencialmente política", disse. O chefe do Ministério Público em São Paulo, o procurador-geral Márcio Fernando Elias Rosa, apontou a deficiência do Estado em controlar até mesmo as "drogas lícitas" e disse que usuário e traficante têm tratamentos diferenciados na Justiça. Entidades favoráveis à flexibilização da lei argumentam que o porte para consumo pessoal não tem impacto sobre terceiros ou no sistema de saúde e dizem que a lei é inconstitucional porque fere princípios da intimidade e da vida privada, direitos assegurados pela Constituição. | cotidiano | Liberar porte de drogas levará tráfico a criar 'tropas', diz JanotNo primeiro dia do julgamento que discute se é crime portar drogas para uso pessoal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez forte defesa da manutenção da criminalização da prática. Segundo ele, a liberação tem potencial para institucionalizar o que chamou de "exército das formigas". Hoje, adquirir, guardar ou portar drogas para consumo próprio é considerado crime. O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a discutir nesta quarta (19) se essa lei é inconstitucional. O julgamento foi suspenso após manifestação do Ministério Público e de 11 representantes de entidades. O caso será retomado nesta quinta com o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, que deve defender a liberação do porte. Há a expectativa no tribunal de que o ministro Luiz Edson Fachin peça vista do processo para análise, o que interromperia a discussão. Ele já indicou resistência à flexibilização da Lei Antidrogas. Na sessão desta quarta, Janot afirmou que uma mudança na lei pode gerar a adaptação do tráfico, que passaria a portar pequenas quantidades para evitar punições. "Teremos a institucionalização do exército das formigas. [...] Essas pessoas altamente organizadas não terão muito trabalho para organizar o exército das formigas." Ministros do STF já sinalizaram dificuldades para adoção de critérios que diferenciem usuário e traficante, como a quantidade que qualifique o consumo próprio. O ministro Luís Roberto Barroso disse a jornalistas que "ninguém acha que o consumo de drogas é uma coisa boa", mas afirmou que o usuário "não é sequer a minha primeira preocupação", em referência a outros fatores como redução do consumo e medidas de combate ao tráfico. Para ele, independentemente do resultado final, o julgamento vai motivar ações do Executivo e do Legislativo. "Será que é uma política pública que vem dando certo? Se o Supremo entender que não é, é preciso saber o que se vai colocar no lugar. Quem deve fazer isso é o poder Legislativo. É uma questão essencialmente política", disse. O chefe do Ministério Público em São Paulo, o procurador-geral Márcio Fernando Elias Rosa, apontou a deficiência do Estado em controlar até mesmo as "drogas lícitas" e disse que usuário e traficante têm tratamentos diferenciados na Justiça. Entidades favoráveis à flexibilização da lei argumentam que o porte para consumo pessoal não tem impacto sobre terceiros ou no sistema de saúde e dizem que a lei é inconstitucional porque fere princípios da intimidade e da vida privada, direitos assegurados pela Constituição. | 5 |
Aumento do Pis e Cofins sobre importações fere tratados internacionais | No último dia 19 de junho foi sancionada a lei nº 13.137 (conversão da MP 668), que elevou as alíquotas das contribuições ao Pis e a Cofins quando ocorrida importação de bens e serviços. Essa lei é parte final no famigerado "Ajuste Fiscal" promovido pelo governo federal e base aliada, que visa aumentar a arrecadação de tributos a fim de rebater a crise econômica que assola o país. Com o pretexto de igualar a indústria e os produtos nacionais aos importados, que teriam eventual efeito predatório, foram elevadas as alíquotas de 1,65% (Pis-importação) e 7,6% (Cofins-importação) para 2,1% e 9,65% respectivamente, entretanto, tal medida não atende o fim oficialmente pretendido e ainda desrespeita princípios e normas externas e tratados internacionais sobre o tema. Na verdade, esse aumento, camufladamente, tem o intuito de cobrir o "rombo" que os cofres do governo federal sofrem desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a exclusão do ICMS da base de cálculo de Pis e Cofins –importação (recurso extraordinário 559.937), que poderia chegar, segundo o próprio ente federativo, a quase R$ 34 bilhões. E mais, a elevação de alíquotas representa verdadeira violação a tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e que vigoram no sistema normativo brasileiro com real força de lei. Note-se que os tratados em matéria tributária são recepcionados pelo sistema jurídico brasileiro como sendo superiores à legislação tributária, por força do art. 98 do CTN (Código Tributário Nacional) que dispõe que "os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha". Na prática, os tratados e convenções, quando devidamente inseridos no ordenamento pátrio, revogam as lei ordinárias a eles anteriores e devem ser respeitados (leia-se: não podem contrariá-las) pelas que venham a ser editadas, não se aplicando às leis complementares, visto à especialidade e reserva de matéria das mesmas, como tem decidido o STJ e STF. Isso se dá por conta do grau de complexidade e de interesse internacional na elaboração e aplicação dos tratados e convenções, que envolve vários Estados soberanos, organismos internacionais, além de que, o Brasil não pode "unilateralmente" alterar a disposição constante do tratado ou convenção por advento de lei interna. Considerando a importância desses tratados, observa-se que a lei n° 13.137/2015 desrespeita, flagrantemente o disposto no GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio), firmado entre vários Estados e a Organização Mundial do Comércio, e o próprio Mercosul. De fato, a mencionada lei trata desigualmente os produtos importados dos nacionais, o que é expressamente vedado pelos instrumentos internacionais em comento. Mesmo sob o pretexto de se aplicar a isonomia, o governo federal a desrespeita e o faz descumprindo os tratados e convenções. O texto dos tratados dispõe que "não haverá distinção entre um produto que ingressa no mercado de país signatário quando vindo de outro país signatário", mormente no que toca taxas e tributos, que "devem ser aplicados na mesma proporção dos aplicados aos produtos internos". Considerando que o aumento de alíquota só é aplicado aos produtos que vem do estrangeiro (total de 11,75%), e que os nacionais continuam com as alíquotas anteriores (total de 9,25%), vislumbra-se o patente desrespeito aos tratados e convenções mencionados, além de outros, dependendo do país em que se origina a importação. Assim, trata a legislação tributária brasileira desigualmente produtos que os tratados e convenções internacionais, dos quais o Brasil é signatário e que foram recepcionados pelo ordenamento jurídico, determinam que sejam tratados de maneira igual. O governo federal, ao tentar cobrir prejuízo causado pela própria atividade legislativa e tributária considerada inconstitucional, acaba por ferir o princípio da Isonomia, quando considerados os tratados e convenções internacionais dos quais é signatário. Tal curso de ação do governo federal pode culminar, além do prejuízo material que experimentarão os contribuintes diretos (importadores) e indiretos (consumidores), no aumento de preços e queda nas vendas das empresas que utilizem ou comercializem os produtos importados, de maneira que, em casos extremos, pode causar até a demissão de funcionários, devido a queda no faturamento das jurídicas. É imperativo que o contribuinte se insurja à cobrança que mostra-se incompatível com o sistema internacional de tributação e os próprios princípios e garantias encartadas na Constituição Federal, podendo chegar, em última instância, nos tribunais internacionais para ver seu Direito preservado. MARCELO DIAS FREITAS OLIVEIRA, advogado, é consultor tributário e associado do escritório Bertolucci & Ramos Gonçalves Advogados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | Aumento do Pis e Cofins sobre importações fere tratados internacionaisNo último dia 19 de junho foi sancionada a lei nº 13.137 (conversão da MP 668), que elevou as alíquotas das contribuições ao Pis e a Cofins quando ocorrida importação de bens e serviços. Essa lei é parte final no famigerado "Ajuste Fiscal" promovido pelo governo federal e base aliada, que visa aumentar a arrecadação de tributos a fim de rebater a crise econômica que assola o país. Com o pretexto de igualar a indústria e os produtos nacionais aos importados, que teriam eventual efeito predatório, foram elevadas as alíquotas de 1,65% (Pis-importação) e 7,6% (Cofins-importação) para 2,1% e 9,65% respectivamente, entretanto, tal medida não atende o fim oficialmente pretendido e ainda desrespeita princípios e normas externas e tratados internacionais sobre o tema. Na verdade, esse aumento, camufladamente, tem o intuito de cobrir o "rombo" que os cofres do governo federal sofrem desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a exclusão do ICMS da base de cálculo de Pis e Cofins –importação (recurso extraordinário 559.937), que poderia chegar, segundo o próprio ente federativo, a quase R$ 34 bilhões. E mais, a elevação de alíquotas representa verdadeira violação a tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e que vigoram no sistema normativo brasileiro com real força de lei. Note-se que os tratados em matéria tributária são recepcionados pelo sistema jurídico brasileiro como sendo superiores à legislação tributária, por força do art. 98 do CTN (Código Tributário Nacional) que dispõe que "os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha". Na prática, os tratados e convenções, quando devidamente inseridos no ordenamento pátrio, revogam as lei ordinárias a eles anteriores e devem ser respeitados (leia-se: não podem contrariá-las) pelas que venham a ser editadas, não se aplicando às leis complementares, visto à especialidade e reserva de matéria das mesmas, como tem decidido o STJ e STF. Isso se dá por conta do grau de complexidade e de interesse internacional na elaboração e aplicação dos tratados e convenções, que envolve vários Estados soberanos, organismos internacionais, além de que, o Brasil não pode "unilateralmente" alterar a disposição constante do tratado ou convenção por advento de lei interna. Considerando a importância desses tratados, observa-se que a lei n° 13.137/2015 desrespeita, flagrantemente o disposto no GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio), firmado entre vários Estados e a Organização Mundial do Comércio, e o próprio Mercosul. De fato, a mencionada lei trata desigualmente os produtos importados dos nacionais, o que é expressamente vedado pelos instrumentos internacionais em comento. Mesmo sob o pretexto de se aplicar a isonomia, o governo federal a desrespeita e o faz descumprindo os tratados e convenções. O texto dos tratados dispõe que "não haverá distinção entre um produto que ingressa no mercado de país signatário quando vindo de outro país signatário", mormente no que toca taxas e tributos, que "devem ser aplicados na mesma proporção dos aplicados aos produtos internos". Considerando que o aumento de alíquota só é aplicado aos produtos que vem do estrangeiro (total de 11,75%), e que os nacionais continuam com as alíquotas anteriores (total de 9,25%), vislumbra-se o patente desrespeito aos tratados e convenções mencionados, além de outros, dependendo do país em que se origina a importação. Assim, trata a legislação tributária brasileira desigualmente produtos que os tratados e convenções internacionais, dos quais o Brasil é signatário e que foram recepcionados pelo ordenamento jurídico, determinam que sejam tratados de maneira igual. O governo federal, ao tentar cobrir prejuízo causado pela própria atividade legislativa e tributária considerada inconstitucional, acaba por ferir o princípio da Isonomia, quando considerados os tratados e convenções internacionais dos quais é signatário. Tal curso de ação do governo federal pode culminar, além do prejuízo material que experimentarão os contribuintes diretos (importadores) e indiretos (consumidores), no aumento de preços e queda nas vendas das empresas que utilizem ou comercializem os produtos importados, de maneira que, em casos extremos, pode causar até a demissão de funcionários, devido a queda no faturamento das jurídicas. É imperativo que o contribuinte se insurja à cobrança que mostra-se incompatível com o sistema internacional de tributação e os próprios princípios e garantias encartadas na Constituição Federal, podendo chegar, em última instância, nos tribunais internacionais para ver seu Direito preservado. MARCELO DIAS FREITAS OLIVEIRA, advogado, é consultor tributário e associado do escritório Bertolucci & Ramos Gonçalves Advogados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 7 |
Sócio de empresa contesta reportagem sobre blogueiro antipetista | Sobre "Blogueiro antipetista recebe pagamentos do governo Alckmin" ("Poder", 18/4), esclareço que não sou contratado do governo de São Paulo. A empresa da qual sou sócio presta serviços a uma agência contratada pelo governo e foi escolhida por apresentar o menor preço para os serviços solicitados, todos prestados regularmente. Os contratos com os demais clientes estão à disposição da reportagem. O "outro lado" não foi feito. Está errada a afirmação de que o blog Imprensa Marrom foi condenado "por ter publicado comentários ofensivos". Os comentários foram publicados por leitor anônimo. O autor da ação está preso. FERNANDO GOUVEIA, sócio e administrador da Appendix Consultoria (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS RICARDO MENDONÇA E LUCAS FERRAZ - Em mensagem por escrito no dia 17/3, Gouveia afirmou que não apresentaria seus contratos à reportagem porque "são de natureza privada". Em relação ao blog Imprensa Marrom, ele foi condenado porque publicou o comentário anônimo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Sócio de empresa contesta reportagem sobre blogueiro antipetistaSobre "Blogueiro antipetista recebe pagamentos do governo Alckmin" ("Poder", 18/4), esclareço que não sou contratado do governo de São Paulo. A empresa da qual sou sócio presta serviços a uma agência contratada pelo governo e foi escolhida por apresentar o menor preço para os serviços solicitados, todos prestados regularmente. Os contratos com os demais clientes estão à disposição da reportagem. O "outro lado" não foi feito. Está errada a afirmação de que o blog Imprensa Marrom foi condenado "por ter publicado comentários ofensivos". Os comentários foram publicados por leitor anônimo. O autor da ação está preso. FERNANDO GOUVEIA, sócio e administrador da Appendix Consultoria (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS RICARDO MENDONÇA E LUCAS FERRAZ - Em mensagem por escrito no dia 17/3, Gouveia afirmou que não apresentaria seus contratos à reportagem porque "são de natureza privada". Em relação ao blog Imprensa Marrom, ele foi condenado porque publicou o comentário anônimo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
Os lugares de David Magila e outras cinco indicações culturais | DVD | FILME NOIR A distribuidora Versátil lança caixa com seis clássicos do cinema policial: "Dama Fantasma" (1944, Robert Siodmak), "O Justiceiro" (1947, Elia Kazan), "Ato de Violência" (1948, Fred Zinnemann), "Pecado sem Mácula" (1949, Anthony Mann), "Mortalmente Perigosa" (1950, Joseph H. Lewis) e "Os Corruptos" (1953, Fritz Lang). O material traz quase duas horas de entrevistas e documentário, incluindo depoimentos dos cineastas Martin Scorsese e Michael Mann. Versátil | R$ 69,90 * LIVRO | TEMPO, TRABALHO E DOMINAÇÃO SOCIAL O canadense Moishe Postone, professor de história moderna na Universidade de Chicago, elabora uma reinterpretação da teoria crítica de Marx neste trabalho publicado originalmente em 1993. O historiador propõe a renovação do marxismo ao recolocar no centro do debate as questões da alienação e do fetichismo. trad. Amilton Reis e Paulo Cézar Castanheira Boitempo | R$ 54 (488 págs.) * EXPOSIÇÃO | DAVID MAGILA A mostra "Tudo pelas Beiradas" enfoca o estranhamento estrutural e arquitetônico de espaços reais transfigurados pelas pinturas e desenhos do artista paulista. "São pinturas que não precisam ser justificadas com teoria artística ou pelo viés da história da arte. Basta vê-las para se perceber suas qualidades pictóricas e a subjetividade impressa nas imagens pintadas", escreve Ricardo Resende no texto de apresentação. galeria Contempo | tel. (11) 3032-5795 | de seg. a sex., das 10h | às 19h | grátis | até 20/3 * LIVRO | O GÊNERO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS O trabalho procura elucidar de quais maneiras a questão da definição, ou oposição, do masculino e do feminino se manifesta no percurso intelectual de autores como Karl Marx (1818-83), Claude Lévi-Strauss (1908-2009) e Hannah Arendt (1906-75). O livro é organizado por pesquisadoras da França, entre elas Eleni Varikas, professora de teoria política da Universidade Paris 8. trad. Lineimar Pereira Martins | Unesp | R$ 108 (584 págs.) * EXPOSIÇÃO | PEQUENOS FORMATOS Reunião de cerca de 50 trabalhos recentes e inéditos de 22 artistas, como Nuno Ramos, Estela Sokol e Waltercio Caldas. A mostra é composta por fotografias, esculturas, pinturas e desenhos -todos em pequenos formatos e que estão à venda. Anita Schwartz Galeria de Arte - Rio | tel. (21) 2274-3873 | de seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 12h às 18h | grátis | última semana * TEATRO | BERTOLT BRECHT A Cia Estável de Teatro apresenta nas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) o espetáculo "A Exceção e a Regra", do poeta e dramaturgo alemão (1898-1956). O grupo teatral faz um paralelo entre a trama de Brecht, sobre os embates entre patrões e empregados em uma caravana em busca de petróleo, e a rotina do trabalhador brasileiro que viaja diariamente de trem. neste dom. (8), às 17h, na estação Ceasa; sex. (13), às 20h, na estação Perus; sáb. (14), às 14h, na estação Francisco Morato | tel. (11) 98121-6554 | programação em territorioestavel.blogspot.com | grátis | até 22/3 | ilustrissima | Os lugares de David Magila e outras cinco indicações culturaisDVD | FILME NOIR A distribuidora Versátil lança caixa com seis clássicos do cinema policial: "Dama Fantasma" (1944, Robert Siodmak), "O Justiceiro" (1947, Elia Kazan), "Ato de Violência" (1948, Fred Zinnemann), "Pecado sem Mácula" (1949, Anthony Mann), "Mortalmente Perigosa" (1950, Joseph H. Lewis) e "Os Corruptos" (1953, Fritz Lang). O material traz quase duas horas de entrevistas e documentário, incluindo depoimentos dos cineastas Martin Scorsese e Michael Mann. Versátil | R$ 69,90 * LIVRO | TEMPO, TRABALHO E DOMINAÇÃO SOCIAL O canadense Moishe Postone, professor de história moderna na Universidade de Chicago, elabora uma reinterpretação da teoria crítica de Marx neste trabalho publicado originalmente em 1993. O historiador propõe a renovação do marxismo ao recolocar no centro do debate as questões da alienação e do fetichismo. trad. Amilton Reis e Paulo Cézar Castanheira Boitempo | R$ 54 (488 págs.) * EXPOSIÇÃO | DAVID MAGILA A mostra "Tudo pelas Beiradas" enfoca o estranhamento estrutural e arquitetônico de espaços reais transfigurados pelas pinturas e desenhos do artista paulista. "São pinturas que não precisam ser justificadas com teoria artística ou pelo viés da história da arte. Basta vê-las para se perceber suas qualidades pictóricas e a subjetividade impressa nas imagens pintadas", escreve Ricardo Resende no texto de apresentação. galeria Contempo | tel. (11) 3032-5795 | de seg. a sex., das 10h | às 19h | grátis | até 20/3 * LIVRO | O GÊNERO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS O trabalho procura elucidar de quais maneiras a questão da definição, ou oposição, do masculino e do feminino se manifesta no percurso intelectual de autores como Karl Marx (1818-83), Claude Lévi-Strauss (1908-2009) e Hannah Arendt (1906-75). O livro é organizado por pesquisadoras da França, entre elas Eleni Varikas, professora de teoria política da Universidade Paris 8. trad. Lineimar Pereira Martins | Unesp | R$ 108 (584 págs.) * EXPOSIÇÃO | PEQUENOS FORMATOS Reunião de cerca de 50 trabalhos recentes e inéditos de 22 artistas, como Nuno Ramos, Estela Sokol e Waltercio Caldas. A mostra é composta por fotografias, esculturas, pinturas e desenhos -todos em pequenos formatos e que estão à venda. Anita Schwartz Galeria de Arte - Rio | tel. (21) 2274-3873 | de seg. a sex., das 10h às 20h; sáb., das 12h às 18h | grátis | última semana * TEATRO | BERTOLT BRECHT A Cia Estável de Teatro apresenta nas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) o espetáculo "A Exceção e a Regra", do poeta e dramaturgo alemão (1898-1956). O grupo teatral faz um paralelo entre a trama de Brecht, sobre os embates entre patrões e empregados em uma caravana em busca de petróleo, e a rotina do trabalhador brasileiro que viaja diariamente de trem. neste dom. (8), às 17h, na estação Ceasa; sex. (13), às 20h, na estação Perus; sáb. (14), às 14h, na estação Francisco Morato | tel. (11) 98121-6554 | programação em territorioestavel.blogspot.com | grátis | até 22/3 | 14 |
Parque que teria evento de Carnaval é fechado devido à febre amarela em BH | A Prefeitura de Belo Horizonte interditou nesta quinta-feira (23), por tempo indeterminado, o parque Mangabeiras, na região centro-sul de Belo Horizonte, para evitar o risco de contágio de visitantes pela febre amarela. A medida foi tomada depois de mortes atípicas de macacos no parque, que receberia o festival de música Carnavália a partir deste sábado (25) até a próxima terça (28). Além do parque das Mangabeiras, a administração municipal também fechou o Mirante das Mangabeiras e o parque da Serra do Curral, que se situam próximos. Na semana passada, o parque Jacques Cousteau também havia sido interditado após suspeita de febre amarela em macaco. A organização do evento Carnavália afirmou que a festa foi transferida Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. O evento terá apresentações de blocos carnavalescos e shows de Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conca, Buchecha e Gabriel O Pensador. Para alguns dias, os ingressos já estão esgotados. A prefeitura já encontrou oitos macacos mortos em Belo Horizonte, tendo ao menos um deles resultado positivo para febre amarela. No entanto, a capital mineira ainda não tem registros de transmissão da doença para humanos. Alguns moradores da cidade chegaram a ser hospitalizados com suspeita de febre amarela, mas todos eles haviam viajado para a região mais afetada. Por esta razão, a hipótese considerada é possível contaminação no interior do Estado. Na terça (21) passada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais contabilizou 1.027 notificações de febre amarela no Estado. Dessas, 234 foram confirmadas, 57 foram descartadas e as demais continuam sob análise. O número de mortes confirmadas chegou a 83 e outros 173 óbitos ainda são investigados. A febre amarela afeta macacos e humanos e é causada por um vírus da família Flaviviridae, sendo transmitida em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, o vetor é o mosquito Haemagogus. Em área urbana, o contágio pode ocorrer pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Febre EVENTOS A proibição de eventos no parque das Mangabeiras é um pedido antigo de moradores do entorno do local. Muitos deles mantêm, nas sacadas de suas casas, faixas nas quais manifestam preocupação com o ambiente. Sensível à questão, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar a situação de risco ambiental. As investigações do Ministério Público de Minas podem levar a uma ação no futuro ou a um acordo com a prefeitura. Porém, o atual fechamento do parque devido ao risco de infecção por febre amarela não tem relação com este inquérito. | cotidiano | Parque que teria evento de Carnaval é fechado devido à febre amarela em BHA Prefeitura de Belo Horizonte interditou nesta quinta-feira (23), por tempo indeterminado, o parque Mangabeiras, na região centro-sul de Belo Horizonte, para evitar o risco de contágio de visitantes pela febre amarela. A medida foi tomada depois de mortes atípicas de macacos no parque, que receberia o festival de música Carnavália a partir deste sábado (25) até a próxima terça (28). Além do parque das Mangabeiras, a administração municipal também fechou o Mirante das Mangabeiras e o parque da Serra do Curral, que se situam próximos. Na semana passada, o parque Jacques Cousteau também havia sido interditado após suspeita de febre amarela em macaco. A organização do evento Carnavália afirmou que a festa foi transferida Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. O evento terá apresentações de blocos carnavalescos e shows de Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conca, Buchecha e Gabriel O Pensador. Para alguns dias, os ingressos já estão esgotados. A prefeitura já encontrou oitos macacos mortos em Belo Horizonte, tendo ao menos um deles resultado positivo para febre amarela. No entanto, a capital mineira ainda não tem registros de transmissão da doença para humanos. Alguns moradores da cidade chegaram a ser hospitalizados com suspeita de febre amarela, mas todos eles haviam viajado para a região mais afetada. Por esta razão, a hipótese considerada é possível contaminação no interior do Estado. Na terça (21) passada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais contabilizou 1.027 notificações de febre amarela no Estado. Dessas, 234 foram confirmadas, 57 foram descartadas e as demais continuam sob análise. O número de mortes confirmadas chegou a 83 e outros 173 óbitos ainda são investigados. A febre amarela afeta macacos e humanos e é causada por um vírus da família Flaviviridae, sendo transmitida em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, o vetor é o mosquito Haemagogus. Em área urbana, o contágio pode ocorrer pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Febre EVENTOS A proibição de eventos no parque das Mangabeiras é um pedido antigo de moradores do entorno do local. Muitos deles mantêm, nas sacadas de suas casas, faixas nas quais manifestam preocupação com o ambiente. Sensível à questão, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar a situação de risco ambiental. As investigações do Ministério Público de Minas podem levar a uma ação no futuro ou a um acordo com a prefeitura. Porém, o atual fechamento do parque devido ao risco de infecção por febre amarela não tem relação com este inquérito. | 5 |
Robert Plant e Jack White dividem atenções com astros do pop em festival | DE SÃO PAULO A quarta edição brasileira do festival Lollapalooza, que será realizada no sábado (28) e no domingo (29), no Autódromo de Interlagos, está mais pop. Ainda que os shows de Robert Plant (Led Zeppelin) e Jack White (The White Stripes) estejam entre os mais esperados (os dois no primeiro dia e no mesmo palco, veja ao lado), o evento apostou em nomes como Pharrell Williams e Calvin Harris, donos dos hits-chiclete "Happy" e "Summer", respectivamente. Além deles, o showman Steve Aoki, que atira tortas no rosto de seu animado público enquanto discoteca, também foi escolhido como headliner. Entre os indies, destaque para Alt-J, Kasabian, Interpol e o dançante Foster The People, todos com shows à tarde. Além da cantora Annie Clark, que atende por St. Vincent, e deve fazer, às 17h, um dos shows mais esperados entre os que buscam novidades musicais. Banda do Mar, os psicodélicos goianos do Boogarins e o Far From Alaska, de Natal, se sobressaem entre os brasucas. Paralelas ao festival, as Lolla Parties, que começam na quinta (26), levam à Audio SP e ao Cine Joia cinco shows intimistas de artistas elencados para o megaevento. Os escolhidos deste ano são Fitz and the Tantrums, Kongos, Foster the People, Alt-J e Three Days Grace. LOLLA PARTIES Fitz and the Tantrums Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: quinta (26), às 22h 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br Kongos Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: quinta (26), às 23h30 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Foster the People Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: sábado (27), às 0h30 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Alt-J Onde: Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. Quando: sexta (27), às 0h30 18 anos Ingr.: R$ 180 (meia: R$ 90) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Three Days Grace Onde: Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. Quando: sexta (27), às 0h30 18 anos Ingr.: R$ 180 (meia: R$ 90) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Autódromo de Interlagos. Av. Sen. Teotônio Vilela, 261, Cidade Dutra, tel. 4003-5588. 60 mil pessoas. Sáb. (28): 12h05. 15 anos. Ingr.: R$ 340 e R$ 380 (p/ um dia) e R$ 660 (p/ dois dias). Meia: R$ 170 a 330. Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. | saopaulo | Robert Plant e Jack White dividem atenções com astros do pop em festivalDE SÃO PAULO A quarta edição brasileira do festival Lollapalooza, que será realizada no sábado (28) e no domingo (29), no Autódromo de Interlagos, está mais pop. Ainda que os shows de Robert Plant (Led Zeppelin) e Jack White (The White Stripes) estejam entre os mais esperados (os dois no primeiro dia e no mesmo palco, veja ao lado), o evento apostou em nomes como Pharrell Williams e Calvin Harris, donos dos hits-chiclete "Happy" e "Summer", respectivamente. Além deles, o showman Steve Aoki, que atira tortas no rosto de seu animado público enquanto discoteca, também foi escolhido como headliner. Entre os indies, destaque para Alt-J, Kasabian, Interpol e o dançante Foster The People, todos com shows à tarde. Além da cantora Annie Clark, que atende por St. Vincent, e deve fazer, às 17h, um dos shows mais esperados entre os que buscam novidades musicais. Banda do Mar, os psicodélicos goianos do Boogarins e o Far From Alaska, de Natal, se sobressaem entre os brasucas. Paralelas ao festival, as Lolla Parties, que começam na quinta (26), levam à Audio SP e ao Cine Joia cinco shows intimistas de artistas elencados para o megaevento. Os escolhidos deste ano são Fitz and the Tantrums, Kongos, Foster the People, Alt-J e Three Days Grace. LOLLA PARTIES Fitz and the Tantrums Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: quinta (26), às 22h 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br Kongos Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: quinta (26), às 23h30 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Foster the People Onde: Áudio SP - Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 3862-8279. Quando: sábado (27), às 0h30 18 anos. Ingr.: R$ 160 e R$ 220 (meia: R$ 80 e R$ 110) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Alt-J Onde: Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. Quando: sexta (27), às 0h30 18 anos Ingr.: R$ 180 (meia: R$ 90) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Three Days Grace Onde: Cine Joia. Pça. Carlos Gomes, 82, Sé, tel. 3101-1305. Quando: sexta (27), às 0h30 18 anos Ingr.: R$ 180 (meia: R$ 90) p/ 4003-5588 ou ticketsforfun.com.br. Autódromo de Interlagos. Av. Sen. Teotônio Vilela, 261, Cidade Dutra, tel. 4003-5588. 60 mil pessoas. Sáb. (28): 12h05. 15 anos. Ingr.: R$ 340 e R$ 380 (p/ um dia) e R$ 660 (p/ dois dias). Meia: R$ 170 a 330. Ingr. p/ ticketsforfun.com.br. | 9 |
'É mentira', diz advogado do doleiro Youssef sobre patrimônio oculto | O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou nesta segunda-feira (2) que seu cliente tenha omitido o tamanho real de seu patrimônio à Justiça. A acusação foi feita em entrevista à Folha publicada neste domingo (1º), pelo empresário Leonardo Meirelles, que foi sócio de Youssef. Segundo ele, o doleiro tinha patrimônio de R$ 150 a R$ 200 milhões, e não de R$ 50 milhões, como ele afirma. Caso seja verdadeira, a acusação pode anular o acordo de delação premiada que Youssef fez com a Justiça, e pelo qual denunciou políticos e empreiteiros envolvidos com corrupção na Petrobras. "É mentira, mentira", declarou Basto. "[Meirelles] Não indicou patrimônio, não indicou nada. É um mentiroso." O advogado disse que Meirelles não era sócio de Youssef, e sim que era doleiro e fez operações de câmbio para ele. Para ele, é preciso ver se há alguma acusação formal no inquérito, para que então haja a apuração e a acareação da informação. "Não é uma acusação formal, é feita pela imprensa. E tem que provar. Quem fala, prova", afirmou o advogado. | poder | 'É mentira', diz advogado do doleiro Youssef sobre patrimônio ocultoO advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou nesta segunda-feira (2) que seu cliente tenha omitido o tamanho real de seu patrimônio à Justiça. A acusação foi feita em entrevista à Folha publicada neste domingo (1º), pelo empresário Leonardo Meirelles, que foi sócio de Youssef. Segundo ele, o doleiro tinha patrimônio de R$ 150 a R$ 200 milhões, e não de R$ 50 milhões, como ele afirma. Caso seja verdadeira, a acusação pode anular o acordo de delação premiada que Youssef fez com a Justiça, e pelo qual denunciou políticos e empreiteiros envolvidos com corrupção na Petrobras. "É mentira, mentira", declarou Basto. "[Meirelles] Não indicou patrimônio, não indicou nada. É um mentiroso." O advogado disse que Meirelles não era sócio de Youssef, e sim que era doleiro e fez operações de câmbio para ele. Para ele, é preciso ver se há alguma acusação formal no inquérito, para que então haja a apuração e a acareação da informação. "Não é uma acusação formal, é feita pela imprensa. E tem que provar. Quem fala, prova", afirmou o advogado. | 0 |
Governo Alckmin esvazia programa de alfabetização em SP | O governo Geraldo Alckmin (PSDB) esvaziou seu principal programa de alfabetização da rede estadual voltado para estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Além de uma redução de 50% na previsão de gastos do projeto Ler e Escrever em 2016, em relação ao orçamento do ano passado, a Secretaria Estadual de Educação não renovou a contratação do grupo de especialistas que realizava nos últimos anos a formação das equipes. O Ler e Escrever foi criado em 2007 e era apontado pelo governo como uma das principais ações da área educacional da gestão tucana. Também era bem avaliado por especialistas e por professores que participaram do projeto, que prevê a elaboração e a distribuição de materiais pedagógicos, além do treinamento das equipes. Os resultados da avaliação da rede nos anos iniciais do ensino fundamental têm mantido uma tendência de melhora pelo menos desde 2010. Isso era, em parte, apontado pela secretaria como reflexo do Ler e Escrever. No ano passado, Língua Portuguesa no 3º ano do fundamental foi a única disciplina e série a ter queda na nota no Saresp (prova da rede). Orçamento do programa ler e escrever, em R$ milhões* - Houve uma queda de 53% ENCONTROS Nos anos anteriores, os primeiros encontros mensais do programa com coordenadores de ensino, supervisores e diretores de escolas ocorreram já em fevereiro. Em 2016, até agora, nada ocorreu e pelo menos quatro servidores da pasta (entre supervisores e diretores de ensino) informaram à reportagem que não foram avisados sobre possíveis mudanças. As formações eram tocadas desde 2007 por uma equipe liderada pela professora Telma Weisz, contratada por licitação. O contrato, firmado pelo governo com a ONG ACCB, expirou no dia 4 de fevereiro e não foi renovado. "Ninguém na rede fala nada para ninguém, nem pra gente. Não conseguimos avisar a rede que acabou", disse ela. "Não estão fazendo nenhuma reunião, a formação deve deixar de existir." No ano passado, a ONG recebeu cerca de R$ 3,2 milhões para formações. Esse valor já foi de R$ 5,7 milhões em 2013. Segundo Telma, apenas escolas consideradas emergenciais foram atendidas pela equipe no âmbito do programa no ano passado. O trabalho não foi realizado pela equipe do 1º ao 3º ano, mas só do 4º ao 5º, afirma ela. A gestão Alckmin nega a possibilidade de encerramento do programa. Diz que há uma reunião agendada para quarta-feira (2) com coordenadores de ensino para tratar da sua continuidade. "Não fomos informados de interrupção, mas as formações não deram início. Geralmente se iniciam logo que voltam as aulas", disse uma professora que atua na região sul da capital e que participa desde 2008 do projeto. A Secretaria da Educação de Alckmin passou por mudança recente, após a queda do então secretário Herman Voorwald no final de 2015, em meio ao desgaste com as ocupações de quase 200 escolas. Ele foi substituído neste ano por José Renato Nalini. Avaliação - Resultados do 3º ano do ensino fundamental na prova do Saresp OUTRO LADO A Secretaria do Estado da Educação afirma que o programa Ler e Escrever não foi descontinuado pelo governo e que o trabalho de formação será conduzido pelos servidores já formados pelo programa. A pasta afirma ainda que os investimentos no programa serão mantidos. A secretária-adjunta de Educação, Cleide Bochixio, diz que nada mudou. "Termos corpo técnico que há muito tempo vem trabalhando com a assessoria e entendemos que neste momento toda equipe que formamos nas diretorias podem trabalhar". Sobre o corte no orçamento, ela diz que "não dá para olhar só um ponto do orçamento". "Muitas ações têm interfaces de outras rubricas." Sobre o contrato com a equipe da professora Telma Weisz, responsável pela orientação técnico-pedagógica de coordenadores das escolas de anos iniciais, a secretaria afirma que todo o trabalho foi pago e concluído. Segundo a pasta, os servidores formados continuarão a desenvolver a metodologia com os professores que atuam na alfabetização. Mas, segundo servidores consultados pela reportagem, não houve ainda comunicação por parte da secretaria a supervisores, dirigentes regionais e professores. Os servidores das diretorias de ensino também ficarão responsáveis pela formação do programa aos municípios conveniados. No ano passado, cerca de 300 cidades assinaram convênio. O Ler e Escrever, porém, vem sendo reduzido desde 2015. O programa começou aquele ano com um orçamento de R$ 55,2 milhões, mas só R$ 20,5 milhões foram executados pelo Estado -nos dois casos, em valores atualizados pela inflação. Para 2016, a verba total prevista é de R$ 25,7 milhões. O que representa uma queda de 53%. "Todo programa tem que capacitar pessoas da própria rede, isso é bom. Mas outra coisa é que estão o cortando um programa. A preocupação é que não tenha mais formação de qualidade", diz Ocimar Alavarse, professor da USP. | educacao | Governo Alckmin esvazia programa de alfabetização em SPO governo Geraldo Alckmin (PSDB) esvaziou seu principal programa de alfabetização da rede estadual voltado para estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Além de uma redução de 50% na previsão de gastos do projeto Ler e Escrever em 2016, em relação ao orçamento do ano passado, a Secretaria Estadual de Educação não renovou a contratação do grupo de especialistas que realizava nos últimos anos a formação das equipes. O Ler e Escrever foi criado em 2007 e era apontado pelo governo como uma das principais ações da área educacional da gestão tucana. Também era bem avaliado por especialistas e por professores que participaram do projeto, que prevê a elaboração e a distribuição de materiais pedagógicos, além do treinamento das equipes. Os resultados da avaliação da rede nos anos iniciais do ensino fundamental têm mantido uma tendência de melhora pelo menos desde 2010. Isso era, em parte, apontado pela secretaria como reflexo do Ler e Escrever. No ano passado, Língua Portuguesa no 3º ano do fundamental foi a única disciplina e série a ter queda na nota no Saresp (prova da rede). Orçamento do programa ler e escrever, em R$ milhões* - Houve uma queda de 53% ENCONTROS Nos anos anteriores, os primeiros encontros mensais do programa com coordenadores de ensino, supervisores e diretores de escolas ocorreram já em fevereiro. Em 2016, até agora, nada ocorreu e pelo menos quatro servidores da pasta (entre supervisores e diretores de ensino) informaram à reportagem que não foram avisados sobre possíveis mudanças. As formações eram tocadas desde 2007 por uma equipe liderada pela professora Telma Weisz, contratada por licitação. O contrato, firmado pelo governo com a ONG ACCB, expirou no dia 4 de fevereiro e não foi renovado. "Ninguém na rede fala nada para ninguém, nem pra gente. Não conseguimos avisar a rede que acabou", disse ela. "Não estão fazendo nenhuma reunião, a formação deve deixar de existir." No ano passado, a ONG recebeu cerca de R$ 3,2 milhões para formações. Esse valor já foi de R$ 5,7 milhões em 2013. Segundo Telma, apenas escolas consideradas emergenciais foram atendidas pela equipe no âmbito do programa no ano passado. O trabalho não foi realizado pela equipe do 1º ao 3º ano, mas só do 4º ao 5º, afirma ela. A gestão Alckmin nega a possibilidade de encerramento do programa. Diz que há uma reunião agendada para quarta-feira (2) com coordenadores de ensino para tratar da sua continuidade. "Não fomos informados de interrupção, mas as formações não deram início. Geralmente se iniciam logo que voltam as aulas", disse uma professora que atua na região sul da capital e que participa desde 2008 do projeto. A Secretaria da Educação de Alckmin passou por mudança recente, após a queda do então secretário Herman Voorwald no final de 2015, em meio ao desgaste com as ocupações de quase 200 escolas. Ele foi substituído neste ano por José Renato Nalini. Avaliação - Resultados do 3º ano do ensino fundamental na prova do Saresp OUTRO LADO A Secretaria do Estado da Educação afirma que o programa Ler e Escrever não foi descontinuado pelo governo e que o trabalho de formação será conduzido pelos servidores já formados pelo programa. A pasta afirma ainda que os investimentos no programa serão mantidos. A secretária-adjunta de Educação, Cleide Bochixio, diz que nada mudou. "Termos corpo técnico que há muito tempo vem trabalhando com a assessoria e entendemos que neste momento toda equipe que formamos nas diretorias podem trabalhar". Sobre o corte no orçamento, ela diz que "não dá para olhar só um ponto do orçamento". "Muitas ações têm interfaces de outras rubricas." Sobre o contrato com a equipe da professora Telma Weisz, responsável pela orientação técnico-pedagógica de coordenadores das escolas de anos iniciais, a secretaria afirma que todo o trabalho foi pago e concluído. Segundo a pasta, os servidores formados continuarão a desenvolver a metodologia com os professores que atuam na alfabetização. Mas, segundo servidores consultados pela reportagem, não houve ainda comunicação por parte da secretaria a supervisores, dirigentes regionais e professores. Os servidores das diretorias de ensino também ficarão responsáveis pela formação do programa aos municípios conveniados. No ano passado, cerca de 300 cidades assinaram convênio. O Ler e Escrever, porém, vem sendo reduzido desde 2015. O programa começou aquele ano com um orçamento de R$ 55,2 milhões, mas só R$ 20,5 milhões foram executados pelo Estado -nos dois casos, em valores atualizados pela inflação. Para 2016, a verba total prevista é de R$ 25,7 milhões. O que representa uma queda de 53%. "Todo programa tem que capacitar pessoas da própria rede, isso é bom. Mas outra coisa é que estão o cortando um programa. A preocupação é que não tenha mais formação de qualidade", diz Ocimar Alavarse, professor da USP. | 12 |
Morre aos 67 anos a cantora country americana Lynn Anderson | A cantora Lynn Anderson, lenda da música country nos Estados Unidos, que conquistou a fama internacional com o sucesso "Rose Garden" na década de 1970, morreu aos 67 anos. A artista morreu nesta quinta-feira (31), vítima de um ataque cardíaco no hospital Vanderbilt de Nashville, depois de ser internada com uma pneumonia, informou o agente Mark Logsdon. O grande sucesso de Lynn Anderson foi "(I never promised you a) Rose Garden", que liderou as paradas em vários países do mundo. O álbum com o mesmo nome da canção foi o mais vendido por uma mulher de 1971 a 1997, quando Shania Twain quebrou o recorde, segundo a revista "Rolling Stone". Também rendeu a Anderson, filha de um casal de compositores, nascida em Grand Forks, Dakota do Norte, um Grammy. Além de "Rose Garden", a cantora teve outros sucessos, como "Cry", "How can I unlove you", "Keep me in mind", "You are my man" e "Fool me", em uma carreira de quatro décadas. | ilustrada | Morre aos 67 anos a cantora country americana Lynn AndersonA cantora Lynn Anderson, lenda da música country nos Estados Unidos, que conquistou a fama internacional com o sucesso "Rose Garden" na década de 1970, morreu aos 67 anos. A artista morreu nesta quinta-feira (31), vítima de um ataque cardíaco no hospital Vanderbilt de Nashville, depois de ser internada com uma pneumonia, informou o agente Mark Logsdon. O grande sucesso de Lynn Anderson foi "(I never promised you a) Rose Garden", que liderou as paradas em vários países do mundo. O álbum com o mesmo nome da canção foi o mais vendido por uma mulher de 1971 a 1997, quando Shania Twain quebrou o recorde, segundo a revista "Rolling Stone". Também rendeu a Anderson, filha de um casal de compositores, nascida em Grand Forks, Dakota do Norte, um Grammy. Além de "Rose Garden", a cantora teve outros sucessos, como "Cry", "How can I unlove you", "Keep me in mind", "You are my man" e "Fool me", em uma carreira de quatro décadas. | 6 |
Peruana é pega no doping, e brasileira fica com ouro da maratona no Pan | A paulista Adriana Aparecida de Silva, 34, foi confirmada nesta quinta-feira (10) como bicampeã da maratona nos Jogos Pan-Americanos. Em Toronto, em julho, a atleta brasileira ficou com a medalha de prata, atrás da peruana Gladys Tejeda. A campeã, porém, teve resultado positivo para a substância proibida furosemida (diurético), conforme publicado pelo site da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). "Acho que a ficha ainda não caiu direito. É um título muito importante para mim. Eu lamento muito o que aconteceu com a Gladys, pois as peruanas passaram a ser referência para mim, pelos resultados que estavam fazendo nos últimos anos. Ao mesmo tempo, não posso deixar de ficar feliz com o meu título, pois sempre lutei muito por isso", comemorou a atleta do Pinheiros. Como Adriana herdou a primeira colocação, este fica sendo o segundo ouro da equipe brasileira de atletismo no Pan de Toronto. O outro foi de Juliana dos Santos, nos 5.000m. O país terminou os Jogos com 13 medalhas no atletismo, além das, agora, duas de ouro, cinco de prata e seis de bronze. "Lamentamos sinceramente a informação. Não podemos julgar a intenção da atleta, que nega o uso da substância proibida, que é usada para mascarar o uso de outro produto", comentou o técnico Cláudio de Castilho, do Pinheiros, que orienta Adriana. "Este tipo de droga está na lista das proibidas pela WADA [agência internacional antidopagem], que controla os exames antidopings em todo o mundo", completou. Com o tempo de 2h35min40s, Adriana também melhora o recorde dos Jogos Pan-Americanos, que era dela mesma, obtido com o ouro em Guadalajara, no México, em 2011, com 2h36min37s. "Sabíamos que a prova de Toronto seria difícil, mas o percurso acabou sendo ainda mais complicado do que o esperado. A Adriana mostrou mais uma vez a sua capacidade de superação", lembrou Castilho. No quadro de medalhas do Pan de Toronto, o Brasil fica com 42 ouros, 39 pratas e 70 bronzes, totalizando 141 medalhas. Adriana já fez o índice necessário para ser uma das três brasileiras nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. | esporte | Peruana é pega no doping, e brasileira fica com ouro da maratona no PanA paulista Adriana Aparecida de Silva, 34, foi confirmada nesta quinta-feira (10) como bicampeã da maratona nos Jogos Pan-Americanos. Em Toronto, em julho, a atleta brasileira ficou com a medalha de prata, atrás da peruana Gladys Tejeda. A campeã, porém, teve resultado positivo para a substância proibida furosemida (diurético), conforme publicado pelo site da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). "Acho que a ficha ainda não caiu direito. É um título muito importante para mim. Eu lamento muito o que aconteceu com a Gladys, pois as peruanas passaram a ser referência para mim, pelos resultados que estavam fazendo nos últimos anos. Ao mesmo tempo, não posso deixar de ficar feliz com o meu título, pois sempre lutei muito por isso", comemorou a atleta do Pinheiros. Como Adriana herdou a primeira colocação, este fica sendo o segundo ouro da equipe brasileira de atletismo no Pan de Toronto. O outro foi de Juliana dos Santos, nos 5.000m. O país terminou os Jogos com 13 medalhas no atletismo, além das, agora, duas de ouro, cinco de prata e seis de bronze. "Lamentamos sinceramente a informação. Não podemos julgar a intenção da atleta, que nega o uso da substância proibida, que é usada para mascarar o uso de outro produto", comentou o técnico Cláudio de Castilho, do Pinheiros, que orienta Adriana. "Este tipo de droga está na lista das proibidas pela WADA [agência internacional antidopagem], que controla os exames antidopings em todo o mundo", completou. Com o tempo de 2h35min40s, Adriana também melhora o recorde dos Jogos Pan-Americanos, que era dela mesma, obtido com o ouro em Guadalajara, no México, em 2011, com 2h36min37s. "Sabíamos que a prova de Toronto seria difícil, mas o percurso acabou sendo ainda mais complicado do que o esperado. A Adriana mostrou mais uma vez a sua capacidade de superação", lembrou Castilho. No quadro de medalhas do Pan de Toronto, o Brasil fica com 42 ouros, 39 pratas e 70 bronzes, totalizando 141 medalhas. Adriana já fez o índice necessário para ser uma das três brasileiras nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. | 3 |
Capital da gula, Belo Horizonte orgulha-se das suas criações | Outro dia ganhei de presente o melhor queijo brasileiro que provei na vida. Uma amiga de Belo Horizonte me entregou, largo sorriso no rosto, a sacola que trouxera na mala exalando aquele aroma característico. "É de leite cru, do Serro, e tem 45 dias de cura." Por isso amo Belo Horizonte: ali vivem milhares e milhares de pessoas como a Ana, que orgulha-se dos produtos típicos de lá a ponto de buscar um queijo artesanal para presentear. Ô gente que gosta de comer! Eu sou outra que adora comer bem, e quase não fiz outra coisa nas vezes em que estive em Beagá. Pode ser o olhar ofuscado da forasteira que conhece mal a cidade, mas acho que lá está a maior concentração de pratos gostosos per capita do país. Não estou falando de restaurantes "gastronômicos" –esses eles também têm–, mas sim de botequins, cafés, padarias e mercearias. Há todo o tipo de casas simples servindo comidinha caseira. E o Mercadão Central, então? Ali se almoça ou se toma um café com broa de milho como não se consegue fazer no do centro de São Paulo. Lembro do meu encantamento na primeira vez que fui lá e me deixei perder no ruidoso labirinto de corredores amontoados de gente comendo em pé e de coisas à venda. Lembro da primeira mordida no pão de queijo da dona Diva (que tem uma loja lá dentro), o mais elástico e saboroso que eu comera na vida. O do Comercial Sabiá, recheado com pernil de porco desfiado, também faz virar os olhos: vem. O muito típico fígado com jiló –já não me lembro se provei-o no Bar da Lôra ou no do Pelé– foi outra revelação. Quem bate a riqueza da mesa mineira? A maioria das melhores cachaças do Brasil vem do interior do Estado. Também a maioria dos melhores cafés, queijos, doces de leite e compotas. O receituário caipira –frango com quiabo, tutu de feijão, arroz tropeiro, ambrosia– é dos mais ricos que temos. Isso tudo está embrenhado no jeito de ser daquela gente. Tanto nos bares do Mercadão como nos restaurantes de comida típica (dentre os quais o Xapuri destaca-se) e nos gastronômicos vê-se um esmero especial e um amor ao que vem de lá. Não me esqueço do bifinho com ovo e farofa que comi no Trindade, tido, ao lado do Glouton, como o melhor restaurante de alta cozinha mineira que há. Não me saía da cabeça! Sou dessas que pegam um avião por um jantar em um lugar muito bem recomendado. Tento voltar a San Sebastian, na Espanha –melhor cidade no mundo para quem gosta de bons comes e bebes– todos os anos. Mas quem pode com essa alta do euro? Guardadas as devidas proporções –aquilo é um paraíso imbatível –, Beagá é a nossa capital da gula. Minha lista do tem-que-ver alonga-se a cada mês, encabeçada pelo Glouton e pelo empório De-Lá. Assim que der, é para lá que eu vou.... ALEXANDRA FORBES, 40, é crítica gastronômica, autora de "Jantares de Mesa e Cama". Suas viagens já a levaram a 16 países. "Sempre acho tempo para visitar museus, mas, quando chego a uma cidade, não penso em mais nada além de onde vou comer e beber." Para mais destinos, clique na cidade correspondente no mapa abaixo. Capa de turismo * PACOTES PARA BELO HORIZONTE R$ 170 É o valor da diária no Tulip Inn Savassi, com café da manhã. Reservas: (31) 3343-9900; tulipinnsavassi.com R$ 343 Duas noites no hotel San Diego Express Palmares, com café e aéro. Na Top Brasil Turismo: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 424 Pacote de duas noites para dezembro. Inclui aéreo e café da manhã. Na Tam: (11) 4002-5700; tam.com.br R$ 429 Pacote de duas noites para outubro no Othon Palace. Inclui café. No Groupon: www.groupon.com.br R$ 540 Três diárias no hotel Bristol La Place, com café da manhã e aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 1.540 Três noites no hotel Promenade, com café da manhã e passeios. Na Libertas: (31) 2516-0333; libertasviagens.com.br R$ 1.630 Roteiro de duas noites em Belo Horizonte e duas noites em Ouro Preto. Inclui passeios e café. Na Ambiental Viagens: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 1.720 Quatro noites no hotel Normandy. Inclui aéreo, café da manhã e passeios. Na Addin: (11) 3129-8928; addin.com.br R$ 1.890 Duas noites no hotel Ville de Montagne, com café da manhã e ingresso para Inhotim. Na Freeway: (11) 5088-0999; freewayviagens.tur.br | turismo | Capital da gula, Belo Horizonte orgulha-se das suas criaçõesOutro dia ganhei de presente o melhor queijo brasileiro que provei na vida. Uma amiga de Belo Horizonte me entregou, largo sorriso no rosto, a sacola que trouxera na mala exalando aquele aroma característico. "É de leite cru, do Serro, e tem 45 dias de cura." Por isso amo Belo Horizonte: ali vivem milhares e milhares de pessoas como a Ana, que orgulha-se dos produtos típicos de lá a ponto de buscar um queijo artesanal para presentear. Ô gente que gosta de comer! Eu sou outra que adora comer bem, e quase não fiz outra coisa nas vezes em que estive em Beagá. Pode ser o olhar ofuscado da forasteira que conhece mal a cidade, mas acho que lá está a maior concentração de pratos gostosos per capita do país. Não estou falando de restaurantes "gastronômicos" –esses eles também têm–, mas sim de botequins, cafés, padarias e mercearias. Há todo o tipo de casas simples servindo comidinha caseira. E o Mercadão Central, então? Ali se almoça ou se toma um café com broa de milho como não se consegue fazer no do centro de São Paulo. Lembro do meu encantamento na primeira vez que fui lá e me deixei perder no ruidoso labirinto de corredores amontoados de gente comendo em pé e de coisas à venda. Lembro da primeira mordida no pão de queijo da dona Diva (que tem uma loja lá dentro), o mais elástico e saboroso que eu comera na vida. O do Comercial Sabiá, recheado com pernil de porco desfiado, também faz virar os olhos: vem. O muito típico fígado com jiló –já não me lembro se provei-o no Bar da Lôra ou no do Pelé– foi outra revelação. Quem bate a riqueza da mesa mineira? A maioria das melhores cachaças do Brasil vem do interior do Estado. Também a maioria dos melhores cafés, queijos, doces de leite e compotas. O receituário caipira –frango com quiabo, tutu de feijão, arroz tropeiro, ambrosia– é dos mais ricos que temos. Isso tudo está embrenhado no jeito de ser daquela gente. Tanto nos bares do Mercadão como nos restaurantes de comida típica (dentre os quais o Xapuri destaca-se) e nos gastronômicos vê-se um esmero especial e um amor ao que vem de lá. Não me esqueço do bifinho com ovo e farofa que comi no Trindade, tido, ao lado do Glouton, como o melhor restaurante de alta cozinha mineira que há. Não me saía da cabeça! Sou dessas que pegam um avião por um jantar em um lugar muito bem recomendado. Tento voltar a San Sebastian, na Espanha –melhor cidade no mundo para quem gosta de bons comes e bebes– todos os anos. Mas quem pode com essa alta do euro? Guardadas as devidas proporções –aquilo é um paraíso imbatível –, Beagá é a nossa capital da gula. Minha lista do tem-que-ver alonga-se a cada mês, encabeçada pelo Glouton e pelo empório De-Lá. Assim que der, é para lá que eu vou.... ALEXANDRA FORBES, 40, é crítica gastronômica, autora de "Jantares de Mesa e Cama". Suas viagens já a levaram a 16 países. "Sempre acho tempo para visitar museus, mas, quando chego a uma cidade, não penso em mais nada além de onde vou comer e beber." Para mais destinos, clique na cidade correspondente no mapa abaixo. Capa de turismo * PACOTES PARA BELO HORIZONTE R$ 170 É o valor da diária no Tulip Inn Savassi, com café da manhã. Reservas: (31) 3343-9900; tulipinnsavassi.com R$ 343 Duas noites no hotel San Diego Express Palmares, com café e aéro. Na Top Brasil Turismo: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br R$ 424 Pacote de duas noites para dezembro. Inclui aéreo e café da manhã. Na Tam: (11) 4002-5700; tam.com.br R$ 429 Pacote de duas noites para outubro no Othon Palace. Inclui café. No Groupon: www.groupon.com.br R$ 540 Três diárias no hotel Bristol La Place, com café da manhã e aéreo. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br R$ 1.540 Três noites no hotel Promenade, com café da manhã e passeios. Na Libertas: (31) 2516-0333; libertasviagens.com.br R$ 1.630 Roteiro de duas noites em Belo Horizonte e duas noites em Ouro Preto. Inclui passeios e café. Na Ambiental Viagens: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 1.720 Quatro noites no hotel Normandy. Inclui aéreo, café da manhã e passeios. Na Addin: (11) 3129-8928; addin.com.br R$ 1.890 Duas noites no hotel Ville de Montagne, com café da manhã e ingresso para Inhotim. Na Freeway: (11) 5088-0999; freewayviagens.tur.br | 13 |
Pelé diz que houve erro médico em sua primeira cirurgia no quadril | De acordo com Pelé, 75, médicos que o examinaram disseram que houve um erro em uma cirurgia ao qual foi ele submetido em 2012, para a implantação de uma prótese no quadril.Em entrevista Folha nesta quarta-feira (6), Edson Arantes do Nascimento disse que uma suposta falha o levou a passar por nova operação, em dezembro do ano passado.O primeiro procedimento, no qual ele acredita ter havido erro, foi realizado em São Paulo, no hospital Albert Einstein. O segundo aconteceu no Hospital for Special Surgery, em Nova York."Segundo os médicos que me analisaram, teve um erro médico. Um erro na técnica dos brasileiros", afirmou.Leia a reportagem | tv | Pelé diz que houve erro médico em sua primeira cirurgia no quadrilDe acordo com Pelé, 75, médicos que o examinaram disseram que houve um erro em uma cirurgia ao qual foi ele submetido em 2012, para a implantação de uma prótese no quadril.Em entrevista Folha nesta quarta-feira (6), Edson Arantes do Nascimento disse que uma suposta falha o levou a passar por nova operação, em dezembro do ano passado.O primeiro procedimento, no qual ele acredita ter havido erro, foi realizado em São Paulo, no hospital Albert Einstein. O segundo aconteceu no Hospital for Special Surgery, em Nova York."Segundo os médicos que me analisaram, teve um erro médico. Um erro na técnica dos brasileiros", afirmou.Leia a reportagem | 11 |
Haroldo da Gama Torres: A periferia ainda é aquela | Recentemente, tive a oportunidade de conhecer Pau de Lima, distrito distante da periferia de Salvador. Revi a mesma cor ocre dos casarios mal construídos, como que empilhados uns sobre os outros; a aflitiva ausência do verde; a topografia sinuosa, a sugerir que muitos ali vivem em locais de risco; as dezenas de fios cruzando-se perigosamente entre os poucos postes mal instalados; e o olhar curioso dos passantes para o carro estrangeiro, arremetendo ladeira acima. De novidade, observei poucas crianças e muitos idosos na rua. Percebi maior presença de veículos, como os absurdos mototáxis. Notei a infraestrutura mais organizada, com melhor arruamento e vielas calçadas. Surpreendi-me positivamente com o impressionante equipamento de saúde CCVP (Complexo Comunitário Vida Plena), uma unidade docente-assistencial mantida pela Sociedade Hólon em parceria com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Editoria de Arte/Folhapress E me agarrei ao sorriso franco das senhoras negras, que continuam achando a vida bela. Na Bahia, as pessoas conseguem rir com gosto, mesmo no sufoco. Entrevistamos a médica responsável pelo centro de saúde. Mulher notável, cumprindo com esperança a missão de ajudar a carregar este mundo nos ombros. Obrigado, dra. Eleonora. Sua narrativa sobre as condições sociais, porém, me pareceu trágica como sempre: adolescentes grávidas, tráfico de drogas, doenças infecciosas. Mas, à medida que o Brasil periférico avança, outras patologias emergem: obesidade, depressão, desemprego, juventude sem rumo. Saí de lá com a sensação que a periferia continua periferia, apesar da mudança experimentada pelo Brasil nas últimas décadas. A renda pode ter aumentado, as casas podem ter uma grande geladeira, mas a enorme desigualdade social ainda é exasperante. A sensação de violência parece maior. Muitas crianças de Pau de Lima, assim como de outros lugares do Brasil, não concluirão o ensino médio e não terão qualquer chance de obter um trabalho decente no século 21. O desemprego continuará galopante e sem solução. E a promessa de que o Estado será capaz de resgatar a dívida social torna-se agora uma absurda miragem, à luz das notícias de um endividamento público estratosférico e de governos sem rumo. No entanto, talvez o mais preocupante seja a percepção de que a periferia saiu do radar. É assunto latente, doloroso, do qual poucos falam. Embora a "ascensão" das classes C e D tenha sido bastante discutida nos últimos anos, o fato é que, mesmo com o eventual reaquecimento da economia, grande parte desse grupo continuará na periferia e de lá não sairá. As chances de mobilidade social ascendente seguirão limitadas enquanto as escolas forem de pior qualidade, o acesso ao mercado de trabalho continuar distante e precário e, principalmente, as diferentes esferas de poder continuarem a olhar para esses locais com um misto de medo, rejeição e desinteresse. Um contrassenso, dado que a periferia somos todos nós. HAROLDO DA GAMA TORRES é demógrafo e cofundador da Din4mo, consultoria especializada em negócios com impacto social | cotidiano | Haroldo da Gama Torres: A periferia ainda é aquelaRecentemente, tive a oportunidade de conhecer Pau de Lima, distrito distante da periferia de Salvador. Revi a mesma cor ocre dos casarios mal construídos, como que empilhados uns sobre os outros; a aflitiva ausência do verde; a topografia sinuosa, a sugerir que muitos ali vivem em locais de risco; as dezenas de fios cruzando-se perigosamente entre os poucos postes mal instalados; e o olhar curioso dos passantes para o carro estrangeiro, arremetendo ladeira acima. De novidade, observei poucas crianças e muitos idosos na rua. Percebi maior presença de veículos, como os absurdos mototáxis. Notei a infraestrutura mais organizada, com melhor arruamento e vielas calçadas. Surpreendi-me positivamente com o impressionante equipamento de saúde CCVP (Complexo Comunitário Vida Plena), uma unidade docente-assistencial mantida pela Sociedade Hólon em parceria com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Editoria de Arte/Folhapress E me agarrei ao sorriso franco das senhoras negras, que continuam achando a vida bela. Na Bahia, as pessoas conseguem rir com gosto, mesmo no sufoco. Entrevistamos a médica responsável pelo centro de saúde. Mulher notável, cumprindo com esperança a missão de ajudar a carregar este mundo nos ombros. Obrigado, dra. Eleonora. Sua narrativa sobre as condições sociais, porém, me pareceu trágica como sempre: adolescentes grávidas, tráfico de drogas, doenças infecciosas. Mas, à medida que o Brasil periférico avança, outras patologias emergem: obesidade, depressão, desemprego, juventude sem rumo. Saí de lá com a sensação que a periferia continua periferia, apesar da mudança experimentada pelo Brasil nas últimas décadas. A renda pode ter aumentado, as casas podem ter uma grande geladeira, mas a enorme desigualdade social ainda é exasperante. A sensação de violência parece maior. Muitas crianças de Pau de Lima, assim como de outros lugares do Brasil, não concluirão o ensino médio e não terão qualquer chance de obter um trabalho decente no século 21. O desemprego continuará galopante e sem solução. E a promessa de que o Estado será capaz de resgatar a dívida social torna-se agora uma absurda miragem, à luz das notícias de um endividamento público estratosférico e de governos sem rumo. No entanto, talvez o mais preocupante seja a percepção de que a periferia saiu do radar. É assunto latente, doloroso, do qual poucos falam. Embora a "ascensão" das classes C e D tenha sido bastante discutida nos últimos anos, o fato é que, mesmo com o eventual reaquecimento da economia, grande parte desse grupo continuará na periferia e de lá não sairá. As chances de mobilidade social ascendente seguirão limitadas enquanto as escolas forem de pior qualidade, o acesso ao mercado de trabalho continuar distante e precário e, principalmente, as diferentes esferas de poder continuarem a olhar para esses locais com um misto de medo, rejeição e desinteresse. Um contrassenso, dado que a periferia somos todos nós. HAROLDO DA GAMA TORRES é demógrafo e cofundador da Din4mo, consultoria especializada em negócios com impacto social | 5 |
Projeto de 'ilha' da prostituição causa polêmica em Roma | A decisão da prefeitura de Roma de criar um distrito "oficial" para a prostituição na capital italiana está causando uma grande polêmica em todo o país. O projeto será o primeiro do tipo na Itália. A administração municipal decidiu concentrar a prostituição de uma grande parte da cidade em uma área da zona sul da capital italiana em que a presença de meretrizes será oficialmente tolerada. A decisão do prefeito Ignazio Marino tem como objetivo evitar a presença de profissionais do sexo em bairros residenciais e no centro da cidade. A área escolhida é o bairro de Eur, ao sul do centro histórico da capital. Esse distrito "oficial" para o comércio de sexo seria vigiado pela polícia e por assistentes sociais para evitar abusos. Quando ele entrar em vigor, provavelmente no próximo mês de abril, a polícia poderá multar prostitutas que estiverem presentes fora da zona demarcada em até 500 euros (cerca de R$ 1,5 mil). O gabinete do prefeito reitera que a medida será tomada para evitar a prostituição descontrolada na cidade e poderá ter efeitos positivos para as próprias prostitutas, que teriam mais segurança. Se o projeto der certo, até três desses distritos poderão ser criados na cidade eterna. A iniciativa é inspirada em projetos semelhantes já existentes em outras cidades europeias, como por exemplo os "red light districts" de Amsterdã, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha. POLÊMICA A decisão da prefeitura está causando uma grande polêmica em toda a Itália, já que o projeto seria o primeiro do tipo no país. As críticas vêm principalmente do setores mais conservadores da sociedade italiana. Há quem veja na criação das chamadas "zone di toleranza" (zonas de tolerância) uma tentativa de oficializar a prostituição, que é ilegal na Itália. "É um grande erro. Desse jeito, a escravidão das mulheres será legitimada", disse o monsenhor Enrico Feroci, diretor da organização católica de assistência social Caritas. A Conferência Episcopal Italiana, órgão máximo da igreja católica no país, também condenou a idéia como sendo "hipócrita e de fundo ideológico". Segundo a organização, a medida não visa a melhora da situação das prostitutas, mas somente a "lavagem" das ruas de Roma. Os sindicatos italianos, por sua vez, apoiam fortemente a idéia. "Criar uma zona na cidade que garanta a segurança das mulheres e homens que trabalham ali é uma decisão justa", comentou Maria Gigliola Toniollo do sindicato Cgil. BILHÕES DE EUROS O governo estima que há 70 mil mulheres e homens que se prostituem na Itália. Cerca de 65% delas oferecem sexo nas ruas das cidades italianas e 35% em estabelecimentos, como bordéis. O "faturamento" do setor é estimado pelo instituto italiano de pesquisa Transcrime entre 2 e 5 bilhões de euros ao ano (R$ 6 bilhões e R$ 15 bilhões, respectivamente). Só em Roma, o total estimado de prostitutas que trabalham regularmente é de 2.500 nos meses de verão. No inverno esse número cai para cerca de 1.500. | bbc | Projeto de 'ilha' da prostituição causa polêmica em RomaA decisão da prefeitura de Roma de criar um distrito "oficial" para a prostituição na capital italiana está causando uma grande polêmica em todo o país. O projeto será o primeiro do tipo na Itália. A administração municipal decidiu concentrar a prostituição de uma grande parte da cidade em uma área da zona sul da capital italiana em que a presença de meretrizes será oficialmente tolerada. A decisão do prefeito Ignazio Marino tem como objetivo evitar a presença de profissionais do sexo em bairros residenciais e no centro da cidade. A área escolhida é o bairro de Eur, ao sul do centro histórico da capital. Esse distrito "oficial" para o comércio de sexo seria vigiado pela polícia e por assistentes sociais para evitar abusos. Quando ele entrar em vigor, provavelmente no próximo mês de abril, a polícia poderá multar prostitutas que estiverem presentes fora da zona demarcada em até 500 euros (cerca de R$ 1,5 mil). O gabinete do prefeito reitera que a medida será tomada para evitar a prostituição descontrolada na cidade e poderá ter efeitos positivos para as próprias prostitutas, que teriam mais segurança. Se o projeto der certo, até três desses distritos poderão ser criados na cidade eterna. A iniciativa é inspirada em projetos semelhantes já existentes em outras cidades europeias, como por exemplo os "red light districts" de Amsterdã, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha. POLÊMICA A decisão da prefeitura está causando uma grande polêmica em toda a Itália, já que o projeto seria o primeiro do tipo no país. As críticas vêm principalmente do setores mais conservadores da sociedade italiana. Há quem veja na criação das chamadas "zone di toleranza" (zonas de tolerância) uma tentativa de oficializar a prostituição, que é ilegal na Itália. "É um grande erro. Desse jeito, a escravidão das mulheres será legitimada", disse o monsenhor Enrico Feroci, diretor da organização católica de assistência social Caritas. A Conferência Episcopal Italiana, órgão máximo da igreja católica no país, também condenou a idéia como sendo "hipócrita e de fundo ideológico". Segundo a organização, a medida não visa a melhora da situação das prostitutas, mas somente a "lavagem" das ruas de Roma. Os sindicatos italianos, por sua vez, apoiam fortemente a idéia. "Criar uma zona na cidade que garanta a segurança das mulheres e homens que trabalham ali é uma decisão justa", comentou Maria Gigliola Toniollo do sindicato Cgil. BILHÕES DE EUROS O governo estima que há 70 mil mulheres e homens que se prostituem na Itália. Cerca de 65% delas oferecem sexo nas ruas das cidades italianas e 35% em estabelecimentos, como bordéis. O "faturamento" do setor é estimado pelo instituto italiano de pesquisa Transcrime entre 2 e 5 bilhões de euros ao ano (R$ 6 bilhões e R$ 15 bilhões, respectivamente). Só em Roma, o total estimado de prostitutas que trabalham regularmente é de 2.500 nos meses de verão. No inverno esse número cai para cerca de 1.500. | 18 |
Grupos educacionais se aproximam do mercado para conter resistência à EaD | Deixar de blindar carros para criar tecnologia mudou a vida do paulistano Washington Martins da Silva, 29. Sem tempo para estudar em sala de aula, optou pelo ensino a distância. Concluiu neste ano o curso de análise de sistemas no polo de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) na Unip (Universidade Paulista). Com o diploma sob o braço, ele diz ter passado por uma situação constrangedora numa entrevista de emprego. "A primeira pergunta que os recrutadores fizeram era se eu realmente tinha aprendido alguma coisa. Só acho que isso aconteceu porque eu era um ex-aluno EaD." Esse tipo de preconceito é comum, afirma Ricardo Haag, diretor da consultoria de recrutamento Page Personnel. "Há empresas que ainda veem o ensino a distância apenas para formações complementares, não para a primeira graduação." Para tentar mudar essa imagem, grupos de educação têm criado projetos para aproximar a modalidade do mercado de trabalho. Na Kroton, com 550 mil estudantes na área, um programa vai conectar formados a empresas em 2017. "Queremos saber quais são as necessidades das companhias, para adaptarmos os cursos", diz Roberto Valério, vice-presidente da EaD na instituição. A Unip (Universidade Paulista), com 160 mil na graduação virtual, faz ajuste nos currículos dos cursos em busca de maior sintonia com o mercado, afirma a vice-reitora Marília Lopez. "A revisão é sempre contínua." No grupo Estácio, com 164 mil alunos, a meta é intensificar a participação em feiras e eventos de RH. Em crescimento - Educação a distância cresce mais que a presencial na última década LONGE O problema fica mais distante de quem quer empreender ou já está empregado. O instrutor de mergulho Vicente Albanez, 56, encontrou no ensino a distância soluções para reabrir sua empresa. Em 2011, fincou parada em Caravelas, no litoral baiano, para trabalhar em alto mar e estudar logística. Depois, Albanez concluiu um MBA em gestão de pessoas, na mesma modalidade, para ampliar o público de sua empresa de mergulho. Cursar administração a distância também foi a saída para o pernambucano Luiz Carlos Rodrigues, 44. Com jornada de 12 horas como gerente de loja em Juazeiro (BA), não tinha tempo para a sala de aula. "Baixava as portas da loja e continuava lá estudando." Ainda no primeiro ano da faculdade, foi promovido a gerente regional da rede e passou a comandar 14 lojas. "Para quem foi alfabetizado aos 15 anos, é muito", diz. | educacao | Grupos educacionais se aproximam do mercado para conter resistência à EaDDeixar de blindar carros para criar tecnologia mudou a vida do paulistano Washington Martins da Silva, 29. Sem tempo para estudar em sala de aula, optou pelo ensino a distância. Concluiu neste ano o curso de análise de sistemas no polo de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) na Unip (Universidade Paulista). Com o diploma sob o braço, ele diz ter passado por uma situação constrangedora numa entrevista de emprego. "A primeira pergunta que os recrutadores fizeram era se eu realmente tinha aprendido alguma coisa. Só acho que isso aconteceu porque eu era um ex-aluno EaD." Esse tipo de preconceito é comum, afirma Ricardo Haag, diretor da consultoria de recrutamento Page Personnel. "Há empresas que ainda veem o ensino a distância apenas para formações complementares, não para a primeira graduação." Para tentar mudar essa imagem, grupos de educação têm criado projetos para aproximar a modalidade do mercado de trabalho. Na Kroton, com 550 mil estudantes na área, um programa vai conectar formados a empresas em 2017. "Queremos saber quais são as necessidades das companhias, para adaptarmos os cursos", diz Roberto Valério, vice-presidente da EaD na instituição. A Unip (Universidade Paulista), com 160 mil na graduação virtual, faz ajuste nos currículos dos cursos em busca de maior sintonia com o mercado, afirma a vice-reitora Marília Lopez. "A revisão é sempre contínua." No grupo Estácio, com 164 mil alunos, a meta é intensificar a participação em feiras e eventos de RH. Em crescimento - Educação a distância cresce mais que a presencial na última década LONGE O problema fica mais distante de quem quer empreender ou já está empregado. O instrutor de mergulho Vicente Albanez, 56, encontrou no ensino a distância soluções para reabrir sua empresa. Em 2011, fincou parada em Caravelas, no litoral baiano, para trabalhar em alto mar e estudar logística. Depois, Albanez concluiu um MBA em gestão de pessoas, na mesma modalidade, para ampliar o público de sua empresa de mergulho. Cursar administração a distância também foi a saída para o pernambucano Luiz Carlos Rodrigues, 44. Com jornada de 12 horas como gerente de loja em Juazeiro (BA), não tinha tempo para a sala de aula. "Baixava as portas da loja e continuava lá estudando." Ainda no primeiro ano da faculdade, foi promovido a gerente regional da rede e passou a comandar 14 lojas. "Para quem foi alfabetizado aos 15 anos, é muito", diz. | 12 |
Cristina diz que continuará militando na política após mandato | "Sinto que estamos cumprindo uma promessa. Em 25 de maio de 2003, um santacruzense [Néstor Kirchner] disse que construiria um país normal. Estamos estamos votando hoje em um país normal", respondeu a presidente Cristina Kirchner, despedindo-se dos jornalistas que a acompanhavam em Santa Cruz, província a 2.500 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Leia mais aqui | tv | Cristina diz que continuará militando na política após mandato"Sinto que estamos cumprindo uma promessa. Em 25 de maio de 2003, um santacruzense [Néstor Kirchner] disse que construiria um país normal. Estamos estamos votando hoje em um país normal", respondeu a presidente Cristina Kirchner, despedindo-se dos jornalistas que a acompanhavam em Santa Cruz, província a 2.500 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Leia mais aqui | 11 |
Engenheiros ficam sem emprego, mudam de área e vão até para o Uber | Recém-formada em engenharia civil, Ana Caroline Gomes, 23, decidiu continuar os estudos e fazer uma pós-graduação. O engenheiro mecânico Gutemberg Rios, 33, estuda migrar para o Canadá. "Aqui não tem muita perspectiva de melhora a curto prazo", afirma ele, demitido da empresa onde atuava no final de outubro. Rios faz parte da estatística de 496 demissões na carreira registradas no Distrito Federal no ano passado. Em 2014, já foi possível notar uma redução de vagas: diferentemente de anos anteriores, o saldo entre engenheiros admitidos e desligados naquele ano foi negativo. De acordo com estudo da Federação Nacional dos Engenheiros, foram, ao todo, pouco mais de 52 mil profissionais contratados e 55,1 mil demitidos. ESTRUTURA ABALADA - Engenheiros enfrentam corte de vagas GIGANTES SOB SUSPEITA A queda nas atividades da construção civil e a Operação Lava Jato, que investiga suspeitas de corrupção na Petrobras e já prendeu executivos das principais empreiteiras do país, são apontadas como principais fatores para a crise no setor de engenharia. E a expectativa dos profissionais para este ano não é animadora. "Para ter obra, precisa haver uma decisão de investimento. Seja do comércio, que vai fazer uma galeria de lojas, seja de alguém que vai reformar a residência. E quem é que está tomando a decisão de investir hoje?", questiona Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato da construção civil). Somente no ano passado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, o setor da construção civil fechou 416,9 mil vagas. Para Zaidan, o atual cenário gera um novo "desmonte" na carreira, que recentemente enfrentou carência de profissionais qualificados. A atual crise no setor de engenharia é comparada, por profissionais mais experientes, à chamada década perdida, nos anos 1980. Naquele período, diante de uma crise profunda na economia, os engenheiros começaram a migrar para funções em outras áreas. "A economia brasileira parece voo de galinha: uns anos são bons, o resto é ruim. Mas acho que este é o pior momento, porque não tem perspectiva de que vai melhorar", afirma Daniel Galano, 52. Formado em engenharia mecânica em 1987, ele foi demitido da empresa em que atuava em 2014 e, desde então, não conseguiu outro trabalho na área. Também graduado na década de 1980, Antônio Seirio, 55, aponta dificuldade em se fixar na carreira vinculada "diretamente à indústria", em que se especializou. "Se a economia não gira, não se contrata engenheiro", diz ele, com um MBA no currículo, feito a partir de programa do governo federal, o chamado Promimp (programa de incentivo à indústria). Nos últimos anos, Seirio ocupou funções técnicas em diferentes empresas e, desde novembro, trabalha como motorista do Uber, serviço de transporte particular. "Já vi situações difíceis, mas não como essa", resume Célia Almeida, 42. Demitida em outubro da empresa em que trabalhava como engenheira ambiental, hoje atua no mesmo local, mas por contrato. O trabalho em tempo integral, de 8,5 salários mínimos, foi reduzido para atividade parcial e 4 mínimos. Com quatro filhos, todos na universidade, recorreu ao seguro-desemprego. "Banhos quentes viraram mornos. O pacote de internet acabou, só eu tenho celular pós-pago agora. Estou segurando o dinheiro que ganho", afirma Almeida. MAIS FORMADOS Nos últimos anos, no entanto, houve aumento da procura pela profissão. FORMAÇÃO - Número de matrículas na graduação cresceu 85,1%* Entre as cinco áreas com mais demanda por profissionais (como engenharia civil e mecânica), o número de formandos cresceu 60,6% entre 2010 e 2013. "Precisamos de mais engenheiros", disse em 2013 Aloizio Mercadante, então ministro da Educação (ele voltou ao posto em 2015). Naquele ano, o número de calouros de engenharia superou, pela primeira vez, o de direito. A questão é que, agora, o cenário se inverteu e a recessão passou a exigir que os engenheiros busquem novas áreas de atuação profissional. INVESTIMENTO NO LIXO "Estamos jogando fora um investimento tremendo em recursos humanos. Cada um vai ter que se virar para determinado lado. O problema é que não tem emprego para lado nenhum", diz Zaidan. Essa foi a mesma conclusão a que chegou um engenheiro eletricista da OAS, onde trabalhou por pouco mais de três anos na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No auge das atividades, o projeto em que atuava chegou a reunir 12 mil operários. Quando foi demitido, em março do ano passado, eram 300. Desde então, não encontrou vaga em cargo semelhante ao que atuava. "Eu achava que ia conseguir achar, porque tinha um currículo bom, numa grande empresa do país, numa grande obra. Mandei currículos, me inscrevi em sites e não recebi nenhuma resposta de emprego associado à engenharia", diz ele, que prefere não ter o nome divulgado. Na visão do profissional, a Operação Lava Jato contribuiu para a redução das atividades da empreiteira, a segunda maior do país, que teve cinco executivos condenados pela Justiça Federal do Paraná por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. "Criou-se uma situação não só política -porque tinha gente da empresa sendo presa- mas financeira, porque os bancos começaram a parar de emprestar", diz. Hoje, atuando no setor de hotelaria, ele recebe um quarto do salário que tinha como engenheiro. | mercado | Engenheiros ficam sem emprego, mudam de área e vão até para o UberRecém-formada em engenharia civil, Ana Caroline Gomes, 23, decidiu continuar os estudos e fazer uma pós-graduação. O engenheiro mecânico Gutemberg Rios, 33, estuda migrar para o Canadá. "Aqui não tem muita perspectiva de melhora a curto prazo", afirma ele, demitido da empresa onde atuava no final de outubro. Rios faz parte da estatística de 496 demissões na carreira registradas no Distrito Federal no ano passado. Em 2014, já foi possível notar uma redução de vagas: diferentemente de anos anteriores, o saldo entre engenheiros admitidos e desligados naquele ano foi negativo. De acordo com estudo da Federação Nacional dos Engenheiros, foram, ao todo, pouco mais de 52 mil profissionais contratados e 55,1 mil demitidos. ESTRUTURA ABALADA - Engenheiros enfrentam corte de vagas GIGANTES SOB SUSPEITA A queda nas atividades da construção civil e a Operação Lava Jato, que investiga suspeitas de corrupção na Petrobras e já prendeu executivos das principais empreiteiras do país, são apontadas como principais fatores para a crise no setor de engenharia. E a expectativa dos profissionais para este ano não é animadora. "Para ter obra, precisa haver uma decisão de investimento. Seja do comércio, que vai fazer uma galeria de lojas, seja de alguém que vai reformar a residência. E quem é que está tomando a decisão de investir hoje?", questiona Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato da construção civil). Somente no ano passado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, o setor da construção civil fechou 416,9 mil vagas. Para Zaidan, o atual cenário gera um novo "desmonte" na carreira, que recentemente enfrentou carência de profissionais qualificados. A atual crise no setor de engenharia é comparada, por profissionais mais experientes, à chamada década perdida, nos anos 1980. Naquele período, diante de uma crise profunda na economia, os engenheiros começaram a migrar para funções em outras áreas. "A economia brasileira parece voo de galinha: uns anos são bons, o resto é ruim. Mas acho que este é o pior momento, porque não tem perspectiva de que vai melhorar", afirma Daniel Galano, 52. Formado em engenharia mecânica em 1987, ele foi demitido da empresa em que atuava em 2014 e, desde então, não conseguiu outro trabalho na área. Também graduado na década de 1980, Antônio Seirio, 55, aponta dificuldade em se fixar na carreira vinculada "diretamente à indústria", em que se especializou. "Se a economia não gira, não se contrata engenheiro", diz ele, com um MBA no currículo, feito a partir de programa do governo federal, o chamado Promimp (programa de incentivo à indústria). Nos últimos anos, Seirio ocupou funções técnicas em diferentes empresas e, desde novembro, trabalha como motorista do Uber, serviço de transporte particular. "Já vi situações difíceis, mas não como essa", resume Célia Almeida, 42. Demitida em outubro da empresa em que trabalhava como engenheira ambiental, hoje atua no mesmo local, mas por contrato. O trabalho em tempo integral, de 8,5 salários mínimos, foi reduzido para atividade parcial e 4 mínimos. Com quatro filhos, todos na universidade, recorreu ao seguro-desemprego. "Banhos quentes viraram mornos. O pacote de internet acabou, só eu tenho celular pós-pago agora. Estou segurando o dinheiro que ganho", afirma Almeida. MAIS FORMADOS Nos últimos anos, no entanto, houve aumento da procura pela profissão. FORMAÇÃO - Número de matrículas na graduação cresceu 85,1%* Entre as cinco áreas com mais demanda por profissionais (como engenharia civil e mecânica), o número de formandos cresceu 60,6% entre 2010 e 2013. "Precisamos de mais engenheiros", disse em 2013 Aloizio Mercadante, então ministro da Educação (ele voltou ao posto em 2015). Naquele ano, o número de calouros de engenharia superou, pela primeira vez, o de direito. A questão é que, agora, o cenário se inverteu e a recessão passou a exigir que os engenheiros busquem novas áreas de atuação profissional. INVESTIMENTO NO LIXO "Estamos jogando fora um investimento tremendo em recursos humanos. Cada um vai ter que se virar para determinado lado. O problema é que não tem emprego para lado nenhum", diz Zaidan. Essa foi a mesma conclusão a que chegou um engenheiro eletricista da OAS, onde trabalhou por pouco mais de três anos na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No auge das atividades, o projeto em que atuava chegou a reunir 12 mil operários. Quando foi demitido, em março do ano passado, eram 300. Desde então, não encontrou vaga em cargo semelhante ao que atuava. "Eu achava que ia conseguir achar, porque tinha um currículo bom, numa grande empresa do país, numa grande obra. Mandei currículos, me inscrevi em sites e não recebi nenhuma resposta de emprego associado à engenharia", diz ele, que prefere não ter o nome divulgado. Na visão do profissional, a Operação Lava Jato contribuiu para a redução das atividades da empreiteira, a segunda maior do país, que teve cinco executivos condenados pela Justiça Federal do Paraná por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. "Criou-se uma situação não só política -porque tinha gente da empresa sendo presa- mas financeira, porque os bancos começaram a parar de emprestar", diz. Hoje, atuando no setor de hotelaria, ele recebe um quarto do salário que tinha como engenheiro. | 2 |
Foi correta a decisão de conceder imunidade penal aos donos da empresa JBS? SIM | SEM BENEFÍCIOS, CRIMES FICARIAM IMPUNES Na técnica da argumentação, a inversão do foco de debate é um conhecido estratagema de retórica. Quando não se tem argumentos para enfrentar o mérito da discussão, procura-se fulanizar o diálogo para se esquivar do cerne da questão posta. Isso tem ocorrido no caso da colaboração premiada dos irmãos Batista. Em vez da indignação com os estarrecedores crimes revelados, o debate foi tergiversado para a insurgência contra os benefícios franqueados aos colaboradores, como se a propalada generosidade da sanção premial atenuasse a indisfarçável gravidade dos fatos trazidos à tona. Esse sofismático raciocínio tenta desviar o foco do ponto essencial, a reprovação dos crimes, para atacar os beneplácitos concedidos aos colaboradores. Invertamos esse entendimento: sem benefícios, não haveria colaboração; sem colaboração, os atos delituosos permaneceriam desconhecidos e, portanto, impunes. Revelar crimes em contrapartida a benefícios -eis a lógica do instituto da colaboração premiada, via de mão dupla, ainda pouco compreendida num sistema de tradição litigiosa, que, por muito tempo, manteve-se intransigente à justiça criminal negociada, à mercê da impunidade de crimes incógnitos. Tem-se alardeado que o acordo teria concedido "imunidade" aos irmãos Batista. Em absoluto! Imunidade tem o parlamentar na tribuna do Congresso, o advogado no exercício da profissão. No caso em análise, não há propriamente "imunidade", mas sim dois benefícios específicos da legislação de regência: 1) Quanto aos fatos não denunciados, foram impostas condições para isso. É o que, nos Estados Unidos, chamam de charge bargaining, instituto pelo qual se oferece uma denúncia mais branda ou até mesmo a extinção da ação. No Brasil, esse benefício encontra respaldo no artigo 4º da Lei nº 12.850/2013. 2) Quanto aos fatos já denunciados, foi clausulado o perdão judicial. Nesse caso, os eventuais processos em trâmite prosseguirão para, ao final, ser aplicado o perdão judicial na sentença. Longe de ser "imunidade", tal ato é uma causa extintiva da punibilidade, autorizada por lei (artigo 4º, caput, nº 12.850/2013), como benefício de acordo de colaboração. Com efeito, o instituto da colaboração premiada tem dupla natureza jurídica. Para as agências oficiais de persecução, constitui relevante "meio de prova". Para o imputado, trata-se de "meio de defesa", em busca de benefícios penais, calibrado conforme alguns critérios. Primeiro, a espontaneidade do colaborador, ao tomar a iniciativa de procurar as autoridades para revelar fatos que jamais seriam elucidados pelos meios convencionais de investigação; depois, o lastro de materialidade probatória apresentado; por fim, a proporcionalidade em relação à gravidade dos fatos revelados e à efetividade da colaboração. No caso em exame, todos esses critérios foram contemplados, o que acena à concessão de uma contrapartida premial significativa. O mais irônico de tudo é que as vozes que levantam a grita contra a suposta generosidade dos benefícios compõem o setor doutrinário que se autoproclama "garantista", em defesa de uma intervenção mínima do direito penal. De duas, uma: ou esse minimalismo penal é seletivo e serve apenas para atender às conveniências de momento ou simplesmente não existe. ADRIANO BRETAS é professor de direito processual penal na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e advogado criminal. Defende, entre outros, o ex-ministro Antonio Palocci na Lava Jato PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | Foi correta a decisão de conceder imunidade penal aos donos da empresa JBS? SIMSEM BENEFÍCIOS, CRIMES FICARIAM IMPUNES Na técnica da argumentação, a inversão do foco de debate é um conhecido estratagema de retórica. Quando não se tem argumentos para enfrentar o mérito da discussão, procura-se fulanizar o diálogo para se esquivar do cerne da questão posta. Isso tem ocorrido no caso da colaboração premiada dos irmãos Batista. Em vez da indignação com os estarrecedores crimes revelados, o debate foi tergiversado para a insurgência contra os benefícios franqueados aos colaboradores, como se a propalada generosidade da sanção premial atenuasse a indisfarçável gravidade dos fatos trazidos à tona. Esse sofismático raciocínio tenta desviar o foco do ponto essencial, a reprovação dos crimes, para atacar os beneplácitos concedidos aos colaboradores. Invertamos esse entendimento: sem benefícios, não haveria colaboração; sem colaboração, os atos delituosos permaneceriam desconhecidos e, portanto, impunes. Revelar crimes em contrapartida a benefícios -eis a lógica do instituto da colaboração premiada, via de mão dupla, ainda pouco compreendida num sistema de tradição litigiosa, que, por muito tempo, manteve-se intransigente à justiça criminal negociada, à mercê da impunidade de crimes incógnitos. Tem-se alardeado que o acordo teria concedido "imunidade" aos irmãos Batista. Em absoluto! Imunidade tem o parlamentar na tribuna do Congresso, o advogado no exercício da profissão. No caso em análise, não há propriamente "imunidade", mas sim dois benefícios específicos da legislação de regência: 1) Quanto aos fatos não denunciados, foram impostas condições para isso. É o que, nos Estados Unidos, chamam de charge bargaining, instituto pelo qual se oferece uma denúncia mais branda ou até mesmo a extinção da ação. No Brasil, esse benefício encontra respaldo no artigo 4º da Lei nº 12.850/2013. 2) Quanto aos fatos já denunciados, foi clausulado o perdão judicial. Nesse caso, os eventuais processos em trâmite prosseguirão para, ao final, ser aplicado o perdão judicial na sentença. Longe de ser "imunidade", tal ato é uma causa extintiva da punibilidade, autorizada por lei (artigo 4º, caput, nº 12.850/2013), como benefício de acordo de colaboração. Com efeito, o instituto da colaboração premiada tem dupla natureza jurídica. Para as agências oficiais de persecução, constitui relevante "meio de prova". Para o imputado, trata-se de "meio de defesa", em busca de benefícios penais, calibrado conforme alguns critérios. Primeiro, a espontaneidade do colaborador, ao tomar a iniciativa de procurar as autoridades para revelar fatos que jamais seriam elucidados pelos meios convencionais de investigação; depois, o lastro de materialidade probatória apresentado; por fim, a proporcionalidade em relação à gravidade dos fatos revelados e à efetividade da colaboração. No caso em exame, todos esses critérios foram contemplados, o que acena à concessão de uma contrapartida premial significativa. O mais irônico de tudo é que as vozes que levantam a grita contra a suposta generosidade dos benefícios compõem o setor doutrinário que se autoproclama "garantista", em defesa de uma intervenção mínima do direito penal. De duas, uma: ou esse minimalismo penal é seletivo e serve apenas para atender às conveniências de momento ou simplesmente não existe. ADRIANO BRETAS é professor de direito processual penal na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e advogado criminal. Defende, entre outros, o ex-ministro Antonio Palocci na Lava Jato PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 7 |
Laerte trata gênero como ideologia, mas é questão biológica, diz leitor | Não posso concordar com o cartum de Laerte. Ele trata o gênero humano como uma questão de ideologia, mas essa é uma questão puramente biológica. Brinquedinhos de cada sexo são produtos culturais, mas querer mudar séculos de comportamento humano só vai confundir ainda mais a cabeça das nossas crianças. Respeitar a minoria é uma coisa, mas ser submisso à ideologização dessa minoria é outra. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Laerte trata gênero como ideologia, mas é questão biológica, diz leitorNão posso concordar com o cartum de Laerte. Ele trata o gênero humano como uma questão de ideologia, mas essa é uma questão puramente biológica. Brinquedinhos de cada sexo são produtos culturais, mas querer mudar séculos de comportamento humano só vai confundir ainda mais a cabeça das nossas crianças. Respeitar a minoria é uma coisa, mas ser submisso à ideologização dessa minoria é outra. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 8 |
Novo filme de Walter Salles é um tributo ao cineasta chinês Jia Zhang-ke | O cineasta Jia Zhang-ke é um cronista das transformações da China pós-Mao Tsé-tung. Por suas lentes vagam mineradores, batedores de carteira, adolescentes desempregados e toda a sorte de párias perdidos entre a herança repressiva da Revolução Cultural e a draga voraz que é a potência asiática hoje. E é pelas lentes de Walter Salles, outro entusiasta de narrativas sobre gente despida de poder, que vaga o diretor chinês no filme "Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang", obra dirigida pelo brasileiro. No documentário, Salles se deixa conduzir por Zhang-ke: conhece atores, amigos de infância do diretor, vai à casa onde ele morou na poeirenta e empobrecida Fenyang, norte da China, e desvela histórias sobre privação e repressão nos país nos anos 1970 e 80. Aos poucos, o que se descortina é o drama social que o chinês exorcizou na forma de cinema. "Ninguém filmou os efeitos devastadores da globalização como ele, de forma tão aguda e, ao mesmo tempo, com tamanha delicadeza e afeto por seus personagens", diz Salles à Folha. "Seus personagens viviam no outro lado do mundo, mas suas angústias e desejos poucas vezes me pareceram tão próximas." O brasileiro intercala andanças junto a Zhang-ke com cenas de filmes como "Plataforma" (2000) e "Em Busca da Vida" (2006). Vasculha lugares em que foram rodados e acha ruínas: fábricas viram imóveis, prédios milenares são demolidos para saciar a megalomania chinesa. "Mas continuam a existir em seus filmes. O cinema cumpre ali uma de suas funções principais: registrar uma geografia física e humana que não mais será", afirma Salles. Fiando-se na memória, elemento central na obra do diretor chinês, Salles permite a Zhang-ke cavar lembranças do pai, que sofreu durante a Revolução Cultural e, mesmo depois dela, temeu pela repercussão dos longas dirigidos pelo filho: de fato, três deles foram proibidos, mas são vendidos em DVDs piratas. Jia Zhang-ke por Walter Salles Diretor de filmes sobre viagens que se revelam guinadas existenciais ("Terra Estrangeira", "Central do Brasil", "Diários de Motocicleta"), Walter Salles não vê semelhanças entre os seus personagens errantes e os de Zhang-ke, que também nutrem o desejo de vagar. "Nos filmes dele, não se movem porque querem, por razões existenciais, mas porque não têm alternativa", diz, sobre os personagens que se deslocam atrás de trabalho. Após o documentário, Walter Salles acena que deve rodar uma ficção em 2016, calcada em roteiro original, ao contrário de "Diários de Motocicleta" e "Na Estrada". "Senti forte desejo de voltar a desenvolver ideias originais. Esses roteiros estão ficando maduros", diz, sem detalhar mais o que pretende filmar. * JIA ZHANG-KE POR WALTER SALLES Três filmes do diretor chinês segundo o diretor brasileiro "'Um Toque de Pecado' mostra como, em diversos lugares da China, as pessoas deixam de se submeter a uma ordem que lhes parece cada vez mais injusta. A violência vira uma forma de expressão daqueles que não são ouvidos. Proibido na China e dirigido como um "wuxia", um filme de artes marciais, descreve situações que poderiam acontecer em outros países, como o Brasil. Melhor roteiro em Cannes, em 2013." (Exibido hoje no Espaço Itaú Augusta, r. Augusta, 1.475, às 17h30) "'Em busca da vida' acompanha a busca de dois personagens por seus familiares numa área em que cidades milenares são desmobilizadas para dar lugar à gigantesca barragem das Três Gargantas. Enquanto tentam resgatar uma parte de suas vidas, é o esfacelamento da memória de um país que é registrado pela câmera de Jia Zhang-ke. Leão de Ouro no Festival de Veneza, em 2006." "Em 'Plataforma', uma jovem trupe de teatro maoísta se desintegra à medida que o pais se converte a uma nova ordem econômica. Poucos cineastas falam tão bem do nosso tempo, da passagem da adolescência para a idade adulta, dos efeitos das mutações trazidas pela globalização quanto Jia Zhang-ke. Uma obra-prima sobre uma China em transe." * FOLHA FAZ SESSÃO GRÁTIS COM DEBATE "Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang" será exibido no Espaço Itaú-Augusta na quarta (2), às 20h. Após o filme, Walter Salles debate com Inácio Araújo, crítico da Folha, e com Renata Almeida, diretora da Mostra de São Paulo. Ingressos serão distribuídos a partir das 19h. | ilustrada | Novo filme de Walter Salles é um tributo ao cineasta chinês Jia Zhang-keO cineasta Jia Zhang-ke é um cronista das transformações da China pós-Mao Tsé-tung. Por suas lentes vagam mineradores, batedores de carteira, adolescentes desempregados e toda a sorte de párias perdidos entre a herança repressiva da Revolução Cultural e a draga voraz que é a potência asiática hoje. E é pelas lentes de Walter Salles, outro entusiasta de narrativas sobre gente despida de poder, que vaga o diretor chinês no filme "Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang", obra dirigida pelo brasileiro. No documentário, Salles se deixa conduzir por Zhang-ke: conhece atores, amigos de infância do diretor, vai à casa onde ele morou na poeirenta e empobrecida Fenyang, norte da China, e desvela histórias sobre privação e repressão nos país nos anos 1970 e 80. Aos poucos, o que se descortina é o drama social que o chinês exorcizou na forma de cinema. "Ninguém filmou os efeitos devastadores da globalização como ele, de forma tão aguda e, ao mesmo tempo, com tamanha delicadeza e afeto por seus personagens", diz Salles à Folha. "Seus personagens viviam no outro lado do mundo, mas suas angústias e desejos poucas vezes me pareceram tão próximas." O brasileiro intercala andanças junto a Zhang-ke com cenas de filmes como "Plataforma" (2000) e "Em Busca da Vida" (2006). Vasculha lugares em que foram rodados e acha ruínas: fábricas viram imóveis, prédios milenares são demolidos para saciar a megalomania chinesa. "Mas continuam a existir em seus filmes. O cinema cumpre ali uma de suas funções principais: registrar uma geografia física e humana que não mais será", afirma Salles. Fiando-se na memória, elemento central na obra do diretor chinês, Salles permite a Zhang-ke cavar lembranças do pai, que sofreu durante a Revolução Cultural e, mesmo depois dela, temeu pela repercussão dos longas dirigidos pelo filho: de fato, três deles foram proibidos, mas são vendidos em DVDs piratas. Jia Zhang-ke por Walter Salles Diretor de filmes sobre viagens que se revelam guinadas existenciais ("Terra Estrangeira", "Central do Brasil", "Diários de Motocicleta"), Walter Salles não vê semelhanças entre os seus personagens errantes e os de Zhang-ke, que também nutrem o desejo de vagar. "Nos filmes dele, não se movem porque querem, por razões existenciais, mas porque não têm alternativa", diz, sobre os personagens que se deslocam atrás de trabalho. Após o documentário, Walter Salles acena que deve rodar uma ficção em 2016, calcada em roteiro original, ao contrário de "Diários de Motocicleta" e "Na Estrada". "Senti forte desejo de voltar a desenvolver ideias originais. Esses roteiros estão ficando maduros", diz, sem detalhar mais o que pretende filmar. * JIA ZHANG-KE POR WALTER SALLES Três filmes do diretor chinês segundo o diretor brasileiro "'Um Toque de Pecado' mostra como, em diversos lugares da China, as pessoas deixam de se submeter a uma ordem que lhes parece cada vez mais injusta. A violência vira uma forma de expressão daqueles que não são ouvidos. Proibido na China e dirigido como um "wuxia", um filme de artes marciais, descreve situações que poderiam acontecer em outros países, como o Brasil. Melhor roteiro em Cannes, em 2013." (Exibido hoje no Espaço Itaú Augusta, r. Augusta, 1.475, às 17h30) "'Em busca da vida' acompanha a busca de dois personagens por seus familiares numa área em que cidades milenares são desmobilizadas para dar lugar à gigantesca barragem das Três Gargantas. Enquanto tentam resgatar uma parte de suas vidas, é o esfacelamento da memória de um país que é registrado pela câmera de Jia Zhang-ke. Leão de Ouro no Festival de Veneza, em 2006." "Em 'Plataforma', uma jovem trupe de teatro maoísta se desintegra à medida que o pais se converte a uma nova ordem econômica. Poucos cineastas falam tão bem do nosso tempo, da passagem da adolescência para a idade adulta, dos efeitos das mutações trazidas pela globalização quanto Jia Zhang-ke. Uma obra-prima sobre uma China em transe." * FOLHA FAZ SESSÃO GRÁTIS COM DEBATE "Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang" será exibido no Espaço Itaú-Augusta na quarta (2), às 20h. Após o filme, Walter Salles debate com Inácio Araújo, crítico da Folha, e com Renata Almeida, diretora da Mostra de São Paulo. Ingressos serão distribuídos a partir das 19h. | 6 |
PEC do teto para o sistema prisional | O Brasil não tem condições materiais de lidar com uma população carcerária de mais de 600 mil pessoas que não dá sinais de parar de crescer. Temos hoje deficit de mais de 250 mil vagas. Despesas de construção por vagas variam, mas o custo médio de vaga fica em torno de R$ 50 mil, ou seja, o Brasil precisaria de R$ 12,5 bilhões para zerar o deficit. Além disso, o custo mensal da manutenção de um preso, segundo o Ministério da Justiça, é de R$ 2.400. Ou seja, necessitamos de mais de R$ 17 bilhões para manter esses presos. Não há gestão penitenciária possível. E o custo para a sociedade é brutal, não só financeiro. O crescimento exponencial dessa população carcerária fez com que o Estado terceirizasse o controle dos presídios para organizações criminosas, transformando esses espaços em verdadeiros barris de pólvora. Os presídios não regeneram os presos, não oferecem à maioria deles oportunidade de trabalhar, não envolvem famílias e comunidades no processo (nos poucos casos onde isso acontece, os resultados positivos são impressionantes). Os presídios servem, sobretudo, para arregimentar criminosos e transformar pessoas que nunca cometeram crime violento em massa de manobra para organizações criminosas altamente violentas. Diversas pesquisas apontam que dois terços dos presos por tráfico de drogas são réus primários (portanto, nunca praticaram crime violento), estavam desarmados e não têm vínculos com facções criminosas. Essas pessoas são, muitas vezes, usuários de drogas, afetados por uma lei que não consegue diferenciar consumidores de traficantes. Manter essas pessoas presas é alimentar a cadeia produtiva do crime. O Brasil precisa, com urgência, aprender a discriminar quem de fato precisa ser preso, pois coloca em risco a sociedade, daqueles que podem ser punidos fora da prisão. Estudos internacionais comprovam que penas alternativas são muito mais eficientes para determinado tipo de criminoso. São mais baratas e, sobretudo, geram muito menos reincidência do que a prisão. Ou seja, insistir na política de encarceramento indiscriminado, como fazemos hoje, é investir no crescimento da criminalidade. Para reduzir a tentação de continuar armazenando presos em um sistema superlotado, o Brasil deveria estabelecer um teto máximo de presos. Este teto deveria ser compatível com o número de vagas. Temos atualmente 372 mil vagas no sistema carcerário. Mesmo considerando algum investimento para aumentar o número de vagas, poderíamos criar um grande pacto nacional para diminuir o número de presos de mais de 622,2 mil para não mais de 400 mil. A lógica não seria muito distinta da PEC do teto aprovada recentemente pelo Congresso. Ao se estabelecer um teto para o número máximo de presos, o sistema de justiça criminal teria que selecionar melhor quem prender, se aqueles que cometeram crimes violentos ou aqueles que poderiam fazer jus a penas alternativas. A medida não seria completamente inovadora no plano internacional. Nos EUA, país líder absoluto em número de presos, mesmo com orçamento público muito maior do que o brasileiro, republicanos e democratas se deram conta de que o encarceramento em massa é pouco produtivo para combater o crime e pode ser um desastre financeiro. A Suprema Corte americana decidiu o caso Brown vs. Plata estabelecendo um teto máximo de presos para o sistema penitenciário da Califórnia, determinando a soltura de presos que excedessem este limite. O estabelecimento de um teto máximo para o sistema penitenciário é uma medida ousada. Como foi ousado o teto de gastos públicos. A diferença é que o teto de gastos públicos implicará na dura decisão de cortar direitos de pessoas menos favorecidas. Um teto para o sistema penitenciário pode obrigar nosso sistema de justiça criminal a focar seus esforços em diminuir a violência no Brasil em vez de contribuir para sua perpetuação. PEDRO ABRAMOVAY, diretor da Open Society Foundations para América Latina, foi secretário nacional de Justiça em 2010 (governo Lula) OSCAR VILHENA, professor de direito constitucional da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, é colunista da Folha e presidente do conselho da Conectas Direitos Humanos PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | PEC do teto para o sistema prisionalO Brasil não tem condições materiais de lidar com uma população carcerária de mais de 600 mil pessoas que não dá sinais de parar de crescer. Temos hoje deficit de mais de 250 mil vagas. Despesas de construção por vagas variam, mas o custo médio de vaga fica em torno de R$ 50 mil, ou seja, o Brasil precisaria de R$ 12,5 bilhões para zerar o deficit. Além disso, o custo mensal da manutenção de um preso, segundo o Ministério da Justiça, é de R$ 2.400. Ou seja, necessitamos de mais de R$ 17 bilhões para manter esses presos. Não há gestão penitenciária possível. E o custo para a sociedade é brutal, não só financeiro. O crescimento exponencial dessa população carcerária fez com que o Estado terceirizasse o controle dos presídios para organizações criminosas, transformando esses espaços em verdadeiros barris de pólvora. Os presídios não regeneram os presos, não oferecem à maioria deles oportunidade de trabalhar, não envolvem famílias e comunidades no processo (nos poucos casos onde isso acontece, os resultados positivos são impressionantes). Os presídios servem, sobretudo, para arregimentar criminosos e transformar pessoas que nunca cometeram crime violento em massa de manobra para organizações criminosas altamente violentas. Diversas pesquisas apontam que dois terços dos presos por tráfico de drogas são réus primários (portanto, nunca praticaram crime violento), estavam desarmados e não têm vínculos com facções criminosas. Essas pessoas são, muitas vezes, usuários de drogas, afetados por uma lei que não consegue diferenciar consumidores de traficantes. Manter essas pessoas presas é alimentar a cadeia produtiva do crime. O Brasil precisa, com urgência, aprender a discriminar quem de fato precisa ser preso, pois coloca em risco a sociedade, daqueles que podem ser punidos fora da prisão. Estudos internacionais comprovam que penas alternativas são muito mais eficientes para determinado tipo de criminoso. São mais baratas e, sobretudo, geram muito menos reincidência do que a prisão. Ou seja, insistir na política de encarceramento indiscriminado, como fazemos hoje, é investir no crescimento da criminalidade. Para reduzir a tentação de continuar armazenando presos em um sistema superlotado, o Brasil deveria estabelecer um teto máximo de presos. Este teto deveria ser compatível com o número de vagas. Temos atualmente 372 mil vagas no sistema carcerário. Mesmo considerando algum investimento para aumentar o número de vagas, poderíamos criar um grande pacto nacional para diminuir o número de presos de mais de 622,2 mil para não mais de 400 mil. A lógica não seria muito distinta da PEC do teto aprovada recentemente pelo Congresso. Ao se estabelecer um teto para o número máximo de presos, o sistema de justiça criminal teria que selecionar melhor quem prender, se aqueles que cometeram crimes violentos ou aqueles que poderiam fazer jus a penas alternativas. A medida não seria completamente inovadora no plano internacional. Nos EUA, país líder absoluto em número de presos, mesmo com orçamento público muito maior do que o brasileiro, republicanos e democratas se deram conta de que o encarceramento em massa é pouco produtivo para combater o crime e pode ser um desastre financeiro. A Suprema Corte americana decidiu o caso Brown vs. Plata estabelecendo um teto máximo de presos para o sistema penitenciário da Califórnia, determinando a soltura de presos que excedessem este limite. O estabelecimento de um teto máximo para o sistema penitenciário é uma medida ousada. Como foi ousado o teto de gastos públicos. A diferença é que o teto de gastos públicos implicará na dura decisão de cortar direitos de pessoas menos favorecidas. Um teto para o sistema penitenciário pode obrigar nosso sistema de justiça criminal a focar seus esforços em diminuir a violência no Brasil em vez de contribuir para sua perpetuação. PEDRO ABRAMOVAY, diretor da Open Society Foundations para América Latina, foi secretário nacional de Justiça em 2010 (governo Lula) OSCAR VILHENA, professor de direito constitucional da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, é colunista da Folha e presidente do conselho da Conectas Direitos Humanos PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 7 |
Dívida da Grécia não será perdoada, diz Merkel | A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assegurou nesta terça-feira (7) que não haverá um perdão da dívida grega, embora tenha se mostrado aberta a tratar mais adiante a sustentabilidade do débito se a Grécia cumprir suas obrigações. "Um perdão da dívida não vai acontecer. Isso é um programa de resgate da zona do euro e não está permitido", declarou a chanceler ao término do Conselho Europeu extraordinário que ocorreu nesta terça (7), em Bruxelas. "Se for necessário, estamos dispostos, depois que a Grécia tiver cumprido suas obrigações, a falar sobre a questão da sustentabilidade", acrescentou. REUNIÃO FRUSTRADA O novo ministro grego das finanças, Euclides Tsakalotos, frustrou os credores ao comparecer à reunião de emergência do Eurogrupo nesta terça (7) sem uma proposta para retomar as negociações interrompidas no último dia 27. Na segunda-feira (6), o premiê grego Alexis Tsipras ligou para Merkel, afirmando que a proposta seria apresentada nesta terça. A apresentação de propostas foi adiada para esta quarta (8). Fontes do Executivo de Atenas assinalaram que esta proposta levará em conta "o resultado do plebiscito de domingo (5), as posições comuns dos líderes políticos e as propostas das instituições —a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)". A reunião desta terça do Eurogrupo foi convocada após o resultado do plebiscito no fim de semana, no qual 61% dos gregos disseram "não" a uma proposta de austeridade fiscal que incluía aumento de impostos e reforma da Previdência. Essa proposta já não está mais na mesa, e diversos líderes europeus deixaram claro que a bola agora está no campo da Grécia. "Não se trata mais de uma questão de semanas, mas de uma questão de dias", afirmou cobrando urgência a chanceler alemã, Angela Merkel, na chegada à reunião. OXI x NAI: O PLEBISCITO: Em um resultado surpreendente, o voto pelo "não" venceu o plebiscito na Grécia no domingo (5), rejeitando a proposta de socorro financeiro dos credores internacionais. Foram 61,31% pelo "não" e 38,69% pelo "sim". O placar amplo contrariou todas as pesquisas, inclusive as realizadas neste domingo e divulgadas após o fechamento das urnas que previam uma vitória apertada do "não". Com isso, os gregos rejeitaram a proposta de socorro internacional feito pelos credores, no caso, FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e o bloco europeu. Logo após os primeiros números serem divulgados, simpatizantes do Syriza, partido de esquerda do primeiro-ministro Alexis Tsipras, começaram a celebrar o resultado na praça Syntagma, no centro de Atenas. Entenda a crise grega A vitória do "não" representa um fortalecimento de Tsipras no seu país, já que ele convocou o plebiscito no último dia 27 depois do fracasso nas negociações em Bruxelas. Neste domingo, ele afirmou que "ninguém pode ignorar a vontade do povo", e voltou a dizer que a consulta era uma vitória contra a "chantagem". Ao mesmo tempo, no entanto, o resultado pode aumentar a pressão para a Grécia deixar a zona do euro, principalmente se não chegar a algum tipo de acordo com o bloco nos próximos dias. Tsipras tem dito que a Grécia não deixará a moeda única e que pretende retomar as negociações nesta segunda-feira (6) em busca de uma solução para o país. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou neste domingo acreditar na possibilidade de um consenso em 24 horas. A questão é como os líderes europeus vão reagir: se pretendem sentar à mesa novamente com a Grécia ou, diante do recado do povo grego, romper definitivamente as relações. A chanceler alemã, Angela Merkel, tem um encontro marcado com o presidente francês, François Hollande, nesta segunda-feira (6) em Paris. O principal drama dos gregos no curto prazo é o risco de colapso bancário a partir de terça-feira (7), quando as agências do país reabririam depois de uma semana de fechamento e controle de capital. O governo precisa de um novo socorro emergencial do BCE (Banco Central Europeu) para sua liquidez bancária, caso contrário, sem moeda no caixa, corre sério risco de ser forçado a emitir nova moeda em breve, conforme alertaram autoridades europeias nos últimos dias. OPOSIÇÃO O resultado do plebiscito fez com que o ex-premiê grego Antonis Samaras anunciasse sua renúncia como líder do partido de oposição Nova Democracia depois da sonora vitória do "não". "Nosso partido precisa de um novo começo. A partir de hoje, estou renunciando da liderança do Nova Democracia", disse Samaras em comunicado transmitido pela televisão. | mercado | Dívida da Grécia não será perdoada, diz MerkelA chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assegurou nesta terça-feira (7) que não haverá um perdão da dívida grega, embora tenha se mostrado aberta a tratar mais adiante a sustentabilidade do débito se a Grécia cumprir suas obrigações. "Um perdão da dívida não vai acontecer. Isso é um programa de resgate da zona do euro e não está permitido", declarou a chanceler ao término do Conselho Europeu extraordinário que ocorreu nesta terça (7), em Bruxelas. "Se for necessário, estamos dispostos, depois que a Grécia tiver cumprido suas obrigações, a falar sobre a questão da sustentabilidade", acrescentou. REUNIÃO FRUSTRADA O novo ministro grego das finanças, Euclides Tsakalotos, frustrou os credores ao comparecer à reunião de emergência do Eurogrupo nesta terça (7) sem uma proposta para retomar as negociações interrompidas no último dia 27. Na segunda-feira (6), o premiê grego Alexis Tsipras ligou para Merkel, afirmando que a proposta seria apresentada nesta terça. A apresentação de propostas foi adiada para esta quarta (8). Fontes do Executivo de Atenas assinalaram que esta proposta levará em conta "o resultado do plebiscito de domingo (5), as posições comuns dos líderes políticos e as propostas das instituições —a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)". A reunião desta terça do Eurogrupo foi convocada após o resultado do plebiscito no fim de semana, no qual 61% dos gregos disseram "não" a uma proposta de austeridade fiscal que incluía aumento de impostos e reforma da Previdência. Essa proposta já não está mais na mesa, e diversos líderes europeus deixaram claro que a bola agora está no campo da Grécia. "Não se trata mais de uma questão de semanas, mas de uma questão de dias", afirmou cobrando urgência a chanceler alemã, Angela Merkel, na chegada à reunião. OXI x NAI: O PLEBISCITO: Em um resultado surpreendente, o voto pelo "não" venceu o plebiscito na Grécia no domingo (5), rejeitando a proposta de socorro financeiro dos credores internacionais. Foram 61,31% pelo "não" e 38,69% pelo "sim". O placar amplo contrariou todas as pesquisas, inclusive as realizadas neste domingo e divulgadas após o fechamento das urnas que previam uma vitória apertada do "não". Com isso, os gregos rejeitaram a proposta de socorro internacional feito pelos credores, no caso, FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e o bloco europeu. Logo após os primeiros números serem divulgados, simpatizantes do Syriza, partido de esquerda do primeiro-ministro Alexis Tsipras, começaram a celebrar o resultado na praça Syntagma, no centro de Atenas. Entenda a crise grega A vitória do "não" representa um fortalecimento de Tsipras no seu país, já que ele convocou o plebiscito no último dia 27 depois do fracasso nas negociações em Bruxelas. Neste domingo, ele afirmou que "ninguém pode ignorar a vontade do povo", e voltou a dizer que a consulta era uma vitória contra a "chantagem". Ao mesmo tempo, no entanto, o resultado pode aumentar a pressão para a Grécia deixar a zona do euro, principalmente se não chegar a algum tipo de acordo com o bloco nos próximos dias. Tsipras tem dito que a Grécia não deixará a moeda única e que pretende retomar as negociações nesta segunda-feira (6) em busca de uma solução para o país. O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou neste domingo acreditar na possibilidade de um consenso em 24 horas. A questão é como os líderes europeus vão reagir: se pretendem sentar à mesa novamente com a Grécia ou, diante do recado do povo grego, romper definitivamente as relações. A chanceler alemã, Angela Merkel, tem um encontro marcado com o presidente francês, François Hollande, nesta segunda-feira (6) em Paris. O principal drama dos gregos no curto prazo é o risco de colapso bancário a partir de terça-feira (7), quando as agências do país reabririam depois de uma semana de fechamento e controle de capital. O governo precisa de um novo socorro emergencial do BCE (Banco Central Europeu) para sua liquidez bancária, caso contrário, sem moeda no caixa, corre sério risco de ser forçado a emitir nova moeda em breve, conforme alertaram autoridades europeias nos últimos dias. OPOSIÇÃO O resultado do plebiscito fez com que o ex-premiê grego Antonis Samaras anunciasse sua renúncia como líder do partido de oposição Nova Democracia depois da sonora vitória do "não". "Nosso partido precisa de um novo começo. A partir de hoje, estou renunciando da liderança do Nova Democracia", disse Samaras em comunicado transmitido pela televisão. | 2 |
Reunificação da Coreia teria custo muito mais alto do que o da Alemanha | O grande problema para saber se a Coreia está prestes a explodir é avaliar quais palavras levar a sério e quais ignorar. Há anos os líderes da única dinastia familiar comunista do mundo vêm ameaçando afogar a Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão em um mar de fogo. Presidentes americanos passados fizeram pouco-caso dessas ameaças e trabalharam nos bastidores com a China e a Coreia do Sul para encontrar maneiras seguras de endurecer a pressão sobre o regime. Mas as coisas mudaram, e é hora agora de o mundo prestar mais atenção. Há duas mudanças importantes. Em primeiro lugar, o presidente americano Donald Trump se mostra menos disposto que seus predecessores a lidar com as coisas discretamente. Em vez disso, Trump se aproximou da Coreia do Norte com navios de guerra e ameaçou "resolver" a questão do país, com ou sem a ajuda da China. Ele também disse que estaria disposto a se reunir com Kim Jong-un. Dependendo do que acontecesse nesse encontro hipotético, aumentaria a probabilidade ou de um acordo negociado ou de uma guerra. A segunda diferença é muito mais importante. Para sermos justos com Trump, uma reação mais assertiva se justifica, porque imagens de satélite nos revelam que a RDPC avançou substancialmente nos últimos anos na construção de um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar os EUA continental -e na miniaturização de uma ogiva nuclear que o míssil poderia carregar. É por isso que o ex-presidente Obama avisou Trump que a Coreia do Norte provavelmente seria seu maior desafio de política externa. Negociar com um ditador absoluto errático é uma coisa; é outra coisa inteiramente quando o ditador em questão pode testar nossos sistemas de defesa, enviando um míssil com ogiva nuclear em direção a algumas de nossas maiores cidades. A destruição mutuamente assegurada seria capaz de deter Kim Jong-un? Não há como saber ao certo antes do momento sem retorno. As opções abertas a Trump não são melhores que as de Obama. Sanções não vão fazer Pyongyang mudar de ideia, porque a liderança não paga nenhum preço político pelo sofrimento imposto à população norte-coreana e porque sanções ajudam o governo de Kim convencer o povo que o mundo externo quer destruí-lo. A China, temerosa de que uma crise norte-coreana leve uma enxurrada de refugiados doentes e famintos a atravessar sua fronteira, dificilmente vai ajudar muito. Isto dito, não faltam pessoas calmas e controladas em volta do presidente Trump que vão deixar claro que ele não pode se dar ao luxo de lançar um ataque de surpresa e risco altíssimo, a não ser que e enquanto não ficar claro que todas as alternativas potenciais foram esgotadas. Os avisos dramáticos lançados pelo presidente ainda se dirigem principalmente à China, na esperança de que o presidente Xi Jinping intensifique drasticamente a pressão sobre Pyongyang. Trump também quer deixar claro aos aliados Coreia do Sul e Japão que ele compreende a gravidade da ameaça crescente -se bem que seus comentários recentes sobre a necessidade de a Coreia do Sul pagar por uma parte maior de sua defesa e renegociar seu acordo comercial com os EUA não vão ajudar. É possível que Trump também espere que seu discurso intransigente semeie dúvidas, possivelmente dissensão, no interior da liderança norte-coreana. Por enquanto, porém, a tecnologia de mísseis da RDPC ainda não chegou à zona de perigo, e Trump não está prestes a iniciar uma guerra. No entanto, tirando um conflito aberto, existe outro risco importante a considerar. Imagine o melhor cenário possível. Um golpe na Coreia do Norte leva a uma mudança de regime pacífica. A China intervém para assegurar o controle das armas e dos materiais nucleares, e Pequim acorda um plano para reunificar as Coreias do Norte e do Sul. O colapso norte-coreano deixaria mais de 25 milhões de pessoas sem país. Há também a questão de quem pagaria para reunificar as Coreias. As evidências sugerem que a reunificação da Coreia teria um custo muito mais alto que o da Alemanha. Quando o Muro de Berlim caiu, em 1989, a população da Alemanha oriental era um quarto da população da Alemanha ocidental, e sua renda per capita chegava a mais ou menos um terço da alemã ocidental. Apesar de separadas pela Cortina de Ferro, os laços comerciais entre as duas Alemanhas eram bem desenvolvidos. Já a população da Coreia do Norte é mais da metade da população sul-coreana, mas sua renda per capita chega a menos de 5% da sul-coreana. Os dois países praticamente não têm relações comerciais. Para criar qualquer coisa que chegue perto de uma paridade de prosperidade, a Coreia reunificada precisará de dezenas de bilhões de dólares por ano investidos em infraestrutura, educação e agricultura ao longo de várias décadas. E quão difícil será para milhões de norte-coreanos profundamente desorientados, arrancados dos botes salva-vidas de seu país isolado, encontrar trabalho em uma das economias e sociedades mais tecnologicamente avançadas do mundo? O que acontecerá com essas pessoas se não conseguirem encontrar trabalho? O mundo precisará de respostas a essas perguntas antes do momento em que Kim Jong-un tenha condições de lançar um ataque nuclear contra os EUA continental. Esse dia já está muito mais próximo do que qualquer pessoa fora da Coreia do Norte desejaria. Ian Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "Superpower: Three Choices for America's Role in the World". Tradução de Clara Allain | colunas | Reunificação da Coreia teria custo muito mais alto do que o da AlemanhaO grande problema para saber se a Coreia está prestes a explodir é avaliar quais palavras levar a sério e quais ignorar. Há anos os líderes da única dinastia familiar comunista do mundo vêm ameaçando afogar a Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão em um mar de fogo. Presidentes americanos passados fizeram pouco-caso dessas ameaças e trabalharam nos bastidores com a China e a Coreia do Sul para encontrar maneiras seguras de endurecer a pressão sobre o regime. Mas as coisas mudaram, e é hora agora de o mundo prestar mais atenção. Há duas mudanças importantes. Em primeiro lugar, o presidente americano Donald Trump se mostra menos disposto que seus predecessores a lidar com as coisas discretamente. Em vez disso, Trump se aproximou da Coreia do Norte com navios de guerra e ameaçou "resolver" a questão do país, com ou sem a ajuda da China. Ele também disse que estaria disposto a se reunir com Kim Jong-un. Dependendo do que acontecesse nesse encontro hipotético, aumentaria a probabilidade ou de um acordo negociado ou de uma guerra. A segunda diferença é muito mais importante. Para sermos justos com Trump, uma reação mais assertiva se justifica, porque imagens de satélite nos revelam que a RDPC avançou substancialmente nos últimos anos na construção de um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar os EUA continental -e na miniaturização de uma ogiva nuclear que o míssil poderia carregar. É por isso que o ex-presidente Obama avisou Trump que a Coreia do Norte provavelmente seria seu maior desafio de política externa. Negociar com um ditador absoluto errático é uma coisa; é outra coisa inteiramente quando o ditador em questão pode testar nossos sistemas de defesa, enviando um míssil com ogiva nuclear em direção a algumas de nossas maiores cidades. A destruição mutuamente assegurada seria capaz de deter Kim Jong-un? Não há como saber ao certo antes do momento sem retorno. As opções abertas a Trump não são melhores que as de Obama. Sanções não vão fazer Pyongyang mudar de ideia, porque a liderança não paga nenhum preço político pelo sofrimento imposto à população norte-coreana e porque sanções ajudam o governo de Kim convencer o povo que o mundo externo quer destruí-lo. A China, temerosa de que uma crise norte-coreana leve uma enxurrada de refugiados doentes e famintos a atravessar sua fronteira, dificilmente vai ajudar muito. Isto dito, não faltam pessoas calmas e controladas em volta do presidente Trump que vão deixar claro que ele não pode se dar ao luxo de lançar um ataque de surpresa e risco altíssimo, a não ser que e enquanto não ficar claro que todas as alternativas potenciais foram esgotadas. Os avisos dramáticos lançados pelo presidente ainda se dirigem principalmente à China, na esperança de que o presidente Xi Jinping intensifique drasticamente a pressão sobre Pyongyang. Trump também quer deixar claro aos aliados Coreia do Sul e Japão que ele compreende a gravidade da ameaça crescente -se bem que seus comentários recentes sobre a necessidade de a Coreia do Sul pagar por uma parte maior de sua defesa e renegociar seu acordo comercial com os EUA não vão ajudar. É possível que Trump também espere que seu discurso intransigente semeie dúvidas, possivelmente dissensão, no interior da liderança norte-coreana. Por enquanto, porém, a tecnologia de mísseis da RDPC ainda não chegou à zona de perigo, e Trump não está prestes a iniciar uma guerra. No entanto, tirando um conflito aberto, existe outro risco importante a considerar. Imagine o melhor cenário possível. Um golpe na Coreia do Norte leva a uma mudança de regime pacífica. A China intervém para assegurar o controle das armas e dos materiais nucleares, e Pequim acorda um plano para reunificar as Coreias do Norte e do Sul. O colapso norte-coreano deixaria mais de 25 milhões de pessoas sem país. Há também a questão de quem pagaria para reunificar as Coreias. As evidências sugerem que a reunificação da Coreia teria um custo muito mais alto que o da Alemanha. Quando o Muro de Berlim caiu, em 1989, a população da Alemanha oriental era um quarto da população da Alemanha ocidental, e sua renda per capita chegava a mais ou menos um terço da alemã ocidental. Apesar de separadas pela Cortina de Ferro, os laços comerciais entre as duas Alemanhas eram bem desenvolvidos. Já a população da Coreia do Norte é mais da metade da população sul-coreana, mas sua renda per capita chega a menos de 5% da sul-coreana. Os dois países praticamente não têm relações comerciais. Para criar qualquer coisa que chegue perto de uma paridade de prosperidade, a Coreia reunificada precisará de dezenas de bilhões de dólares por ano investidos em infraestrutura, educação e agricultura ao longo de várias décadas. E quão difícil será para milhões de norte-coreanos profundamente desorientados, arrancados dos botes salva-vidas de seu país isolado, encontrar trabalho em uma das economias e sociedades mais tecnologicamente avançadas do mundo? O que acontecerá com essas pessoas se não conseguirem encontrar trabalho? O mundo precisará de respostas a essas perguntas antes do momento em que Kim Jong-un tenha condições de lançar um ataque nuclear contra os EUA continental. Esse dia já está muito mais próximo do que qualquer pessoa fora da Coreia do Norte desejaria. Ian Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "Superpower: Three Choices for America's Role in the World". Tradução de Clara Allain | 1 |
Morre fundador da igreja pentecostal Deus É Amor | Morreu no final da noite deste sábado (21), aos 79 anos, o missionário David Martins Miranda, fundador da Igreja Pentecostal Deus É Amor. A Deus É Amor foi fundada em junho de 1962 e hoje tem aproximadamente 22 mil templos espalhados pelo Brasil e em outros 136 países. Em janeiro de 2004, a igreja chamou a atenção por causa da inauguração do gigantesco Templo da Glória de Deus, na avenida do Estado, na região central de São Paulo, com capacidade para 60 mil pessoas. Uma das filhas do missionário, Débora Miranda, diretora da igreja, lamentou a morte do pai em uma postagem em uma rede social. "Um homem guerreiro, lutador, foi recolhido ao paraíso de Deus. Descansa no Senhor. Meu paizinho, te amarei para sempre", escreveu. Centenas de frequentadores da igreja também usaram as redes sociais durante a madrugada para lamentar a morte de David. Segundo nota da igreja, Miranda "aceitou Jesus em 1958" e, dali em diante, dedicou-se diariamente à religião. Ainda segundo o site, a igreja Deus É Amor foi fundada com três integrantes –Miranda, sua mãe e sua irmã– a partir de uma mensagem divina que o missionário teria recebido. "Aquela que foi a menor igreja do mundo, virou uma das maiores do mundo", disse Miranda, na ocasião da inauguração do grande templo. Segundo estudiosos, a igreja está entre as cinco maiores pentecostais do país e vive um momento de expansão. O missionário deixa a mulher, Ereni Miranda, quatro filhos, David, Débora, Leia e Daniel, e netos. Ele sofreu um infarto por volta das 23h45 de sábado. A informação foi divulgada oficialmente pela rede de rádios mantida pela igreja. Seu corpo está sendo velado desde as 8h deste domingo (22) no templo localizado na avenida do Estado. O velório deve se estender até terça-feira (24), segundo nota da igreja no Facebook. O local do enterro não foi divulgado. | cotidiano | Morre fundador da igreja pentecostal Deus É AmorMorreu no final da noite deste sábado (21), aos 79 anos, o missionário David Martins Miranda, fundador da Igreja Pentecostal Deus É Amor. A Deus É Amor foi fundada em junho de 1962 e hoje tem aproximadamente 22 mil templos espalhados pelo Brasil e em outros 136 países. Em janeiro de 2004, a igreja chamou a atenção por causa da inauguração do gigantesco Templo da Glória de Deus, na avenida do Estado, na região central de São Paulo, com capacidade para 60 mil pessoas. Uma das filhas do missionário, Débora Miranda, diretora da igreja, lamentou a morte do pai em uma postagem em uma rede social. "Um homem guerreiro, lutador, foi recolhido ao paraíso de Deus. Descansa no Senhor. Meu paizinho, te amarei para sempre", escreveu. Centenas de frequentadores da igreja também usaram as redes sociais durante a madrugada para lamentar a morte de David. Segundo nota da igreja, Miranda "aceitou Jesus em 1958" e, dali em diante, dedicou-se diariamente à religião. Ainda segundo o site, a igreja Deus É Amor foi fundada com três integrantes –Miranda, sua mãe e sua irmã– a partir de uma mensagem divina que o missionário teria recebido. "Aquela que foi a menor igreja do mundo, virou uma das maiores do mundo", disse Miranda, na ocasião da inauguração do grande templo. Segundo estudiosos, a igreja está entre as cinco maiores pentecostais do país e vive um momento de expansão. O missionário deixa a mulher, Ereni Miranda, quatro filhos, David, Débora, Leia e Daniel, e netos. Ele sofreu um infarto por volta das 23h45 de sábado. A informação foi divulgada oficialmente pela rede de rádios mantida pela igreja. Seu corpo está sendo velado desde as 8h deste domingo (22) no templo localizado na avenida do Estado. O velório deve se estender até terça-feira (24), segundo nota da igreja no Facebook. O local do enterro não foi divulgado. | 5 |
Bombardeio do Egito contra facção na Líbia provoca divisão em países árabes | Os bombardeios do Egito contra o braço da milícia radical Estado Islâmico em território líbio, no início da semana, desencadearam uma crise entre os países árabes. O Qatar criticou os egípcios e foi apoiado pelo Conselho de Cooperação do Golfo, que reúne monarquias como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O Egito atacou os jihadistas na Líbia um dia depois de o Estado Islâmico divulgar um vídeo mostrando 21 cristãos egípcios que viviam no país sendo decapitados. O Qatar vem, desde quarta (18), encabeçando as críticas contra o bombardeio egípcio na Líbia. De acordo com o país, o Egito não consultou os outros países da Liga Árabe antes de realizar uma "ação militar unilateral contra outro Estado membro". Diante da manifestação do Qatar, o representante do Egito na Liga Árabe, Tarek Adel, acusou o país de estar do lado dos extremistas do EI. "É evidente que o Qatar está revelando sua posição de apoio ao terrorismo", disse Adel, segundo a agência estatal Mena. Nesta quinta (19), o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo –que reúne todos os países árabes da península, com exceção do Iraque–, Abdul Latif Al Zayani, condenou a declaração do egípcio, dizendo que ela ignora os "esforços sinceros do Estado do Qatar de cooperar com os países na luta contra o terrorismo e o extremismo em todos os níveis". Tanto o Egito quanto o Qatar –país que abriga uma base militar americana– fazem parte da coalizão liderada pelos EUA para o combate ao EI no Iraque e na Síria. A mudança no discurso das monarquias do golfo, agora em apoio ao Qatar, pode refletir os esforços da Arábia Saudita em unir todos os Estados árabes sunitas contra a ameaça do EI e a influência do xiita Irã. Na quinta (19), o Qatar também respondeu às declarações do Egito convocando seu embaixador no Cairo para consultas. Na diplomacia, a ação é tida como uma demonstração de repúdio ao outro país. As tensões entre Cairo e Doha têm se intensificado desde que o militar Abdel Fattah al-Sisi, atual presidente egípcio, liderou o levante que levou à deposição do islamita Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em julho de 2013. O Qatar era um grande apoiador de Mursi e da Irmandade. INTERVENÇÃO A Argélia também se posicionou nesta quinta contrária a qualquer intervenção militar na Líbia. Segundo o chanceler do país, Ramtane Lamamra, o envio de armas ou uma intervenção direta só alimentaria o confronto entre milícias em território líbio. Antes da Argélia, o premiê tunisiano, Habib Essid, também havia se posicionado contra uma intervenção. O egípcio Al-Sisi pediu uma intervenção militar internacional na Líbia, e o governo líbio pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que suspenda o embargo à venda de armas ao país. | mundo | Bombardeio do Egito contra facção na Líbia provoca divisão em países árabesOs bombardeios do Egito contra o braço da milícia radical Estado Islâmico em território líbio, no início da semana, desencadearam uma crise entre os países árabes. O Qatar criticou os egípcios e foi apoiado pelo Conselho de Cooperação do Golfo, que reúne monarquias como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O Egito atacou os jihadistas na Líbia um dia depois de o Estado Islâmico divulgar um vídeo mostrando 21 cristãos egípcios que viviam no país sendo decapitados. O Qatar vem, desde quarta (18), encabeçando as críticas contra o bombardeio egípcio na Líbia. De acordo com o país, o Egito não consultou os outros países da Liga Árabe antes de realizar uma "ação militar unilateral contra outro Estado membro". Diante da manifestação do Qatar, o representante do Egito na Liga Árabe, Tarek Adel, acusou o país de estar do lado dos extremistas do EI. "É evidente que o Qatar está revelando sua posição de apoio ao terrorismo", disse Adel, segundo a agência estatal Mena. Nesta quinta (19), o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo –que reúne todos os países árabes da península, com exceção do Iraque–, Abdul Latif Al Zayani, condenou a declaração do egípcio, dizendo que ela ignora os "esforços sinceros do Estado do Qatar de cooperar com os países na luta contra o terrorismo e o extremismo em todos os níveis". Tanto o Egito quanto o Qatar –país que abriga uma base militar americana– fazem parte da coalizão liderada pelos EUA para o combate ao EI no Iraque e na Síria. A mudança no discurso das monarquias do golfo, agora em apoio ao Qatar, pode refletir os esforços da Arábia Saudita em unir todos os Estados árabes sunitas contra a ameaça do EI e a influência do xiita Irã. Na quinta (19), o Qatar também respondeu às declarações do Egito convocando seu embaixador no Cairo para consultas. Na diplomacia, a ação é tida como uma demonstração de repúdio ao outro país. As tensões entre Cairo e Doha têm se intensificado desde que o militar Abdel Fattah al-Sisi, atual presidente egípcio, liderou o levante que levou à deposição do islamita Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em julho de 2013. O Qatar era um grande apoiador de Mursi e da Irmandade. INTERVENÇÃO A Argélia também se posicionou nesta quinta contrária a qualquer intervenção militar na Líbia. Segundo o chanceler do país, Ramtane Lamamra, o envio de armas ou uma intervenção direta só alimentaria o confronto entre milícias em território líbio. Antes da Argélia, o premiê tunisiano, Habib Essid, também havia se posicionado contra uma intervenção. O egípcio Al-Sisi pediu uma intervenção militar internacional na Líbia, e o governo líbio pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que suspenda o embargo à venda de armas ao país. | 4 |
Petrobras tenta convencer grevistas sobre a venda de ativos | Com parte dos petroleiros em greve contra a venda de ativos, a direção da Petrobras vem intensificando esforços para tentar convencer os empregados da estratégia adotada para enfrentar a crise. A reação do presidente da companhia, Pedro Parente, se intensificou após o anúncio, na sexta-feira (29), da venda da área de Carcará, no pré-sal, por US$ 2,5 bilhões. Desde que Parente assumiu a presidência da estatal passou a publicar cartas para os funcionários a cada 15 dias, numa estratégia para se aproximar da força de trabalho. No comunicado desta segunda (1º), questionou as paralisações contra o processo de venda de 104 campos de petróleo em terra e defendeu as medidas adotadas pela direção da companhia. Segundo ele, os grevistas "não consideram o momento dificílimo que a empresa vive e que a realidade financeira da Petrobras exige decisões urgentes". Ele voltou a frisar que não espera que a União socorra a estatal. Na carta, o presidente da estatal reclama de ter sido chamado por sindicalistas de "o canalha do Pedro Parente", em manifestação sindical em frente à sede da empresa na semana passada. A nomeação de Parente, em junho, gerou forte reação nos sindicatos e a relação piora à medida em que a estatal anuncia novos avanços no plano de venda de ativos. No sábado (30), a diretora de exploração e produção, Solange Guedes, foi convocada a defender a venda da área de Carcará, que representa a saída da estatal de uma área promissora no pré-sal. Também em comunicado interno, Guedes disse que Carcará tem peculiaridades que impediriam a Petrobras de usar os mesmos equipamentos que usa em outras áreas do pré-sal. "Dessa forma, o desinvestimento em Carcará se justifica sob a ótica de que temos outros excelentes ativos que podem ser explorados em prazos mais curtos", disse. O comando da companhia discute ainda com os empregados da estatal uma campanha de "valorização da força de trabalho", para reverter os danos de imagem provocados pelas investigações da Operação Lava Jato. | mercado | Petrobras tenta convencer grevistas sobre a venda de ativosCom parte dos petroleiros em greve contra a venda de ativos, a direção da Petrobras vem intensificando esforços para tentar convencer os empregados da estratégia adotada para enfrentar a crise. A reação do presidente da companhia, Pedro Parente, se intensificou após o anúncio, na sexta-feira (29), da venda da área de Carcará, no pré-sal, por US$ 2,5 bilhões. Desde que Parente assumiu a presidência da estatal passou a publicar cartas para os funcionários a cada 15 dias, numa estratégia para se aproximar da força de trabalho. No comunicado desta segunda (1º), questionou as paralisações contra o processo de venda de 104 campos de petróleo em terra e defendeu as medidas adotadas pela direção da companhia. Segundo ele, os grevistas "não consideram o momento dificílimo que a empresa vive e que a realidade financeira da Petrobras exige decisões urgentes". Ele voltou a frisar que não espera que a União socorra a estatal. Na carta, o presidente da estatal reclama de ter sido chamado por sindicalistas de "o canalha do Pedro Parente", em manifestação sindical em frente à sede da empresa na semana passada. A nomeação de Parente, em junho, gerou forte reação nos sindicatos e a relação piora à medida em que a estatal anuncia novos avanços no plano de venda de ativos. No sábado (30), a diretora de exploração e produção, Solange Guedes, foi convocada a defender a venda da área de Carcará, que representa a saída da estatal de uma área promissora no pré-sal. Também em comunicado interno, Guedes disse que Carcará tem peculiaridades que impediriam a Petrobras de usar os mesmos equipamentos que usa em outras áreas do pré-sal. "Dessa forma, o desinvestimento em Carcará se justifica sob a ótica de que temos outros excelentes ativos que podem ser explorados em prazos mais curtos", disse. O comando da companhia discute ainda com os empregados da estatal uma campanha de "valorização da força de trabalho", para reverter os danos de imagem provocados pelas investigações da Operação Lava Jato. | 2 |
Professora cursa MBA em gestão escolar de olho no cargo de diretora | Aos 42 anos, no ano passado, Elizete da Silva decidiu começar um MBA para continuar a crescer na vida profissional. Formada em matemática com ênfase em análise de sistemas, ela foi professora por 15 anos e depois passou para a área administrativa da escola. De olho em um concurso para o cargo de diretora, ela apostou no MBA em gestão escolar. "Quando ainda estava na faculdade, não imaginava que houvesse tantas coisas a fazer fora da sala de aula", conta. Em sua função atual, na área administrativa da Escola Estadual Martins Pena, em São Paulo, ela diz usar o aprendizado do curso para melhorar a gestão da instituição. "É preciso planejar desde o vencimento dos alimentos, aspectos de limpeza e de secretaria até questões de documentação e gestão de pessoas", lista a administradora. O curso que Silva fez tem duração de 12 meses, num total de 480 horas de aula -ela se formou em junho deste ano. O objetivo principal é manter os profissionais atualizados em conceitos de estratégia e de gestão. Por isso, há disciplinas como administração estratégica, economia empresarial, marketing, gestão de recursos humanos e de projetos. Também há matérias mais técnicas, como as sobre educação a distância, novas tecnologias e avaliação educacional. Silva fez o curso a distância, com apenas dois encontros presenciais. MBA EM GESTÃO ESCOLAR ONDE FMU (a distância) DURAÇÃO 12 meses QUANTO R$ 4.470 | educacao | Professora cursa MBA em gestão escolar de olho no cargo de diretoraAos 42 anos, no ano passado, Elizete da Silva decidiu começar um MBA para continuar a crescer na vida profissional. Formada em matemática com ênfase em análise de sistemas, ela foi professora por 15 anos e depois passou para a área administrativa da escola. De olho em um concurso para o cargo de diretora, ela apostou no MBA em gestão escolar. "Quando ainda estava na faculdade, não imaginava que houvesse tantas coisas a fazer fora da sala de aula", conta. Em sua função atual, na área administrativa da Escola Estadual Martins Pena, em São Paulo, ela diz usar o aprendizado do curso para melhorar a gestão da instituição. "É preciso planejar desde o vencimento dos alimentos, aspectos de limpeza e de secretaria até questões de documentação e gestão de pessoas", lista a administradora. O curso que Silva fez tem duração de 12 meses, num total de 480 horas de aula -ela se formou em junho deste ano. O objetivo principal é manter os profissionais atualizados em conceitos de estratégia e de gestão. Por isso, há disciplinas como administração estratégica, economia empresarial, marketing, gestão de recursos humanos e de projetos. Também há matérias mais técnicas, como as sobre educação a distância, novas tecnologias e avaliação educacional. Silva fez o curso a distância, com apenas dois encontros presenciais. MBA EM GESTÃO ESCOLAR ONDE FMU (a distância) DURAÇÃO 12 meses QUANTO R$ 4.470 | 12 |
Conflitos sob o teto | Ao longo de três décadas, a partir da restauração da democracia, as tensões políticas e sociais de um Brasil desigual ao extremo foram amortecidas por meio da expansão contínua do Orçamento público. Inflaram-se as despesas do governo para responder aos anseios da maioria votante, pobre ou remediada. Também contemplaram-se interesses, legítimos, de grupos influentes como corporações estatais e empresários. Não faltaram os cargos e favores para cimentar coalizões parlamentares. De início, tal processo esteve encoberto pela hiperinflação, que tornava sem valor o dinheiro. Após o Plano Real, a gestão tucana elevou os impostos para acomodar a escalada dos desembolsos. Com mais sorte, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) valeu-se do crescimento da economia e da arrecadação, que lhe permitiu contentar as múltiplas clientelas do Estado. Exauridos os três sustentáculos —inflação elevada, alta da carga tributária e bonança econômica—, o agigantamento orçamentário prosseguiu, graças a engodos de contabilidade, até seu colapso, que levou de roldão o mandato da petista Dilma Rousseff. A recapitulação presta-se a demonstrar que as implicações do teto ora fixado para o gasto federal, a vigorar ao menos até 2026, transcendem a meta de evitar a explosão da dívida pública. Uma pequena amostra da nova realidade pode ser observada, neste momento, na decisão do Executivo de elevar em R$ 3,1 bilhões os desembolsos deste ano —o que não desrespeitará o limite legal. O montante, uma esmola em meio a um Orçamento de R$ 1,3 trilhão (cifra que exclui os juros da dívida), é disputado avidamente na Esplanada brasiliense. Aguardam-se medidas urgentes de defesa civil com a seca no Nordeste; precisa-se recompor a aplicação mínima de verbas em saúde; há que atenuar a míngua dos investimentos em infraestrutura. Contendas do gênero sempre existiram, mas se davam em um contexto de despesas em alta permanente; atendia-se um hoje, outro amanhã, um terceiro mais adiante. Agora, o ganho de um significará perda para os demais. Os conflitos tendem a acirrar-se, o que exigirá dos governantes a coragem de arbitrar prioridades; trata-se, aliás, do que deve acontecer em toda democracia. No Brasil de carências e poderes tão heterogêneos, entretanto, tal costume ainda não foi submetido a voto. editoriais@grupofolha.com.br | opiniao | Conflitos sob o tetoAo longo de três décadas, a partir da restauração da democracia, as tensões políticas e sociais de um Brasil desigual ao extremo foram amortecidas por meio da expansão contínua do Orçamento público. Inflaram-se as despesas do governo para responder aos anseios da maioria votante, pobre ou remediada. Também contemplaram-se interesses, legítimos, de grupos influentes como corporações estatais e empresários. Não faltaram os cargos e favores para cimentar coalizões parlamentares. De início, tal processo esteve encoberto pela hiperinflação, que tornava sem valor o dinheiro. Após o Plano Real, a gestão tucana elevou os impostos para acomodar a escalada dos desembolsos. Com mais sorte, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) valeu-se do crescimento da economia e da arrecadação, que lhe permitiu contentar as múltiplas clientelas do Estado. Exauridos os três sustentáculos —inflação elevada, alta da carga tributária e bonança econômica—, o agigantamento orçamentário prosseguiu, graças a engodos de contabilidade, até seu colapso, que levou de roldão o mandato da petista Dilma Rousseff. A recapitulação presta-se a demonstrar que as implicações do teto ora fixado para o gasto federal, a vigorar ao menos até 2026, transcendem a meta de evitar a explosão da dívida pública. Uma pequena amostra da nova realidade pode ser observada, neste momento, na decisão do Executivo de elevar em R$ 3,1 bilhões os desembolsos deste ano —o que não desrespeitará o limite legal. O montante, uma esmola em meio a um Orçamento de R$ 1,3 trilhão (cifra que exclui os juros da dívida), é disputado avidamente na Esplanada brasiliense. Aguardam-se medidas urgentes de defesa civil com a seca no Nordeste; precisa-se recompor a aplicação mínima de verbas em saúde; há que atenuar a míngua dos investimentos em infraestrutura. Contendas do gênero sempre existiram, mas se davam em um contexto de despesas em alta permanente; atendia-se um hoje, outro amanhã, um terceiro mais adiante. Agora, o ganho de um significará perda para os demais. Os conflitos tendem a acirrar-se, o que exigirá dos governantes a coragem de arbitrar prioridades; trata-se, aliás, do que deve acontecer em toda democracia. No Brasil de carências e poderes tão heterogêneos, entretanto, tal costume ainda não foi submetido a voto. editoriais@grupofolha.com.br | 7 |
Ainda sob tabu, Alemanha publicará 'edição crítica' de 'Minha Luta' | Em abril, uma livraria de Berlim ofereceu "Minha Luta". Clientes se indignaram com o livro "maldito", demonstrando o status de tabu que a obra tem na Alemanha. A cena era uma provocação, parte de um documentário sobre o livro. Nenhum novo exemplar de "Minha Luta" foi oficialmente impresso na Alemanha nos últimos 70 anos. Essa situação está prestes a mudar, com a entrada da obra em domínio público no país. A comercialização do livro nunca foi formalmente proibida na Alemanha após a Segunda Guerra –ao contrário de símbolos como a suástica. Mas as autoridades se apoiaram na burocracia para impedir a disseminação do conteúdo. O Estado da Baviera detém o espólio do ditador, que lá registrara residência nos anos 1920. Nas últimas décadas, procuradores bávaros ameaçaram processar quem pretendesse republicar a obra, por infração de direitos autorais. Para citar trechos, historiadores devem pedir autorização. Hoje, exemplares podem ser consultados em algumas bibliotecas públicas. Só que o processo demora, e a entrega do livro só ocorre mediante justificativa –para pesquisa, por exemplo. Na vizinha Áustria, terra natal de Hitler, até mesmo a posse é proibida. Hoje, uma procura no Google alemão aponta imediatamente uma dezena de sites onde é possível baixar o livro. Para o historiador Sven Kellerhoff, a facilidade em fazer um download explicitou o quanto essa proibição velada é arcaica. "A proibição torna as coisas mais atraentes", diz o autor de "Mein Kampf: A Trajetória de um Livro Alemão". A Baviera anunciou em 2009 o financiamento de uma "versão crítica" da obra, prevista para janeiro e elaborada pelo Instituto de História Contemporânea em Munique. "Queríamos literalmente 'cercar' Hitler com nossos comentários", afirma o historiador Christian Hartmann, que chefiou do projeto –das 1.948 páginas, divididas em dois volumes, só 780 são do original. Um tribunal federal da Alemanha decidiu que somente esse tipo de edição comentada poderá voltar a ser reimpressa no país. Volumes com apenas o texto original arriscam ser enquadrados na lei de incitação ao ódio. No início do ano, o Rimini Protokoll, um grupo de teatro de Berlim, montou uma peça que explora a história do livro. Ao comentar a peça, o jornal "Süddeutsche Zeitung" afirmou que "o público pode experimentar como lidar de forma sensata com lixo tóxico". | ilustrada | Ainda sob tabu, Alemanha publicará 'edição crítica' de 'Minha Luta'Em abril, uma livraria de Berlim ofereceu "Minha Luta". Clientes se indignaram com o livro "maldito", demonstrando o status de tabu que a obra tem na Alemanha. A cena era uma provocação, parte de um documentário sobre o livro. Nenhum novo exemplar de "Minha Luta" foi oficialmente impresso na Alemanha nos últimos 70 anos. Essa situação está prestes a mudar, com a entrada da obra em domínio público no país. A comercialização do livro nunca foi formalmente proibida na Alemanha após a Segunda Guerra –ao contrário de símbolos como a suástica. Mas as autoridades se apoiaram na burocracia para impedir a disseminação do conteúdo. O Estado da Baviera detém o espólio do ditador, que lá registrara residência nos anos 1920. Nas últimas décadas, procuradores bávaros ameaçaram processar quem pretendesse republicar a obra, por infração de direitos autorais. Para citar trechos, historiadores devem pedir autorização. Hoje, exemplares podem ser consultados em algumas bibliotecas públicas. Só que o processo demora, e a entrega do livro só ocorre mediante justificativa –para pesquisa, por exemplo. Na vizinha Áustria, terra natal de Hitler, até mesmo a posse é proibida. Hoje, uma procura no Google alemão aponta imediatamente uma dezena de sites onde é possível baixar o livro. Para o historiador Sven Kellerhoff, a facilidade em fazer um download explicitou o quanto essa proibição velada é arcaica. "A proibição torna as coisas mais atraentes", diz o autor de "Mein Kampf: A Trajetória de um Livro Alemão". A Baviera anunciou em 2009 o financiamento de uma "versão crítica" da obra, prevista para janeiro e elaborada pelo Instituto de História Contemporânea em Munique. "Queríamos literalmente 'cercar' Hitler com nossos comentários", afirma o historiador Christian Hartmann, que chefiou do projeto –das 1.948 páginas, divididas em dois volumes, só 780 são do original. Um tribunal federal da Alemanha decidiu que somente esse tipo de edição comentada poderá voltar a ser reimpressa no país. Volumes com apenas o texto original arriscam ser enquadrados na lei de incitação ao ódio. No início do ano, o Rimini Protokoll, um grupo de teatro de Berlim, montou uma peça que explora a história do livro. Ao comentar a peça, o jornal "Süddeutsche Zeitung" afirmou que "o público pode experimentar como lidar de forma sensata com lixo tóxico". | 6 |
Por agilidade, Poupatempo faz testes em máquinas de autoatendimento | Desde o dia 21 de setembro, quem vai à unidade Poupatempo Sé agenda serviços em totens eletrônicos, com auxílio de funcionários do local. O novo sistema, em fase de teste, tornou essa etapa do atendimento mais fácil e ágil - fazendo jus ao nome. Segundo dados oficiais, o Poupatempo Sé realiza cerca de 8,5 mil atendimentos diários. Desde que começaram os testes, 10% dos agendamentos diários são feitos nos totens de autoatendimento. "Não tem fila, como antes. Não tive que pegar senha, foi rápido, em cinco minutos agendei e foi fácil. Não tenho muito costume com máquina e não achei difícil, muito melhor do que era antes", avalia o pedreiro Gerson Menezes de Jesus, 41, que veio renovar sua carteira de habilitação (CNH). Até o dia 19 de outubro, opiniões e sugestões dos usuários são colhidas para adaptações no sistema. Diariamente, cerca de cem pessoas são entrevistadas. Após os testes, a ideia é expandir o projeto para todos os municípios do Estado. Segundo Ilídio Machado, superintendente de Novos Projetos do Poupatempo, o governo pretende incluir duas outras funções aos totens, caso o projeto seja validado. A primeira seria o recolhimento de taxas dos serviços com cartões de débito e, em um segundo momento, a solicitação de documentos, que serão enviados por correio à residência do solicitante, no próprio totem. "A expectativa é que, até o final do ano, possamos fazer um novo período de teste com o recolhimento de taxas e a solicitação de documentos. Para isso, vamos precisar identificar o cidadão solicitante por meio de um leitor biométrico e, desde que tudo esteja dentro das normas de segurança e sem pendências que impeçam a emissão do documento, a ideia é que este seja enviado por correios à pessoa", explica Machado. UNIDADE SÉ Logo na entrada do prédio, sete máquinas de autoatendimento ficam disponíveis para quem quiser conhecer o sistema e agendar serviços. Com 15 dias de testes, foram realizados em média 850 agendamentos pelos totens. Caroline Pereira, 27, está desempregada e foi ao Poupatempo solicitar documentação para assumir um novo emprego. "Fiquei surpresa com a agilidade, achei ótimo! Agendei para quinze minutos depois de chegar no prédio e em menos de dez minutos recebi o meu atestado de antecedentes criminais", conta. O agendamento de serviços do Poupatempo está disponível, também, pela Internet, no site do programa ou pelo aplicativo do governo SP Serviços. | cotidiano | Por agilidade, Poupatempo faz testes em máquinas de autoatendimentoDesde o dia 21 de setembro, quem vai à unidade Poupatempo Sé agenda serviços em totens eletrônicos, com auxílio de funcionários do local. O novo sistema, em fase de teste, tornou essa etapa do atendimento mais fácil e ágil - fazendo jus ao nome. Segundo dados oficiais, o Poupatempo Sé realiza cerca de 8,5 mil atendimentos diários. Desde que começaram os testes, 10% dos agendamentos diários são feitos nos totens de autoatendimento. "Não tem fila, como antes. Não tive que pegar senha, foi rápido, em cinco minutos agendei e foi fácil. Não tenho muito costume com máquina e não achei difícil, muito melhor do que era antes", avalia o pedreiro Gerson Menezes de Jesus, 41, que veio renovar sua carteira de habilitação (CNH). Até o dia 19 de outubro, opiniões e sugestões dos usuários são colhidas para adaptações no sistema. Diariamente, cerca de cem pessoas são entrevistadas. Após os testes, a ideia é expandir o projeto para todos os municípios do Estado. Segundo Ilídio Machado, superintendente de Novos Projetos do Poupatempo, o governo pretende incluir duas outras funções aos totens, caso o projeto seja validado. A primeira seria o recolhimento de taxas dos serviços com cartões de débito e, em um segundo momento, a solicitação de documentos, que serão enviados por correio à residência do solicitante, no próprio totem. "A expectativa é que, até o final do ano, possamos fazer um novo período de teste com o recolhimento de taxas e a solicitação de documentos. Para isso, vamos precisar identificar o cidadão solicitante por meio de um leitor biométrico e, desde que tudo esteja dentro das normas de segurança e sem pendências que impeçam a emissão do documento, a ideia é que este seja enviado por correios à pessoa", explica Machado. UNIDADE SÉ Logo na entrada do prédio, sete máquinas de autoatendimento ficam disponíveis para quem quiser conhecer o sistema e agendar serviços. Com 15 dias de testes, foram realizados em média 850 agendamentos pelos totens. Caroline Pereira, 27, está desempregada e foi ao Poupatempo solicitar documentação para assumir um novo emprego. "Fiquei surpresa com a agilidade, achei ótimo! Agendei para quinze minutos depois de chegar no prédio e em menos de dez minutos recebi o meu atestado de antecedentes criminais", conta. O agendamento de serviços do Poupatempo está disponível, também, pela Internet, no site do programa ou pelo aplicativo do governo SP Serviços. | 5 |
Projeto Brasil Nação | O que há em comum entre o massacre de Colniza (MT), o fim da CLT, o esquartejamento da Petrobras e a reforma da Previdência? Existe ligação entre o desemprego alarmante, o sufocamento da indústria e a estratosférica taxa de juros? E qual a conexão entre as centenas de jovens negros e pobres mortos pela PM paulista, o fim de programas científicos e culturais e o aniquilamento da Constituição de 1988? Os dados fragmentados do noticiário remetem para o contexto maior de uma realidade aflitiva: a destruição do país e a violência contra os mais fracos e pobres. É a sanha para desmantelar o Estado, atacar direitos, beneficiar rentistas e enxovalhar a soberania que está no pano de fundo da torrente de retrocessos civilizatórios, assaltos a direitos e sequestros da democracia e da autonomia nacional. Passado um ano do início do processo de impeachment, o país está bem pior. Sob o governo golpista, retrocedeu anos. A meta dos mandantes parece ser voltar à República Velha, destroçando conquistas sociais e submetendo abertamente o país a interesses externos. É possível que, no futuro, crimes de lesa-pátria possam ser julgados, jogando no lixo os atos da súcia. Aturdida, a população assistiu à avalanche de prepotência, arrogância e desrespeito. Agora, começa a reagir com mais força. Sindicatos e movimentos sociais atuam de forma mais ativa e suas mobilizações repercutem na sociedade. A greve geral, marcada para esta sexta (28/4), promete ser um repúdio vigoroso ao amontoado de sandices em maquinação pelo governo antinacional e antipopular. Há mais. A igreja católica saiu do silêncio e passou a se manifestar contra os ataques a direitos. Padres fazem convocações para as mobilizações de protesto. Ecoam, finalmente, os repetidos alertas do papa Francisco. O empresariado está desapontado com as ações do governo ilegítimo. De um lado, há desilusão com as promessas róseas de recuperação. De outro, há frustração pelos sucessivos golpes para as empresas nacionais, que só vislumbram encolhimento de mercados, aqui e no exterior. Simplesmente o golpe não surtiu o efeito esperado por certa elite. No Congresso, as manobras são cada vez mais custosas, e a chamada base aliada se esfarela. Do exterior, vozes expressam crítica ao golpe que feriu a democracia brasileira e ameaça o processo eleitoral do ano que vem. O capitalismo financeiro, entrando no seu décimo ano de crise profunda, desgosta da vontade popular e esfrangalha as sociedades. Nesse quadro, intelectuais, artistas, empresários, profissionais liberais, cientistas, sindicalistas e lideranças de movimentos sociais decidiram falar. Lançam nesta quinta (27) o manifesto do Projeto Brasil Nação. O texto, criação coletiva de dezenas de pessoas de diferentes matizes, afirma que o atual desmonte do país "só levará à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando qualquer projeto de desenvolvimento". O grupo, apartidário, aponta que o ataque em curso foi desfechado num momento em que o Brasil se projetava como nação, se unindo a países fora da órbita exclusiva de Washington. Com isso, contrariou interesses poderosos do Norte. O documento recupera os objetivos gerais que cimentam a sociedade brasileira: democracia, soberania, diminuição da desigualdade, desenvolvimento, proteção ao ambiente. Esboça propostas econômicas e conclama ao debate para a formulação de um projeto de nação com autonomia e inclusão. É hora de reflexão e ação. Hoje, às 18h, no largo do São Francisco, o Projeto Brasil Nação está sendo colocado na rua. Saiba mais pelo site www.bresserpereira.org.br ELEONORA DE LUCENA, jornalista, foi editora-executiva da Folha de 2000 a 2010. Escreve livro sobre Carlos Lamarca PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | Projeto Brasil NaçãoO que há em comum entre o massacre de Colniza (MT), o fim da CLT, o esquartejamento da Petrobras e a reforma da Previdência? Existe ligação entre o desemprego alarmante, o sufocamento da indústria e a estratosférica taxa de juros? E qual a conexão entre as centenas de jovens negros e pobres mortos pela PM paulista, o fim de programas científicos e culturais e o aniquilamento da Constituição de 1988? Os dados fragmentados do noticiário remetem para o contexto maior de uma realidade aflitiva: a destruição do país e a violência contra os mais fracos e pobres. É a sanha para desmantelar o Estado, atacar direitos, beneficiar rentistas e enxovalhar a soberania que está no pano de fundo da torrente de retrocessos civilizatórios, assaltos a direitos e sequestros da democracia e da autonomia nacional. Passado um ano do início do processo de impeachment, o país está bem pior. Sob o governo golpista, retrocedeu anos. A meta dos mandantes parece ser voltar à República Velha, destroçando conquistas sociais e submetendo abertamente o país a interesses externos. É possível que, no futuro, crimes de lesa-pátria possam ser julgados, jogando no lixo os atos da súcia. Aturdida, a população assistiu à avalanche de prepotência, arrogância e desrespeito. Agora, começa a reagir com mais força. Sindicatos e movimentos sociais atuam de forma mais ativa e suas mobilizações repercutem na sociedade. A greve geral, marcada para esta sexta (28/4), promete ser um repúdio vigoroso ao amontoado de sandices em maquinação pelo governo antinacional e antipopular. Há mais. A igreja católica saiu do silêncio e passou a se manifestar contra os ataques a direitos. Padres fazem convocações para as mobilizações de protesto. Ecoam, finalmente, os repetidos alertas do papa Francisco. O empresariado está desapontado com as ações do governo ilegítimo. De um lado, há desilusão com as promessas róseas de recuperação. De outro, há frustração pelos sucessivos golpes para as empresas nacionais, que só vislumbram encolhimento de mercados, aqui e no exterior. Simplesmente o golpe não surtiu o efeito esperado por certa elite. No Congresso, as manobras são cada vez mais custosas, e a chamada base aliada se esfarela. Do exterior, vozes expressam crítica ao golpe que feriu a democracia brasileira e ameaça o processo eleitoral do ano que vem. O capitalismo financeiro, entrando no seu décimo ano de crise profunda, desgosta da vontade popular e esfrangalha as sociedades. Nesse quadro, intelectuais, artistas, empresários, profissionais liberais, cientistas, sindicalistas e lideranças de movimentos sociais decidiram falar. Lançam nesta quinta (27) o manifesto do Projeto Brasil Nação. O texto, criação coletiva de dezenas de pessoas de diferentes matizes, afirma que o atual desmonte do país "só levará à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando qualquer projeto de desenvolvimento". O grupo, apartidário, aponta que o ataque em curso foi desfechado num momento em que o Brasil se projetava como nação, se unindo a países fora da órbita exclusiva de Washington. Com isso, contrariou interesses poderosos do Norte. O documento recupera os objetivos gerais que cimentam a sociedade brasileira: democracia, soberania, diminuição da desigualdade, desenvolvimento, proteção ao ambiente. Esboça propostas econômicas e conclama ao debate para a formulação de um projeto de nação com autonomia e inclusão. É hora de reflexão e ação. Hoje, às 18h, no largo do São Francisco, o Projeto Brasil Nação está sendo colocado na rua. Saiba mais pelo site www.bresserpereira.org.br ELEONORA DE LUCENA, jornalista, foi editora-executiva da Folha de 2000 a 2010. Escreve livro sobre Carlos Lamarca PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 7 |
Garoto do meme 'Success Kid' consegue arrecadar dinheiro para transplante do pai | Sam Griner tornou-se mundialmente famoso por meio de um dos memes mais populares da internet. Conhecido como "success kid" (garoto sucesso), ele aparece em uma foto com o punho fechado como se estivesse celebrando um feito. Bem, o meme acaba de virar realidade. A fama de Sam ajudou seu pai a arrecadar o dinheiro necessário para fazer um transplante de rim. Até ontem, com seis dias no ar, a campanha lançada pela mãe de Sam, Laney, havia conseguido pouco mais de US$ 11 mil (R$ 34 mil) da meta de US$ 75 mil, com a ajuda de 400 doadores. Ontem, veio à público que o mesmo menino de oito anos que aparecia na foto da campanha era o protagonista do famoso meme. Horas depois de a história viralizar na internet, a campanha não só atingiu seu objetivo como o ultrapassou, tendo arrecadado mais de US$ 83 mil até o momento, com o apoio de mais de 4 mil pessoas - e estes números não param de crescer. "Ficamos sem chão com tamanha repercussão", disse Laney ao site BuzzFeed. "Sei que o 'success kid' é um meme popular, mas aqui em casa ele é apenas nosso filho, Sam. É incrível que esta imagem ainda tenha apelo global, mesmo tantos anos depois." Sucesso Ela publicou pela primeira vez a célebre foto de Sam, na época com 11 meses, em 2007 em sua página no Flickr, um site de compartilhamento de fotos. Nela, o menino não estava celebrando, mas prestes a comer areia. Três anos depois, ela descobriu que a imagem havia se tornado um meme normalmente postado por uma pessoa em páginas da internet e redes sociais para comemorar um sucesso inesperado. A princípio, Laney não quis mencionar que seu filho era famoso na internet, mas depois mudou de ideia porque acreditava que isso daria um impulso necessário à campanha se as pessoas soubesses que era para o "pai do bebê que fez tanta gente sorrir". O pai de Sam teve seu problema renal diagnosticado em 2006 e teve uma grave crise três anos mais tarde. Desde então, faz diálise três dias por semana, durante quatro horas por dia. Sua mulher decidiu lançar a campanha para ajudar na busca por um doador, já que os testes de compatibilidade com parentes e amigos deram negativo, e para custear o transplante, além de parte do tratamento necessário após a cirurgia. Segundo Laney, somente os medicamentos usados no primeiro ano após o transplante custarão US$ 12 mil. A estratégia de Laney deu certo, e agora Sam, assim como em seu meme, tem muito o que comemorar. | bbc | Garoto do meme 'Success Kid' consegue arrecadar dinheiro para transplante do paiSam Griner tornou-se mundialmente famoso por meio de um dos memes mais populares da internet. Conhecido como "success kid" (garoto sucesso), ele aparece em uma foto com o punho fechado como se estivesse celebrando um feito. Bem, o meme acaba de virar realidade. A fama de Sam ajudou seu pai a arrecadar o dinheiro necessário para fazer um transplante de rim. Até ontem, com seis dias no ar, a campanha lançada pela mãe de Sam, Laney, havia conseguido pouco mais de US$ 11 mil (R$ 34 mil) da meta de US$ 75 mil, com a ajuda de 400 doadores. Ontem, veio à público que o mesmo menino de oito anos que aparecia na foto da campanha era o protagonista do famoso meme. Horas depois de a história viralizar na internet, a campanha não só atingiu seu objetivo como o ultrapassou, tendo arrecadado mais de US$ 83 mil até o momento, com o apoio de mais de 4 mil pessoas - e estes números não param de crescer. "Ficamos sem chão com tamanha repercussão", disse Laney ao site BuzzFeed. "Sei que o 'success kid' é um meme popular, mas aqui em casa ele é apenas nosso filho, Sam. É incrível que esta imagem ainda tenha apelo global, mesmo tantos anos depois." Sucesso Ela publicou pela primeira vez a célebre foto de Sam, na época com 11 meses, em 2007 em sua página no Flickr, um site de compartilhamento de fotos. Nela, o menino não estava celebrando, mas prestes a comer areia. Três anos depois, ela descobriu que a imagem havia se tornado um meme normalmente postado por uma pessoa em páginas da internet e redes sociais para comemorar um sucesso inesperado. A princípio, Laney não quis mencionar que seu filho era famoso na internet, mas depois mudou de ideia porque acreditava que isso daria um impulso necessário à campanha se as pessoas soubesses que era para o "pai do bebê que fez tanta gente sorrir". O pai de Sam teve seu problema renal diagnosticado em 2006 e teve uma grave crise três anos mais tarde. Desde então, faz diálise três dias por semana, durante quatro horas por dia. Sua mulher decidiu lançar a campanha para ajudar na busca por um doador, já que os testes de compatibilidade com parentes e amigos deram negativo, e para custear o transplante, além de parte do tratamento necessário após a cirurgia. Segundo Laney, somente os medicamentos usados no primeiro ano após o transplante custarão US$ 12 mil. A estratégia de Laney deu certo, e agora Sam, assim como em seu meme, tem muito o que comemorar. | 18 |
Conteúdo patrocinado é saída para tornar marca relevante, diz publicitário | A popularidade dos bloqueadores de anúncio e de plataformas que não exibem propaganda, como Netflix, está tornando difícil a vida das marcas e de suas agências."Todos os instrumentos clássicos de comunicação estão sendo desafiados. As marcas têm pouca credibilidade pois durante muito tempo bombardearam os consumidores com comerciais ruins", diz o italiano Walter Susini, presidente da agência mcgarrybowen no Brasil, durante entrevista ao Arena do Marketing, programa da "TV Folha" em parceria com a ESPM.Susini crê que a saída para as marcas esteja em oferecer conteúdos patrocinados que sejam relevantes e capazes de conectá-las ao consumidor.Antes de chegar ao Brasil para comandar a agência do grupo Dentsu Aegis Network, Susini era responsável pela área de conteúdo patrocinado da Unilever em Londres.O Arena contou com a participação do professor da ESPM, Murilo Moreno.http://folha.com/no1767480 | tv | Conteúdo patrocinado é saída para tornar marca relevante, diz publicitárioA popularidade dos bloqueadores de anúncio e de plataformas que não exibem propaganda, como Netflix, está tornando difícil a vida das marcas e de suas agências."Todos os instrumentos clássicos de comunicação estão sendo desafiados. As marcas têm pouca credibilidade pois durante muito tempo bombardearam os consumidores com comerciais ruins", diz o italiano Walter Susini, presidente da agência mcgarrybowen no Brasil, durante entrevista ao Arena do Marketing, programa da "TV Folha" em parceria com a ESPM.Susini crê que a saída para as marcas esteja em oferecer conteúdos patrocinados que sejam relevantes e capazes de conectá-las ao consumidor.Antes de chegar ao Brasil para comandar a agência do grupo Dentsu Aegis Network, Susini era responsável pela área de conteúdo patrocinado da Unilever em Londres.O Arena contou com a participação do professor da ESPM, Murilo Moreno.http://folha.com/no1767480 | 11 |
BlackBerry apresenta novo celular fabricado pelo grupo chinês TCL | O grupo BlackBerry, que tenta se relançar no competitivo setor de telefonia móvel, apresentou neste sábado (25), em Barcelona, um novo aparelho celular com uma versão modernizada do emblemático teclado da marca, o qual será fabricado pelo grupo chinês TCL. Em setembro passado, a empresa canadense já havia anunciado sua decisão de deixar de fabricar seus telefones para se concentrar exclusivamente nos programas e nos serviços para empresas. O grupo chinês se ocupará de fabricar os aparelhos para depois comercializá-los sob a marca BlackBerry. "Estamos contentes de ter a BlackBerry no nosso portfólio (...). Sabemos até que ponto a BlackBerry foi emblemática", declarou o CEO da TCL Communication, Nicolas Zibell, no Mobile World Congress, uma feira do setor de telefonia móvel que começa em Barcelona nesta segunda-feira (27). Com novo teclado físico, o BlackBerry KEYone estará disponível nas lojas a partir de abril, a 599 euros. Esse modelo terá uma tela maior do que as das outras séries da marca, além da segurança reforçada e de uma bateria de melhor rendimento. O aparelho funcionará com sistema operacional Android, da Google, usado pela maioria dos fabricantes do mundo, mas tardiamente adotado pela BlackBerry. | tec | BlackBerry apresenta novo celular fabricado pelo grupo chinês TCLO grupo BlackBerry, que tenta se relançar no competitivo setor de telefonia móvel, apresentou neste sábado (25), em Barcelona, um novo aparelho celular com uma versão modernizada do emblemático teclado da marca, o qual será fabricado pelo grupo chinês TCL. Em setembro passado, a empresa canadense já havia anunciado sua decisão de deixar de fabricar seus telefones para se concentrar exclusivamente nos programas e nos serviços para empresas. O grupo chinês se ocupará de fabricar os aparelhos para depois comercializá-los sob a marca BlackBerry. "Estamos contentes de ter a BlackBerry no nosso portfólio (...). Sabemos até que ponto a BlackBerry foi emblemática", declarou o CEO da TCL Communication, Nicolas Zibell, no Mobile World Congress, uma feira do setor de telefonia móvel que começa em Barcelona nesta segunda-feira (27). Com novo teclado físico, o BlackBerry KEYone estará disponível nas lojas a partir de abril, a 599 euros. Esse modelo terá uma tela maior do que as das outras séries da marca, além da segurança reforçada e de uma bateria de melhor rendimento. O aparelho funcionará com sistema operacional Android, da Google, usado pela maioria dos fabricantes do mundo, mas tardiamente adotado pela BlackBerry. | 10 |
Homem que gritava 'viva a PM" é agredido na av. Paulista | Um homem foi agredido na avenida Paulista, onde um grupo se manifestava contra o impeachment na noite desta segunda-feira (29).O homem gritava "viva a PM" e tentou desobstruir a via, que estava bloqueada por pedaços de madeira e fogo.Os manifestantes inicialmente chamaram o homem de fascista e tentaram tirar uma bicicleta que o homem mantinha na avenida.Cerca de 20 pessoas passaram a agredir o homem caído no chão. Um morador da Paulista ajudou o homem. | tv | Homem que gritava 'viva a PM" é agredido na av. PaulistaUm homem foi agredido na avenida Paulista, onde um grupo se manifestava contra o impeachment na noite desta segunda-feira (29).O homem gritava "viva a PM" e tentou desobstruir a via, que estava bloqueada por pedaços de madeira e fogo.Os manifestantes inicialmente chamaram o homem de fascista e tentaram tirar uma bicicleta que o homem mantinha na avenida.Cerca de 20 pessoas passaram a agredir o homem caído no chão. Um morador da Paulista ajudou o homem. | 11 |
Ex-mulher acusa criador de 'Buffy' de infidelidade e falso feminismo | Joss Whedon, criador de "Buffy: A Caça-Vampiros" e diretor de "Os Vingadores", foi acusado por sua ex-mulher Kai Cole, de ser um falso feminista que a traiu múltiplas vezes. Whedon se tornou um ícone feminista da cultura pop após criar as séries "Buffy" e "Dollhouse", ambas com fortes protagonistas femininas. Ele também foi contratado pela Warner Bros. para dirigir o filme "Batgirl", previsto para ser produzido em 2018. "Algumas vezes, durante a nossa relação, eu me senti desconfortável com a atenção que ele dava às outras mulheres. Ele sempre teve muitas amigas, mas me disse que isso acontecia devido a sua mãe o ter criado como um feminista", disse ela em entrevista ao site The Wrap. Cole afirma que após o fim do relacionamento de 15 anos, Whedon contou a verdade sobre sua infidelidade. Ele teria escrito à ex-mulher dizendo que estava cercado por mulheres belas e necessitadas enquanto gravava "Buffy", mas que não podia tocá-las, até que decidiu ter o primeiro caso, esperando que seria o suficiente e que ele poderia superar isso [a atração por outras mulheres]. "Ele me enganou por anos para que tivesse tudo o que desejou", disse Cole. "Todos acreditaram que ele era um homem bom, lutando pelos direitos das mulheres, dedicado ao nosso casamento e às mulheres com quem ele trabalhou. Mas ele usou nosso relacionamento como um escudo." Ela também afirma que Whedon a traiu diversas vezes ao longo dos anos e que o feminismo expressado em suas obras não passa de hipocrisia. Um representante de Whedon respondeu ao site dizendo que o relato de Cole "inclui imprecisões e falsas declarações", mas que o diretor iria comentar a entrevista por respeito aos seus filhos e sua ex-mulher. | ilustrada | Ex-mulher acusa criador de 'Buffy' de infidelidade e falso feminismoJoss Whedon, criador de "Buffy: A Caça-Vampiros" e diretor de "Os Vingadores", foi acusado por sua ex-mulher Kai Cole, de ser um falso feminista que a traiu múltiplas vezes. Whedon se tornou um ícone feminista da cultura pop após criar as séries "Buffy" e "Dollhouse", ambas com fortes protagonistas femininas. Ele também foi contratado pela Warner Bros. para dirigir o filme "Batgirl", previsto para ser produzido em 2018. "Algumas vezes, durante a nossa relação, eu me senti desconfortável com a atenção que ele dava às outras mulheres. Ele sempre teve muitas amigas, mas me disse que isso acontecia devido a sua mãe o ter criado como um feminista", disse ela em entrevista ao site The Wrap. Cole afirma que após o fim do relacionamento de 15 anos, Whedon contou a verdade sobre sua infidelidade. Ele teria escrito à ex-mulher dizendo que estava cercado por mulheres belas e necessitadas enquanto gravava "Buffy", mas que não podia tocá-las, até que decidiu ter o primeiro caso, esperando que seria o suficiente e que ele poderia superar isso [a atração por outras mulheres]. "Ele me enganou por anos para que tivesse tudo o que desejou", disse Cole. "Todos acreditaram que ele era um homem bom, lutando pelos direitos das mulheres, dedicado ao nosso casamento e às mulheres com quem ele trabalhou. Mas ele usou nosso relacionamento como um escudo." Ela também afirma que Whedon a traiu diversas vezes ao longo dos anos e que o feminismo expressado em suas obras não passa de hipocrisia. Um representante de Whedon respondeu ao site dizendo que o relato de Cole "inclui imprecisões e falsas declarações", mas que o diretor iria comentar a entrevista por respeito aos seus filhos e sua ex-mulher. | 6 |
Ex-vice-ministro da Colômbia é preso por suspeita de propina da Odebrecht | O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), foi preso nesta quinta-feira (12) sob a acusação de receber propina da Odebrecht. Segundo o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, há evidências de que García recebeu US$ 6,5 milhões de dólares para garantir que a empreiteira brasileira fosse selecionada para um contrato rodoviário. García Morales é o primeiro detido na Colômbia no caso Odebrecht e teria facilitado o acesso do grupo à construção do setor 2 da Rota do Sol, um trajeto de mais de 500 km ligando o centro do país ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e segue em execução. De acordo com os investigadores, García se encarregou de excluir os demais competidores –como titular do Instituto Nacional de Concessões– para entregar a obra à Odebrecht. "Os pagamentos para se vencer a concorrência foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de Operações Estruturais do grupo." Ainda de acordo com a Procuradoria, García será denunciado por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação. INDENIZAÇÃO No início desta semana, a Odebrecht assinou um termo de colaboração preliminar com as autoridades da Colômbia. Segundo Martínez, a Procuradoria condicionou o acordo ao pagamento de 32 bilhões de pesos (US$ 10,9 milhões) como reparação aos danos causados à administração pública colombiana, o que foi aceito pela Odebrecht. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia solicitado ao Ministério Público a aceleração das investigações sobre eventuais subornos a funcionários colombianos por parte da Odebrecht. "Pedimos ao Ministério Público que acelere as investigações", disse o mandatário em entrevista à Rádio Caracol, destacando que o ente acusador "fez um trabalho muito importante" sobre o caso. "Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível", disse Santos. O presidente admitiu que na Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá, se encontrou com o presidente da Odebrecht, no que qualificou de reunião comum com investidores. Em dezembro, a Colômbia anunciou o cancelamento dos contratos, em que se comprovem atos de corrupção da Odebrecht. De acordo com o DOJ (Departamento de Justiça) dos Estados Unidos, a Odebrecht gerou mais de US$ 11 milhões em propinas na Colômbia entre 2009 e 2014 com o objetivo de conseguir assinar contratos com o governo federal. Com esses pagamentos, a Odebrecht conseguiu obter benefícios superiores a US$ 50 milhões. URIBE Em nota, o ex-presidente Álvaro Uribe afirmou apoiar a investigação e afirmou que o projeto da Rota do Sol foi acompanhado pelo Banco Mundial e discutido em audiências públicas. Segundo o jornal local "El Tiempo", Uribe declarou que Morales traiu o ex-ministro Andrés Uriel Gallego, "quimicamente puro", a equipe de governo e a ele. | poder | Ex-vice-ministro da Colômbia é preso por suspeita de propina da OdebrechtO ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), foi preso nesta quinta-feira (12) sob a acusação de receber propina da Odebrecht. Segundo o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, há evidências de que García recebeu US$ 6,5 milhões de dólares para garantir que a empreiteira brasileira fosse selecionada para um contrato rodoviário. García Morales é o primeiro detido na Colômbia no caso Odebrecht e teria facilitado o acesso do grupo à construção do setor 2 da Rota do Sol, um trajeto de mais de 500 km ligando o centro do país ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e segue em execução. De acordo com os investigadores, García se encarregou de excluir os demais competidores –como titular do Instituto Nacional de Concessões– para entregar a obra à Odebrecht. "Os pagamentos para se vencer a concorrência foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de Operações Estruturais do grupo." Ainda de acordo com a Procuradoria, García será denunciado por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação. INDENIZAÇÃO No início desta semana, a Odebrecht assinou um termo de colaboração preliminar com as autoridades da Colômbia. Segundo Martínez, a Procuradoria condicionou o acordo ao pagamento de 32 bilhões de pesos (US$ 10,9 milhões) como reparação aos danos causados à administração pública colombiana, o que foi aceito pela Odebrecht. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia solicitado ao Ministério Público a aceleração das investigações sobre eventuais subornos a funcionários colombianos por parte da Odebrecht. "Pedimos ao Ministério Público que acelere as investigações", disse o mandatário em entrevista à Rádio Caracol, destacando que o ente acusador "fez um trabalho muito importante" sobre o caso. "Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível", disse Santos. O presidente admitiu que na Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá, se encontrou com o presidente da Odebrecht, no que qualificou de reunião comum com investidores. Em dezembro, a Colômbia anunciou o cancelamento dos contratos, em que se comprovem atos de corrupção da Odebrecht. De acordo com o DOJ (Departamento de Justiça) dos Estados Unidos, a Odebrecht gerou mais de US$ 11 milhões em propinas na Colômbia entre 2009 e 2014 com o objetivo de conseguir assinar contratos com o governo federal. Com esses pagamentos, a Odebrecht conseguiu obter benefícios superiores a US$ 50 milhões. URIBE Em nota, o ex-presidente Álvaro Uribe afirmou apoiar a investigação e afirmou que o projeto da Rota do Sol foi acompanhado pelo Banco Mundial e discutido em audiências públicas. Segundo o jornal local "El Tiempo", Uribe declarou que Morales traiu o ex-ministro Andrés Uriel Gallego, "quimicamente puro", a equipe de governo e a ele. | 0 |
Força-tarefa desmonta quadrilha de roubo de combustíveis da Petrobras | A polícia prendeu nesta quinta (16) cinco pessoas acusadas de participar de uma quadrilha especializada em furto de petróleo e combustíveis em dutos da Petrobras, atividade criminosa que teve grande crescimento em 2016 e está por trás de uma série de assassinatos na Baixada Fluminense, no Rio. Na quarta (15), outros oito já haviam sido presos, sete deles em flagrante enquanto praticavam o crime em Uberlândia (MG). Entre estes, havia dois policiais militares do Rio. As prisões são resultado da Operação Ouro Negro, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil. A força-tarefa estima que a quadrilha tenha desviado, apenas em 2016, cerca de 14 milhões de litros, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 33,4 milhões à Petrobras. Na operação, estourou uma refinaria clandestina Cosmópolis (SP). Foram expedidos 11 mandados de prisão nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Destes, seis foram cumpridos até a tarde desta quinta, segundo o Ministério Público. Renato Junior de Oliveira e Renato Tavares de Oliveira foram presos em São Paulo. Sularman de Oliveira, Jane Pereira e Carlos Alberto Ferreira foram presos no Rio. Os dois últimos são donos de postos de gasolina que compravam combustível roubado. Em Minas Gerais, a polícia prendeu Charles Ponciano ainda na quarta. Com ele, acabou prendendo em flagrante outras sete pessoas. O Ministério Público diz que a quadrilha era comandada por Denilson da Silva Pessanha, conhecido também como Maninho ou Carioca e ex-vereador em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele e outros quatro acusados estão foragidos. A quadrilha se dividia em três grupos, cada um responsável por um estado e por determinada etapa das operações -alugar os terrenos para praticar os furtos, definir as rotas dos caminhões e equipes de perfuração dos dutos e instalar as "bicas" para a retirada dos combustíveis. De acordo com a denúncia, a quadrilha atuou entre junho de 2015 e março de 2017. Seus integrantes serão acusados de organização criminosa para a prática de furto qualificado de combustível e petróleo cru. Apenas no ano passado, o sistema da Petrobras identificou 73 ocorrências de furtos em sua malha de dutos. Em 2015, foram apenas 14 e no ano anterior, uma. Segundo a polícia, a disputa pelo controle da atividade tem gerado uma guerra entre milícias na Baixada Fluminense. Em 2016, três candidatos a vereador de Duque de Caxias foram assassinados, segundo a polícia, por envolvimento no crime. O furto é realizado geralmente em propriedades próximas às faixas de dutos da Petrobras. Para não despertar suspeitas, as operações costumam ser realizadas durante a noite: caminhões-tanque entram nas propriedades e são abastecidos com os combustíveis furtados por meio de mangueiras, deixando o local antes do início do dia. | cotidiano | Força-tarefa desmonta quadrilha de roubo de combustíveis da PetrobrasA polícia prendeu nesta quinta (16) cinco pessoas acusadas de participar de uma quadrilha especializada em furto de petróleo e combustíveis em dutos da Petrobras, atividade criminosa que teve grande crescimento em 2016 e está por trás de uma série de assassinatos na Baixada Fluminense, no Rio. Na quarta (15), outros oito já haviam sido presos, sete deles em flagrante enquanto praticavam o crime em Uberlândia (MG). Entre estes, havia dois policiais militares do Rio. As prisões são resultado da Operação Ouro Negro, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil. A força-tarefa estima que a quadrilha tenha desviado, apenas em 2016, cerca de 14 milhões de litros, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 33,4 milhões à Petrobras. Na operação, estourou uma refinaria clandestina Cosmópolis (SP). Foram expedidos 11 mandados de prisão nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Destes, seis foram cumpridos até a tarde desta quinta, segundo o Ministério Público. Renato Junior de Oliveira e Renato Tavares de Oliveira foram presos em São Paulo. Sularman de Oliveira, Jane Pereira e Carlos Alberto Ferreira foram presos no Rio. Os dois últimos são donos de postos de gasolina que compravam combustível roubado. Em Minas Gerais, a polícia prendeu Charles Ponciano ainda na quarta. Com ele, acabou prendendo em flagrante outras sete pessoas. O Ministério Público diz que a quadrilha era comandada por Denilson da Silva Pessanha, conhecido também como Maninho ou Carioca e ex-vereador em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele e outros quatro acusados estão foragidos. A quadrilha se dividia em três grupos, cada um responsável por um estado e por determinada etapa das operações -alugar os terrenos para praticar os furtos, definir as rotas dos caminhões e equipes de perfuração dos dutos e instalar as "bicas" para a retirada dos combustíveis. De acordo com a denúncia, a quadrilha atuou entre junho de 2015 e março de 2017. Seus integrantes serão acusados de organização criminosa para a prática de furto qualificado de combustível e petróleo cru. Apenas no ano passado, o sistema da Petrobras identificou 73 ocorrências de furtos em sua malha de dutos. Em 2015, foram apenas 14 e no ano anterior, uma. Segundo a polícia, a disputa pelo controle da atividade tem gerado uma guerra entre milícias na Baixada Fluminense. Em 2016, três candidatos a vereador de Duque de Caxias foram assassinados, segundo a polícia, por envolvimento no crime. O furto é realizado geralmente em propriedades próximas às faixas de dutos da Petrobras. Para não despertar suspeitas, as operações costumam ser realizadas durante a noite: caminhões-tanque entram nas propriedades e são abastecidos com os combustíveis furtados por meio de mangueiras, deixando o local antes do início do dia. | 5 |
Filipe Catto pede Diretas-Já e faz homenagem a Cássia Eller na Virada | "Eu queria ser Cássia Eller", música de autoria da própria cantora, foi a escolhida por Filipe Catto para abrir o seu show na Virada Cultural, às 9h deste domingo (21), no palco Boulevard São João, no centro de São Paulo. Uma escolha adequada para uma apresentação de tributo, em que Filipe Catto cantou o repertório de Eller diante de aproximadamente 200 pessoas, segundo estimou a organização da Virada. O cantor comemorou a oportunidade de celebrar uma artista "tão urgente, tão importante, que quebrou tantas barreiras". E lamentou: "Parece que agora a gente voltou umas 20 casinhas". No início do show, o artista pediu "Diretas-Já!". No público, o designer Gustavo Henrique, 21, distribuía folhas de papel sulfite impressas com os mesmos dizeres, que eram logo erguidos por quem os recebia. A analista de marketing Camila Jeremias, 25, que assistia ao show, elogiou o modelo da Virada deste ano, com palcos menores no centro. "No ano passado, ou você ficava bem na frente [da plateia] ou não conseguia ouvir. Agora tá melhor." | ilustrada | Filipe Catto pede Diretas-Já e faz homenagem a Cássia Eller na Virada"Eu queria ser Cássia Eller", música de autoria da própria cantora, foi a escolhida por Filipe Catto para abrir o seu show na Virada Cultural, às 9h deste domingo (21), no palco Boulevard São João, no centro de São Paulo. Uma escolha adequada para uma apresentação de tributo, em que Filipe Catto cantou o repertório de Eller diante de aproximadamente 200 pessoas, segundo estimou a organização da Virada. O cantor comemorou a oportunidade de celebrar uma artista "tão urgente, tão importante, que quebrou tantas barreiras". E lamentou: "Parece que agora a gente voltou umas 20 casinhas". No início do show, o artista pediu "Diretas-Já!". No público, o designer Gustavo Henrique, 21, distribuía folhas de papel sulfite impressas com os mesmos dizeres, que eram logo erguidos por quem os recebia. A analista de marketing Camila Jeremias, 25, que assistia ao show, elogiou o modelo da Virada deste ano, com palcos menores no centro. "No ano passado, ou você ficava bem na frente [da plateia] ou não conseguia ouvir. Agora tá melhor." | 6 |
'Burrice me deixa impaciente', diz apresentador Zeca Camargo | O jornalista, apresentador e colunista da Folha Zeca Camargo, 53, é o entrevistado dessa semana do "Pensando Alto", programa que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia. Apesar de se declarar uma pessoa serena, Camargo diz perder as estribeiras com "pessoas burras". Para ele, são assim denominadas quem têm oportunidades e não aproveitam. "A burrice me deixa impaciente", revela. A ignorância, a estupidez e a falta de carinho das pessoas, principalmente na internet, também o tiram do sério. | tv | 'Burrice me deixa impaciente', diz apresentador Zeca CamargoO jornalista, apresentador e colunista da Folha Zeca Camargo, 53, é o entrevistado dessa semana do "Pensando Alto", programa que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia. Apesar de se declarar uma pessoa serena, Camargo diz perder as estribeiras com "pessoas burras". Para ele, são assim denominadas quem têm oportunidades e não aproveitam. "A burrice me deixa impaciente", revela. A ignorância, a estupidez e a falta de carinho das pessoas, principalmente na internet, também o tiram do sério. | 11 |